
Dia 2: Discipulado sexual
Raquel: De acordo com a Dra. Juli Slattery, a solução para as lutas sexuais precisa ir além de soluções superficiais como um curativo.
Dra. Juli Slattery: As abordagens modernas da sexualidade dentro da igreja têm se movido mais em direção a uma mentalidade de resolução de problemas, ou seja, "Como podemos acabar com o uso de pornografia? Como evitar que os nossos solteiros se envolvam em relações sexuais fora do casamento? Como podemos lidar com esses problemas?" Isso é controle de comportamento. O discipulado ensina como pensar sobre todas as questões sexuais. Ele dá uma estrutura para que o seu pensamento seja, “Como sigo a Jesus no que diz respeito à minha sexualidade?”
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, coautora de Mentiras em que as garotas acreditam e a verdade que as liberta, na voz de Renata Santos.
Antes de …
Raquel: De acordo com a Dra. Juli Slattery, a solução para as lutas sexuais precisa ir além de soluções superficiais como um curativo.
Dra. Juli Slattery: As abordagens modernas da sexualidade dentro da igreja têm se movido mais em direção a uma mentalidade de resolução de problemas, ou seja, "Como podemos acabar com o uso de pornografia? Como evitar que os nossos solteiros se envolvam em relações sexuais fora do casamento? Como podemos lidar com esses problemas?" Isso é controle de comportamento. O discipulado ensina como pensar sobre todas as questões sexuais. Ele dá uma estrutura para que o seu pensamento seja, “Como sigo a Jesus no que diz respeito à minha sexualidade?”
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, coautora de Mentiras em que as garotas acreditam e a verdade que as liberta, na voz de Renata Santos.
Antes de começarmos hoje, saiba que ouviremos conteúdo maduro neste episódio. Nancy e eu temos conversado com a Dra. Juli Slattery sobre discipulado sexual. Se você perdeu o programa de ontem, não deixe de ir ao avivanossoscoracoes.com para ouvir a primeira parte desta entrevista. Aqui está Nancy.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Bem, temos dedicado o mês de junho para falar sobre sexualidade saudável e bíblica. Este é um assunto que não falamos o suficiente na igreja ou neste programa. Estamos nos baseando no seu livro, Juli Slattery, Repensando a sexualidade: O design divino e porque importa. Ele ainda não está disponível em português, mas vamos fazer o possível para trazer um bom resumo dele nesta semana.
Juli, você algum dia pensou que seria a autora de livros sobre esse assunto ou alguém que daria palestras sobre sexualidade?
Juli: Não. Nem meus três filhos. Eles não gostam. . .
Raquel: Eles provavelmente amam. “Ah, a mamãe escreveu outro livro sobre sexo!”
Juli: Ah, não, eles não gostam. Quando os amigos deles chegam até eles, eles dizem: “Minha mãe disse que a sua mãe fala sobre sexo o tempo todo”. Coitados dos meus filhos.
Nancy: Mas você descobriu que é muito importante, e Deus está usando você, Juli, de uma maneira significativa por meio da sua escrita, da sua fala, do seu ministério para ajudar a trazer cura e compreensão bíblica aos corações feridos. Você está ajudando as pessoas a lidarem com a vergonha, a dor, a confusão e o caos que nos cercam na nossa cultura.
Vamos falar mais hoje sobre por que precisamos abordar esse assunto de uma maneira muito direta, sem pedir desculpas, mas afirmando que “É importante para Deus”. Ele tem o desejo que os Seus servos tenham entendimento sobre a sexualidade. Muitas vezes nas Escrituras, muito mais do que as pessoas percebem, questões relacionadas ao sexo e à nossa sexualidade estão sendo abordadas.
Quando falamos sobre repensar a sexualidade, Juli e Dannah, e o design divino e por que isso importa, consigo ouvir algumas pessoas pensando ou talvez até dizendo abertamente: “Isso não é algo para se falar em público. Não é algo para se falar em um podcast ou em uma transmissão”. Consigo ouvir algumas pessoas pensando, “Eu não sei se realmente precisamos deste tipo de mensagem na igreja. Sim, o mundo está caótico, mas na igreja, as coisas não são bem assim”. Eu não sei se alguém pensa assim, mas acho que sim.
Vou admitir, Juli, que ao ler o seu livro Repensando a sexualidade nesta última semana, percebi que estava sendo educada, sem perceber a extensão da confusão, do pensamento errado e do caos e das fraturas que existem entre os cristãos. Acho que não deveria me surpreender, mas me surpreendi.
Enquanto eu lia, pensei sobre como, em nossos eventos, sempre pedimos que as mulheres preencham uma ficha de oração intitulada, “Como podemos orar por você?” Temos uma equipe que passa todo o tempo do evento orando por essas, às vezes, milhares fichas de oração. Vou ler trechos de algumas fichas de oração recebidos em uma conferência recente.
Aqui está uma mulher que diz: “Estou em um relacionamento que minha família e amigos cristãos não aprovam. Eu acredito que Jesus morreu na cruz pelos meus pecados, e ainda assim, eu gosto muito de pessoas do mesmo sexo que eu. Eu sei a verdade, mas ainda não consigo me afastar. Não quero me afastar. Eu machuco aqueles que mais amo por causa da minha sexualidade”.
Quem imaginaria que essa jovem mulher, presume-se, estaria em uma conferência do Aviva Nossos Corações? Mas ela estava lá, e foi honesta o suficiente para dizer: “Eu preciso de oração por isso”.
Aqui está outra mulher que disse: “Eu preciso conseguir perdoar o meu cônjuge por um longo caso extraconjugal com um membro da igreja. Também preciso perdoar os membros da igreja que sabiam e me rejeitaram durante o caso, nunca falando a verdade em amor”. Isso lida com sexualidade e com muitas feridas.
Aqui está uma mulher que diz: “Sou cristã desde quando era jovem. Luto com a imoralidade sexual todos os dias na minha mente, além de masturbação e pornografia. Sei que eu fui redimida, mas estou desesperada por vitória sobre esse pecado e por alguém para conversar e me cobrar responsabilidade. Sinto vergonha, e isso me impede de contar a uma irmã confiável em Cristo”.
Temos outra mulher dizendo: “Eu oro para que Deus reconcilie o que o pecado separou por meio de um abuso sexual. Minha família está em pedaços, e sei que tudo o que queremos é amar como Jesus”. Não sei os detalhes, mas claramente há uma história ali, com muitas pessoas impactadas.
Aqui está outra: “Por favor, ore por mim para ser libertada da opressão. Fui abusada mental, emocional e sexualmente pelo meu marido por quase trinta anos”. Há toda uma história ali, vidas impactadas.
“Meu marido tem mentido para mim e para nossa igreja há anos sobre o uso de pornografia”.
Aqui está outra: “Eu derramei a Palavra de Deus sobre meus os filhos, mas um filho sofre de depressão, questiona Deus, até se machuca, e outro filho luta com atração pelo mesmo sexo e quer encontrar uma forma de Deus aceitar isso, distorcendo a verdade”.
Eu tenho uma pilha dessas fichas na minha mão! Estou pensando, eu não conheço essas mulheres. Não sei seus nomes. Não sei os detalhes, mas o Senhor sabe de tudo.
Ele sabe as coisas que elas nem conseguiram escrever no cartão, ou as milhares de mulheres em um evento que não puderam colocar nada sobre isso no cartão, mas, na verdade, Deus vê tudo. Ele sabe de tudo. Há dor. Há confusão. Pecaram contra nós e somos pecadoras. E muita dessa dor se relaciona com nossa a sexualidade.
E, Juli, acho que você me ajudou a ver neste livro, Repensando a sexualidade, que isso é uma onda de confusão, pensamento errado, dor. E não vai melhorar ou ser erradicada.
Juli: Não. Infelizmente, acho que podemos afirmar com alguma confiança que isso vai piorar devido à nossa cultura como um todo. Como resultado, muitos da igreja cristã estão se afastando de uma compreensão temerosa sobre a sexualidade, do que é pecado, do que é cura e integridade.
Ao abandonarmos essa base, sabemos que estamos semeando sementes que resultarão em mais e mais dor. Precisamos reconhecer que estamos nesse ponto hoje. Nancy, o que você leu é o que recebemos em nosso ministério diariamente. Mas isso vai se multiplicar ainda mais.
Nancy: Juli, me dê uma ideia, uma visão do futuro com base na onda de confusão do mundo hoje, como é que o mundo será em alguns anos. . . Qual será o impacto na igreja conforme os pecados sexuais, os pensamentos errados sobre sexualidade aumentam e se aceleram? Como será esse mundo?
Juli: Bem, acho que estamos começando a ver isso, onde não há mais um senso de como definimos o quebrantamento. Uma das grandes mudanças que aconteceu, mesmo nos últimos cinco ou dez anos, é que costumávamos identificar certos desejos, comportamentos, sintomas. Mesmo no mundo profissional da psicologia, diríamos: “Isso é um problema. Como vamos lidar com esse problema?” Hoje, nem podemos mais chamar de problema.
Raquel: Ou um transtorno. Talvez alguns pontos um tempo atrás seriam rotulados como uma emoção ou desejos desordenados. Agora, porém, alguns comportamentos estão sendo normalizados — alguns deles.
Juli: Certo. E então, se nem sequer conseguimos concordar sobre o que é saúde, e estamos redefinindo saúde e integridade, não apenas vamos ver mais sintomas de destruição, mas também. . . Onde está a luz da verdade? Onde devemos caminhar?
Raquel: A pornografia é normalizada. A erótica é normalizada. Gênero — seja o que você quiser, seja o que sentir que é. Isso é normal. Todas as coisas que antes poderiam ser consideradas comportamentos sexuais problemáticos agora talvez até sejam vistas como saudáveis.
O mundo diz que se a cama do seu casamento precisar de um tempero, coloque um pouco de pornografia. Certo?
Juli: Sim. Não é mais visto como saudável em nossa cultura, por exemplo, você ter 20 anos e não ter tido experiências sexuais ainda.
Raquel: Certo. As pessoas diriam que algo está errado.
Juli: Você é imatura.
Raquel: Sim, a nossa cultura diz que você está reprimindo algo.
Juli: Certo.
Raquel: Eu conheço um jovem que era virgem na universidade e teve vários amigos que o sentaram para uma conversa séria sobre como ele estava reprimindo sua homossexualidade. Ele tinha escolhido controlar o desejo sexual porque queria, um dia, ter uma cama matrimonial que honrasse a Deus. E havia muitas preocupações em torno do que é, de acordo com padrões médicos, uma escolha muito saudável.
Esse jovem estava livre de adquirir uma doença sexualmente transmissível, ou experimentar uma gravidez inesperada com uma mulher. E ainda assim, seus amigos estavam preocupados com ele.
Nancy: Lembremos que isso não é apenas fora da igreja, esse tipo de pensamento. As estatísticas sobre a mudança de pensamento sobre sexualidade dentro da igreja são assustadoras.
Juli: Sim. Mais de 50% dos jovens cristãos acreditam que não há absolutamente nada de errado em dormir com alguém fora do casamento, mas ainda assim mantêm uma visão bíblica sobre muitas outras coisas.
Ouvi um autor, Kenny Luck, se referir a esse comportamento como um ateu sexual. Eu gosto desse termo porque acho que, em algum nível, muitas de nós podemos cair nessa categoria de, “Deus não fala com autoridade sobre a minha sexualidade. Eu decido isso por mim mesma, mesmo que O siga com o resto da minha vida”.
E, Nancy, você está dizendo: “Ei, estou percebendo isso agora, lendo Repensando a sexualidade. E eu também percebi isso ao longo do ministério sobre esse tema”.
Nos primeiros anos, quando eu ia a uma igreja cristã, uma igreja cristã sólida, e fazia uma conferência para mulheres sobre o tema da sexualidade, sempre tinha uma sessão inteira só de perguntas e respostas ao vivo.
As mulheres podiam enviar qualquer pergunta que quisessem por mensagem de texto, e eu percebia, nesses primeiros eventos — e ainda sinto isso agora — minha primeira reação quando leio essas mensagens de texto — centenas delas — é: “Há tanta dor nesta sala”.
Nancy: Quais são os tipos de mensagens e perguntas que você recebia?
Juli: Elas são muito semelhantes ao que as pessoas escreveram nessas fichas de oração. São abusos que nunca foram tratados ou reconhecidos. Estamos vendo isso acontecer no movimento Me too (Eu também), com pessoas que achavam que nunca poderiam falar isso em voz alta ou sentindo vergonha se o fizessem.
São lutas com o pecado sexual e tentação que elas simplesmente não sabem como parar, e elas sentem: “Onde está Deus? Estou O seguindo. Eu devo estar fazendo algo errado”.
São muitas mulheres dormindo com alguém que não é o seu marido.
É atração pelo mesmo sexo, tentando entender essa confusão de gênero.
Seja o que for, tudo que está no mundo está na igreja.
Raquel: E eu acho que isso é realmente o ponto chave, porque tendemos a acreditar na mentira de que, dentro da igreja, a dor sexual, os problemas e o pecado não são tão amplamente difundidos. Mas quando Cinquenta tons de cinza se tornou viral. . .
Nancy: . . . uma febre.
Raquel: Eu não conseguia acreditar no número de mulheres cristãs que estavam dizendo com orgulho que estavam lendo o livro. Uma pesquisa da Barna revelou que a porcentagem de mulheres de igrejas e as de fora da igreja que estavam lendo o livro era a mesma — lado a lado.
Comecei a olhar outras estatísticas. Muito raramente eu encontrava uma diferença estatística na igreja. Juli, é isso mesmo, você vê isso no seu dia a dia?
Juli: Sim, com certeza. Quando você olha toda a pesquisa, a igreja está realmente acompanhando o mundo — talvez alguns pontos percentuais atrás, mas não muitos. Elas estão mudando suas visões sobre assuntos como gênero, e casamento.
Não são apenas esses grandes problemas culturais que tendem a chamar a nossa atenção. É até mesmo nossa visão sobre a santidade do casamento, que, ao entrar no casamento, você está entrando em um pacto que reflete o pacto de Deus conosco. Não quebramos esse pacto levianamente e dizemos: “Meu marido não me faz mais feliz. Eu quero encontrar alguém que faça”. Esse é o pensamento mundano, baseado novamente na crença de que Deus existe para me servir, e não eu existo para adorá-Lo.
Isso está em toda a igreja. Como resultado disso vemos pensamentos errados sobre sexualidade e muito quebrantamento.
Raquel: Eu diria que há até algumas evidências estatísticas de que, nas igrejas que menos falam sobre isso, pode haver mais pecado sexual nesse ambiente. Há uma pesquisa da qual estou me lembrando: homens que estavam frequentando igrejas que você poderia descrever como legalistas.
Nancy: Muito, muito conservador.
Raquel: Muito, muito, muito conservador. A porcentagem de homens nessas igrejas que estavam usando pornografia era significativamente maior do que os números públicos de pessoas não religiosas.
Continuo achando que o nosso silêncio sobre esse assunto não está nos ajudando a avançar para a pureza e a santidade que Deus nos aponta nas Escrituras.
Nancy: Bem, a verdade é que fomos discipuladas pelo mundo e a sua maneira de pensar e narrativa. E, Juli, você introduziu um termo que eu acho brilhante. Espero que ele se espalhe muito como uma visão e um objetivo para nossas vidas e igrejas — o termo “discipulado sexual”. Quando você já ouviu essas duas palavras juntas? Sexual, isso é uma coisa. Discipulado, isso é outra coisa.
Mas você está dizendo: “Não. O mundo nos discipulou sobre sexualidade e maneiras erradas de pensar”. A Palavra de Deus diz que a nossa mente precisa ser renovada para que possamos conhecer e aprovar a vontade de Deus, que é boa e perfeita, mas isso exige discipulado. Nós falamos sobre discipulado em termos de leitura bíblica, oração, evangelismo, atos de compaixão.
Mas você está nos lembrando de que precisamos ser discipuladas em uma perspectiva bíblica quanto à sexualidade. E não apenas as crianças, jovens universitários que estão namorando ou pessoas que estão em casos extraconjugais, mas todas nós precisamos de um pensamento bíblico e um discipulado sobre sexualidade.
Juli: Sim. Acho que as abordagens modernas sobre sexualidade dentro da igreja têm sido. . . Falamos sobre o silêncio. Acho que isso está começando a desaparecer. Mas agora estamos mudando mais para uma mentalidade de resolução de problemas, que é: “Como vamos acabar com o uso da pornografia? Como vamos impedir os nossos jovens de terem relações sexuais antes do casamento? Como vamos tratar os problemas?”
Nancy: Estamos realmente tratando os frutos. Mas não chegando na raiz.
Juli: É um controle de comportamento. E nunca vamos recuperar o terreno só falando sobre os problemas ou com uma abordagem acadêmica, “Vamos fazer uma série sobre um aspecto da sexualidade”. Isso ensina o que pensar sobre um problema sexual específico.
Discipulado te ensina a como pensar sobre todos os problemas sexuais. Ele te dá uma estrutura. O discipulado é muito relacional. É muito pessoal. Você está caminhando com a pergunta: “Como eu sigo a Jesus relacionado à minha sexualidade? O que isso parece, seja eu um jovem de dezoito anos ou uma mulher casada de quarenta e cinco anos, alguém que luta com desejos pelo mesmo sexo, alguém viciado em pornografia, alguém que sofreu abuso sexual no passado?”
Onde Jesus se encontra com as questões e lutas sexuais que temos? Porque, se o Evangelho é verdadeiro, se Jesus é quem Ele diz ser, Ele é Senhor de tudo, não apenas de certas áreas da nossa vida.
Nancy: Não estamos falando apenas de mudar os comportamentos das pessoas. O objetivo não é impedir os jovens de morarem juntos ou de terem relações sexuais com o namorado. O objetivo é a Grande Comissão. Jesus disse: “Façam discípulos, ensinando-os a observar tudo o que vos tenho mandado”. E assim discipular as pessoas sobre todas as áreas da vida, trazendo isso sob a Senhorio de Jesus Cristo. Esse é o objetivo, certo?
Juli: Com certeza. É maturidade em todas as áreas.
Eu penso em Efésios capítulo 4. Paulo fala sobre o propósito dos dons espirituais na igreja. Ele diz que o propósito é que você esteja tão enraizada na verdade e em quem Cristo é que você não será influenciado pelo pensamento cultural.
E o que vemos hoje, infelizmente, são cristãos muito influenciados pelo pensamento cultural sobre sexualidade porque não estamos enraizados, não somos discipulados em nossa sexualidade.
Raquel: Então Juli, vamos definir discipulado sexual. Você diz que há três elementos envolvidos nisso.
Juli: Sim. Acho que isso é verdade para todo discipulado. E quando você quer um exemplo disso, basta olhar o que a cultura fez.
O primeiro ingrediente é realmente saber no que acreditamos. Acho que o cristão em geral, mesmo que esteja na Palavra de Deus, não sabe realmente no que acreditamos sobre sexualidade além de uma lista de "faça" e "não faça". Você não consegue responder à pergunta: Por que Deus se importa com nossa sexualidade? Por que Ele nos criou como seres sexuais?
Precisamos nos aprofundar em nossa teologia sobre sexualidade, precisamos estar fundamentadas nisso.
Nancy: Deixe-me só interromper e depois deixar você continuar com os próximos dois pontos. Acho que isso foi, em grande parte, algo que estava faltando em muitos dos movimentos de pureza que vimos com os jovens nas décadas de 80 e 90. Eu não quero criticar ou dizer que não deveriam ter acontecido, mas vimos muitos jovens que disseram: “Vou colocar este anel de pureza. O verdadeiro amor espera”. Alguns objetivos realmente nobres, mas vimos muitos jovens passando por esse movimento, tomando as medidas necessárias, assinando a ficha de compromisso ou o que for, mas não atingindo a linha de chegada.
Raquel: Bem, as estatísticas mostraram que a tendência era esperar para ter relações sexuais cerca de dezoito meses a mais do que o resto do mundo.
Nancy: Ou eles esperaram até o casamento, mas não sabiam no casamento como aproveitar o que Deus fez como um bom presente para o casamento, porque não estávamos ensinando adequadamente. Novamente, não quero criticar o que eu acho que foi um movimento realmente. . .
Raquel: Eu acho que sou considerada uma líder desse movimento, então aqui estou porque me preocupava com algumas dessas coisas, mas não sei se eu totalmente os substituí. Muitas garotas até leram meu livro, E a noiva vestiu branco, e disseram: “Ah, se eu obedecer a Deus agora, vou ganhar um homem depois”. E elas estão perdendo o ponto principal.
Não ensinamos adequadamente o que acreditamos, por que estamos esperando, o que estamos esperando. Não era sobre o cara. Sempre foi sobre Deus.
Juli: Sim. Temos muito trabalho a fazer em termos de realmente entender a narrativa bíblica da sexualidade. Precisamos começar por aí.
Tenho muitos pais que vêm até mim e dizem: “Como eu ajudo meus filhos a realmente entenderem o plano de Deus para a sexualidade?” Eu os encaminho para o seu ministério, Dannah. Uma das coisas que eu digo a eles é: “Você não pode ajudá-los até que você entenda e aceite, verdadeiramente, no fundo do seu coração, o que Deus diz”.
Há muitos pais andando por aí com as suas próprias dores que nunca levaram diante do Senhor. Eles não entenderam profundamente no que Deus acredita sobre a sexualidade. Não podemos progredir no discipulado sem começar daí.
Nós olhamos para a passagem de discipulado em Deuteronômio, capítulo 6. Começa com Moisés dizendo: “O Senhor nosso Deus é um. Ele é a quem adoramos”. Você começa com a base do que acreditamos e se aprofunda nisso. É aí que você tem que começar.
O segundo elemento é igualmente importante, que é viver o que acreditamos.
Dannah, você mencionou a pesquisa do Barna. Uma das coisas que a pesquisa do Barna mostrou é que as pessoas fora da igreja vêem os cristãos, com relação aos tópicos sexuais, como hipócritas, como fariseus, dizendo uma coisa e fazendo outra. Isso acontece porque estamos falando sobre pureza sexual ou o plano de Deus para o sexo, mas todas as estatísticas, como você mencionou, estão mostrando que estamos fazendo as mesmas coisas que o mundo, e isso é o que Paulo confrontou na igreja primitiva.
Não temos uma missão ou um testemunho eficaz até que a verdade de Deus nos confronte, nos traga cura, nos redima. Não temos nada para passar adiante. Não podemos pular essa etapa.
Raquel: Como nos comportamos prova o que realmente acreditamos. Certo?
Juli: Sim. E agora não apenas como nos comportamos em termos da nossa moralidade, mas também: nossa vida reflete a história do amor redentor de Deus na nossa sexualidade? Minha história aponta para a cruz de Jesus Cristo? Ou é apenas sobre, “Ei, eu fui uma boa menina. Fiz as coisas certas”?
Nancy: Aponta para a beleza dos caminhos de Deus e dos dons de Deus?
Juli: Com certeza.
Nancy: A próxima geração ou aqueles ao nosso redor podem olhar e dizer: “É isso o que eu quero? Isso é algo bom e bonito? Isso é algo que vale a pena buscar”?
Juli: Sim. Pense em todos os modelos na nossa cultura que mostram aos jovens como viver sexualmente de acordo com a crença e narrativa cultural. Eles têm modelos por toda parte. Onde estão os modelos que mostram aos jovens o que é honrar Cristo com a nossa sexualidade em todas as circunstâncias? Precisamos ser esses modelos, para os que estão ao nosso redor — para os nossos filhos, para a nossa igreja, para a nossa comunidade.
E o nosso terceiro passo é passar ativamente adiante o que acreditamos. Novamente, a cultura é tão missionária em infiltrar o seu pensamento, repetindo constantemente. Precisamos ser igualmente missionários na igreja ao passar adiante uma visão bíblica da sexualidade.
Raquel: Discipulado sexual.
Juli: Exatamente.
Nancy: E vamos falar mais sobre isso nos próximos dias. Espero que você nos acompanhe amanhã enquanto continuamos essa conversa. Estou aprendendo muito. Estou sendo desafiada no meu próprio pensamento.
Vamos entrar em alguns detalhes mais complicados sobre esses tópicos, como é a maturidade e a plenitude sexual do ponto de vista de Deus, o que o discipulado sexual realmente significa e como lidar com alguns desses tópicos difíceis que nos confrontam ou às pessoas que amamos.
Aguardamos você amanhã aqui no Aviva Nossos Corações.
Raquel: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
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