
Não te deixarei, nem te abandonarei
Raquel: À medida que nos aproximamos de um novo ano, Nancy DeMoss Wolgemuth nos lembra de uma verdade reconfortante.
Nancy DeMoss Wolgemuth: A presença de Deus nunca, jamais, deixa ou abandona o Seu povo. Não importa o que façamos, Deus nunca nos abandona. Sua presença está sempre conosco.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de O Céu reina, na voz de Renata Santos.
Quem sabe o que o futuro nos reserva? Apenas Deus. Mas não importa quais provas e obstáculos você encontre, você pode descansar confiante na direção de Deus, na presença dele ao seu lado.
O episódio que você está prestes a ouvir é uma prévia de uma futura série chamada As Maravilhas da Palavra. Se o Senhor não retornar até lá, ela será lançada em 2027. Nancy está planejando ensinar a Bíblia toda naquele ano. …
Raquel: À medida que nos aproximamos de um novo ano, Nancy DeMoss Wolgemuth nos lembra de uma verdade reconfortante.
Nancy DeMoss Wolgemuth: A presença de Deus nunca, jamais, deixa ou abandona o Seu povo. Não importa o que façamos, Deus nunca nos abandona. Sua presença está sempre conosco.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de O Céu reina, na voz de Renata Santos.
Quem sabe o que o futuro nos reserva? Apenas Deus. Mas não importa quais provas e obstáculos você encontre, você pode descansar confiante na direção de Deus, na presença dele ao seu lado.
O episódio que você está prestes a ouvir é uma prévia de uma futura série chamada As Maravilhas da Palavra. Se o Senhor não retornar até lá, ela será lançada em 2027. Nancy está planejando ensinar a Bíblia toda naquele ano. Neste momento, ela está ocupada estudando e preparando esse enorme projeto.
A mensagem de hoje vem do livro de Números. Vamos ouvi-la e ser encorajadas pela Palavra de Deus!
Nancy: Às vezes, quando chegamos a essas partes do Antigo Testamento, sentimos que estamos nos arrastando. É um território difícil. Uma prática que tem sido útil para mim, e que tenho adotado com mais frequência agora que estou ensinando a Bíblia toda, é ouvir a Bíblia em áudio.
Às vezes, ouço à noite um pouco antes de dormir, às vezes durante a noite, se estou com dificuldade para dormir, ou mesmo nesta manhã, quando acordei para gravar. Enquanto me preparava, abri o aplicativo no meu celular e comecei a ouvir um pouco do que estamos prestes a falar.
Percebo que ouço coisas que não havia percebido antes enquanto lia o texto. Então, essa é outra maneira de “ler” a Bíblia — ouvindo-a. E existem tantas vozes maravilhosas disponíveis, sem falar nos diferentes idiomas dentre os quais você pode escolher. É um hábito que tem sido muito útil para mim.
Hoje, quero compartilhar com você uma palavra de encorajamento agora que chegamos em Números 6–10.
Os israelitas haviam estado no Monte Sinai há quase um ano. Eles estavam se preparando para seguir em direção à Terra Prometida. Num primeiro momento, vou fazer um apanhado geral desses capítulos e apresentar algumas lições-chave. Depois, vou dedicar o restante do nosso tempo a duas passagens desta seção.
Se possível, quero te encorajar a acompanhar as leituras na sua Bíblia, seja no celular ou na Bíblia de papel. Se você estiver dirigindo ou ocupada com alguma tarefa e só puder ouvir, ótimo.
Mas acho que você vai aproveitar ainda mais se conseguir acompanhar na sua Bíblia, fazer marcações e anotações, escrever perguntas e interagir com o texto o máximo que puder.
Então, começamos com o capítulo 6. Enquanto lemos esse capítulo, gostaria de sugerir que você destacasse algumas palavras. Na minha tradução (Nova Almeida Atualizada), elas são “consagrar” (e derivados), “consagração”, “nazireu” e “nazireado”. Essas palavras aparecem, juntas, vinte e três vezes em apenas vinte e um versículos neste capítulo. Veja o versículo 2.
Quando alguém, seja homem seja mulher, fizer voto especial, o voto de nazireu, a fim de consagrar-se ao Senhor. . .
Essa é a primeira vez que essas palavras aparecem. Destaque-as com um marca-textos, sublinhe-as ou circule-as. Você vai ver esse conceito de consagração. E, na verdade, a palavra “nazireu” vem de um termo hebraico que significa “ser separado, ser consagrado”.
Veja, esse voto especial de nazireu não era apenas para levitas, sacerdotes e pessoas que faziam parte do ministério em tempo integral. Era um voto que qualquer homem ou mulher que quisesse expressar total devoção e dedicação ao Senhor poderia fazer. Era um voto que exigia, por um certo período de tempo, formas específicas de autonegação, separação do mundo, entrega total a Deus e uma demonstração pública de pertencimento a Ele.
Nós, agora, não temos esse voto. Como crentes do Novo Testamento, não somos encorajadas a fazer esse voto específico. Ele era reservado aos israelitas da Antiga Aliança. Mas existe um paralelo no Novo Testamento que nos mostra que essa forma de pensar deve ser um estilo de vida para os crentes do Novo Testamento.
Encontramos isso em uma passagem que você, provavelmente, conhece: Romanos capítulo 12, a partir do versículo 1.
Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus, peço que ofereçam o seu corpo como sacrifício vivo, santo [separado] e agradável a Deus. Este é o culto racional de vocês. E não vivam conforme os padrões deste mundo, mas deixem que Deus os transforme pela renovação da mente. (vv. 1–2)
Então, ao ler essa passagem em Romanos, pense no voto de Nazireu em Números 6. As sementes já estavam sendo plantadas para demonstrar que aqueles que seguem a Deus devem viver vidas separadas do mundo e consagradas a Deus, vidas diferentes das do mundo. Essa forma de viver não se destina a algumas pessoas apenas, mas a todos que seguem a Jesus Cristo.
Agora, chegamos ao capítulo 7. Novamente, vamos fazer um apanhado geral e tirar uma breve lição desta passagem.
No dia em que o tabernáculo foi, de fato, levantado pela primeira vez ali no Monte Sinai, após um longo período de instruções para a preparação e fabricação de cortinas, peças de mobília e etc, os líderes representantes das doze tribos de Israel trouxeram ofertas e as apresentaram aos levitas.
O versículo 5 do capítulo 7 diz que essas ofertas seriam “destinadas ao serviço da tenda do encontro”.
O que eles trouxeram? Primeiro, trouxeram carros e bois que seriam usados para transportar o tabernáculo pelo deserto. Depois, trouxeram itens específicos que seriam usados no culto no tabernáculo.
Todos os dias, durante doze dias, o líder de uma tribo diferente trazia uma oferta e a apresentava no altar. E, em todos os doze dias, esses doze líderes diferentes trouxeram a mesma oferta; exatamente a mesma coisa.
A Escritura não apresenta apenas um relato geral. Ela não diz simplesmente que, no primeiro dia, o líder tal trouxe x e y, e que, no dia seguinte, o próximo líder trouxe a mesma coisa e assim sucessivamente. Ela repete exatamente a mesma descrição para cada um dos líderes. O que eles trouxeram?
- Um prato de prata e uma bacia de prata para oferta de cereais.
- Um recipiente de ouro cheio de incenso.
- E um total de vinte e um animais para ofertas específicas: bois, um novilho, cordeiros, carneiros e bodes.
Essa é uma lista bem resumida. Mas, se você ler o capítulo todo, vai vê-la não apenas uma vez, mas doze vezes. Ele é o terceiro capítulo mais longo da Bíblia e extremamente repetitivo. Você pode ler um capítulo como este e pensar: Por que Deus se deu ao trabalho de repetir todos esses detalhes? Minha Bíblia já é pesada o suficiente; já tem versículos o bastante. Por que repetir tudo isso?
Bem, eu não posso responder pelas motivações de Deus, mas sei que esse é um lembrete de que a adoração não é apenas para algumas pessoas espirituais. Não é só para levitas e sacerdotes. É para todo o povo de Deus. E a generosidade para com a obra de Deus não é só para os ricos. Deus convida e espera que cada tribo, cada família, cada pessoa participe dessa oferta.
Eu amo o fato de que cada oferta era importante para Deus e que Ele registra as ofertas de Seu povo. Eu não sei se Moisés e Arão, caso estivessem escrevendo este livro sem a inspiração do Espírito Santo, teriam dedicado tempo para detalhar todas essas informações. Eu provavelmente não teria feito isso. Mas Deus mantém um registro das ofertas de Seu povo. E Ele julgou ser certo inspirar esse relato detalhado de cada uma das ofertas trazidas.
Isso me faz pensar: E se uma tribo não tivesse participado? Também me faz questionar: E se as ofertas de cada uma das pessoas e das famílias na sua ou na minha igreja fossem publicadas por escrito para todos verem? Haveria alguns nomes, famílias ou pessoas faltando? Ou todos estariam inclusos? Veja, Deus chama todas nós para contribuir com o trabalho do Seu reino.
Esse foi o capítulo 7. No capítulo 8, os levitas foram escolhidos por Deus para servir no tabernáculo e agora estavam sendo oficialmente consagrados para o seu trabalho, o qual consistia em duas partes.
Primeiramente, eles seriam cerimonialmente purificados ou lavados. E, em segundo lugar, seriam apresentados como oferta diante do Senhor. Purificados e depois apresentados. Daí, o versículo 22 do capítulo 8 nos diz: “Depois disso…” Depois do quê? Depois de serem purificados, depois de serem apresentados como oferta.
Depois disso, chegaram os levitas, para fazerem o seu serviço na tenda do encontro.
Lembre-se que, nesses capítulos, vimos que os levitas tinham tarefas que, em sua grande maioria, eram bastante simples. Os sacerdotes eram responsáveis pelas ofertas e sacrifícios, mas os levitas faziam o trabalho mais comum. Eles carregavam coisas, limpavam coisas, moviam coisas, embalavam coisas — coisas, coisas, coisas. Mas aquele era um chamado santo e eles precisavam estar preparados para servir ao seu santo Deus.
Tenho uma placa na parede do meu escritório que diz, “Eis aqui a serva do Senhor”, um trecho retirado de Lucas 1. É um lembrete importante.
Antes de executarmos qualquer trabalho ou tarefa que Deus tenha nos dado, devemos lembrar que, primeiro, precisamos ter nossos corações lavados por Sua Palavra e nossas vidas oferecidas a Ele. Assim, quando fizermos qualquer trabalho comum e cotidiano, que todas nós precisamos fazer, ele se tornará santo e aceitável a Deus e uma bênção para outras pessoas.
Esse foi o capítulo 8. Agora, chegamos ao capítulo 9 de Números, no qual os israelitas observam a segunda Páscoa. A primeira Páscoa havia acontecido um ano antes, na noite anterior ao êxodo do Egito. Vemos neste capítulo um pequeno ponto que eu quero destacar, mais uma visão da graça de Deus.
No versículo 14, vemos que foi feita uma provisão para os não israelitas que viviam entre o povo de Israel, para que eles também pudessem observar a Páscoa. Acredito que isso prenuncia como a graça de Deus um dia alcançaria não somente os judeus, mas também os gentios, através de Cristo.
Então, essa foi uma passada rápida pelos capítulos 6, 7, 8 e 9. Agora, vou me concentrar em duas passagens dessa seção que acho que são especialmente significativas. Vamos, por assim dizer, estacionar aqui por um pouco mais de tempo. Primeiro, em Números capítulo 6, começando no versículo 22, temos a bênção sacerdotal pronunciada sobre o povo de Deus. Às vezes, ela é chamada de bênção araônica, porque Arão, o primeiro sumo sacerdote, foi quem recebeu a instrução para outorgar essa bênção. Lemos no versículo 22:
E falou o Senhor a Moisés, dizendo: “Fala a Arão, e a seus filhos dizendo: ‘Assim abençoareis os filhos de Israel, dizendo-lhes:
‘O Senhor te abençoe e te guarde;
O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti;
O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.’
Assim porão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei”. (vv. 22–27, ACF)
Primeiro de tudo, Deus disse aos sacerdotes: “Vocês devem abençoar o povo. E, então, Eu abençoarei o povo”. E sabemos que os israelitas enfrentariam uma infinidade de dificuldades durante toda a sua jornada pelo deserto e até mesmo depois de chegarem a Canaã.
Eles não poderiam sobreviver àquela jornada sem a proteção de Deus, Sua provisão e Sua presença. Você consegue imaginar como essa bênção trouxe encorajamento e esperança para eles enquanto enfrentavam aqueles dias difíceis?
Perceba que essa bênção foi iniciada por Deus, embora os sacerdotes fossem os responsáveis por pronunciá-la. Ele diz: “O Senhor os abençoe”.
Aprendemos que Deus é a fonte última, o fundamento de todas as bênçãos. Ele deseja abençoar o Seu povo — lembre-se disso. E vemos que essa bênção fluiu de Deus, para Seu povo, por intermédio dos sacerdotes. Então, quando os sacerdotes abençoavam o povo, estavam agindo como canais, como instrumentos da bênção de Deus.
A Escritura nos ensina que os crentes são sacerdotes de Deus e um dos maiores presentes que podemos dar aos nossos cônjuges, filhos, amigos, vizinhos, colegas de trabalho — um dos maiores presentes que podemos oferecer a eles é a bênção de Deus, à medida que recebemos a bênção de Deus nos tornamos um canal que transmite essa bênção a eles.
Perceba também que essa bênção destinava-se a todo o povo de Deus. Deus diz: “Abençoem os israelitas e Eu os abençoarei”. Está no plural, mas também há uma bênção pessoal para cada indivíduo dessa comunidade.
Primeiro, a bênção coletiva, “abençoareis os filhos de Israel” e depois vem a bênção individual, porque os pronomes nos versículos 24 a 26 estão no singular. “O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti”.
Então, temos a bênção coletiva destinada à comunidade toda e, em seguida, temos essa bênção muito pessoal. Quando colocamos isso sob a perspectiva do Novo Testamento, somos lembradas de que Deus quer abençoar a Sua Igreja, em todo o mundo, mas também quer abençoar você e a mim. Ele sabe quem você é; Ele sabe de qual bênção você precisa.
Perceba que, nesta bênção, em nenhum momento há a promessa de uma vida livre de dores, com saúde, conforto ou comodidade. As bênçãos pronunciadas aqui são de natureza muito mais essenciais.
Se você tem as coisas mencionadas nesta bênção, você pode considerar-se abençoada e contente, mesmo na ausência de outras bênçãos temporais que você pudesse desejar ter. Vamos, então, nos debruçar sobre as bênçãos prometidas nesta passagem em Números 6.
Primeiro de tudo, a bênção da proteção. “O Senhor te abençoe e te guarde”. A palavra “guardar” significa “manter seguro, guardar, preservar, cercar, velar por”. Aprendemos que Deus protege Seu povo do mal, do maligno e de todo inimigo que tente prejudicar a nossa aliança com Ele.
O Senhor é o protetor. Ele é o guardião do Seu povo. Ele não apenas protege, Ele é o nosso protetor. Ele está sempre atento. Ele está sempre de prontidão. O Salmo 121 nos diz:
É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel. (v. 4)
Ele nunca abaixa a guarda.
O Senhor guardará a sua saída e a sua entrada, desde agora e para sempre. (v. 8)
Ele está sempre vigiando, sempre protegendo, sempre cuidando. Você se lembra de como Jesus orou pelos Seus discípulos em João 17?
Pai santo, guarda-os em teu nome . . . peço que. . . os guardes do mal. (vv. 11, 15)
E 1 Pedro 1:
Vocês . . . são guardados [protegidos, mantidos] pelo poder de Deus. (v. 5)
Então, uma das bênçãos outorgadas é a bênção da proteção — “O Senhor te abençoe e te guarde”. Em seguida, outorga-se a bênção relativa à presença de Deus. Versículo 25: “O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti”. O “rosto”, como é usado aqui, tem a ver com a aparência ou a presença de alguém. Na verdade, você encontra a mesma palavra hebraica em Gênesis 3, que diz:
O homem e a sua mulher se esconderam da presença do Senhor Deus. (v. 8)
Ou eles se esconderam da face de Deus. Quando você vê o rosto de alguém, você sabe que essa pessoa está presente. Ela sabe que você a viu. Ela pode ver você; você pode vê-la. Aqui, a bênção é: “O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti”. Que Ele te assegure da Sua presença. Não há maior bênção do que experimentar e desfrutar da presença de Deus.
Ao mesmo tempo, a face de Deus também pode ser aterrorizante. Pense no versículo 8 do Salmo 90:
Puseste as nossas iniquidades diante de ti e, sob a luz do teu rosto, os nossos pecados ocultos.
Quando a luz se acende, percebemos a escuridão. A luz da face de Deus brilha sobre nós através de Cristo, à medida que O vemos em Sua Palavra. A luz brilha em nosso interior e pensamos: “Nossa, tem alguma coisa aqui. Eu não tinha a menor ideia!” A luz revela pecados — isso pode ser aterrorizante. É por isso que precisamos da graça de Deus. E essa é a próxima bênção.
As bênçãos não se resumem à proteção de Deus, à Sua presença, ao Seu rosto, mas incluem também o perdão dos pecados. “O Senhor [. . .] tenha misericórdia de ti”.
Misericórdia é um favor imerecido que flui do amor de Deus, flui das promessas da Sua aliança para conosco, flui da Sua fidelidade — o perdão dos pecados.
Em seguida, temos outra bênção. O prazer de Deus. “O Senhor sobre ti levante o seu rosto.” Talvez sua tradução diga: “O Senhor volte para ti o seu rosto”. É o Senhor olhando para nós, mas não apenas olhando, mas se comprazendo de nós, com favor, mostrando graça para conosco.
Ele está atento a nós. Esta palavra traz a ideia de sentir prazer na pessoa para quem você está olhando. Assim como uma mãe sorri para o seu recém-nascido. Ela ama esse bebê; ela olha-o com prazer. Provérbios 16 diz isso no versículo 15 da seguinte maneira:
O semblante alegre do rei significa vida, e a sua bondade é como chuva fora de época.
Temos a promessa de que Deus, o Rei do universo, se agrada de Seu povo. Somos tão propensas a nos enclausurar e nos esconder atrás da vergonha, da culpa e do medo que nos esquecemos de que o Senhor se agrada dos Seus amados. Aqueles que foram perdoados e purificados pelo sangue de Jesus têm o Seu prazer.
Por fim, temos a quinta parte dessa bênção no versículo 26: “O Senhor [. . .] te dê paz”. Proteção, a presença de Deus, perdão dos pecados, o prazer de Deus e, por fim, a paz. Shalom é a palavra. Não é a paz que normalmente pensamos, ou seja, a ausência de tempestades ou problemas. Shalom é saúde espiritual, bem-estar, um coração tranquilo, contentamento — esse tipo de paz.
Shalom é o fruto de se estar em uma aliança com Deus. Shalom afeta todas as áreas das nossas vidas: nosso relacionamento com Deus, nosso relacionamento com o próximo e até mesmo nosso relacionamento com nossos inimigos.
As Escrituras dizem que Deus faz até mesmo os inimigos de um homem viverem em paz com ele. Pode haver shalom, bem-estar. Todo esse conjunto de paz, graça e favor é um fio condutor que perpassa toda a Escritura.
Pense em quantas saudações nas epístolas de Paulo ecoam essa bênção sacerdotal. Romanos 1, por exemplo:
Que a graça [o favor do Senhor] e a paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo estejam com vocês. (v. 7)
Você vê que essa bênção sacerdotal pronuncia a bênção de Cristo sobre Seu povo. Essa bênção é cumprida em Cristo, que é nosso grande Sumo Sacerdote, que veio para nos abençoar, que nos guarda, que nos concede graça, que resplandece o rosto da glória de Deus sobre nós. O Cristo que é o nosso Príncipe da Paz.
E sabe outra coisa que amo nessa benção? A bênção e as promessas de Números 6 nos dão um vislumbre da condição final do povo de Deus. Em Apocalipse, capítulo 22, versículo 3, lemos:
Nunca mais haverá qualquer maldição [apenas bênçãos] . . . seus servos . . . contemplarão a sua face, e na sua testa terão gravado o nome dele. (vv. 3–4)
Deus disse: “Essa bênção é como o Meu nome será colocado sobre o Meu povo”. E agora, em Apocalipse, diz que Seu nome estará em nossas testas.
Então já não haverá noite, e não precisarão de luz de lamparina, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles. (v. 5)
E que luz será essa? A luz do Seu rosto, a luz da Sua presença. Mas não precisamos esperar até lá para receber a bênção de Deus. Podemos tê-la agora.
Só que essa bênção não deve ficar parada em nós. Não somos abençoadas apenas para sermos abençoadas. Fomos abençoadas, e somos abençoadas, para sermos uma bênção para os outros.
Jesus, nosso sumo sacerdote, te abençoa e deseja que você, sacerdote como Ele, seja um canal de bênçãos para outras pessoas, para abençoá-las assim como você foi abençoada.
Então, esta é a bênção de Deus para os nossos corações e, através de nós, para outras pessoas: O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz. Essa é a bênção de Números 6.
Agora, vamos para Números capítulo 9. O povo de Deus em Israel tinha a bênção de Deus e agora eles, finalmente, estavam prontos para deixar o Monte Sinai e seguir em direção à Terra Prometida.
Eles nunca haviam passado por esse caminho antes. Não tinham a menor ideia de quais obstáculos, inimigos e problemas estariam à frente. Como saberiam por onde ir? Bem, Deus tomou providências para lidar com isso também. Veja o versículo 15 de Números capítulo 9.
No dia em que foi levantado o tabernáculo, a nuvem cobriu o tabernáculo [Lemos sobre isso em Êxodo. O que é essa nuvem? É a glória de Deus, a presença de Deus. A nuvem cobria o tabernáculo], a saber, a tenda do testemunho. E, à tarde, estava sobre o tabernáculo uma aparência de fogo até a manhã seguinte [Portanto, uma coluna de nuvem durante o dia, uma aparência de fogo durante a noite]. Assim acontecia sempre. (vv. 15–16)
Eu amo essa passagem. Ela nos lembra de que a presença de Deus nunca, jamais, deixa ou abandona o Seu povo. Não importa o que façamos, Deus nunca nos deixa. Sua presença está sempre conosco. Veja o versículo 17 de Números 9:
Quando a nuvem se erguia de sobre a tenda, os filhos de Israel se punham em marcha; e, no lugar onde a nuvem parava, aí os filhos de Israel acampavam. Segundo o mandado do Senhor, os filhos de Israel partiam e, segundo o mandado do Senhor, acampavam; por todo o tempo em que a nuvem pairava sobre o tabernáculo, permaneciam acampados. Quando a nuvem se detinha muitos dias sobre o tabernáculo, os filhos de Israel cumpriam a ordem do Senhor e não partiam. Se a nuvem se detinha sobre o tabernáculo por dois dias, ou um mês, ou por mais tempo, enquanto pairava sobre ele, os filhos de Israel permaneciam acampados e não se punham em marcha; mas, quando a nuvem se erguia, eles partiam. (vv. 17–19, 22)
Finalmente, havia chegado a hora de partir, depois de onze meses no Monte Sinai. Era hora de desmontar o acampamento e seguir em direção à Terra Prometida. Veja o capítulo 10, versículo 11:
No segundo ano, no segundo mês, aos vinte dias do mês, a nuvem se ergueu de sobre o tabernáculo da congregação.
Eles nunca haviam visto isso acontecer antes. É simplesmente incrível observá-los. Imagine o tamanho daquele acampamento com dois a três milhões de pessoas alojadas ao redor do tabernáculo. Então, tanto os que estavam perto quanto os que estavam longe olharam para o céu e viram a nuvem começar a se levantar. E o que eles fizeram? Leia o versículo 12:
Os filhos de Israel puseram-se em marcha, partindo do deserto do Sinai, jornada após jornada; e a nuvem repousou no deserto de Parã.
Veja, o Senhor não esperava que Seu povo descobrisse sozinho para onde ir. Ele estava sempre os acompanhando. Ele não parava de guiá-los; Ele os conduzia continuamente com Sua presença. E duas coisas simbolizam a Sua presença. Veja o versículo 33:
Assim, partiram do monte do Senhor e caminharam durante três dias.
Esta é a primeira vez que eles saíam do Sinai com a Arca da Aliança do Senhor. A presença do Senhor repousava sobre a Arca indo à frente durante aqueles três dias para procurar um lugar de descanso para eles. Deus é um pastor, Ele vai à frente para encontrar um lugar de descanso para Seu povo. Isso é simbolizado pela Arca. Versículo 34:
A nuvem do Senhor pairava sobre eles de dia, quando partiam do arraial.
Sempre que se moviam, a arca da presença do Senhor os acompanhava, a nuvem os acompanhava. Os israelitas nem mesmo cogitariam a possibilidade de partir sem Deus. Às vezes, isso significava esperar quando eles estavam ansiosos para seguir em frente.
E, às vezes, significava seguir em frente quando eles já estavam começando a se acomodar e sentiam-se cansados da mudança. Se você deseja estar junto da presença do Senhor, você precisa seguir a nuvem. Ficar sozinha lá naquele deserto não é uma boa ideia.
Sem a nuvem, sem a presença do Senhor, eles teriam se perdido. Eles teriam sido destruídos, arrasados e atacados pelos inimigos. Eles teriam sido destruídos pelos elementos e não teriam comida. Eles precisavam permanecer com a nuvem e a Arca. Esse é um lembrete de que somos impotentes sem a presença de Deus.
A presença de Deus conduz Seu povo a lugares de descanso. Ele dispersa os Seus inimigos e os faz fugir de Sua presença. A presença de Deus habita com Seu povo, até mesmo no deserto, e os acompanha por todo o deserto.
Quando estamos no deserto, procuramos direção. Tentamos descobrir como sair de um lugar para o outro, o que fazer a seguir. Às vezes, queremos ter sinais visíveis — como a nuvem, o fogo e a Arca para nos guiar. Mas eu te garanto, mesmo na ausência desses sinais, Deus continua guiando o Seu povo.
Vemos isso por toda a Bíblia. O Salmo 31 diz:
Tu és a minha rocha e a minha fortaleza; por causa do teu nome, tu me conduzirás e me guiarás. (v. 3)
Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, é luz para os meus caminhos. (Sl 119.105)
Ele nos guia por meio de Sua Palavra e de Seu Santo Espírito dentro de nós. O Novo Testamento fala sobre andar no Espírito, viver no Espírito, ser guiado pelo Espírito.
Esta semana, recebi uma mensagem de uma mulher que estava pedindo conselhos sobre um homem que estava interessado em casar-se com ela. Ambos são mais velhos e ela pedia sugestões sobre como Deus poderia estar guiando-a nessa situação.
Eu escrevi, dizendo: “Que o Senhor continue a guiar os seus passos com a nuvem e o fogo do Seu Espírito Santo”. É isso que Ele faz. Não podemos ver com os olhos da carne, mas Ele é tão real em nós.
O que você está enfrentando hoje que precisa da orientação de Deus? O Espírito Santo em você será a nuvem e o fogo para te guiar em cada passo, continuamente.
Na verdade, em Êxodo 40, bem no último versículo do livro, diz que a nuvem de dia e o fogo à noite guiavam o povo de Deus “em todas as suas jornadas”. Eu amo essa frase: em todas as suas jornadas.
Eles não tinham a menor ideia de quantas jornadas estavam por vir, como elas seriam e quais seriam as suas implicações — nós sabemos porque estamos lendo o livro de Números e vamos ler Deuteronômio.
Mas o mais importante: Deus sabia. Deus sabia e enviou a Sua presença para guiá-los em todas as suas jornadas.
É por isso que a compositora americana Fanny Crosby, em 1875, compôs o famoso hino, All the Way My Savior Leads Me (adaptado para o português como “Meu Senhor me guia sempre”).
E é por isso que William Williams compôs, em 1745, outro grande hino, muito popular nos Estados Unidos, Guide Me, O Thou Great Jehovah (adaptado para o português como “Jeová, sê nosso guia”).
Ele te guiará, se você permitir, mas você precisa fixar os olhos na Palavra dele. Você precisa manter o coração sensível e atento à orientação do Seu Santo Espírito, tanto por meio da Palavra quanto por meio do povo de Deus.
E assim, Senhor, oramos por Tua bênção, proteção e direção neste deserto. Oramos, Senhor, para que faças o Teu rosto brilhar sobre nós, sejas misericordioso para conosco, olhes com graça para nós e concedas paz ao Teu povo. Em nome de Jesus oramos, amém.
Raquel: Amém! Obrigada, Nancy.
Se você sente que está vagando pelo deserto da vida, é muito reconfortante lembrar que Deus está com você a cada passo da jornada.
O episódio de hoje foi um vislumbre do futuro. Se Deus quiser, começaremos a série de um ano chamada As Maravilhas da Palavra no início de 2027. Sei que ainda está longe, mas espero que você se junte a nós nessa jornada.
Conseguimos trazer ensinamentos que transformam vidas graças às doações das nossas ouvintes. Como um programa apoiado pela nossa audiência, dependemos de contribuições de parceiras como você. Por isso, pedimos seu apoio em oração, para que o Senhor nos ajude a continuar levando a Palavra dele às mulheres falantes de língua portuguesa e, se sentir o Senhor guiando seu coração, após ter honrado seus compromissos com sua igreja, junte-se a nós também nos apoiando financeiramente. Somos imensamente gratas pela sua generosidade!
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
Clique aqui para ler o original em inglês.