Dia 1: Um clamor desesperado
Raquel Anderson: Se você já pensou: “Deus não está respondendo minha oração”, Nancy DeMoss Wolgemuth tem algo a te dizer.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Ele nem sempre responde às orações no nosso tempo, mas isso não significa que Ele não se comova com os nossos clamores ou que Ele seja indiferente às nossas necessidades.
Raquel: Bem-vinda ao Aviva Nossos Corações. Nossa apresentadora é Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de A sós com Deus, na voz de Renata Santos
Nancy: Em uma recente sessão de gravação, perguntei à nossa audiência no estúdio: “Como o Senhor tem sido a sua força? Como Ele tem sido o seu escudo? Como você confiou nele? Como Ele te ajudou neste último ano?”
Uma mulher chamada Christine compartilhou uma provação dolorosa que ela e sua família enfrentaram em dezembro de 2021.
Christine: Um amigo muito próximo e minha irmã ficaram doentes …
Raquel Anderson: Se você já pensou: “Deus não está respondendo minha oração”, Nancy DeMoss Wolgemuth tem algo a te dizer.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Ele nem sempre responde às orações no nosso tempo, mas isso não significa que Ele não se comova com os nossos clamores ou que Ele seja indiferente às nossas necessidades.
Raquel: Bem-vinda ao Aviva Nossos Corações. Nossa apresentadora é Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de A sós com Deus, na voz de Renata Santos
Nancy: Em uma recente sessão de gravação, perguntei à nossa audiência no estúdio: “Como o Senhor tem sido a sua força? Como Ele tem sido o seu escudo? Como você confiou nele? Como Ele te ajudou neste último ano?”
Uma mulher chamada Christine compartilhou uma provação dolorosa que ela e sua família enfrentaram em dezembro de 2021.
Christine: Um amigo muito próximo e minha irmã ficaram doentes com COVID: um internado e a outra enfrentando a doença em casa. Estávamos orando para que ambos sobrevivessem. Minha irmã está viva, mas ele se foi.
Nancy: Ele tinha apenas cinquenta e dois anos, deixando uma jovem viúva — a melhor amiga da Christine. E como Christine, seus amigos e sua família conseguiram passar por isso?
Christine: Orando, com certeza orando, pedindo ao Senhor força e clamando a Ele com tudo o que tínhamos, simplesmente confiando que Ele é Deus e que sabe o que é melhor. E entendendo que Ele é um bom Pai e deseja dar bons presentes às Suas filhas.
Mesmo que neste momento não conseguimos compreender, eu sei que um dia vamos entender.
Nancy: Christine nos exemplificou como encarar uma situação difícil com olhos de fé — aquele tipo de fé que confia em Deus mesmo quando você não consegue ver o que Ele está fazendo. A alma da Christine está firmemente ancorada no Deus que ela sabe que é forte e bom!
Raquel: Que bênção! Nestas semanas, o nosso tema tem sido a ideia de que, independentemente da força do vento que sopra, a nossa âncora permanece segura e firme!
Nancy: Exatamente. E aqui no Aviva Nossos Corações queremos fazer tudo o que pudermos para continuar apontando mulheres para a única Âncora segura: o próprio Jesus Cristo!
E você pode nos ajudar a fazer isso com suas orações e seu apoio financeiro neste momento tão importante.
Raquel: Com certeza, Nancy. E sabe, a fé que a Christine demonstrou é o mesmo tipo de fé que o rei Davi demonstra no Salmo 28. Quero encorajar você, ouvinte: se tiver uma Bíblia por perto, abra conosco em Salmo 28. Vamos ouvir enquanto Nancy ensina.
Nancy: Na próxima semana chegamos ao fim de mais um ano. O ano voa, não é? E estamos virando a página para um novo ano. Quero deixar com você uma passagem das Escrituras na qual venho meditando ao longo deste último ano.
Comecei em janeiro, e durante todo o ano, volto e leio esta passagem novamente. Te convido a abrir sua Bíblia, se for possível, no Salmo 28.
No ano passado, o meu salmo do ano foi o Salmo 29. Neste ano, voltei um salmo antes, para o Salmo 28 — um salmo de Davi, que foi, claro, o rei de Israel. Não temos muitos detalhes sobre a ocasião ou o cenário deste salmo, mas ao mergulharmos nele, veremos que poderia se encaixar em vários momentos diferentes da vida de Davi.
São apenas nove versículos — um salmo curto. Nesses versículos, encontramos tanto “vales profundos” quanto “altos montes.” Você vai ver que é uma oração desesperada para que Deus aja. Há um clamor de desespero, mas também um louvor cheio de alegria pela libertação surpreendente de Deus!
Isso é comum em muitos salmos de Davi, onde vemos essa mistura de desespero e exaltação — às vezes com apenas alguns versículos entre um sentimento e o outro. Não é exatamente assim que a vida costuma ser para nós que cremos?
E graças a Deus, as nossas angústias são usadas para nos levar até Ele, o Único capaz de nos erguer das profundezas. E com o tempo — no tempo e do modo de Deus — as dores mais profundas podem, às vezes, gerar e produzir em nós as maiores alegrias.
Quero separar um tempo esta semana para mergulhar com você nestes nove versículos, e espero que você leve este salmo, esses versículos, com você para o novo ano. Vamos ler o salmo inteiro.
E, enquanto lemos, perceba que ele está dividido em quatro estrofes. Cada estrofe tem dois versículos, exceto a segunda estrofe, que tem três. E se a sua Bíblia for como a minha, parece com parágrafos — pequenas separações entre essas estrofes.
Hoje e a cada dia da próxima semana, vamos refletir sobre uma dessas estrofes, e, no final, vamos olhar para o salmo como um todo. Vamos ler o salmo inteiro primeiro, o Salmo 28:
A ti clamo, ó Senhor;
rocha minha, não sejas surdo para comigo;
porque, se te calares quanto a mim,
serei semelhante aos que descem à cova.
Ouve a voz das minhas súplicas, quando a ti clamar por socorro,
quando erguer as mãos para o teu santuário.Não me arrastes com os ímpios,
com os que praticam a iniquidade.
Eles falam de paz ao seu próximo,
porém no coração têm perversidade.
Paga-lhes segundo as suas obras,
segundo a maldade dos seus atos.
Dá-lhes conforme a obra de suas mãos,
retribui-lhes o que merecem.
E, visto que não compreendem
os feitos do Senhor,
nem o que as suas mãos fazem,
ele os derrubará e não os reedificará.Bendito seja o Senhor,
porque ouviu a voz das minhas súplicas!
O Senhor é a minha força e o meu escudo;
nele o meu coração confia, nele fui socorrido;
por isso, o meu coração exulta,
e com o meu cântico o louvarei.O Senhor é a força do seu povo,
o refúgio salvador do seu ungido.
Salva o teu povo abençoa a tua herança;
apascenta-os e exalta-os para sempre.
Esse último versículo é uma oração linda pelo povo de Deus! Vamos caminhar por essa oração juntas até o final desta série, e encerrarmos o ano juntas.
Senhor, ao entrarmos nesta passagem que o Senhor tem trazido ao meu coração ao longo dos últimos meses, eu oro para que o Senhor nos dê entendimento. Dá-nos ouvidos para ouvir e corações para receber o que o Espírito está dizendo à igreja, dizendo a nós, nestes dias. Edifica o teu povo, e que o Evangelho avance com ainda mais poder como resultado do que o Senhor fizer em nossos corações durante esta série. Oro em nome de Jesus, amém.
Hoje, vamos focar apenas nos dois primeiros versículos do Salmo 28, a primeira estrofe. E como vimos, o salmo começa com Davi em uma situação desesperadora! Ele está em uma situação difícil, em apuros sérios. Ele está clamando a Deus. Está com o coração perturbado; está em uma aflição profunda.
E o que ele faz? Ele olha para cima. Versículo 1: “Senhor” — logo no início. “A ti clamo, ó Senhor.” Sim, é natural clamar quando estamos em apuros. Pense nos seus filhos pequenos, ou netos, se você os tem.
Eles estão em dificuldade, em uma situação complicada — prenderam o pé em algum lugar ou a mão ficou presa em algo. Eles vão clamar. A pergunta é: quando enfrentamos dificuldades a quem clamamos? Para onde nos voltamos quando estamos em necessidade, quando não sabemos o que fazer, quando estamos presas em circunstâncias fora do nosso controle?
Nós clamamos ao Senhor? Para quem você clama? Para quem eu clamo? Davi diz: “A ti clamo, ó Senhor.” Será que eu espero que meu marido resolva o problema? Eu ligo para uma amiga? Veja bem, há muitas coisas que amigas e maridos podem consertar.
Ontem mesmo eu falei com o Robert sobre uma lâmpada queimada em um lugar alto que eu não consigo alcançar — então há coisas para as quais podemos sim contar com os outros. Mas para onde eu me volto primeiro quando meu coração está aflito, quando minha vida está em crise? Ou talvez, ao invés de chamar alguém, simplesmente seguimos tentando com a força do nosso braço, confiando na nossa própria inteligência, na nossa experiência, na nossa sabedoria — e acabamos nos debatendo.
Você já viu uma criança pequena fazer isso também. Talvez ela nem peça ajuda. Você sabe que ela precisa de ajuda, mas ela insiste: “Não! Eu consigo! Eu consigo!” Você sabe que ela não consegue, mas ela vai se debater tentando provar que consegue. Às vezes, somos exatamente assim.
Ou talvez, simplesmente desistimos. Jogamos a toalha, ou nos afundamos na depressão. Ficamos amargas e ressentidas.
Bem, Davi implora para que Deus o ouça e, pelo contexto, para que o ajude e lhe responda! Então ele diz: “A ti clamo, ó Senhor; rocha minha, não sejas surdo para comigo.” Enquanto tenho meditado nessa passagem, isso me pareceu um pouco estranho, porque a gente normalmente não pensa numa rocha como algo que possa ouvir ou fazer algo para nos ajudar.
Mas as Escrituras comparam Deus à nossa Rocha — que ouve sim. Ele se envolve com o Seu povo, e Ele é como uma rocha: forte, estável, segura, inabalável, imutável. Essa é a descrição que estamos vendo: fiel! Estamos vendo Deus, a nossa Rocha, e Davi diz: “rocha minha, não sejas surdo para comigo; porque, se te calares quanto a mim. . .” Deixe-me fazer uma pausa aqui.
“Porque, se te calares quanto a mim. . .” Isso soa como alguém que já está orando há bastante tempo. Ele tem pedido a Deus, mas parece que Deus não ouviu. Parece que Deus não está escutando; parece que Deus não está respondendo.
E quando pensamos sobre essa passagem, o que vem à mente são os silêncios perplexos e aparentes de Deus. Parece que Ele não pode ouvir; parece que Ele não está ouvindo; parece que Ele não está fazendo nada — os aparentes silêncios de Deus.
E eles são desconcertantes. Eles nos confundem. Nos deixam sem entender. Podem até nos desanimar. Eu penso no Salmo 22, que conhecemos como um salmo messiânico, que antecipa a experiência de Jesus na cruz.
E você se lembra da abertura do Salmo 22:
Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
Por que se acham longe de minha salvação
as palavras de meu gemido?
Deus meu, clamo de dia, e não me respondes;
também de noite, porém não tenho sossego. (vv. 1–2)
Parte do que Jesus suportou por nós na cruz foi esse silêncio misterioso e desconcertante do próprio Pai. E Davi diz: “Se permaneceres calado para comigo, serei como os que descem à cova.” Ou seja, “Se o Senhor não me ouvir, se não responder quando eu oro, é como se eu já estivesse morto!”
Veja bem, a comunicação e o relacionamento com Deus — entre o ser humano e Deus, entre homens e mulheres e Deus, entre nós e Deus — é o que faz nossas vidas serem diferentes daquelas que vivem sem Deus. Sem a capacidade de falar com Deus e saber que Ele nos ouve e que vai responder, sem ouvir a Sua voz pela Sua Palavra e pelo Seu Espírito, não seríamos diferentes do resto do mundo que vive sob a ira e o juízo de Deus. Não teríamos nenhum relacionamento com Ele! Seríamos como os que estão perecendo, sem Deus, sem esperança e sem vida.
Davi diz: “Se o Senhor não falar comigo, se continuar em silêncio, se não vier em meu socorro, é como se eu não estivesse mais vivo! É como se eu fosse como aqueles que estão indo para o julgamento eterno!”
E é isso que move Davi a clamar por justiça. Ele não consegue mais suportar o silêncio de Deus!
Mas o que eu amo aqui é que, quando parece que Deus não está ouvindo nem respondendo, Davi não para de orar! Ele não diz: “Já que isso não funcionou, vamos tentar outra coisa. O que eu posso fazer mais para resolver isso?” Não. Ele clama ainda mais. Ele se recusa a deixar que o silêncio temporário de Deus — o silêncio aparente de Deus — o impeça de continuar orando.
Uma coisa é orar no momento, dizendo: “Senhor, resolve isso, muda aquilo”, mas e quando já se passou um ano? Ou dois? Ou dez? Ou vinte?
Eu recebi um e-mail de uma mulher esta semana que orou por vinte e dois anos com fervor por questões em sua família, e parecia que nada mudava.
Mas ela continuou orando, continuou orando — e agora está começando a ver Deus regar, trazer vida, trazer frutos, trazer respostas, trazer colheita dessas orações. Davi diz no versículo 2: “Ouve a voz das minhas súplicas, quando a ti clamar por socorro, quando erguer as mãos para o teu santuário.”
A situação de Davi é sem saída e sem esperança — sem Deus. Se não há Deus, não há esperança. Mas o que eu amo é que ele não está clamando com raiva, nem com amargura ou ressentimento. Ele não está sacudindo o punho contra Deus. Há um clamor sincero, sim, mas com respeito, com reverência. Ele não está duvidando de Deus, embora às vezes não consiga entender os caminhos de Deus.
Mas esta, na verdade, é uma oração de fé. É justamente porque ele crê em Deus que ele continua orando, continua clamando. Ele sabe que Deus é o único que pode ajudá-lo. Por isso ele diz: “Ergo as mãos.” Isso é uma expressão externa de uma atitude interna do coração.
Na sua igreja talvez as pessoas levantem as mãos quando cantam ou oram. Talvez na sua igreja o pessoal fique com as mãos no colo. Mas aqui não estamos falando sobre a postura exterior ser o que realmente importa.
A postura exterior está refletindo uma atitude interior do coração. Simboliza entregar o coração a Deus, entregar minha vida a Deus, entregar a mim mesma a Deus, entregar minhas circunstâncias a Deus, entregar minha situação a Deus, entregar meu desespero a Deus!
Fala sobre dependência de Deus. Ele é de quem eu preciso; Ele é tudo o que eu preciso. Também fala, “levantar as mãos ao Senhor”, de estar pronta para receber o que Deus quiser dar, pronta para receber a resposta, pronta para receber a provisão de Deus. Mãos vazias que clamam por misericórdia, pedindo que Ele supra aquilo que é necessário. Davi está ansiando por receber ajuda e bênção do Senhor.
Ele diz que levanta essas mãos em direção ao santo santuário de Deus. Veja bem, o templo ainda não havia sido construído naquela época. Foi o filho de Davi, Salomão, quem o construiu. Mas sabemos que havia o tabernáculo, e ele tinha um lugar santo. Era um santuário santo, e ali era onde a presença de Deus habitava. Era onde Deus vinha ao encontro daqueles que O representavam em nome do povo.
E, nos versículos 1 e 2, você percebe dois lugares, dois reinos. Você vai ver isso em vários salmos — é uma característica da poesia hebraica: o paralelismo. Às vezes o paralelismo acontece com ideias repetidas, expressas de maneiras diferentes. Já vimos isso nesses dois primeiros versículos.
Outras vezes, são ideias opostas, visões contrastantes. Isso é típico da poesia hebraica. No versículo 1, ele fala sobre descer à cova. É onde estão os ímpios, onde os corações deles se inclinam, onde eles se sentem em casa. Davi diz: “Eu não quero ir pra lá!”
E, no versículo 2, ele fala sobre levantar suas mãos em direção ao santo santuário de Deus. É onde Deus está! É onde Davi quer estar. Então, a pergunta é: Para onde seu coração se inclina? Onde seu coração se sente em casa? Onde você deseja estar? Nós precisamos ir até onde Deus habita para encontrá-Lo.
Davi diz: “Eu vou até o Teu santuário santo. Eu vou à Tua presença.” Um amigo de muito tempo atrás, Charles Spurgeon, escreveu sobre esse versículo: “Estendemos mãos vazias, pois somos mendigos.Erguemo-las para cima, pois buscamos suprimentos celestiais. Erguemo-las em direção ao propiciatório de Jesus, pois ali está nossa expectativa.”
Levantar mãos santas. Isso me faz lembrar de Hebreus capítulo 4, onde somos exortadas “Portanto, aproximemo-nos do trono da graça com confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça para ajuda em momento oportuno” — e todas nós precisamos disso! (Hebreus 4.16)
Veja essa progressão nos primeiros versículos: temos necessidades sérias, e o salmista diz: “Eu clamo a Ti! Eu grito por socorro!” A oração reconhece a presença e o poder de Deus e suplica por ajuda. Ela diz: “Não tenho mais pra onde ir.” Não temos outro lugar a recorrer! Vamos ao Senhor.
Mas às vezes parece que Ele não está ouvindo, então o que fazemos? Continuamos orando. E essas orações expressam fé. Continuamos voltando a Ele. Continuamos dizendo: “Senhor, não temos pra onde ir além de Ti! Ninguém pode nos ajudar além de Ti! Então vamos continuar clamando, vamos continuar chamando!”
Talvez seja pelo seu marido ou um filho ou um neto por quem você chora todas as noites ao dormir, porque essa pessoa não está andando com o Senhor. Está caminhando rumo à cova. Não está em um relacionamento com Deus, e talvez esteja se comportando de uma forma que faz a vida de todos ao redor muito difícil.
Você é mãe, esposa, avó, amiga ou tia, e você clama! E nada acontece. O que fazer!? Continue clamando; continue orando. Talvez você esteja enfrentando uma situação no trabalho que é desesperadora. Você trabalha num ambiente sem temor a Deus, onde há todo tipo de coisa tóxica, ímpia acontecendo naquele local, e você pensa: “Eu não sei se consigo continuar!” Você se sente sozinha, se sente atacada, se sente. . . Nesse mundo, nós não estamos em casa. Somos peregrinas, somos forasteiras — “de passagem por aqui; este mundo não é o nosso lar.” E isso desgasta a nossa alma.
O que fazemos? Não nos acomodamos ao mundo, não nos misturamos com ele. Somos diferentes porque conhecemos a Deus. Por meio de Jesus Cristo nos aproximamos dele, vamos com ousadia ao Seu santuário santo — e oramos.
Do que você precisa? Clame a Ele. Não pare de orar. Persevere na oração. Quando parecer que Deus não está ouvindo ou fazendo nada, continue orando. Espere no Senhor. Ele nem sempre responde na nossa hora, mas isso não significa que Ele é indiferente aos nossos clamores ou que não responde às nossas necessidades.
Agora, ao pensarmos nesse salmo do Antigo Testamento no contexto da nova aliança — que, graças a Deus, temos e da qual fazemos parte —, há um problema aqui. Davi diz: “Levanto minhas mãos para o Teu santo santuário”, mas sabemos, pelas Escrituras, que pecadores não podem entrar no santo santuário de Deus. Pecadores são impedidos de entrar, e até mesmo os sacrifícios oferecidos tinham que ser cordeiros sem defeito; não podiam estar doentes ou machucados. E os pecadores não podiam entrar. Havia todo tipo de exigência de sacrifícios, lavagem de mãos e rituais simbólicos no Antigo Testamento, na antiga aliança.
É como o livro inteiro de Levítico — repete isso vez após vez. Talvez você pense: “Isso está um pouco cansativo, é informação demais.” Mas o motivo é esse: pecadores não podem entrar na presença de um Deus santo. Precisamos ser purificadas; precisamos ser separadas do nosso pecado.
Somente um sacerdote designado, ordenado por Deus, levando o sangue do sacrifício de um animal inocente e morto, poderia entrar naquele lugar santo para oferecer o sacrifício e interceder em favor do povo de Deus. Era algo pesado, cansativo, difícil — impossível para pecadores entrarem no santo santuário de Deus.
Mas, graças a Deus! Vemos isso sendo insinuado, vislumbrado no Antigo Testamento. E no Novo Testamento vemos isso com toda a clareza. Deus providenciou um caminho para que pudéssemos entrar no Santo dos Santos! Porém, nossas orações precisam ser direcionadas a Cristo, nosso Grande Sumo Sacerdote, que derramou o próprio sangue. Ele foi primeiro ao lugar santo, para que nós pudéssemos ser purificadas e entrar com Ele, nele e por meio dele.
E por meio do poder do sangue dele, derramado para nos purificar, podemos entrar nesse santuário santo! Coisas que Davi só podia imaginar de longe quando escreveu esse salmo, mas coisas que nós, olhando para trás, para o sacrifício que Cristo fez por nós — o Cordeiro de Deus morto pelo pecado do mundo —, podemos dizer: “Obrigada, Jesus. Podemos ter acesso ao Santo dos Santos!”
Quando oramos, não é porque merecemos alguma coisa, como se houvesse algo inteligente, sábio ou bom em nós. Dizemos: “Senhor, eu não tenho base nenhuma para me aproximar do Teu trono santo, do Teu santo santuário, do lugar santo onde Tu habitas.”
“Eu mereço ir para a cova, mas o Senhor providenciou um caminho para que eu pudesse vir, para que eu pudesse me relacionar contigo. Eu posso conversar contigo. Posso orar. Posso continuar orando. Posso continuar clamando. Nem sempre consigo ver o que o Senhor está fazendo. Nem sempre consigo ouvir o que o Senhor está dizendo, mas eu confio em Ti! E vou continuar vindo.”
Recebi um e-mail há poucos dias aqui no ministério, de uma mulher. É um e-mail longo. Vou ler alguns trechos aqui. Ela começa dizendo:
“Tenho sofrido a vida toda com uma condição genética que tem gerado cada vez mais complicações. Sofrimento e dor fazem parte do meu acordar e do meu adormecer.”
Ela também conta que uma de suas filhas tem problemas de saúde graves e crônicos, não necessariamente genéticos. Essa tem sido a vida dessa mãe e essa filha por anos. Ela diz:
“Acabei de voltar para casa depois de uma internação de sete semanas [ela mesma], sendo as duas primeiras em um hospital grande e o restante em um hospital de reabilitação. Estou tendo que reaprender a andar por causa de uma doença rara que causa paralisia e cegueira.”
Ela já lidava com esse problema físico há anos, e agora recebeu esse novo diagnóstico. Ela descreve de forma bem clara algumas das coisas físicas horríveis pelas quais está passando — e ainda está cuidando da filha. Ela diz:
“Moro na capital médica do mundo, e mesmo assim deixo os médicos sem palavras, ninguém sabe o que dizer ou como ajudar. . . só recebo desculpas pela minha dor e sofrimento. . . e sugestões para viajar até grandes centros de pesquisa científica.
Aqui estou eu, enfrentando o desânimo pós-internação. Tenho lamentado todas as novas consultas médicas que se acumularam em cima das que ainda nem terminamos antes dessa nova doença surgir. . . detestando tudo isso com amargura, tentando entender como isso pode ser bom. . . mas ainda assim, sabendo que não devo questionar quem Ele é ou o que Ele tem feito por nós.”
E aí vem a parte que mais me tocou:
“Deus nunca nos poupou das tempestades, mas Ele tem nos mantido firmes nelas. Aprendi a não odiar aquilo que me leva a me lançar sobre Ele.”
Deixe-me ler isso de novo: “Deus nunca me poupou das tempestades,” — Davi também poderia dizer “amém” a isso! Ele passou por muitas tempestades, inclusive neste salmo — “mas Ele tem nos mantido firmes nelas.” E é isso que vemos aqui no Salmo 28. Davi está enfrentando essas chuvas fortes, enchentes, tempestades, seja lá o que for. . .
As águas da enchente estão subindo, mas ela está ancorada no Senhor! Ela diz:
“Deus nos manteve ancoradas nas tempestades. Aprendi a não odiar aquilo que me faz lançar sobre Ele.”
O ano que vem vai trazer dias quentes e ensolarados e céus claros, mas também dias frios, nublados e tempestuosos.
A maioria de nós terá dias felizes e tranquilos, mas a maioria de nós também terá problemas, pressões e dores que nem conseguimos imaginar enquanto estamos aqui hoje. Deus não prometeu nos livrar das torrentes, mas prometeu nos manter ancoradas nelas.
E minha oração é que, ao longo deste ano que vem, aprendamos a não odiar as coisas, a não desprezar, a não ressentir, a não resistir a nada que nos faça lançar sobre Ele. Então, todos os dias, em todas as estações, durante este ano que vem, seja o que você estiver enfrentando agora, ou o que surgir na próxima semana, algo que você não esperava — ou no próximo mês, ou no mês seguinte — decida orar, clamar ao Senhor, levantar as mãos para o Seu santo santuário. Diga: “Senhor, pelo sangue de Jesus eu venho. Assim como sou, eu venho.”
“Eu venho ao Teu trono da graça. Eu preciso da Tua misericórdia. Eu preciso da Tua graça, e vou continuar clamando, continuar levantando minhas mãos, entregando a Ti tudo o que tenho, pronta para receber tudo o que tens, ou [disposta a dar tudo] que queres de mim.” Continue fazendo isso”!
Raquel: Que lembrete maravilhoso! A sua âncora está firme em Cristo, a Rocha Firme? Hoje, Nancy DeMoss Wolgemuth nos mostrou no Salmo 28 que, embora Deus muitas vezes não nos livre da tempestade, Ele é a nossa Rocha confiável. Nancy volta em alguns minutos para orar.
Mas antes, ao olhar para seu ano que passou, espero que você possa ver momentos em que Deus provou ser sua Força e Escudo.
Queremos compartilhar com você uma novidade muito especial. Estamos entrando em um projeto de dois anos no qual vamos mergulhar profundamente na Palavra de Deus — permitindo que Ela transforme o nosso coração e molde toda a nossa vida.
Primeiro, em 2026, lançaremos um Desafio Anual de Leitura Bíblica. Será uma jornada de 365 dias lendo as Escrituras, e você poderá acompanhar esse desafio recebendo lembretes diários por email. Basta se inscrever no nosso site e, todos os dias, você receberá incentivo e direcionamento para continuar firme. E isso é só o começo!
Em 2027 teremos uma série inédita no nosso podcast chamado “As Maravilhas da Palavra”. Serão 260 episódios, percorrendo toda a Bíblia — de Gênesis em janeiro até Apocalipse em dezembro.
Por isso, esteja em oração conosco enquanto preparamos esse grande projeto. Enquanto isso, já vá aumentando seu apetite pela Palavra participando do Desafio de Leitura Bíblica em 2026. Vai ser uma preparação preciosa para o que Deus fará em 2027. Não deixe de se inscrever no nosso site, avivanossoscoracoes.com, para o desafio 2026.
Abra bem os olhos, olhe ao redor. Percebe algo diferente? Semana que vem Nancy nos encorajará a fazer isso no sentido espiritual — a manter os olhos bem abertos para a misericórdia de Deus. Ela vai explicar mais no próximo Aviva Nossos Corações.
Aguardamos você aqui, no Aviva Nossos Corações. Vamos orar.
Nancy: Senhor, oro para que Tu dês graça, ânimo e esperança, talvez para alguém que esteja nas torrentes agora. Tu és nossa âncora segura na tempestade, então, pela fé, dizemos: “Obrigada.” Abençoamos a mão que às vezes nos fere para que Tu possas curar e ajudar. Continua nos fazendo orar, nos segurando, crendo, firmes, caminhando dia a dia para o Teu santo santuário, vivendo lá! Obrigada pela Tua libertação do abismo! Esse não é o destino de nossas vidas, pela Tua graça e pelo que Cristo fez por nós.
Que nossas vidas sejam tais que, no ano que vem, possamos ser um meio de esperança e graça para outras pessoas que agora estão caminhando rumo ao abismo. Mas nós vamos nos apegar a Ti, clamar em favor delas e dizer: “Senhor, queres resgatar, queres redimir, queres salvar, queres fazer uma obra grandiosa na vida delas também?” Esperamos por Ti, Te amamos, Te abençoamos! Em nome de Jesus, amém.
Raquel: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, sustentado por seus ouvintes e dedicado a chamar mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.
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