
Dia 1: Construindo um lar cristão
Raquel: Quando os seus filhos te veem buscando ao Senhor e orando todos os dias, o que isso comunica a eles? Ouça o que Robert Wolgemuth viu em seu pai.
Robert Wolgemuth: Eu cresci tendo plena consciência de que o meu pai sabia que não era capaz de ser um grande pai, um grande marido, e um seguidor fiel de Cristo sem o poder do Espírito Santo.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de A sós com Deus, na voz de Renata Santos.
Por quarenta e quatro anos, Robert e Bobbie Wolgemuth aprenderam a refletir o Evangelho em seu casamento. Eles criaram duas filhas, Missy e Julie. Depois de uma longa batalha contra o câncer, Bobbie partiu para estar com o Senhor. Em 2015, o Senhor guiou Robert e Nancy Leigh DeMoss, apresentadora deste programa, a se casarem.
…Raquel: Quando os seus filhos te veem buscando ao Senhor e orando todos os dias, o que isso comunica a eles? Ouça o que Robert Wolgemuth viu em seu pai.
Robert Wolgemuth: Eu cresci tendo plena consciência de que o meu pai sabia que não era capaz de ser um grande pai, um grande marido, e um seguidor fiel de Cristo sem o poder do Espírito Santo.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de A sós com Deus, na voz de Renata Santos.
Por quarenta e quatro anos, Robert e Bobbie Wolgemuth aprenderam a refletir o Evangelho em seu casamento. Eles criaram duas filhas, Missy e Julie. Depois de uma longa batalha contra o câncer, Bobbie partiu para estar com o Senhor. Em 2015, o Senhor guiou Robert e Nancy Leigh DeMoss, apresentadora deste programa, a se casarem.
Você pode ouvir mais sobre essa história ouvindo a série “Graça inesperada” no link disponível na transcrição de hoje, em avivanossoscoracoes.com. Robert escreveu sobre o valor da família e a sabedoria prática que aprendeu como pai e marido em um livro chamado “O lugar mais importante da terra” (ainda sem tradução para o português). A edição mais recente conta com um prefácio escrito por Nancy. O casal se reuniu no estúdio para falar sobre a importância da família — uma conversa essencial para todas nós.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Durante a nossa côrte, eu queria muito te conhecer melhor. Eu já te conhecia profissionalmente — eu tinha amigos no ramo editorial que falavam maravilhas sobre você, eram extremamente elogiosos. E essa também foi a minha impressão. Mas é uma coisa completamente diferente quando se pensa em se casar com alguém e unir duas vidas em uma só.
Você escreveu um livro que eu peguei para ler e pensei: “Acho que isso vai me ajudar a conhecer melhor esse homem”. Você já escreveu vários livros, mas este foi o primeiro que escolhi. O título é: “O lugar mais importante da terra: Como é um lar cristão e como construí-lo”.
Me lembro de virar as páginas com expectativa enquanto eu lia o livro, grifando trechos e pensando: “Sim! Sim! Isso aqui é muito bom. É muito bom!” E depois me lembro de refletir: “O autor desse livro deve ser um homem, um marido e um pai incrível”. Foi assim que aprendi muita coisa sobre você e senti a liberdade e a paz para continuar no nosso relacionamento.
Robert: Uau!
Nancy: Esse livro fez parte do processo de nos conhecermos melhor. E, como o Senhor preparou, você estava atualizando e revisando o livro, já que ele foi escrito lá em 2004.
Robert: Isso mesmo.
Nancy: E hoje estamos aqui para falar sobre esse assunto.
Robert: Já dissemos um ao outro tantas vezes, Nancy: “Você pode confiar em Deus para escrever a sua história”.
Nancy: Sim.
Robert: Quem poderia imaginar, em 2004, que a história que eu estava escrevendo nesse livro se tornaria, de certa forma, um manual de vida para a minha futura esposa?
Nancy: Muito bem colocado.
Robert: Quem poderia imaginar. . . Ironia não é a palavra certa. Isso é providência.
Nancy: Sim.
Robert: É a bondade de Deus. É Sua soberania que fez com que este livro se tornasse uma espécie de retrato da minha vida e do que era importante para mim — dos fracassos que vivi, das coisas que não fiz bem. Espero que o livro seja transparente, que não tenha criado a imagem de um homem que não corresponde à realidade.
Nancy: Sim.
Robert: Está tudo aqui — o bom, o ruim e o difícil. Então, muito obrigado.
Nancy: Amor, esse livro é maravilhoso. É prático, fácil de ler, acessível. Você é um excelente contador de histórias e escreve de uma forma muito envolvente. Acho que é uma ferramenta valiosa para a edificação de lares cristãos e o Senhor sabe o quanto precisamos disso nos dias de hoje.
Robert: Sim.
Nancy: Temos a Palavra de Deus, que é O recurso principal, mas esse livro é um guia prático sobre como aplicar os ensinamentos bíblicos no nosso dia a dia.
Robert: Você não sabia disso quando leu o livro, mas a palavra “construir” está ali de propósito. Sou apaixonado por construção. Amo construir. Quando vejo uma casa apenas na estrutura, com as vigas e as colunas expostas, fico admirado. Digo: “Que coisa linda!” Isso faz parte de quem eu sou — e agora você sabe disso. Amo construir coisas em casa, olhar para o que precisa ser consertado e trabalhar nisso.
E a imagem que tenho é a de um pai e uma mãe parados lado a lado, na frente de uma caminhonete, desenrolando o projeto da casa que estão construindo. E o projeto é bem detalhado. Ele mostra a elevação, ou seja, como a casa ficará quando estiver pronta. Mas, ao virar a página, aparecem as plantas dos andares, um de cada vez.
E eles descobrem que quando você constrói a parte de dentro, ao final, ao olhar para ela pronta, você vê exatamente o que esperava e orava para que ela fosse. E é isso.
Nancy: Quando seguimos o plano.
Robert: Sim. Quando seguimos o plano. Exatamente. Você não está construindo um foguete. Dá para ser executado.
Nancy: E, ainda assim, para muitas pessoas, não parece possível, porque quantas pessoas que conhecemos nunca viram como é, de fato, um lar cristão?
Robert: Muitas.
Nancy: Elas não fazem ideia de como edificá-lo. Enquanto tentam fazer o casamento funcionar, criar os filhos da melhor forma, ainda precisam lidar com a influência da cultura, que os bombardeia de todos os lados, empurrando as suas mentiras e formas erradas de pensar.
Robert: É isso mesmo.
Nancy: É difícil! Acho que muita gente pensa: “Não tem como eu edificar um lar cristão de verdade”.
Robert: É trabalho duro, mas fica menos difícil quando se tem um plano. Imagina estar perdida em uma cidade, com um GPS que não funciona. É um tipo diferente de dificuldade, né? Mas quando falamos de construir um lar cristão, a gente fala de um trabalho duro com um plano e passos específicos que você pode seguir para buscar fazer o que é correto.
O livro é bem humorado, não é pesado ou cansativo. Mas exige disciplina. Exige negar a si mesma. Exige humildade e um coração ensinável.
E o papel que o marido desempenha na vida da esposa, e a esposa na vida do marido, é essencial. Sei que estamos falando também para mães e pais solteiros — sei que vocês são muitos. Se você está ouvindo agora e pensando: “Puxa vida, como seria bom ter um marido ou uma esposa em casa” — a minha oração é que este livro te mostre muitas coisas valiosas que você pode fazer mesmo sendo pai ou mãe solteiros.
É um plano para edificar um lar que honra a Deus e que, ao mesmo tempo, seja um lugar gostoso de viver. Quem não gostaria de ter isso? No livro uso a imagem do “papel pega mosca”. Acredite se quiser, meus avós penduravam um desses acima da mesa de jantar na fazenda deles, na Pensilvânia. Era normal para a gente!
E queremos que nossos lares sejam assim — lugares que atraiam as pessoas e as deixe com vontade de ficar. Que mesmo sem saber o motivo elas perguntem: “Eu amaria ter um lugar desses na minha vida. Como vocês fazem isso?” Então, o livro é um guia para ajudar essas pessoas.
Nancy: É como se você estivesse pegando as pessoas pela mão e dizendo: “Olha, essa pessoa aqui é experiente, é uma veterana — ela não é perfeita — mas já percorreu esse caminho com outras pessoas e tem sabedoria e experiência”. E, conforme eu lia o livro, percebi o quanto daquilo tinha vindo dos seus pais e da sabedoria que Deus colocou no coração deles quando eles mesmos estavam construindo o próprio lar.
Robert: Sim, exatamente. Temos isso em comum, Nancy. Todas as manhãs, meu pai se ajoelhava para orar. Ele não orava em voz alta para que ouvíssemos as palavras, mas o som grave da sua voz ecoava pela casa. A gente conseguia ouvir, literalmente. Eu cresci tendo plena consciência de que o meu pai sabia que não era capaz de ser um grande pai, um grande marido e um seguidor fiel de Cristo sem o poder do Espírito Santo. Então, esse foi um grande modelo para mim.
Quando você é criança, o ambiente em que você cresce é o seu “normal”. Você não sabe que as outras pessoas não vivem do mesmo jeito. E daí você percebe, um dia, que poucas pessoas tiveram a mesma experiência.
Mas, desde cedo, eu sabia que os meus pais amavam a Cristo e nos amavam. Eles eram transparentes com os seus erros. Eram rápidos em se arrepender e nos pedir perdão. E isso nos deu um modelo para seguirmos quando a nossa vez de nos arrepender e pedir perdão chegasse.
Eu não precisei quebrar um ciclo. Mas sei que muitas das nossas ouvintes, muitas das nossas amigas que estão nos ouvindo agora, precisam quebrar ciclos. E a minha oração é que este livro seja um guia para ajudá-las a fazer exatamente isso.
Nancy: E a boa notícia do Evangelho é que Deus é um Deus redentor, que está fazendo novas todas as coisas.
Robert: Isso mesmo.
Nancy: Meus pais foram “quebradores de ciclos”. Eles não cresceram em lares cristãos e não tinham todas as instruções, os cursos, as conferências, os livros e os recursos disponíveis quando começaram sua família, como temos hoje. Mas eles tinham o Senhor. Eles tinham Sua Palavra. Eu me lembro do meu pai começando todos os dias de joelhos, buscando ao Senhor. Não sei quantas almofadas para joelhos ele desgastou ao longo dos anos, porque todos os dias ele começava assim — na Palavra e de joelhos.
E agora sou casada com um homem que faz exatamente a mesma coisa e isso é uma grande alegria para mim. Você é uma pessoa que acorda cedo — e eu nem tanto (risos). Mas, de vez em quando, quando desço, encontro você ali, de joelhos, diante do Trono, como você costuma dizer, depois de ter passado tempo na Palavra. E isso enche o meu coração de alegria e me dá segurança. De novo, não estamos construindo um negócio complexo como um foguete. É simplesmente reconhecer a nossa necessidade do Senhor.
E isso é algo que qualquer pessoa, em qualquer família, em qualquer situação, pode fazer — começar a buscar ao Senhor e dizer: “Senhor, não consigo fazer isso sozinha”.
Nancy/Robert: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam” (Sl 127.1).
Robert: Exatamente. Na verdade, na nossa noite de núpcias você me deu uma almofada para os meus joelhos. Como seu marido recém-casado, eu sabia o quanto isso era importante para você.
Nancy: Uma para você e uma para mim.
Robert: Uma para cada um.
Nancy: E foi assim que começamos nosso casamento: de joelhos, juntos. Primeiro de manhã e depois à noite — unindo nossos corações diante do Senhor.
É incrível que as opiniões, as perspectivas e as personalidades diferentes. . . e até as nossas manias — e, nessa altura da vida, já temos algumas manias, pelo menos eu tenho.
Robert: Nós temos. Eu também tenho.
Nancy: Mas o Senhor funde os nossos corações em um só quando nos humilhamos diante do trono da graça. É ali que encontramos a graça e a misericórdia que precisamos. No trono da graça.
Robert: Isso mesmo. Quando estamos de joelhos, estamos dizendo: “Senhor Jesus, eu não consigo fazer nada disso. Sou incapaz. Sem o poder do Espírito Santo, sem a Tua presença em mim, nada disso é possível”.
Além de apresentarmos os nossos pedidos, derramamos diante dele a nossa necessidade de um Salvador, dia após dia. E esse é o melhor lugar para fazer isso. Por toda a Bíblia, vemos pessoas se ajoelhando na presença da santidade. E somos nós — marido e mulher, lado a lado, de joelhos, dizendo: “Senhor Jesus, nós não conseguimos, então confessamos isso a Ti. E também confessamos um ao outro”.
Uma das bênçãos de orarmos juntos — e sei que não é exatamente sobre isso que estamos falando agora — mas é que, ao orarmos, eu ouço você confessando suas fraquezas ao Pai, e você me ouve confessando as minhas. Estamos falando com Ele, mas ao mesmo tempo, ouvimos um ao outro reconhecendo nossa dependência dele. Isso nos dá uma oportunidade incrível de nos amarmos mais profundamente, porque nos ajoelhamos juntos diante da cruz. Ali, tudo fica nivelado.
E, como você disse, as máscaras caem. As diferenças, as manias e todo o resto perde a importância quando estamos juntos diante do Pai, de joelhos.
Nancy: É interessante para mim, amor, que você chame o lar de “o lugar mais importante da terra”. Uma das coisas que você enfatiza na sua vida e também neste livro é que precisamos tratar as pessoas dentro do nosso lar como se fossem hóspedes de honra, como se fossem realmente importantes.
Robert: Exatamente.
Nancy: E existem formas práticas de fazer isso. Você fala sobre a importância de como nos cumprimentamos quando chegamos em casa e até como falamos ao telefone uns com os outros.
Robert: Sim. No livro, conto sobre a minha primeira experiência trabalhando em uma loja. Antes disso, eu entregava jornais — foi o primeiro trabalho que consegui, e comecei ainda na terceira série. Agora, a Missy e a Julie podem contar essa história melhor do que eu (risos). Elas diriam: “Lá vem ele de novo com essa história!” Porque elas já a ouviram várias vezes — como eu me arrastava até a escola com a neve até os meus joelhos. (risos)
Tive o meu primeiro trabalho na terceira série, entregando jornais. Anos mais tarde, no primeiro ano do ensino médio, consegui o meu primeiro trabalho de verdade, em uma loja. A porta tinha um sensor eletrônico que fazia um “bip” sempre que um cliente entrava. E, naquele momento, a gente “ganhava vida”. Eu amava aquele ambiente, porque aqueles clientes eram as pessoas mais importantes para o nosso negócio naquele dia. Queríamos saber se podíamos ajudá-los. E quando dizíamos: “Precisa de ajuda com alguma coisa?” a gente falava sério. Amávamos aquilo.
Essa imagem veio à minha mente quando pensei sobre o que acontece quando chegamos em casa. O que acontece quando você entra na sua casa? O que acontece quando alguém entra na sua casa? Existe um bip invisível que diz: “Alguém importante chegou!”? Pode ser um filho. Pode ser um dos amigos dele.
Mas, por causa das distrações — e não estou aqui para dar uma palestra, prometo — por causa das distrações eletrônicas, às vezes, você entra em casa, ou talvez eu entre na sua casa, e ninguém olha para a gente. Todo mundo está de olho no iPhone, no iPad, nas telas de computador, e nem percebem que alguém chegou.
A imagem que apresento é a seguinte: imagine que você chega em casa e encontra um carro esportivo importado novinho em folha estacionado na sua garagem. Você não esperava por isso. Não sabe de onde veio. Mas agora é seu. Qual seria a sua reação?
Ou imagine chegar em casa e ver que alguém trocou todos os seus móveis velhos por novos — lindos, do jeitinho que você sempre sonhou, como se tivessem sido feitos sob medida para você. Como você reagiria? Você ficaria em êxtase! Daria pulos de alegria e diria: “Isso é incrível! Como isso aconteceu?”
Agora pense: você entra em casa, e lá estão as pessoas mais importantes da sua vida — as pessoas pelas quais você daria a sua vida. E, às vezes, a gente meio que se ignora. Solta um “Como foi o seu dia?” meia-boca e responde um “Foi bom” chocho. E pronto. Fim de conversa.
Aquele bipizinho eletrônico da loja me ensinou a prestar atenção em como eu recebo as pessoas que entram na minha casa. Como eu as trato?
Nancy: Começando pela sua própria família.
Robert: Começando pela minha família, exatamente. Com certeza!
Nancy: Enquanto você falava, fiquei pensando em como, todas as manhãs, quando eu desço as escadas para o seu escritório, você pode estar concentrado no seu notebook, no trabalho ou no que quer que esteja fazendo naquele momento, mas assim que ouve meus passos, você “ganha vida”. Isso aconteceu hoje de manhã. Você se levantou da cadeira, veio me abraçar. . . Bem, não vou contar tudo (risos). Mas você foi super atencioso, perguntou: “Como está a minha preciosa esposa? Como você dormiu?” Você está sempre atento.
E penso em como é fácil, quando convivemos com alguém todos os dias, começarmos a ignorar essa pessoa. Às vezes, tratamos um convidado que entra na nossa casa com mais cortesia, mais atenção, mais carinho e entusiasmo do que tratamos aqueles que vivem conosco.
Robert: Pois é. . . Às vezes, tratamos a visita melhor do que os nossos próprios filhos ou o nosso cônjuge. A gente pode pensar: “Ah, mas eles sabem que eu os amo, né? Não preciso demonstrar o tempo todo”. Oras, por que não tentar?
Nancy: Eu já vi como você trata as suas filhas quando liga para elas ou quando elas ligam para você. Elas são muito expressivas.
Robert: São mesmo.
Nancy: E você também é. Vocês se falam o tempo todo.
Robert: Sim, a gente se fala bastante.
Nancy: Mas sempre com muita animação! Eu nem consigo imitar direito, mas é tão bonito. Você fica tão feliz ao ouvir a voz delas, e elas ficam tão felizes ao ouvir a sua. Vocês dizem o tempo todo o quanto se amam. E você faz a mesma coisa quando fala comigo ao telefone. Você pode ter acabado de sair de casa há dois minutos e, se eu ligo para perguntar algo simples. . .
Robert: Ou para me avisar que a minha pasta ficou na cozinha (risos).
Nancy: E mesmo assim, você atende com um “Ô, meu amor!”. E essa expressividade. . . Eu me casei aos 57 anos. Vivi todos aqueles anos como solteira, e agora percebo como esses pequenos gestos são fundamentais para criar um ambiente onde o casamento e o lar possam florescer.
Robert: Sim. Algumas pessoas podem dizer: “Ah, mas isso é natural para algumas pessoas, mas não para outras”. Acho que o meu desafio seria: “Porque essa atitude é tão poderosa, porque a mensagem que você transmite ao demonstrar alegria ao ver ou ouvir alguém todas as manhãs — por causa do poder e da alegria que isso tudo gera no coração das pessoas, aprenda a fazer isso”.
Não precisa ser algo nato. Você pode aprender. E, com o tempo, fazer isso se tornará a própria recompensa. Você vai dizer para si mesma: “Uau, que coisa gostosa. Vou continuar fazendo isso”.
Algumas pessoas dizem: “Ah, mas não é da minha natureza ser assim”. Tudo bem, vamos supor que isso seja verdade.
Nancy: Bem, não é da minha natureza ser assim.
Robert: Mas aprenda.
Nancy: E estou aprendendo.
Robert: É uma fonte de alegria imensa. Acaba se tornando uma recompensa em si mesma.
Nancy: Sim. E também dissipa parte da negatividade que acaba se infiltrando em um relacionamento. Quanto mais tempo você passa com alguém, quanto mais próximos vocês são, mais você percebe os defeitos, as falhas, as manias um do outro. Eu sou editora, então meu instinto natural é notar o que precisa ser corrigido — um erro de digitação num livro, algo que precisa ser ajustado. Mas uma coisa que tenho aprendido e que tem me desafiado no nosso relacionamento é a importância de valorizar, celebrar, honrar e abençoar. E quando fazemos isso um pelo outro — e com a sua família, com a minha família — percebemos que aquelas pequenas coisas que poderiam nos irritar perdem a importância.
Robert: Aprendi isso de duas fontes inesperadas: a minha mãe e o meu cachorro. Lembro da minha mãe quando eu era pequeno e trazia para casa minhas pinturas em aquarela. . . Eu não sei se ainda fazem isso nas escolas hoje em dia. Você se lembra?
Nancy: Me lembro, sim.
Robert: A gente pintava com os dedos, quase sempre era uma paisagem subaquática, e o papel ficava todo enrugado depois de secar. Eu mostrava para minha mãe, e ela se ajoelhava para ficar na mesma altura que a minha. Para ela, aquilo era a coisa mais linda do mundo! Ela me abraçava e comemorava comigo.
O segundo professor foi o meu cachorro. (risos) É verdade! Eu saía para pegar as correspondências e ficava fora por 45 segundos. . . ou então fazia uma viagem de trabalho de quatro dias. E, quando eu voltava, ele me recebia do mesmo jeito — pulando de alegria. E sabe como chamamos os cachorros? “O melhor amigo do homem”.
E eu via aquele animalzinho altruísta, pulando nas patas traseiras, feliz por me ver. Alguém pode dizer: “Ah, mas você é um adulto, tem um negócio para administrar. Vamo lá, né? Vai cuidar de coisas mais importantes”.
Não. A alegria que aquele cachorro me dava ao me receber na porta era indescritível. Foi um grande exemplo para mim. Demonstrar carinho e entusiasmo ao ver alguém é uma decisão. E, Nancy, é interessante. . . Atribuímos valor às coisas de forma bem arbitrária.
Nancy: Sim.
Robert: O que você está dizendo é: “Isso aqui não é um bazar. Não vou colocar uma etiqueta de 25 centavos em você. Você é inestimável. Quando você desce as escadas de manhã, você é como uma joia rara, e isso tira meu fôlego — toda vez”. É uma decisão que eu tomo.
E adivinha? O meu coração segue a minha mente. Você é a pessoa mais importante daquela casa. E toda vez que eu te vejo pela primeira vez no dia, é uma experiência incrível — todas as vezes. O meu coração segue a minha mente. Eu tomei aquela decisão. Toda mudança de vida começa com uma decisão, e eu simplesmente decidi que você é a pessoa mais importante da minha vida.
Então, quando eu te vejo. . . é como ver o diamante Hope, como ver as Joias da Coroa Britânica. Eu fiz essa escolha, e isso se tornou real para mim. É por isso que eu ajo assim.
Nancy: Ser valorizada e celebrada dessa forma transforma a pessoa sendo amada.
Eu não sou uma pessoa muito matinal. Eu posso, facilmente, passar uma manhã inteira sem falar com ninguém e estar feliz assim. Eu sou meio eremita. Mas tem algo em cobrir sua esposa de palavras generosas, atenciosas e carinhosas logo cedo que me faz querer ser esse tipo de mulher — de estar satisfeita em ser sua melhor amiga para você não precisar mais do cachorro para fazer isso.
Robert: Exatamente! Eu ficaria muito feliz em trocar o cachorro por você. Sabe, no casamento acontece uma coisa interessante: alguém sempre precisa dar o primeiro passo. É raro que marido e esposa decidam, ao mesmo tempo, fazer algo assim. Alguém precisa começar.
Isso vale para os nossos cumprimentos matinais. Se aplica à resolução de conflitos. Alguém tem que ser humilde e dizer: “Quer saber? Foi tolice minha. Eu não devia ter dito aquilo”.
A verdade é que, na nossa natureza humana e pecaminosa, ficamos esperando que o outro vá primeiro. Queremos que a outra pessoa venha e diga: “Amor, me perdoe. Eu não deveria ter falado aquilo”. Por isso, a gente acaba esperando bastante tempo. Às vezes, conflitos duram muito mais do que deveriam.
A solução começa quando alguém decide: “Quer saber? Vou dar o primeiro passo”. Nesse caso, estamos falando de cumprimentar um ao outro de manhã. Para mim, isso é fácil. Mas quando tem um desentendimento, e eu fico pensando “Você errou comigo. Você disse algo errado. Você agiu errado — na minha opinião”. Na minha humanidade, eu preferiria que você fosse a primeira a tomar a iniciativa e dizer: “Robert, aquilo que eu disse não foi certo”. Mas adivinha? Você pode não concordar. Então, eu preciso tomar a iniciativa.
Eu preciso dar o primeiro passo. Eu digo: “Nancy, precisamos conversar. Quero muito compartilhar o que está no meu coração”. Raramente, em qualquer relacionamento (e com certeza no nosso casamento), alguém se arrepende de ter tomado a iniciativa. As pessoas apreciam a transparência. As pessoas amam receber quem se aproxima delas com humildade e arrependimento.
Nancy: A humildade gera humildade.
Robert: Essa é a mais pura verdade.
Nancy: Algo que já conversamos é sobre “correr para a cruz” — ver quem consegue chegar lá primeiro.
Robert: Exato.
Nancy: Você é incrível nisso! Você toma a iniciativa nos elogios, na oração, na humildade, em buscar perdão, em servir e em honrar. Isso me motiva muito como esposa. Mas sei que estamos falando para muitas mulheres que pensam: “Meu marido não toma iniciativa assim”. E aí entra o papel da esposa. Como é inspirador para um homem — para um marido, um pai, um filho — quando há uma mulher em casa que assume essa postura!
Robert: E não tem nada de errado em explicar para o seu marido o que você está fazendo. Não espere que ele descubra sozinho. Ou seja, diga algo como: “Amor, precisamos conversar, mas eu quero tomar a iniciativa. Quero te contar o que está no meu coração. Quero admitir onde acho que errei. Quero que você saiba disso antes de qualquer coisa. Não vou esperar que você venha até mim”.
Acho que, às vezes, as mulheres têm fé demais de que seus maridos consigam perceber as coisas sozinhos.
Nancy: A gente espera que vocês leiam as nossas mentes.
Robert: É verdade! E eu não conheço um único homem que seja bom nisso. Então nos ajude. Me ajude a te ajudar. Me ajude a enxergar o que você está vendo. Me ajude a ouvir o que você está ouvindo. Me ajude a pensar o que você está pensando.
Se você me guiar e me contar o que está sentindo e fazendo, isso me ajudará a fazer o mesmo. O casamento parece muito com uma dança. Uma noite dessas, estava tocando uma música bem legal, então nos levantamos e começamos a dançar na sala. Nenhum de nós sabe dançar! (risos)
Nancy: Com certeza, não seria algo para gravar em vídeo!
Robert: Exato! Mas fomos observando um ao outro. . . dando um passo, depois outro. . . olhando para os nossos pés e pensando: “Ah, é aí que você vai colocar o pé?” É uma metáfora para a vida, dia após dia. Vale para as coisas pequenas e as grandes.
No caso da Nancy, foram cinquenta e sete anos morando sozinha, sem ninguém fazendo algo na sua casa sem que você soubesse ou tivesse orientado. Agora, de repente, você tem alguém dividindo esse espaço com você. E ele tem ideias sobre o que fazer ou não fazer. . . como instalar uma prateleira ou reorganizar um armário.
Então, preciso saber o que você está pensando. Eu não consigo ler sua mente. E você faz isso tão bem! Às vezes, eu percebo só pelo seu olhar que você está pensando: “Humm. . . Podemos conversar sobre isso?” Daí paramos e conversamos. Porque a última coisa que eu gostaria de fazer é te surpreender com algo que você não queria.
Eu amo fazer surpresas. Amo antecipar as suas necessidades — é o que eu mais amo fazer. Gosto de te trazer um copo d’água antes mesmo de você pedir. Mas, se você não estiver com sede ou eu te trouxer uma Coca-Cola e você odiar Coca-Cola, não foi uma boa surpresa! Por isso, esse cuidado em ouvir um ao outro, em antecipar as necessidades um do outro, é o que torna o casamento tão especial. Eu sei que tudo isso é muito novo para você. Mas é algo que me deixa maravilhado.
Quando meus amigos me perguntam: “E aí, como vai indo?” — eles se inclinam para frente, com aquela expressão curiosa no rosto — e eu digo: "Está sendo incrível! A Nancy é incrível. Ela me acolheu na vida dela de uma forma que eu jamais poderia ter sonhado, jamais poderia ter antecipado”.
E agora, adivinha? Você e eu estamos construindo um lar cristão. Começamos do zero em 14 de novembro de 2015, e estamos construindo um lar cristão. E ele não se parece com nenhum outro lar no mundo. Porque nós somos os proprietários do nosso lar.
Estamos nos divertindo muito criando um novo conjunto de “normais”.
É uma família em um lar que nunca existiu antes. E, por isso, estamos inventando coisas novas, porque você é quem você é, e eu sou quem eu sou.
Estamos ouvindo um ao outro com atenção, orando juntos e pedindo ao Senhor que nos guie em caminhos que nunca percorremos antes — porque nunca fomos casados um com o outro antes. E tudo isso faz parte da alegria dessa jornada.
Raquel: Nancy e o seu marido, Robert Wolgemuth, têm conversado sobre o livro de Robert, O lugar mais importante da terra (ainda sem tradução para o português).
Mas mesmo quando colocamos nossa família como prioridade e buscamos o Senhor para guiar nosso lar, às vezes, a vida não acontece da maneira que esperávamos. Se você é mãe de um filho pródigo ou ama alguém que se afastou da família e da fé, você conhece essa dor.
Um número crescente de famílias tem vivenciado o sofrimento de ver alguém querido se desviando dos caminhos de Deus. O que fazer quando alguém que você ama resiste à autoridade do Senhor e, muitas vezes, acaba rejeitando o seu cuidado e influência como mãe, amiga ou parente próxima? Você pode orar. Temos um recurso especial para te ajudar a agir, de joelhos, buscando o Senhor por essa pessoa amada. É o nosso desafio de 30 dias chamado “Enquanto você espera pelo seu pródigo”. Você pode participar de forma gratuita, recebendo o conteúdo por e-mail diariamente acessando o link que deixaremos na transcrição deste episódio em nosso site avivanossoscoracoes.com.
Os parques de diversões fazem de tudo para que você se sinta especial ao entrar pelos portões. O seu lar é assim? Nancy e Robert Wolgemuth estarão de volta amanhã para te ajudar a tornar o seu lar um lugar onde todos se sintam valorizados — como num parque de diversões. Esperamos você no próximo episódio Aviva Nossos Corações!
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
Clique aqui para o original em inglês.