Dia 9: Um salmo de Natal
Raquel Anderson: Você acredita que Deus é bom e que está no controle? Aqui está Erin Davis.
Erin Davis: Quero te levar comigo até um café, alguns anos atrás. Eu estava aconselhando uma amiga da faculdade que tratava uma grande luta contra a ansiedade.
Ela não estava conseguindo ir às aulas, e mal conseguia manter os cuidados básicos. Então eu e outra amiga já tínhamos conversado bastante com ela, mas nada parecia surtir efeito. Até que eu perguntei: “Ei, você acredita que Deus é bom?”
Ela respondeu: “Acredito.”
Então eu perguntei: “Você acredita que Deus está no controle?”
E ela disse: “Na verdade. . . não muito.” E foi aí que eu entendi a raiz de tudo o que ela estava sentindo. Já pensou? Acreditar que existe um Deus no céu, que Ele tem todo o poder, que criou todas as coisas. . . mas …
Raquel Anderson: Você acredita que Deus é bom e que está no controle? Aqui está Erin Davis.
Erin Davis: Quero te levar comigo até um café, alguns anos atrás. Eu estava aconselhando uma amiga da faculdade que tratava uma grande luta contra a ansiedade.
Ela não estava conseguindo ir às aulas, e mal conseguia manter os cuidados básicos. Então eu e outra amiga já tínhamos conversado bastante com ela, mas nada parecia surtir efeito. Até que eu perguntei: “Ei, você acredita que Deus é bom?”
Ela respondeu: “Acredito.”
Então eu perguntei: “Você acredita que Deus está no controle?”
E ela disse: “Na verdade. . . não muito.” E foi aí que eu entendi a raiz de tudo o que ela estava sentindo. Já pensou? Acreditar que existe um Deus no céu, que Ele tem todo o poder, que criou todas as coisas. . . mas achar que, de alguma forma, agora tudo está fora do controle dele?
Raquel: Essa experiência marcou o início de uma jornada para Erin, onde ela passou a ver a bondade e a soberania de Deus como duas âncoras.
Erin: Para tentar ajudar melhor minha amiga, um dia eu pesquisei no Google: “Quando um barco precisa de duas âncoras?” Pode parecer estranho, mas eu tinha um pressentimento. E a resposta foi: em meio a uma tempestade. Porque, se você só tem uma âncora durante uma tempestade, o barco vai girar, girar, girar. . . Mas se você tem duas âncoras, elas se equilibram e mantêm o barco firme.
Raquel: Foi exatamente isso que Erin percebeu na vida da amiga. Ela acreditava que Deus era bom, mas não acreditava que Ele estava no controle. E isso a deixava girando como um barco em meio a uma tempestade.
Aqui no Aviva Nossos Corações, estamos refletindo nestes dias que antecedem o Natal, sobre a frase: “Nossa âncora segura” — e o que isso significa para você. Aqui está a resposta da Erin:
Erin: Pra mim, as âncoras (no plural) são: Deus é bom. A Bíblia diz que Ele é bom, e que Ele faz o bem. Ele não nos nega nenhum bem; essa é a essência de quem Ele é. Essa âncora já está bem firmada no meu coração.
E Ele também é soberano. Ele está no controle — nada escapa do olhar dele. Ninguém consegue manipulá-Lo. Nunca vai haver um “golpe” no céu que tire dele a autoridade. A âncora segura, Ele é a âncora segura. . . mesmo nas tempestades mais intensas. Quando eu ouço “nossa âncora segura”, eu logo penso: nossas âncoras seguram firme, e louvo a Deus por isso!
Raquel: Essa é a nossa verdadeira esperança: que não importa quão forte seja a tempestade, em meio às incertezas e dificuldades da vida, podemos nos agarrar em Jesus, nossa verdadeira âncora. E é essa a mensagem que o Aviva Nossos Corações quer compartilhar com mulheres ao redor do mundo.
Quando você contribui com o Aviva Nossos Corações, você está se unindo a nós para conduzir milhares de mulheres por águas turbulentas — e apontar todas elas para Cristo, a nossa âncora segura.
Ore ao Senhor e pergunte como Ele gostaria que você contribuísse com este ministério. Visite o nosso site para obter informações de como fazer uma doação, avivanossoscoracoes.com. Desde já, queremos dizer: somos profundamente gratas por seu apoio!
Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora do livro Mulheres atraentes adornadas por Cristo, na voz de Renata Santos.
Qual é a sua canção de Natal favorita? Eu amo músicas como “Maria, tu sabias?”, que me fazem refletir sobre aqueles dias preciosos em que Jesus veio ao mundo. Mas também gosto de celebrar com músicas como “Vinde, Cantai”
E Nancy DeMoss Wolgemuth está prestes a nos contar sobre um dos primeiros cânticos de Natal da história — escrito enquanto Jesus ainda era um bebê!
Estamos no episódio 9 da série Meus olhos já viram a Tua salvação. Se você perdeu algum dos episódios anteriores, acesse nosso site e confira todos eles. Aqui está Nancy:
Nancy DeMoss Wolgemuth: Hoje vamos meditar em um dos grandes hinos natalinos — um dos primeiros, na verdade — e também um dos grandes hinos da nossa fé.
Estamos estudando o capítulo 2 de Lucas, a história de Simeão, que entra no templo em Jerusalém. Ele é conduzido pelo Espírito Santo de Deus, exatamente no momento em que Maria e José trazem o menino Jesus para apresentá-Lo ao Senhor.
Naquele exato momento, Simeão entrou. Nos episódios anteriores, refletimos sobre os versículos 25 e 26 de Lucas 2, onde vimos que Simeão era um homem justo e piedoso. Ele aguardava a consolação de Israel, e o Espírito Santo havia revelado a ele que não morreria antes de ver o Messias com os próprios olhos.
No versículo 27, lemos que Simeão entrou no templo exatamente quando Maria e José estavam chegando com o bebê Jesus para cumprir o que a Lei exigia. Foi nesse momento que Simeão tomou o bebê nos braços e louvou a Deus.
Tenho meditado nessa frase ao longo da última semana, e ela tem sido uma bênção enorme para mim: “O tomou nos braços e louvou a Deus.”
No original grego, há duas palavras que se traduzem como “tomar nos braços”. Juntas, elas significam “receber”. Simeão recebeu aquele bebê em seus braços.
Maria e José haviam ido ao templo para apresentar o bebê a Deus. . . e agora Simeão o recebe — o bebê que é Deus. A igreja primitiva chamava Simeão de Theodoches.
Esse é o nome que ele recebeu. Theo, que significa “Deus”, e doches, uma palavra grega que significa “aquele que recebe”. Simeão havia passado anos — talvez décadas — ansiando, esperando, vivendo na expectativa, sabe quando alguém fica na ponta dos pés ou na beira da cadeira de tanta expectativa?
Possivelmente já idoso, Deus havia prometido a ele: “Você viverá para ver o Messias.” E naquele momento, ele entra no templo. Ele vê o bebê — e o Espírito de Deus o faz reconhecer que é Ele.
Não havia uma auréola sobre a cabeça do bebê. Nenhum brilho especial, nenhum sinal visível. Mas o Espírito disse: “É Ele. Esse é o Cristo,” e Simeão estende os braços, toma o bebê das mãos da jovem mãe, Maria de Nazaré, e o recebe em seus próprios braços.
Você consegue imaginar? Depois de tantos anos de espera, ele vive esse momento: o cumprimento da promessa de Deus em suas mãos.
Que momento sagrado e incrível deve ter sido para ele, pois a fé foi concretizada. A fé se tornou em visão. Ele abraça aquilo que tanto almejava. Temos aqui uma sensação de admiração, maravilhamento e satisfação.
Aqui está um homem que teve anseios não realizados por toda a vida, e agora, todos esses anseios foram realizados! Ele está satisfeito. É como se ele dissesse: "Senhor, chega! Isso é tudo o que eu sempre quis. Isso é tudo o que eu sempre precisei. Isso é tudo o que eu sempre desejei, e o Senhor satisfez os desejos mais profundos do meu coração."
Pensei sobre isso neste último domingo, enquanto eu ia para a igreja. Meditava nessa frase: “Movido pelo Espírito, ele foi ao templo. . . o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo:
E eu orei: “Senhor, enquanto vou à Tua casa, quero ir no Espírito. Quero Te receber em meus braços e Te adorar.”
Veja bem, eu já recebi Cristo como meu Salvador — não estou falando de salvação aqui, embora talvez para algumas mulheres, esse seja o momento de receberem esse bebê, que não é mais um bebê, mas o Filho glorioso de Deus.
Mas cada vez que temos um encontro com Cristo, essa deveria ser a nossa resposta: acolhê-Lo nos braços da fé e bendizer a Deus.
É como se disséssemos: “Senhor, Tu és tudo o que eu preciso. És a satisfação para todos os anseios, sedes e vazios da minha alma. Tudo o que eu necessito, encontro em Ti. Eu Te bendigo por isso.”
Enquanto eu meditava nesse texto, percebi como desejo ser cada vez mais uma Theodoches — uma recebedora de Deus. Receber Cristo com alegria, com fé, com humildade. Ser satisfeita. Estar contente. Dizer: “Senhor, ter a Cristo é suficiente para mim.”
Há aqui um retrato tão lindo da vida que Deus deseja que tenhamos como mulheres que acolhem a presença de Deus. Temos desejos, temos anseios não realizados, porque enquanto estivermos neste corpo, não teremos tudo o que Deus ainda quer nos dar.
Isso está reservado para o futuro. Mas mesmo assim, podemos experimentar essa alegria, essa paz, essa sensação de estar completa, ao dizer: “Eu sou de Cristo, e Cristo é meu.
Hoje, mais uma vez, eu O recebo. Não porque estou me convertendo de novo, mas porque, de maneira fresca e viva, eu O abraço, O acolho, O reverencio. Ele é o cumprimento e a satisfação de todos os meus anseios.”
Naquele momento, Simeão experimentou o cumprimento da profecia de Malaquias, dada cerca de 400 anos antes.
Malaquias 3.1, “De repente, o Senhor, a quem vocês buscam, virá ao seu templo; e o mensageiro da aliança, a quem vocês desejam, eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos.”
Não foi exatamente isso que aconteceu naquele instante? O Senhor, que Simeão buscava por tantos anos, entrou no Seu templo — e Simeão O viu. Aquele a quem tanto desejava, veio.
E como já dissemos na última sessão, quantas outras pessoas estavam lá naquele dia, ao redor, talvez encostando no ombro de Maria ou José — e não perceberam nada? Não viram. Não reconheceram a presença de Cristo.
Eles eram judeus que diziam estar esperando pelo Messias, mas na verdade não estavam esperando. Não tinham desejo, não viviam na expectativa, não estavam no Espírito. Não reconheceram.
E eu pergunto de novo: você está no Espírito? Você vai à igreja no Espírito? Está em casa no Espírito? Está no trabalho no Espírito, esperando ver Cristo se revelando a você pela Sua Palavra no dia a dia?
Simeão tomou aquela criança nos braços, a levantou, a abraçou, fez o que fez, e louvou a Deus.
Parecia que uma fonte de gratidão, ação de graças e louvor simplesmente jorrou dele. A palavra “bênção” vem da palavra grega da qual vem o nosso termo “elogio”.
Elogio fúnebre é algo que se faz em um funeral, falando bem de alguém, mas não deveríamos fazer isso só em funerais. Devemos fazer enquanto a pessoa vive. E Simeão fez isso com Deus. Ele falou bem de Deus.
Essa é uma resposta de adoração que não pode ser contida. “Deus me abençoou. Deus satisfez os desejos do meu coração. Bendiga, minha alma, o Senhor e tudo que há em mim bendiga o Seu santo nome. Ele fez grandes coisas por mim.”
O Senhor que diariamente nos enche de bênçãos, o Senhor que se revelou a nós, que enviou Cristo para estar entre nós, Emanuel, Deus conosco.
Ao ouvir essas coisas durante a época do Natal, você O recebe nos seus braços e bendiz a Deus? Você bendiz a Deus?
Simeão e Ana, como veremos em breve, sentiram uma alegria e um sentimento de cumprimento incríveis ao verem Cristo no templo, com apenas quarenta dias de vida, menos de seis semanas.
Mas Ele era o cumprimento de todas as suas esperanças e sonhos de toda uma vida. Você é movida a louvá-Lo, bendizê-Lo ao contemplar o presente de Deus no Natal?
O que Simeão disse quando bendisse a Deus? Nos versículos seguintes vem uma canção de louvor, e como já falamos, este é um dos hinos de Natal da história original do nascimento.
É o quinto e último dos hinos de Natal no relato de Lucas sobre a encarnação. Tem o hino de Isabel, depois o de Maria, o de Zacarias, todos no capítulo 1 de Lucas.
No capítulo 2 de Lucas, primeiro lemos o hino dos anjos, e agora temos o hino de Simeão.
"Agora, Senhor,” no versículo 29, “podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel." (vv. 29–32)
Este hino é conhecido na história da Igreja como o Nunc Dimittis. Você pode perguntar: “O que é isso?” É o latim da frase inicial do hino, que significa “Agora podes despedir”. Nunc Dimittis.
Esse hino contém muito do Antigo Testamento. Hoje vamos olhar só a primeira parte e na próxima sessão veremos o restante.
Simeão diz: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação.”
Simeão está dizendo, na prática: “Senhor, o Senhor prometeu que eu não morreria antes de ver o Messias, e o Senhor cumpriu a Sua palavra para comigo, e por isso eu Te bendigo.”
A palavra Senhor que ele usa aqui não é a mesma que normalmente é usada no Novo Testamento quando falam de Cristo como Senhor. É uma palavra diferente, usada raramente.
É a palavra da qual vem “déspota”, alguém que tem autoridade absoluta, ilimitada e completa. Simeão se dirige a Deus assim. Ele diz: “Senhor, meu Mestre, aquele que tem autoridade total sobre a minha vida e sobre este mundo.”
Depois, ele se descreve como servo do Senhor, um escravo obediente. “Senhor, Mestre, eu sou Teu servo, e agora deixas o Teu servo partir em paz.”
Simeão está dizendo: “Tu és o Mestre. Eu sou Teu servo. Eu estive em uma missão. O Senhor me deu uma tarefa: esperar e vigiar pela chegada do Messias. Agora terminei essa tarefa, e posso partir.”
O que ele quer dizer? “Agora posso morrer. Posso morrer em paz.” É interessante pensar que, para Simeão, morrer é partir.
Partir: é uma palavra no idioma original que significa “desatar, liberar algo como se fosse de uma prisão, despedir um servo.” Agora, você pode partir. Você cumpriu seu trabalho. Cumpriu seu dever. Pode partir. Você está liberta da sua responsabilidade.
A palavra partir no grego é usada em vários contextos diferentes, todos eles nos ajudam a entender o que realmente é a morte para quem crê em Cristo.
Por exemplo, a palavra partir é usada para falar de alguém sendo liberto de uma corrente, ou um prisioneiro sendo solto da prisão.
Não é isso que acontece quando um filho de Deus morre? Somos libertas deste corpo físico. Somos libertas da escravidão do pecado e deste mundo pecaminoso. Somos libertas do cativeiro deste mundo quebrado, e nosso corpo é liberto.
Somos libertas. Às vezes, a palavra partir é usada como uma metáfora náutica, de um navio sendo desamarrado e solto das suas amarras.
Não é isso que acontece quando morremos? Estávamos amarradas a esta terra, mas agora somos livres para partir, para seguir rumo ao céu.
Há um uso militar dessa palavra, partir. Refere-se ao acampamento sendo desmontado, onde as tendas são recolhidas para que possam seguir viagem. Não é essa uma imagem da morte?
Paulo fala em 2 Coríntios 5 sobre esses corpos como sendo como um tabernáculo. Não é permanente. Estamos tirando as estacas e seguindo adiante. (vv. 1–5)
Em Mateus 11, Jesus fala de um animal de carga sendo desamarrado, e a morte para o cristão é ser desamarrado do fardo desta vida. (v. 29)
Veja, quando Simeão pede para partir, ele não está pedindo para ser libertado do seu Mestre, a quem ama, mas está dizendo que está pronto para ser liberado de sua missão terrena.
É uma imagem de um sentinela que pôde ser liberado do posto porque aquele que ele esperava chegou. Sua tarefa terminou. Ele diz: “Deixe-me morrer, porque meu trabalho, meu chamado, minha missão na vida está cumprida.”
“Agora posso partir em paz.” Tendo visto a tão esperada consolação de Israel, Simeão foi liberto. Foi liberado. Está livre para passar desta vida para a próxima.
Enquanto recebe aquela criança em seus braços, morrer não é mais algo assustador. Morrer é ser liberto. É ser emancipado. É ser liberado, desamarrado, solto das amarras deste corpo e desta terra.
Não é isso que Jesus veio fazer, nos livrar da morte e do medo da morte? Como Ele fez isso? Pela Sua morte. Agora, você e eu, quando chegar nossa hora de morrer — e ninguém sabe quando será — podemos partir em paz, se somos filhas de Deus, se colocamos nossa fé em Cristo.
Não há medo da morte. Um comentarista disse que Simeão “fala como alguém para quem o túmulo perdeu seus terrores e o mundo seus encantos.”
A maioria das pessoas se agarra a este mundo, mesmo bagunçado como está. Encontram uns pequenos encantos aqui e se apegam a eles, e quando pensam na morte, acham que é terrível.
Mas Simeão fala como alguém para quem o túmulo perdeu o terror e o mundo perdeu os encantos. “Senhor, estou pronto. Estou pronto para partir, e posso fazer isso em paz, sem medo.”
Portanto, para o cristão, a morte não é algo a temer. Ela apenas nos libera dos fardos destes corpos que se corrompem, da nossa carne pecaminosa, e deste mundo caído.
É o que o apóstolo Paulo fala em 2 Timóteo capítulo 4, quando está se preparando para morrer. Ele diz: “Quanto a mim, já estou sendo oferecido por libação, e o tempo da minha partida chegou.” (v. 6)
Para onde você vai, Paulo? “Vou para outra vida. Vou para outro lugar, um lugar melhor. O navio está sendo desamarrado. As amarras estão sendo soltas, e estou indo para meu destino final, onde está guardada para mim uma coroa de justiça, que o Senhor me dará.”
Simeão diz: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo.” Por quê? Versículo 30: “Porque os meus olhos já viram a Tua salvação.”
Simeão vê Jesus. Ele crê que Jesus é o Messias, o Salvador, então diz: “Posso morrer em paz porque vi a Tua salvação.”
Deixe-me reforçar a importância de cada uma de nós ver o Salvador e a salvação de Deus antes de vermos a morte. Você não pode estar preparada para morrer se não viu a salvação de Deus.
Só aquelas que, pela fé, já experimentaram a realidade de um encontro com Cristo, por meio do arrependimento e da fé, têm uma base para enfrentar a morte com coragem e sem medo. Você nunca estará pronta para morrer até ter conhecido Cristo, a salvação de Deus.
Tenho um livrinho devocional muito antigo, que nem sei se ainda está sendo publicado. É um dos meus favoritos ao longo dos anos. Chama-se Orações dos Mártires.
É uma coleção de algumas das orações e últimas palavras das pessoas que foram martirizadas por sua fé ao longo dos anos. Você pensaria que seria um livro muito triste de ler, mas, pelo contrário, é um livro edificante, porque você vê um senso uniforme de antecipação, expectativa, liberdade do medo, ansiedade em se encontrar com Cristo.
Lembro que uma dessas orações começa dizendo: “Senhor, estou vindo o mais rápido que posso.” Achei demais! “Senhor, estou vindo,” mesmo em meio à dor e ao martírio, essas pessoas dizem: “Senhor, posso morrer em paz, porque meus olhos viram a Tua salvação.”
Donald Cargill, membro do movimento Aliança Escocesa da igreja presbiteriana no século XVII, foi um dos muitos que foram martirizados por sua fé. Tive o privilégio de estar na Escócia, visitando alguns dos locais onde esses membros do Aliança foram perseguidos e deram suas vidas pela fé.
Um deles foi condenado pelo governo e sentenciado a ser enforcado e decapitado, acredita-se que na noite anterior à sua morte, ele escreveu o que chamou de seu último discurso e testemunho.
Aqui está um pouco do que ele escreveu. Ele diz:
Este é o dia mais alegre que já vi na minha peregrinação na terra. Minha alegria agora começou, e vejo que jamais será interrompida. A morte não é para mim nada mais do que lançar-me nos braços do meu esposo e deitar-me com Ele.
No dia seguinte, 27 de julho de 1681, ao subir os degraus para a forca onde seria enforcado e decapitado, Cargill fez uma mensagem emocionante. É uma mensagem longa. Você pode encontrar na internet.
Durante toda a mensagem, seus perseguidores batiam cada vez mais forte nos tambores, tentando abafar sua voz. Parte do que ele disse ao subir para sua morte foi:
Este é o dia mais doce e glorioso que meus olhos já viram. Adeus leitura e pregação, oração e fé. Adeus peregrinações, reprovações e sofrimentos. Bem-vinda alegria inexprimível e cheia de glória. Bem-vindo Pai, Filho e Espírito Santo! Em Tuas mãos entrego meu espírito.
Isso é o que sinto aqui na canção de Simeão, um cântico de louvor: “Senhor, agora Teu servo pode partir em paz. Adeus tristeza, cativeiro e prisão aqui na terra, e seja bem-vinda liberdade, libertação, emancipação, desamarrar, soltar.”
“Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, porque os meus olhos já viram a Tua salvação.” Isso descreve como você se sente diante da perspectiva de enfrentar a morte?
Matthew Henry, um maravilhoso e antigo comentarista, disse: “Aqueles que receberam Cristo podem receber a morte.” Se você conhece a Cristo e O recebeu com braços de fé, então, quando chegar a hora de morrer, poderá dizer: “Senhor, Mestre, agora deixas Tua serva partir em paz, porque meus olhos já viram a Tua salvação.”
Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth já volta para orar com a gente. O Natal é sobre esperança, e Nancy tem explicado o porquê. A mensagem de hoje faz parte de uma série chamada Meus olhos já viram a Tua salvação.
Você pode ter ouvido a história do Natal a vida toda, mas espero que a apresentação única da Nancy faça os eventos de Lucas 2 ganharem vida de uma forma nova.
Simeão, o personagem do qual Nancy falou hoje, não conhecia Deus só de teoria. Ele conheceu Jesus. Precisamos experimentar Deus como Simeão fez, e amanhã vamos ouvir mais sobre isso. Agora, vamos orar com Nancy.
Nancy: Que coisa incrível, Senhor, saber que o bebê que Maria e Simeão seguraram nos braços naquele dia no templo, Aquele cujo nascimento celebramos nesta época, nos libertou das garras da morte e nos deu vida.
Ele fez isso pela Sua própria morte na cruz. Obrigada, Senhor, porque nossos olhos viram a Tua salvação; por que Tu nos fizeste conhecer Cristo. Com braços de fé, podemos acolhê-Lo, recebê-Lo, segurá-Lo, e nós Te louvamos, ó Senhor.
Nós dizemos: “Senhor, seja hoje, amanhã, no próximo mês, no próximo ano ou daqui a cinquenta anos, quando chegar a hora de nossas amarras serem soltas, que possamos partir desta vida para a próxima, porque acolhemos Cristo; que possamos acolher a morte.”
Então dizemos: “Senhor, tendo visto Cristo, a qualquer momento agora, Tu podes deixar tua serva partir em paz. Obrigada por essa esperança.”
Eu oro por quem está me ouvindo e talvez não tenha essa esperança. Que este seja o dia em que, por meio do arrependimento e da fé, elas recebam Cristo e recebam essa esperança da vida eterna. Oro em nome de Jesus, amém.
Raquel: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, sustentado por seus ouvintes e dedicado a chamar mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.
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