Dia 8: Movido pelo Espírito

Raquel Anderson: O Espírito Santo está ativo em todas as áreas da sua vida? Aqui está Nancy DeMoss Wolgemuth.

Nancy DeMoss Wolgemuth: Nas Escrituras vemos que cada dimensão da nossa vida deve ser influenciada e estar sob o controle do Espírito Santo de Deus. Devemos ser cheias do Espírito, viver pelo Espírito, andar no Espírito, ser guiadas pelo Espírito, orar no Espírito. Toda a nossa vida deve ser tocada, marcada, influenciada, dirigida, fortalecida e capacitada pelo Espírito Santo de Deus.

Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora do livro Mulheres atraentes adornadas por Cristo, na voz de Renata Santos.

Dannah Gresh: Tenho uma amiga que estava com sua família em um restaurante quando um desconhecido se aproximou da mesa e deixou uma nota de 100 reais. Ele disse que era um presente de Natal e foi embora. Nessa época do ano é comum ouvir histórias assim — de pessoas movidas pelo chamado "espírito natalino". Mas será que isso existe mesmo?

Nancy DeMoss Wolgemuth vai falar mais sobre isso enquanto continua a série chamada Os meus olhos já viram a Tua salvação.

Se você perdeu algum episódio até agora, todos estão disponíveis no site avivanossoscoracoes.com. Aqui está a Nancy.

Nancy: Se eu pedisse para você citar os personagens principais da história do Natal, quem você mencionaria? Vamos ver. . . Jesus, claro, seria o principal. Quem mais? Maria. José. Os pastores. Os reis magos. Os anjos. As ovelhas. E também Simeão, de quem estamos falando.

Hoje vamos falar sobre um personagem essencial da história do Natal que, na maioria das vezes, ninguém se lembra. Abra sua Bíblia, se puder, no Evangelho de Lucas, capítulo 2. 

Estamos no meio de uma série sobre Simeão, aquele homem que foi ao templo quando Jesus foi apresentado ao Senhor quarenta dias após o Seu nascimento.

Vou ler a primeira parte dessa passagem sobre Simeão, e enquanto eu leio, preste atenção e me diga: Quem é o outro personagem que aparece nesse trecho? Lucas 2.25–27:

Em Jerusalém havia um homem chamado Simeão. Este homem era justo e piedoso e esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. Ele tinha recebido uma revelação do Espírito Santo de que não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito, ele foi ao templo.

Quem é o personagem? O Espírito Santo. Três vezes, nesses três versículos, vemos menção ao Espírito Santo. Ele é uma figura central e tem um papel essencial no relato do nascimento de Cristo. Se você voltar uma página ou duas até o capítulo 1 de Lucas, verá que há mais quatro menções ao Espírito Santo ali.

Veja o versículo 15, quando o anjo fala com Zacarias para anunciar o nascimento de seu filho, João Batista. O anjo diz: “. . .e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre materno.” 

Depois, no versículo 35, o anjo Gabriel diz a Maria: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a envolverá com a sua sombra. . .” No versículo 41, quando Maria visita Isabel, a mãe de João Batista: “Quando Isabel (a mãe de João Batista) ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre. Então Isabel ficou cheia do Espírito Santo.” 

E no versículo 67, já no fim do capítulo 1: “Zacarias, o pai de João, cheio do Espírito Santo, profetizou. . .” 

Aliás, uma dica para seu momento com a Palavra: muitas pessoas me dizem, “Gostaria de conseguir enxergar nas Escrituras o que você vê.” E eu sempre respondo: Você pode! Você pode fazer o que eu faço. Leia os textos bíblicos várias e várias vezes. Peça ao Senhor que revele o que Ele quer te mostrar.

Algo que salta aos olhos quando lemos Lucas capítulos 1 e 2 é a presença constante do Espírito Santo — são sete menções no total: quatro no capítulo 1 e três nesta passagem sobre Simeão.

O Espírito Santo é esse personagem invisível, mas presente em tudo o que está acontecendo. E é isso que vemos claramente na história de Simeão, lá no capítulo 2, começando no versículo 25: o Espírito Santo capacita, orienta e dirige os passos de Simeão.

“O Espírito Santo estava sobre ele.” Estava sobre ele de maneira extraordinária, especial. O Espírito deu a Simeão — como veremos no restante da passagem — o dom de profecia, e permitiu que ele enxergasse, conhecesse e proclamasse verdades que não poderiam ser percebidas por simples raciocínio ou entendimento humano. Foi o Espírito que fez tudo isso dentro dele.

No versículo 26 vemos isso acontecendo: “Ele tinha recebido uma revelação do Espírito Santo de que não morreria antes de ver o Cristo do Senhor.” Ele jamais teria esse discernimento por conta própria. É claro que ele poderia ter nutrido um desejo no coração, algo como: “Ah, como eu gostaria de viver até ver o Messias!” Mas o que ele tinha era mais do que esperança ou pensamento positivo. 

O Espírito Santo revelou a ele: “Você não morrerá antes de ver o Cristo do Senhor.” Essa expressão — o Cristo do Senhor — é uma forma do Antigo Testamento de se referir ao Messias, o Ungido de Deus.

O Espírito havia dado a Simeão uma promessa vinda do próprio Deus. E ao que tudo indica, conforme estudamos esse trecho, essa revelação não veio por meio de um sonho, como aconteceu com outras pessoas nas Escrituras.  Às vezes Deus se comunicava através de sonhos ou visões, mas não parece ser o caso aqui. Também não parece ter sido uma mensagem por meio de um anjo, como aconteceu com Maria e José no capítulo 1 de Lucas.

Foi o próprio Espírito Santo, habitando dentro dele, quem lhe revelou isso. Você pode se perguntar: “Mas como o Espírito fez isso?” Eu não sei ao certo. Mas de alguma forma, o Espírito Santo trouxe ao coração de Simeão uma certeza, uma palavra, uma revelação clara: ele não morreria antes de ver o Messias com seus próprios olhos.

Simeão já havia visto o Messias com os olhos da fé. Ele vivia com essa esperança no coração, ansiando por esse momento, aguardando em oração. Mas agora, através de uma revelação divina, ele sabia: ele viveria para ver o Messias fisicamente.

Há até um pequeno jogo de palavras aqui: ele não veria a morte antes de ver o Cristo do Senhor. E mais à frente, no cântico de louvor que ele entoa (vamos chegar lá mais adiante na série), ele diz: “Os meus olhos já viram a Tua salvação.” Ele queria muito ver isso. E o Espírito Santo disse: “Você verá — com seus olhos físicos.”

Simeão também podia ter percebido, pelos próprios escritos do Antigo Testamento, que o tempo da vinda do Messias estava se aproximando. Um judeu da época, conhecendo, por exemplo, Daniel capítulo 9 — aquele trecho complexo sobre as setenta semanas, não vou falar sobre isso agora — poderia discernir, a partir da profecia, que o tempo estava próximo.

O Espírito Santo é quem pega a Palavra de Deus, ilumina o nosso entendimento e nos revela o que o Senhor está dizendo.  Simeão conhecia as promessas de Deus. Ele cria nessas promessas. E o Espírito Santo, agindo dentro dele, confirmou: “Este é o tempo. O Senhor vai enviar o Seu Messias.”

É claro, nós já conhecemos a história. E às vezes, por isso, esquecemos como era viver naquela expectativa. Simeão não tinha Lucas capítulo 2 para ler. Ele não sabia como sua própria história iria terminar — ele estava vivendo aquela história, dia após dia. Mas ele estava experimentando a realidade do Espírito Santo revelando Cristo a ele, tornando claras as vias e os planos de Deus.

Hoje, nós temos muito mais revelação por meio da Palavra. Temos tudo de que precisamos, porque a Palavra de Deus está completa. E mesmo assim, o Espírito Santo continua operando dentro de nós, nos dando entendimento, iluminando nossa mente, mostrando como aplicar a verdade das Escrituras ao nosso dia a dia.

Enquanto estudava esse trecho, me peguei fazendo várias perguntas. . . Fiquei pensando sobre Simeão, tentando me colocar em seu lugar, calçar suas sandálias, por assim dizer. E me perguntei: Será que ele esperava que o Messias viesse como um bebê recém-nascido? O que ele estava esperando? O que ele achava que iria ver?

Não sabemos ao certo. Mas sabemos que Simeão conhecia o Antigo Testamento. Ele conhecia, por exemplo, o livro de Isaías — e foi Isaías quem disse: “. . .a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel.” (Isaías 7.14)

Então talvez ele soubesse, sim, que estava procurando por um bebê. Não sabemos, mas se ele sabia, será que se perguntava, cada vez que via um bebê sendo apresentado no templo: “Será que é este? Será esse o escolhido?” 

Podemos supor que ele estava frequentemente no templo. Morava em Jerusalém. Parece que era seu hábito frequentar o templo. E muitas famílias levavam seus bebês lá. Mas o que havia de diferente em Jesus?

Será que tinha uma auréola brilhando sobre a cabeça dele? Só nos quadros. Não era assim. Jesus parecia um bebê comum, como qualquer outro recém-nascido. Então, como Simeão saberia? O que exatamente ele estava procurando?

Você consegue imaginar? Se Simeão sabia que seria um bebê — ou mesmo se ele não soubesse — dá pra imaginar ele observando atentamente todas as pessoas que entravam no templo. Sempre atento, talvez se perguntando: “Será que é esse? Será que é esse o Prometido? Será esse o consolo de Israel?”

E quando finalmente viu Jesus, será que se surpreendeu com o que viu? Será que foi diferente do que ele imaginava? Nós não sabemos. Mas o que sabemos é que foi o Espírito Santo quem colocou esse anseio profundo no coração de Simeão — e foi também o Espírito quem lhe deu a promessa.

Eu fico pensando: será que o Espírito Santo escolheu revelar essa promessa a Simeão justamente por causa do seu desejo intenso, sincero, de ver o Cristo do Senhor? Não posso afirmar com certeza, mas fico imaginando se Deus não olhou lá do céu e pensou: “Eis um homem que está realmente ansiando por Mim. . . Vou lhe dar uma espiada no que estou prestes a fazer.”

Hoje, nós não precisamos desse tipo de revelação antecipada. Deus já nos disse em Sua Palavra o que Ele vai fazer. E temos o Espírito Santo habitando em nós, mostrando quando as promessas estão se cumprindo. Mas, naquela época — antes da vinda de Cristo — o Espírito revelou a Simeão que seu anseio seria realizado.

E então vemos a terceira menção ao Espírito Santo na história de Simeão, nos versículos 27 e 28: “Movido pelo Espírito, ele foi ao templo.” O Espírito Santo estava sobre ele. Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que ele não veria a morte até que visse o Messias. 

E, naquele dia, no momento em que Maria e José trouxeram a criança, ele entrou no templo, movido pelo Espírito. “Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus. . .”

Promessa cumprida. Anseio atendido. 

Fiquei intrigada ao pensar naquela frase: "Ele entrou no templo movido pelo Espírito". O Espírito o guiou. O Espírito de Deus sabia o momento exato em que Maria levaria Jesus ao templo para apresentá-lo ao Senhor. E naquele exato momento, o Espírito moveu Simeão a entrar no templo.

Simeão era sensível e obediente à direção do Espírito. E foi assim que ele chegou ao templo naquele momento perfeito. Ao entrar, ele imediatamente reconheceu Cristo.

O mesmo Espírito que o havia conduzido até ali, o mesmo Espírito que havia dito: “Você viverá para ver o nascimento do Messias”, agora dizia ao seu coração: “É Ele. É Ele. Este é Aquele por quem você tanto esperou.”

O Espírito abriu seus olhos. Não os olhos físicos — esses já estavam abertos. Simeão não era cego. Mas o Espírito abriu seus olhos espirituais para reconhecer o Cristo. E isso é algo que precisamos entender: se algum dia você conhecer verdadeiramente a Cristo, será somente porque o Espírito de Deus abriu os seus olhos espirituais para vê-Lo e recebê-Lo.

Lembro-me daquele trecho em Lucas 24, depois que Jesus ressuscitou. Ele caminhava com dois discípulos a caminho de Emaús. Eles estavam tristes, desanimados, lamentando a morte de Jesus. E o próprio Jesus caminhava com eles!  Foram vários quilômetros lado a lado, e eles não perceberam que era Ele. . . até que Deus abriu seus olhos e então O reconheceram.

O Espírito Santo precisa abrir nossos olhos. Não conseguimos ver, nem reconhecer Cristo, a não ser que o Espírito revele quem Ele é ao nosso coração.

E quando olhamos para esse tempo em que Simeão viveu, como disse um comentarista: “Assim o Espírito, após uma ausência sombria de quase 400 anos, voltava à igreja para avivar a expectativa e preparar os corações para o que estava por vir.”

Essa é uma afirmação profunda. Não era que o Espírito estivesse ausente por completo, mas havia um longo período em que Ele não se manifestava de forma evidente entre o povo de Deus. Mas agora, ao lermos Lucas 1 e 2, vemos uma sucessão de manifestações do Espírito Santo.

Ao ler esses capítulos é possível perceber: “Algo está acontecendo. Deus está derramando Seu Espírito de uma forma nova. Deus está fazendo algo novo.” A era da profecia havia cessado desde Malaquias, o último livro do Velho Testamento. 

Mas agora ela retorna — na concepção de Cristo, no nascimento de Cristo. Vemos os personagens principais da história do Natal — Zacarias, Isabel, Maria, Simeão — todos sendo cheios do Espírito Santo. 

E então fica claro: Deus está iniciando uma nova obra. A antiga aliança está chegando ao fim. A nova aliança está sendo inaugurada. É um tempo de transição. . . e vemos uma atuação extraordinária do Espírito Santo nessa fase.

À medida que você estuda a história da criação e do mundo, percebe um movimento extraordinário do Espírito em momentos-chave de transição, certos pontos em que Deus está fazendo algo novo. Você vê isso na criação, já no segundo versículo da Bíblia, que diz: “A terra era sem forma e vazia. . . e o Espírito de Deus se movia sobre as águas.” (Gênesis 1.2)

Na criação, o Espírito de Deus estava dando vida ao que Deus estava fazendo ali. É possível perceber o mover do Espírito. 

Nos profetas do Antigo Testamento, muitas vezes lemos: “O Espírito de Deus veio sobre ele” e eles declaravam ou falavam as palavras de Deus.

No nascimento de Cristo, na época que estamos lendo aqui em Lucas, na encarnação, vemos uma medida incomum da atividade do Espírito Santo.

Você percebe uma manifestação parecida, incomum, da atividade do Espírito no livro de Atos. Por quê? Porque a Igreja está nascendo. Deus está dando origem à Igreja do Novo Testamento.

Também percebemos, em tempos de avivamento e, finalmente, na volta de Cristo, a manifestação extraordinária do Espírito de Deus.

Mas quero dizer que o Espírito Santo está sempre presente e sempre ativo; Ele está desde o primeiro capítulo de Gênesis, durante todo o Antigo Testamento. 

Na vida dos cristãos do Antigo Testamento o Espírito Santo agia atraindo as pessoas para o Evangelho, conforme elas o entendiam naquela época. O Espírito Santo tem um papel crucial tanto na vida dos cristãos do Antigo quanto do Novo Testamento.

Mas quero focar por alguns momentos em como o Espírito Santo está ativamente envolvido em todos os aspectos da obra de Deus em nossos corações hoje, como cristãs do Novo Testamento. Porque podemos ler algo como isso sobre Simeão e pensar: “Ah, isso foi só algo extraordinário, incomum.” E foi, de certo modo.

Mas, por outro lado, tudo que acontece com você como filha de Deus, desde o momento que Ele começa a te guiar até sua regeneração e conversão, até o dia em que você verá Cristo no céu, o Espírito Santo está ativamente envolvido em cada parte do que Deus faz na sua vida.

Acabei de fazer uma lista de algumas coisas que o Espírito Santo faz. Se você acessar nosso site, vai encontrar as referências aqui na transcrição deste episódio, porque não vou citá-las uma por uma.

Veja o que o Espírito Santo faz:

• Nós nascemos do Espírito. (João 3.5–6)
• Ele nos batiza no Corpo de Cristo. (1 Coríntios 12.13)
• O Espírito Santo inspirou as Escrituras, ilumina nosso entendimento e as torna pessoais para a nossa vida. (2 Pedro 1.21)
• Ele nos revela as coisas de Deus. (1 Coríntios 2.9–13)
• O Espírito Santo é a fonte da sabedoria. (Isaías 11.2; João 14.26, 16.13; 1 Coríntios 12.8)
• Ele é fonte do poder sobrenatural. (Romanos 15.19)
• Ele habita com e em todo cristão. (Romanos 8.9–11; Tiago 4.5)
• O Espírito Santo conforta a Igreja. (Atos 9.31)
• Ele santifica o povo de Deus. (Romanos 15.16; 1 Coríntios 6.11)
• Ele nos convence do pecado, da justiça e do juízo. (João 16.8–11)
• O Espírito Santo é a prova da união do cristão com Cristo. (1 João 4.13) 
• Ele é a garantia da nossa herança em Cristo. (Efésios 1.14) 
• O Espírito Santo derrama o amor de Deus em nossos corações. (Romanos 5.3–5) 
• Ele nos dá esperança. (Romanos 15.13)
• Ele guia os cristãos. (João 16.13)
• Ele nos ajuda a orar. (Romanos 8.26)
• Ele nos capacita e qualifica para o ministério. (Atos 1.8)
• Ele dá dons aos cristãos para a edificação e crescimento do Corpo. (Efésios 4.11–12)
• Ele produz em nós os frutos que refletem a semelhança de Cristo. (Gálatas 5.22)

Você não é grata pelo ministério do Espírito Santo? Você pausa para agradecer a Deus regularmente pelo Espírito Santo? Pelo dom do Espírito Santo?

Vemos nas Escrituras que todas as áreas da nossa vida devem ser influenciadas e estar sob o controle do Espírito Santo de Deus. Devemos ser cheias do Espírito; viver pelo Espírito; andar no Espírito; ser guiadas pelo Espírito; orar no Espírito. Toda a vida deve ser tocada, marcada, influenciada, dirigida, capacitada e fortalecida pelo Espírito Santo de Deus.

Quando eu chego ao Aviva Nossos Corações para uma gravação, já estudei, já me preparei. Mas, pela manhã, diante do Senhor, eu digo: “Senhor, me fortaleça, como fizeste enquanto eu estudava, mas agora, ao proclamar Tua Palavra, capacita-me e fortalece-me pelo Teu Espírito Santo. Pelo Teu Espírito Santo, visita-nos hoje. Derrama Teu Espírito em nossos corações, move-nos e impulsiona-nos a obedecer ao que nos falas.”

Vamos voltar ao versículo 27, onde parei há pouco, e retomar essa frase sobre Simeão — que ele entrou no templo pelo Espírito exatamente quando Maria, José e o menino Jesus chegaram ao templo.

Tenho meditado nessa frase: “Ele entrou no templo pelo Espírito.” Geralmente, quando pensamos nessa cena do templo, na apresentação do bebê, imaginamos algo calmo, contemplativo, quase idílico.

Acho que isso talvez tenha sido influenciado por algumas pinturas dos artistas italianos do Renascimento e da Idade Média. Eu até pesquisei algumas online. Elas não são muito realistas. São muito santas, mas não realistas. Mostram uma cena aconchegante, calma, íntima, privada. Em algumas pinturas, todos têm halos sobre suas cabeças. Mas não era assim, viu? 

Era uma cena especial, sim, mas se tentarmos nos colocar no lugar do que realmente acontecia no templo naquele momento, provavelmente não era um ambiente calmo, íntimo, aconchegante ou contemplativo.

Pelo contrário, o templo era um lugar barulhento, especialmente no pátio das mulheres, onde havia muita atividade. Era uma agitação só. Havia música, cantos, muito movimento. Tinha mendigos. Sacrifícios sendo oferecidos. Compra e venda de animais — o que significava barulho de animais, balidos.

Também tinha o sangue dos animais sendo derramado, cheiro de sangue por toda parte, muito barulho e confusão. E, no meio de tudo isso, dentro do templo de Deus, os judeus haviam perdido a noção de quem era aquela casa. Tinham perdido a consciência da presença de Deus em meio a toda essa agitação — exatamente como nós às vezes perdemos.

Não é verdade? Pense em quando você vai à igreja. Quantas de nós entram no santuário no Espírito? Isso faz toda a diferença no que você vê e no que você experimenta, como aconteceu com Simeão. Ele entrou no templo pelo Espírito. E por isso, ele não perdeu Cristo de vista.

Mas é fácil para nós, na igreja, na vida cheia de afazeres, na constante atividade e barulho desta época de Natal com toda a sua correria; é fácil perder Cristo de vista se você não for no Espírito para tudo que fizer naquele dia, para onde quer que vá.

Algumas de vocês estão ouvindo Aviva Nossos Corações no carro. Vocês estão no Espírito, esperando encontrar Cristo? Algumas estão na cozinha. Estão no Espírito esperando ver Cristo?

Pensei nisso no último domingo, quando fui à igreja. Eu estou no Espírito esperando ver Cristo quando chego lá? Simeão e Ana entraram no templo naquele dia pelo Espírito. Sem dúvida, naquele dia estavam apresentando outros bebês, muitas coisas acontecendo. Estava cheio de gente.

Como, em meio a tudo isso, você poderia reconhecer Cristo? Ele parecia um bebê comum. Mas Deus lhes deu olhos para ver, porque eles entraram no templo pelo Espírito. Deus lhes deu corações para reconhecer e receber a presença de Cristo.

Uma ouvinte disse: “Muitas vezes, na minha cozinha, ouvindo o Aviva Nossos Corações, tentando fazer várias coisas ao mesmo tempo, acabei caindo de joelhos, adorando e chorando, porque senti que deveria tirar meus sapatos; pois é chão santo.”

Você está no Espírito na sua cozinha? Isso não quer dizer que toda vez que você estiver na cozinha precisa estar ajoelhada, chorando e orando. Mas no seu coração, você está no Espírito?

Veja bem, outros perderam o que Simeão viu naquele dia. A maioria das pessoas no mundo e na igreja nunca vê e experimenta Cristo do jeito que Ele quer ser conhecido. 

O Espírito Santo tem que abrir nossos olhos para ver Cristo, para vê-Lo na Palavra. Eu me pergunto: o que deixamos de perceber ao ler as Escrituras, ir à igreja, fazer várias coisas ao mesmo tempo na cozinha, com olhos naturais, sem a influência do Espírito de Deus?

Então, quando você for à igreja neste fim de semana, participar dos cultos especiais de Natal nesta época, ou sentar à sua mesa no trabalho, ficar na cozinha, levar seus filhos para lá e para cá, peça a Deus que o faça no Espírito. E, enquanto fizer isso, espere ver Cristo.

Senhor, eu oro para que nos dês olhos para ver e corações para receber o que só pode ser conhecido pelo poder do Teu Espírito. Oro em nome de Jesus, amém.

Dannah: Você já parou para pensar no papel do Espírito Santo na história do Natal? Nancy DeMoss Wolgemuth está te desafiando a olhar a história do Natal de um jeito completamente novo.

O Natal é uma temporada de celebração. . . é um tempo especial para lembrarmos da esperança que temos em Cristo. E sabe, Nancy, durante todo esse mês temos falado sobre uma frase que nos lembra dessa esperança em Jesus.

Nancy: É isso mesmo, Dannah. A frase é “Nossa âncora segura”. No nosso encontro Mulher Verdadeira em 2022, perguntamos para várias mulheres o que essa frase significava para elas. Kelly Needham é uma amiga querida, amiga deste ministério, e aqui está a resposta dela para essa pergunta.

Kelly Needham: Eu tenho visto a âncora segura na minha vida na transformação do meu próprio coração, que sempre parece ser a transformação mais difícil. 

Passar por fases de mudança, lidar com feridas, conflitos e problemas que parecem grandes demais para resolver dentro do meu próprio coração, levar tudo isso ao Senhor e ver meu coração transformado de um lugar de turbulência para um lugar de paz é algo que me confirma que Deus é real, que Ele pode me mudar. 

Ele pode mudar a minha disposição, Ele pode produzir paz no meu coração em meio a tantas coisas instáveis e incertas.

Nem sempre as circunstâncias que eu quero que mudem são as que mudam; geralmente o que muda são as posturas do coração, e o contentamento vai crescendo, mais do que as circunstâncias mudando. 

Mas, de novo, isso é mais libertador para mim porque agora a minha esperança não está ligada a mudanças das circunstâncias, mas a uma Pessoa que pode realmente intervir em uma situação difícil e prover tudo que precisamos, mesmo que a situação não mude. Isso é realmente libertador.

Nancy: Que pensamento maravilhoso da Kelly Needham. Sabe, nossas circunstâncias estão sempre mudando. 

Quando os seus planos não acontecem do jeito que você queria, ou quando você se vê no meio de uma dificuldade ou de um momento difícil, você se agarra em Cristo?

Nas tempestades desta vida e nos ventos instáveis da nossa cultura, a nossa esperança só pode ser encontrada em uma coisa que é firme e certa — Jesus, a verdadeira âncora. 

Essa é a mensagem que o Aviva Nossos Corações está levando para mulheres ao redor do mundo: que, em qualquer circunstância, você pode experimentar liberdade, plenitude e abundância em Cristo.

Você pode nos ajudar a compartilhar essa verdade eterna com mulheres em todo lugar ao contribuir para o Aviva Nossos Corações.

Para algumas pessoas, é difícil saber como as necessidades básicas vão ser supridas, muito menos como contribuir para o trabalho do Reino.

Há uma passagem em 2 Coríntios 9 que foi escrita para uma igreja muito pobre, vivendo em pobreza. O apóstolo Paulo os desafia sobre sua generosidade. Esses versículos têm me encorajado muito. Eu leio em 2 Coríntios 9.10-11:

E Deus, que dá semente ao que semeia e pão para alimento, também suprirá e aumentará as sementes e multiplicará os frutos da justiça de vocês. 

É uma frase longa, mas o que isso quer dizer? Quer dizer que Deus é quem provê tudo que precisamos. Ele provê o pão que precisamos para nossa própria alimentação, mas Ele também vai prover e multiplicar a semente que podemos semear na vida dos outros. E Ele vai aumentar, multiplicar a colheita das sementes que lançamos. E Ele continua:

Assim, vocês serão enriquecidos em tudo para toda generosidade, a qual, por meio de nós, resulta em orações de gratidão a Deus.

As Escrituras estão dizendo que, ao olharmos para o Senhor, ao confiarmos nele, podemos confiar que Ele suprirá nossas necessidades. 

E se o nosso desejo for ser generosas para o Seu trabalho no mundo, Ele nos guiará em como e quanto podemos dar, e Ele suprirá nossas necessidades. Ele multiplicará o que damos para alcançar ainda mais pessoas que serão abençoadas por esse sacrifício.

Eu quero te encorajar: enquanto você confia no Senhor para suprir suas necessidades, também ore e peça para Ele mostrar como você pode contribuir para o Aviva Nossos Corações. O apóstolo Paulo disse que “vocês serão enriquecidos em tudo para toda generosidade, a qual, por meio de nós, resulta em orações de gratidão a Deus.” 

Seu apoio significa muito para nós, e sou muito grata pela sua generosidade que nos ajuda a continuar apontando mulheres para Cristo.

Dannah: Obrigada, Nancy, por essa palavra de encorajamento. Se você quiser se unir a nós no Aviva Nossos Corações em apoio financeiro, visite o nosso site, avivanossoscoracoes.com. Somos muito gratos pelo seu apoio!

Bem, teve um homem que ficou tão animado com o Natal que começou a cantar. Ouça mais sobre ele amanhã, quando voltarmos com o Aviva Nossos Corações.

Raquel: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, sustentado por seus ouvintes e dedicado a chamar mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.

Clique aqui para o original em inglês.