Dia 3: Purificação
Nancy DeMoss Wolgemuth: No caos e na confusão da vida, o que te mantém firme? Aqui está uma ouvinte do Aviva Nossos Corações chamada Cheryl.
Cheryl: As tempestades da vida, especialmente agora! Há tanto caos e confusão, mas lembrar que há uma âncora, e ela é sólida, firme e inabalável em Cristo. Sozinha, sem essa âncora, estou à deriva.
Nancy: Assim como Cheryl, todas nós tendemos a nos desviar quando não estamos ancoradas em Cristo. É por isso que no Aviva Nossos Corações somos tão apaixonadas por encorajar as mulheres a se apegarem à rocha sólida — Jesus.
Raquel Anderson: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de A sós com Cristo, na voz de Renata Santos.
Se você já teve um recém-nascido, sabe como é difícil sair e se locomover. Por mais difícil que fosse para Maria e José, …
Nancy DeMoss Wolgemuth: No caos e na confusão da vida, o que te mantém firme? Aqui está uma ouvinte do Aviva Nossos Corações chamada Cheryl.
Cheryl: As tempestades da vida, especialmente agora! Há tanto caos e confusão, mas lembrar que há uma âncora, e ela é sólida, firme e inabalável em Cristo. Sozinha, sem essa âncora, estou à deriva.
Nancy: Assim como Cheryl, todas nós tendemos a nos desviar quando não estamos ancoradas em Cristo. É por isso que no Aviva Nossos Corações somos tão apaixonadas por encorajar as mulheres a se apegarem à rocha sólida — Jesus.
Raquel Anderson: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de A sós com Cristo, na voz de Renata Santos.
Se você já teve um recém-nascido, sabe como é difícil sair e se locomover. Por mais difícil que fosse para Maria e José, eles viajaram com o bebê Jesus para obedecer à lei e dedicá-lo no templo. Nancy nos mostrará o que aconteceu a seguir, continuando a série Meus olhos já viram a tua salvação.
Nancy: Estamos analisando alguns aspectos da história do Natal, a primeira história do Natal, que nem sempre paramos para observar. Estamos familiarizadas com as cenas do anjo aparecendo para Maria e depois para José, do nascimento do bebê em Belém e da chegada dos pastores. Essas são algumas das cenas sobre as quais falamos com mais frequência.
Mas, nesta série, estamos analisando algumas cenas do capítulo 2 de Lucas que talvez não sejam tão conhecidas. Há algumas cenas que aconteceram logo após o nascimento de Cristo e que são importantes para nos ajudar a entender quem Ele era e por que Ele veio.
Peço que abram suas Bíblias no Evangelho de Lucas, capítulo 2. Vou ler um parágrafo que começa no versículo 22. Estamos falando sobre Maria, José e o bebê recém-nascido Jesus. “Passados os dias da purificação deles segundo a Lei de Moisés, levaram o menino a Jerusalém. . .”
Jerusalém fica a cerca de dez quilômetros de Belém, onde Jesus nasceu. Maria e José levaram “o menino a Jerusalém para o apresentar ao Senhor, conforme o que está escrito na Lei do Senhor: "Todo primogênito será consagrado ao Senhor."
E também foram para oferecer um sacrifício, segundo o que está escrito na referida Lei: "Um par de rolinhas ou dois pombinhos." (Lc 2.22-24)
Quantas de vocês já ouviram uma mensagem de Natal baseada nesse parágrafo? Não estou vendo muitas mãos levantadas por aqui. Mas há algumas coisas importantes nesse trecho que eu gostaria que parássemos para considerar, a fim de vermos o que o Senhor deseja nos dizer.
A primeira coisa que me chama a atenção nessa parte das Escrituras é o fato de que Maria, a mãe de Jesus, e José, seu pai adotivo, eram obedientes à lei de Deus.
A obediência à Lei de Moisés, à Lei do Senhor, é algo que aparece com destaque nessa passagem. Há cinco referências à obediência, começando no versículo 22 e seguindo até o final, no versículo 39. Cinco vezes vemos menção à obediência à Lei de Moisés.
Versículo 22: “Passados os dias da purificação deles segundo a Lei de Moisés. . .” Versículo 23: “levaram o menino a Jerusalém para o apresentar ao Senhor, conforme o que está escrito na Lei do Senhor.”
Versículo 24: “E também foram para oferecer um sacrifício, segundo o que está escrito na referida Lei. . .” Depois, no versículo 27, vemos que seus pais o levaram ao templo “para fazerem com ele o que a Lei ordenava.” E, no versículo 39, lemos: “Depois de terem cumprido tudo conforme a Lei do Senhor, voltaram para a Galileia. . .”
Cinco vezes a Lei do Senhor é mencionada apenas nesse trecho!
Isso me mostra que Maria e José levavam a Lei de Deus a sério!
- Eles tinham um coração disposto a obedecer à Palavra do Senhor.
- A obediência era um padrão na vida deles.
- Eles sabiam o que a Lei de Deus dizia que deveria ser feito.
A Lei dizia que, ao oitavo dia de vida, o menino deveria ser circuncidado e receber seu nome. Na última mensagem, vimos que Jesus foi circuncidado exatamente aos oito dias, como mandava a Lei do Antigo Testamento.
Quarenta dias após o nascimento do bebê, a mãe deveria passar por um ritual de purificação. Vamos falar mais sobre isso daqui a pouco. Mas o importante aqui é perceber que Maria e José sabiam o que a Lei exigia. Eles conheciam a Palavra de Deus.
E estamos falando de um tempo em que as pessoas não tinham a Bíblia em casa. Não existia impressão. Não havia Bíblia de capa rosa ou aplicativos no celular. Mas eles conheciam a Lei porque ela era passada de geração em geração. Eles a escutavam com atenção. Aprenderam com seus pais, que por sua vez aprenderam com os pais deles.
Percebemos que a obediência de Maria e José era detalhada. Era cuidadosa — até mesmo nas pequenas coisas. O texto diz que eles cumpriram tudo “segundo a Lei do Senhor.” Imagino que, em alguns momentos, isso não era nada conveniente.
Pode não ter sido nada fácil caminhar quase dez quilômetros de Belém a Jerusalém com um bebê de seis semanas no colo. Mas eles foram assim mesmo, porque a Palavra de Deus dizia que era isso que deveriam fazer.
Havia um padrão de obediência ali. E essa obediência era uma evidência de um relacionamento de aliança com Deus. Se você era judia, era assim que vivia. Era isso que a Lei de Deus mandava — e você obedecia.
Deixa eu abrir um pequeno parêntese aqui, especialmente para as mães que estão me ouvindo: essa passagem é um lembrete da importância de pais cristãos serem pais obedientes. Pais cristãos precisam estabelecer um padrão de vida obediente à Palavra de Deus diante de seus filhos.
Isso começa desde o nascimento. Mesmo quando seu bebê ainda é bem pequenininho — antes mesmo de ter noção do que está acontecendo — você já está estabelecendo um padrão de obediência.
E, à medida que seus filhos crescem, essa sua obediência se torna uma base para ensiná-los, para guiá-los nas escolhas da vida. Por que fazemos o que fazemos? Porque é isso que a Palavra de Deus nos orienta. É o que o Senhor nos pede. É de acordo com a Lei do Senhor.
Mas para sermos mães obedientes e tementes a Deus, precisamos conhecer o que a Palavra diz. É preciso estar familiarizada com as Escrituras. Precisamos saber qual é a vontade do Senhor — e, acima de tudo, termos um coração comprometido em cumpri-la.
O quanto você conhece a Palavra de Deus? E, mais do que isso, o quanto você obedece à Palavra de Deus? Não se trata apenas de conhecer — mas de praticar.
Você obedece mesmo? Ou você escolhe obedecer só aquilo que gosta? “Essas partes eu gosto, mas hoje estou com vontade de reclamar, então não vou dar graças em tudo.” Você tem sido obediente à Palavra de Deus em todas as áreas, como foram Maria e José?
Não espere que seus filhos sejam mais obedientes ao Senhor do que você é. É doloroso, parte o coração de uma mãe, ver seus filhos crescendo e desobedecendo os caminhos do Senhor, rejeitando a Palavra de Deus.
Se você deseja que seus filhos cresçam obedecendo à Palavra do Senhor, então certifique-se de estar dando o exemplo — de estar sendo, você mesma, uma mulher obediente à Palavra de Deus.
Veja, isso não significa que, se você for obediente, seus filhos sempre serão também. Mas não espere que eles amem a Palavra de Deus se você mesma não tem esta disposição.
Vemos Maria e José obedecendo à Lei de Deus — e Jesus, mesmo sendo ainda um bebê, foi submetido à Palavra de Deus por meio de seus pais, que o levaram para passar pelos rituais exigidos para os recém-nascidos, conforme a lei do Senhor.
Mais tarde, esse menino seria acusado de quebrar a Lei de Deus. Ele morreria como um criminoso comum, pendurado numa cruz romana, como se fosse um transgressor da lei. Mas ao inspirar esse relato em Lucas 2, creio que o Espírito Santo fez questão de deixar claro que Jesus não era um transgressor.
Desde o início, mesmo antes de poder obedecer por si mesmo, Ele já fazia parte, de forma fiel, da comunidade de Israel, obediente à lei.
A Bíblia nos diz em Gálatas 4.4 que Jesus foi “nascido sob a lei.” Ele obedeceu a todos os seus mandamentos — desde a infância. Esse padrão de obediência marcou toda a sua vida.
Aos trinta anos, vemos esse padrão claramente em seu batismo. Jesus procurou João Batista no rio Jordão e pediu para ser batizado. João hesitou: “Eu é que preciso ser batizado por você, e é você que vem a mim?” (Mateus 3.14)
Mas Jesus respondeu: “Deixe por enquanto, porque assim nos convém cumprir toda a justiça” (Mateus 3.15). Jesus estava dizendo: “Eu quero obedecer a vontade de Deus.” E isso começou ainda quando Ele era recém-nascido.
Jesus cumpriu perfeitamente a Lei de Deus. Ele a obedeceu por completo durante toda a sua vida. E por isso, quando foi para a cruz, não foi por causa de algum pecado seu. Ele não era um transgressor da lei.
Foi como o Filho de Deus, puro e sem culpa, que Ele tomou o nosso lugar para ser o sacrifício substitutivo pelos nossos pecados — nós sim, pecadoras, transgressoras da lei.
Ele não poderia ter sido um substituto adequado para os nossos pecados; Ele não poderia ter morrido em nosso lugar se, ao menos uma vez, tivesse falhado em guardar a lei de Deus, mesmo desde os oito dias de idade.
Se, ao menos uma vez, Ele não tivesse cumprido a lei de Deus, Ele não poderia ter sido nosso Salvador. Assim, mesmo desde a infância, Jesus passou por todas as cerimônias, todas as ordenanças que Deus havia estabelecido para o Seu povo da aliança.
Na última mensagem vimos um desses rituais: a circuncisão. Essa era uma ordenança dada por Deus para todos os meninos judeus aos oito dias de vida. Jesus foi circuncidado exatamente nesse dia, como manda a lei.
Agora, no texto que estamos vendo hoje em Lucas 2, Jesus tem quarenta dias de vida — quase seis semanas. E o que vemos aqui é o ritual de purificação da sua mãe, Maria, algo que também era exigido pela lei para toda mulher judia após o parto.
Lucas 2.22-24 nos diz: “Passados os dias da purificação deles segundo a Lei de Moisés, levaram o menino Jesus a Jerusalém para o apresentar ao Senhor, conforme o que está escrito na Lei do Senhor . . . E também foram para oferecer um sacrifício, segundo o que está escrito na referida Lei: "Um par de rolinhas ou dois pombinhos."
De acordo com a Lei de Deus — isso está em Levítico 12 — uma mulher que desse à luz um menino era considerada cerimonialmente impura por sete dias. Depois disso, ela permanecia mais trinta e três dias em purificação. Ou seja, quarenta dias no total. Se o bebê fosse uma menina, o tempo de purificação seria o dobro — oitenta dias.
Levítico 12.2–7 nos explica que, durante esse período de 40 dias, “nenhuma coisa santa tocará, nem entrará no santuário até que se cumpram os dias da sua purificação. . . E, cumpridos os dias da sua purificação trará ao sacerdote, à porta da tenda do encontro, um cordeiro de um ano, por holocausto, e um pombinho ou uma rolinha, por oferta pelo pecado; o sacerdote oferecerá esse sacrifício diante do Senhor e, pela mulher, fará expiação; e ela será purificada do fluxo do seu sangue.”
Foi exatamente essa lei que Maria e José estavam obedecendo quando levaram Jesus ao templo aos quarenta dias de vida. Maria foi para a cerimônia de sua purificação.
É importante entender que não era o parto em si que tornava a mulher cerimonialmente impura. E o bebê também não era considerado impuro. Não era como se ela tivesse pecado por dar à luz. A impureza cerimonial vinha do sangramento que a mulher experimentava durante o nascimento. E por causa desse fluxo de sangue, era necessário que fosse oferecido um sacrifício para a sua purificação.
Para esse rito de purificação, essa cerimônia, quando o bebê tinha quarenta dias, eles foram ao templo. Na época em que Jesus nasceu, esse templo era o chamado Templo de Herodes. Era uma estrutura que o rei Herodes havia ampliado e reconstruído a partir do templo do Antigo Testamento.
Enquanto eu estudava essa passagem, fiz uma pesquisa sobre o Templo de Herodes. E confesso que fiquei fascinada! Não sabia muitos detalhes, e quanto mais lia, mais me impressionava. Era uma construção magnífica. Deixe-me compartilhar um pouco do que descobri: Ao redor da parte externa do templo havia o que era chamado de átrio dos gentios. Essa era a área fora e ao redor do santuário em si.
Era a área mais baixa do templo, cercada por muros, mas a céu aberto. Era ali que os animais para sacrifícios eram vendidos e comprados. Era também ali que ficavam as mesas dos cambistas — aquelas mesmas que Jesus mais tarde viria a derrubar. Tudo isso acontecia no átrio dos gentios.
Nesse pátio havia uma barreira de mármore com cerca de um metro e meio de altura. Nela, havia uma inscrição em grego e latim avisando aos gentios que não poderiam ultrapassar aquele ponto, sob pena de morte. “Daqui para dentro, vocês não podem passar.” Por isso era chamado o átrio dos gentios — os gentios não podiam entrar no santuário do templo.
Os judeus, porém, podiam seguir adiante. Eles subiam uma escadaria de quatorze degraus para entrar no santuário. E dentro do santuário, havia três pátios — cada um mais elevado que o anterior.
O primeiro pátio, o maior de todos, era chamado de átrio das mulheres. Ele recebia esse nome porque as mulheres não podiam passar além dali. Depois vinha o átrio de Israel, reservado apenas aos homens. E em seguida o átrio dos sacerdotes, onde só os sacerdotes podiam entrar.
Cada um desses espaços ficava num nível mais alto do que o anterior. E, além desses, havia o Lugar Santo e o Santo dos Santos, onde apenas o sumo sacerdote podia entrar, uma vez por ano, para estar na presença de Deus.
Então, entrar no templo era uma verdadeira subida — uma ascensão. Por isso, em alguns salmos do Antigo Testamento, encontramos os chamados “cânticos de peregrinação” ou “salmos de romaria” — eles eram cantados enquanto o povo subia para Jerusalém para adorar no templo.
O átrio das mulheres, como dissemos, era o maior dos três pátios do santuário. Qualquer judeu — homem, mulher ou criança — podia entrar ali. Era um lugar cheio de movimento, vida, som. Ao ler sobre esse lugar, quase consigo visualizar a cena: música, cânticos, pessoas dançando.
Ali também ficava o tesouro do templo, onde as ofertas eram depositadas. Encostadas nas paredes desse pátio, havia treze caixas, ou cofres, onde as pessoas depositavam suas ofertas. Esses cofres eram chamados de trombetas, por causa do seu formato: estreitos na parte de cima e mais largos na base — pareciam trombetas mesmo. Cada uma dessas trombetas era marcada com uma designação específica.
Era como os envelopes de oferta que usamos hoje em algumas igrejas — sabe aqueles onde você pode marcar se a oferta é para missões, para o fundo geral, para o prédio, ou algum projeto especial?
Pois bem, cada uma daquelas treze trombetas era dedicada a um tipo de oferta específica para o templo.
A terceira trombeta, em especial, era o lugar onde as mulheres colocavam sua oferta para a compra de um par de rolinhas ou pombinhos, que eram exigidos como sacrifício para a cerimônia de purificação.
Depois de fazer essa oferta no átrio das mulheres, a pessoa então subia mais uma escada — agora com quinze degraus — até o Portão de Nicanor. Esse portão tinha um grande arco e levava ao átrio de Israel.
As mulheres não podiam passar por aquele portão para entrar no átrio de Israel. Elas podiam chegar apenas até o portão. Mas é justamente nesse portão, bem na divisa do átrio das mulheres, que acontecia a cerimônia de purificação — e era até ali que as mulheres iam.
Muitas coisas importantes aconteciam nesse Portão de Nicanor, que ficava entre o átrio das mulheres e o átrio de Israel. Várias cerimônias prescritas no Antigo Testamento eram realizadas ali. Por exemplo, pessoas que tinham tido lepra e precisavam ser examinadas pelos sacerdotes iam até esse portão. Era ali que esse ritual acontecia.
Você se lembra daquela passagem no Antigo Testamento em que uma mulher acusada de adultério era levada ao templo? Ela era apresentada diante do Senhor e recebia um pouco de água amarga para beber. Se a água causasse enjoo ou dor, isso seria um sinal de que ela era culpada. Era algo sobrenatural que Deus fazia. Essa cerimônia também acontecia nesse portão.
Era ali também que as mulheres iam se apresentar para a purificação depois do parto. Ou seja, esse portão era um lugar de muitos rituais. Os sacerdotes estavam sempre por ali, e o povo se apresentava diante do Senhor.
Foi ali que Maria e José foram com o bebê Jesus, com apenas quarenta dias de vida, para a cerimônia de purificação de Maria, depois do nascimento do seu primogênito. Eles se apresentaram ao sacerdote.
Quero destacar dois detalhes importantes sobre esse rito de purificação que Maria viveu. Primeiro, o texto nos diz que Maria e José trouxeram um par de aves. Quando lemos Levítico 12, vemos que a mulher deveria trazer um cordeiro para o holocausto e uma ave para a oferta pelo pecado.
Deus pensou nas mulheres que não tinham condições de trazer um cordeiro toda vez que tivessem um filho e precisassem se purificar. Maria, então, trouxe o sacrifício dos pobres.
Agora, vale dizer: não era o sacrifício dos mais miseráveis, pois havia ainda outra provisão na lei para os que não podiam nem mesmo trazer duas aves — nesses casos, podiam oferecer um pouco de farinha ou grãos. Ou seja, Maria e José não estavam passando necessidades. José tinha um trabalho, era carpinteiro. Mas também não eram ricos. Não podiam comprar um cordeiro. Então trouxeram o que podiam: duas rolinhas ou dois pombinhos. E isso foi aceitável para Deus.
Enquanto meditava nesse versículo de Lucas 2, lembrei de outro texto poderoso do Novo Testamento. Em 2 Coríntios 8.9 lemos: “Pois vocês conhecem a graça do nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que, por meio da pobreza dele, vocês se tornassem ricos.”
Já podemos ver um vislumbre dessa verdade ali mesmo, quando Jesus ainda era um bebê de quarenta dias, sendo apresentado no templo. Ele não nasceu em um lar rico. Mesmo que tivesse nascido na família mais rica da terra, ainda assim seria pobreza se comparada à glória que Ele deixou no céu.
Mas creio que Deus quis nos mostrar algo. Ele fez questão de que Jesus nascesse em uma família simples, comum, provavelmente classe média — ou até menos que isso. Uma família que não podia oferecer o sacrifício mais caro.
Deus enviou Seu Filho para nascer naquela família, para nascer nos fundos de uma hospedaria, num estábulo, provavelmente nem mesmo num quarto, apenas um lugar onde o gado se alimentava. Tudo isso é uma imagem não de abundância, mas de pobreza.
E nos faz lembrar que Jesus abriu mão de toda a Sua glória, de toda a Sua riqueza como Deus, e se fez homem. E por quê? Para que, através da Sua pobreza, nós fôssemos enriquecidas. Mais uma vez vemos a humildade de Jesus, o amor impressionante de Cristo.
E tem mais uma lição profunda nesse rito de purificação: Ela nos aponta para o Evangelho — porque a purificação exigia derramamento de sangue.
Maria estava sendo purificada da sua impureza cerimonial.
E em Hebreus 9.22 lemos: “De fato, segundo a lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.”
O rito que Maria cumpriu exigia que as aves fossem sacrificadas, que o sangue fosse derramado como parte do processo de purificação. Isso era um símbolo do Evangelho, daquilo que Jesus viria fazer na terra.
Imagine essa cena, no portão de Nicanor, logo na beira do átrio das mulheres, perto de onde os sacerdotes ofereciam os sacrifícios. Por todo lado havia gente trazendo animais, e sangue sendo derramado nos altares. Um cenário intenso, marcante.
E ali está Maria, trazendo duas aves cujo sangue seria derramado para sua purificação — enquanto segura nos braços o Cordeiro de Deus, aquele que tiraria o pecado do mundo.
É uma cena tão marcante. . . Maria traz um par de aves para oferecer como oferta pelo pecado e como holocausto. O sangue dessas aves é derramado — elas são mortas, e seu sangue é derramado para a purificação dela. E, ali nos braços dela, está Aquele que um dia derramaria o próprio sangue para purificá-la — e também purificar todas nós que cremos no Senhor Jesus.
Essa cena nos faz lembrar, ao contemplarmos esse momento na vida do menino Jesus um hino que diz assim:
Quem me poderá salvar?
Cristo que verteu seu sangue.
Onde as manchas vou limpar?
Só no seu precioso sangue.
Vejo a minha salvação
Só no seu precioso sangue.
Deus concede-me perdão
Só no seu precioso sangue.Dele vem perfeita paz
Pelo seu precioso sangue
Infalível e eficaz
Esse tão precioso sangue.Minha justificação
Tenho no precioso sangue.
Gozo traz ao coração
Esse precioso sangue.Ó, que preciosa paz
Que vem da sua cruz
A qual me dá Jesus
Pelo seu precioso sangue.(Hino 93 do Cantor Cristão: Só no sangue, por Robert Lowry)
Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth acabou de nos dar uma imagem vívida do que o Natal realmente representa. E já já ela vai orar com a gente.
Essa história tão tocante sobre Maria, José e Jesus no templo está registrada em Lucas 2. Nancy tem explicado tudo com tanto carinho na série atual chamada Os meus olhos já viram a tua salvação.
Se você perdeu algum episódio, vale a pena conferir no avivanossoscoracoes.com e acessar os episódios anteriores.
Você já participou de uma cerimônia de apresentação de bebês em sua igreja? Já se perguntou por que fazemos isso? Maria e José acharam que valia a pena.
Amanhã, Nancy vai retomar essa série e explicar por quê. Agora, ela está de volta para orar.
Nancy: Pai, nós Te agradecemos por essa cena tão rica que o Senhor nos deu em Tua Palavra — de como a mãe do Senhor Jesus foi ao templo para oferecer um sacrifício e ser purificada da sua impureza cerimonial. Ela levou uma oferta. Mas, nos braços dela, estava o sacrifício que o Senhor mesmo providenciou, para que, de uma vez por todas, nós pudéssemos ser purificadas dos nossos pecados.
Obrigada, Jesus. Obrigada por estar disposto a se tornar pobre. Obrigada por ser o Cordeiro de Deus, o sacrifício perfeito, Aquele que nos purifica de todo pecado. Nós Te bendizemos. Amém.
Raquel: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, sustentado por seus ouvintes e dedicado a chamar mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.
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