
Dia 6: Sexualidade como um campo missionário
Raquel: Estamos de volta hoje encerrando a série Gênero e sexualidade: clareza numa cultura de confusão. Às vezes, na Igreja, lidamos com os problemas de sexualidade conforme eles surgem. A Dra. Juli Slattery propõe uma mentalidade melhor.
Dra. Juli Slattery: A sexualidade não é um problema que precisamos resolver. É um território que devemos recuperar. Se nós apenas lidarmos com os problemas da sexualidade, nunca vamos chegar à raiz de como devemos recuperar o design de Deus para a sexualidade.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações. Nossa anfitriã é coautora do livro Mulher, sua verdadeira feminilidade: Design divino, Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Quando Jesus estava prestes a subir ao Pai, Ele disse aos Seus discípulos que o Espírito Santo os capacitaria e que eles seriam Suas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, …
Raquel: Estamos de volta hoje encerrando a série Gênero e sexualidade: clareza numa cultura de confusão. Às vezes, na Igreja, lidamos com os problemas de sexualidade conforme eles surgem. A Dra. Juli Slattery propõe uma mentalidade melhor.
Dra. Juli Slattery: A sexualidade não é um problema que precisamos resolver. É um território que devemos recuperar. Se nós apenas lidarmos com os problemas da sexualidade, nunca vamos chegar à raiz de como devemos recuperar o design de Deus para a sexualidade.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações. Nossa anfitriã é coautora do livro Mulher, sua verdadeira feminilidade: Design divino, Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Quando Jesus estava prestes a subir ao Pai, Ele disse aos Seus discípulos que o Espírito Santo os capacitaria e que eles seriam Suas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra. Aqui está a verdade: a luz do Evangelho é necessária em todos os lugares.
Bem, a palestrante convidada de hoje aplica esse conceito não apenas a locais geográficos literais, mas também às áreas de nossa cultura onde a escuridão prevalece.
É muito claro que estamos vivendo em uma era de escuridão e confusão, especialmente quando se trata de questões de gênero e sexualidade. Bem, a Dra. Juli Slattery está prestes a nos mostrar como a Palavra de Deus pode ajudar a trazer clareza para a confusão que vemos ao nosso redor, ou até mesmo, às vezes, em nosso próprio pensamento.
Antes de começarmos, gostaria de mencionar que essa mensagem não é direcionada às crianças. Então certifique-se de ouvir esta mensagem em um momento que crianças não estejam por perto.
Aqui está Juli Slattery:
Juli: Meu desafio agora é falar para vocês sobre duas palavras que podem parecer bem estranhas juntas: discipulado sexual. Quando menciono essas duas palavras, percebo que as pessoas geralmente têm uma de duas respostas. Ou elas dizem “Eca!” Ou elas ficam “Hã?”
Sabe, estamos tão acostumadas a separar Deus e sexo que quase parece irreverente juntar essas duas palavras. Mas gostaria de compartilhar com vocês como comecei a usar essas duas palavras com frequência.
Como mencionei, ao longo da última década, meu trabalho tem sido liderar um ministério onde falamos sobre questões sexuais. O dia todo, todos os dias, é isso que fazemos. Nós discipulamos sexualmente. Sou co-fundadora deste ministério com Linda Dillow, que algumas de vocês conhecem, e nós viajávamos por todo o país falando sobre sexualidade bíblica para grupos de mulheres nas igrejas.
Uma das coisas que percebi enquanto ia de cidade em cidade e de igreja em igreja, era que encontrava mulheres como você, que amam Jesus, que caminham com o Senhor há muitos anos, que foram discipuladas de muitas formas e conhece a Palavra de Deus.
Mas quando se trata de relacionar a Palavra de Deus à sua sexualidade, você ficava tipo “Não sei como fazer isso?” Não fomos discipuladas na nossa sexualidade pela Igreja. O que comecei a perceber é que fomos discipuladas sexualmente pela cultura.
Discipulado não é o que pensar sobre sexualidade, é como pensar sobre sexualidade. Eu mesma, tendo sido criada em um lar cristão e indo para faculdades cristãs e escola de pós-graduação, eu ainda ficava muito confusa em lidar com questões sexuais. O que a Bíblia realmente diz sobre questões como masturbação e sexo oral? Algumas de vocês estão pensando, “Ela falou isso mesmo?” Isso só mostra o quanto ficamos desconfortáveis em ter um encontro cristão onde reconhecemos a realidade dessas coisas.
Quando comecei a investigar mais profundamente o que significa realmente integrar a Palavra de Deus nessa área muito privada e preciosa da nossa humanidade, essa ideia de discipulado sexual continuava surgindo em minha mente.
Veja, para realmente entender o que é o discipulado sexual, é importante entender o que ele não é. Quando estudamos as maneiras como a Igreja tradicionalmente abordou a sexualidade—e eu diria até as maneiras como a abordamos hoje—percebemos que não estamos discipulando. Quando olhamos para o lar cristão em geral, não estamos discipulando em relação à nossa sexualidade.
As abordagens que estamos adotando, ou que aprendemos a adotar, são três. A primeira é o silêncio. Quantas de vocês diriam que, ao crescer em. . . talvez você tenha crescido indo à igreja ou em um lar cristão, e se lembram de conversar ou ter palestras sobre sexualidade? Acredito que a grande maioria aqui. Quando fiz a pergunta no Facebook, “O que você aprendeu sobre sexo crescendo na igreja?”, metade das respostas foram: nada. Apenas nada. Nada. “Nunca falamos sobre isso. Só ouvimos não ter sexo antes do casamento. Isso era tudo o que era falado.”
O silêncio foi ensurdecedor! E, por causa do silêncio, o inimigo teve espaço para entrar e preencher esse vazio, assumindo a conversa sobre sexualidade em nossos próprios corações. Por causa do silêncio, sentimos vergonha até de falar sobre algumas das coisas com as quais estamos lutando ou que estamos enfrentando. O silêncio não é a abordagem certa.
A segunda abordagem que vejo com frequência na Igreja hoje é a abordagem de resolução de problemas. Eu chamo isso de abordagem do jogo “acerte a toupeira”, aquele onde tem que acertar os bichinhos que vão aparecendo com um martelo.
O pastor diz: "Temos um problema com pornografia. Vamos começar um grupo de homens." Pá. Bate o martelo nesse bicho. "Temos um problema com mulheres na pornografia. Vamos começar um grupo de mulheres." Pá. "Temos um problema com adultério. Vamos começar um grupo." Todos esses grupos que surgem são bons. Eu diria que são parte do discipulado. Mas são apenas uma parte.
A sexualidade não é um problema que precisamos resolver. É um território que precisamos recuperar. Se apenas lidarmos com os problemas da sexualidade, nunca chegaremos à raiz de como devemos recuperar o design de Deus para a sexualidade.
Agora, a terceira abordagem, com a qual acho que todas nós estamos muito confortáveis, é a educação sexual. Você já ouviu falar sobre educação sexual, certo? Famílias cristãs fazem coisas como Mike e eu fizemos com nossos filhos. Nós os levamos para um fim de semana e conversamos sobre sexo.
Ou enviamos um grupo de jovens para um retiro para falar sobre pureza sexual. Talvez tenhamos uma aula para casais noivos, onde damos uma última lição sobre o que esperar na noite de núpcias, como se uma lição fosse realmente útil. Mas uma abordagem educacional é muito limitada.
Deixe-me dar um exemplo disso. No ensino médio e na faculdade, eu estudei espanhol. Estudei espanhol por quatro anos no ensino médio e dois anos na faculdade. Minha última aula de espanhol foi de espanhol conversacional. Meu exame final era ter uma conversa de quinze minutos com meu professor, apenas em espanhol. De alguma forma, eu consegui passar. Isso foi há muito tempo. Aquilo foi educação. Minha educação terminou. Eu parei de estudar espanhol e passado muitos anos, não sou fluente em espanhol.
Pedi a uma amiga para vir aqui, ela está aqui? A Betsy está aqui? Lá está ela. Ela está pegando o microfone, porque Betsy realmente fala espanhol. Ela vai me testar depois de muitos anos. Vamos conversar em espanhol para ver o que eu realmente lembro.
[O texto desta conversa não está no transcript. Mas acho interessante usá-lo, então escutei o podcast e transcrevi aqui.]
Betsy: [fala em espanhol] “Olá amiga, como estás?”
Juli: [responde hesitante] Ah bien, bien e Tu?
Betsy: [fala em espanhol] “Estoy muy bien. Estava pensando, preguntar-te qual és tu versículo bíblico favorito?”
Juli: “Yo no sei.” [risos] “E Tu? OK!”
Betsy: [fala em espanhol] “Me encanta o livro de los Colossenses, e entonces qual es tú comida favorita?”
Juli: Hmm... “Donde está el banho?” [tenta em espanhol] [risos]
Betsy: [fala em espanhol] “Ok, melhor te pregunto qual és tu película favorita?
Juli: Não faço ideia do que você disse. [risos] Ok, como eu fui? Não muito bem, né?
Betsy: Aah, talvez você acertou dez de cem.
Juli: Talvez eu seria reprovada! Obrigada, Betsy. Ok, ela é fluente em espanhol. Ela foi discipulada em espanhol. É a língua nativa dela. Eu não sou, apesar de ter sido educada. Amigas, é assim que muitas vezes nos sentimos quando estamos abordando temas sobre sexualidade. Aprendemos alguns versículos que sabemos recitar. Sabemos responder a pergunta certa. Se você perguntar da maneira certa, sabemos como responder porque ouvimos alguém falar sobre isso ou lemos um livro. Mas não somos fluentes em sexualidade bíblica.
Muitas vezes, somos pegas despreparadas em conversar com nossos filhos, netos, com colegas de trabalho, ou mesmo com a cultura em geral. Não sabemos o que dizer. Deus nos chama para falar mais alto do que a cultura no discipulado sobre sexualidade. Nossa parte como Corpo de Cristo não é apenas fazer uma série de sermões, ou apenas ler um livro sobre sexualidade, mas nos tornarmos fluentes em recuperar o território da sexualidade bíblica.
Eu vou confessar que ainda tenho grande dificuldade em descrever para um estranho o que faço. (risos) Quando me perguntam, eu não digo: "Bem, eu faço discipulado sexual com cristãos." (risos) Eu tenho que lembrar que responder a essa pergunta é ainda mais difícil para os meus três filhos. “O que sua mãe faz?” É... E agora que o Mike trabalha comigo, eles tem que falar sobre com o que o papai trabalha também. Pois é, aparentemente nós dois estamos no ramo do discipulado sexual.
Então o que é de fato o discipulado sexual? Vou te dar três coisas que aprendi ao longo de dez anos de ministério no discipulado sexual, de forma bem resumida.
A primeira coisa é que precisamos ser capazes de falar abertamente sobre sexo—sobre todas as questões sexuais. Adotamos, por tradição, essa ideia de que os cristãos não devem falar sobre sexo.
Gostaria de deixar uma coisa bem clara, esta pode ser uma tradição cristã, mas não é uma tradição bíblica. Quando lemos a Palavra de Deus, Deus não se limitou em falar sobre todas as questões sexuais. Na verdade, sabemos agora que os tradutores modernos traduziram o Cântico dos Cânticos de uma maneira que minimizava a linguagem real que foi usada.
Eles estavam com vergonha de colocá-la nas Escrituras. Não é apenas no Cântico dos Cânticos, vemos a sexualidade sendo tratada ao decorrer das Escrituras. Lemos exemplos explícitos de quebrantamento sexual, trauma, dor e redenção. Precisamos quebrar o silêncio.
Mulheres, eu sei que é muito difícil para nós falarmos abertamente sobre sexualidade. Eu certamente nunca imaginei que falaria sobre sexualidade de uma perspectiva bíblica. As primeiras vezes que falei publicamente sobre sexo, literalmente fiquei com urticária subindo pelo meu pescoço.
Eu não achava que conseguiria terminar, mas precisamos nos colocar na brecha para aquilo que Deus nos chama a fazer e só então a conversa sobre sexualidade flui livremente. Começa em nossos lares; começa em nossas igrejas.
É provável que as primeiras vezes que você for falar sobre sexualidade bíblica, não vai fluir naturalmente, porém, precisamos estar dispostas a fazer algo de maneira imperfeita antes de aprendermos a fazê-la naturalmente. Se você sente que está tropeçando e não sabe o que dizer, se tem medo de que uma mulher te faça uma pergunta que você não sabe como responder, tudo bem. Está tudo bem em dizer, “Eu não sei a resposta, mas posso orar com você?”
É uma vergonha que mulheres cristãs tenham que pagar um conselheiro porque esse é o único lugar seguro que elas têm para falar sobre o que estão lidando em sua sexualidade. Esse é o nosso trabalho dentro do Corpo de Cristo, e precisamos crescer confortáveis em falar sobre todas as questões relacionadas à sexualidade para que possamos recuperar esse território.
O segundo aspecto do discipulado sexual é que precisamos recuperar a narrativa bíblica da sexualidade. E o que eu quero dizer com a narrativa bíblica? Uma narrativa é o que explica o porquê.
Se você tem filhos pequenos, ou trabalha com crianças pequenas, sabe disso—por volta dos três anos começam a fazer a pergunta “por quê?”. Perguntam sobre tudo: “Mamãe, por que eu tenho que comer brócolis? É nojento!” “Por que eu tenho que ir para a cama antes do sol se pôr?” À medida que nossos filhos crescem, seus “por quês” ficam maiores. “Mãe, por que eu não posso dirigir?” “Mãe, por que eu não posso ir nessa festa?” E o que fazemos quando estamos super cansadas e não queremos lidar com os por quês? Todas nós sabemos. O que dizemos? “Porque eu disse e pronto!” Fim de papo! O que acontece quando você cria seus filhos sempre respondendo com “Porque eu falei”? Seus filhos nunca vão crescer. Eles nunca vão amadurecer. Eles nunca vão aprender a pensar por si mesmos.
Há muitas perguntas de por que sobre a sexualidade na fé cristã. Por que Deus diria que é errado duas mulheres se casarem se elas se amam? Por que Deus diria que o sexo é reservado para o casamento? Sabe de uma coisa? Infelizmente, o que fizemos repetidamente na Igreja cristã foi dizer: “Porque Deus disse e pronto.” Ele diz isso? Sim, Ele diz. Mas Ele também nos criou como pessoas que querem saber o por quê.
Ao longo da última década de estudo das Escrituras eu aprendi que existe uma resposta para os por quês relacionada à sexualidade bíblica... e é uma história. A Bíblia não é uma lista de regras, embora tenha regras nela. A Bíblia não é a lei. Isso não é tudo.
Mary Kassian começou a falar sobre isso nesta pré-conferência. Ela falou sobre como a Bíblia é, na verdade, uma história que revela Deus, e toda a criação revela Deus. Ela mencionou que o masculino e o feminino refletem o Evangelho.
Posso ir um passo além e dizer que sua sexualidade conta uma história do Evangelho? De onde eu tiro isso? Em primeiro lugar, precisamos perceber que tudo o que Deus criou Ele criou com o propósito de revelar a Si mesmo. E isso também se aplica às nossas experiências humanas.
Quantas de vocês já sentiram fome? Quantas de vocês já sentiram sede? Porque você tem fome e sede, agora sabe o que significa quando Jesus diz: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça.” Você também entende por que foi tão significativo quando Jesus disse: “Eu sou o pão da vida.” Ou quando Ele disse à mulher no poço: “Eu sou a água viva. Se você beber de mim, nunca mais terá sede.” Se você não tivesse a experiência de fome e sede fisicamente, não entenderia o espiritual.
O mesmo acontece com nossa sexualidade. Deus nos criou como seres sexuais porque, por meio de nossa sexualidade, Ele está nos revelando a natureza de como Ele ama com um amor de aliança. A Bíblia está repleta dessas verdades. Na maioria das vezes, a sexualidade não é referida apenas em termos do que fazer e não fazer. A Bíblia, na maioria das vezes, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, usa a sexualidade como uma metáfora.
Pense na nação de Israel, com quem Deus fez uma aliança. Deus fez uma aliança com eles e quando foram infiéis à aliança, o que Deus os chamou por meio dos profetas? Uma esposa infiel. Ele disse: “Você é uma prostituta. Você está agindo como uma prostituta.” O sexo comunicou a realidade espiritual da importância da fidelidade na aliança.
E no Novo Testamento, a aliança é com Cristo e a Igreja. A narrativa do noivado, de Jesus sendo o Noivo e nós sendo a Noiva, e o banquete de casamento do Cordeiro. Paulo diz isso muito claramente em Efésios 5, quando fala sobre o casamento e a união de uma só carne entre marido e mulher. Ele diz: “Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja.” (v. 32)
Veja bem, é muito provável que esta seja a primeira vez que você ouve alguém dizer que a nossa sexualidade revela o Evangelho. Talvez você esteja pensando: “Uau, preciso entender isso.” Eu passei provavelmente cinco anos tentando entender isso. E está tudo bem. Paulo também chama isso de mistério. Mas eu encorajaria você a ir mais fundo com a história, a narrativa da sexualidade bíblica. A narrativa explica o “por quê”. Ela dá propósito até para a batalha espiritual em torno de nossa sexualidade.
A terceira coisa que precisamos fazer no discipulado sexual é convidar as pessoas para uma jornada, uma jornada de integridade sexual ao longo da vida. O que quero dizer com isso? De maneira muito comum, se você olhar a linguagem da Igreja sobre sexualidade, a frase que costumamos usar é pureza sexual. Pureza sexual não é necessariamente ruim. Fala-se muito sobre pureza na igreja mas eu não vou falar sobre isso. Existe o momento certo para falar sobre pureza, mas esse tópico tem se tornado muito confuso para as pessoas. Aqui está o porquê: a maioria de nós entende pureza sexual apenas em termos das nossas ações.
A maioria de nós, foi ensinada a guardar o sexo para o casamento. Muitas de nossas conversas sobre sexualidade bíblica na Igreja hoje são sobre ações. Quando lemos Romanos 1 (falei sobre aquela progressão do caos sexual), a única coisa que estamos discutindo hoje no cristianismo é sobre o ato específico do sexo. Não estamos ensinando as pessoas a desafiar o pensamento do mundo que acabamos de ingerir. Não estamos falando sobre como mudar os desejos ou o que discernimento realmente significa.
A integridade sexual é mais do que apenas ações. Talvez você tenha se convertido a não muito tempo e diga: “Esta parte da minha vida está uma bagunça... me encontro neste momento neste ponto aqui, e sei que deveria estar naquele outro ponto, mas não tenho ideia de como chegar lá.” Às vezes, é preciso começar com ações.
“Eu sei que a Igreja está dizendo que eu não deveria me vestir assim, mas...”
“Eu sei que a Igreja está dizendo que eu deveria terminar com meu namorado, mas...”
“Eu sei que a Igreja está dizendo que eu deveria parar de assistir pornografia, mas...”
“Eu sei que a Igreja está dizendo que eu deveria aproveitar o sexo com meu marido, mas...”
“Mas, se você realmente quer saber a verdade, eu não sei como fazer essas coisas! Como eu faço isso? Tudo isso vem naturalmente?”
Não, não vem. É uma jornada. A jornada da integridade sexual é a rendição ao Senhorio de Jesus Cristo de cada aspecto de quem somos ao longo da vida. Muitas de vocês, mesmo enquanto estão ouvindo todo esse conteúdo hoje, têm perguntas. Vocês têm perguntas como: “Meu marido me deixou porque ele decidiu que era gay,” ou “Ele decidiu que era mulher. O que eu faço?”
Ou outras perguntas: “Eu sei que deveria desfrutar do sexo no meu casamento, mas posso ser honesta? Eu odeio o sexo,” ou “A única maneira de me excitar sexualmente é pensar em coisas que sei que não deveria estar pensando. O que eu faço?”
Algumas de vocês, mulheres solteiras, estão fazendo a pergunta: “Qual é o propósito do meu desejo sexual como solteira? Deus me vê?” Você pode dizer: “Eu sei que deveria parar de olhar pornografia, mas não sei como! Eu posso ficar um mês ou dois e ter vitória, mas então volto a cair nela. Eu fico me perguntando se realmente sou salva? Deus me ama? Quando isso vai parar?”
Essas são as perguntas do discipulado sexual. Não é suficiente trazê-las até a cruz e o arrependimento para a salvação e dizer que não deveríamos pensar sobre essas coisas, muito pelo cont rário, precisamos refletir: “Como isso funciona? Como nos rendemos? Como realmente nos tornamos o povo de Deus?”
Eu disse que não íamos parar em Romanos 1. O que quero olhar agora é o que acredito ser a passagem paralela a Romanos 1 que Paulo escreve mais tarde no livro aos romanos. Ela está em Romanos 11 e 12. O que Paulo realmente está nos chamando é a deixar o estilo de vida de Romanos 1 e ser discipuladas para um modo totalmente diferente, não apenas de comportamento, mas de pensamento, desejo e discernimento.
Vou começar a ler no final de Romanos 11 e depois seguir para Romanos 12. Em Romanos 11, é quase como se Paulo estivesse escrevendo esta carta e simplesmente tivesse que parar e adorar a Deus.
Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão inexplicáveis são os seus juízos, e quão insondáveis são os seus caminhos! "Pois quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu alguma coisa a Deus para que isso lhe seja restituído?"
Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre. Amém! (vv. 33–36)
Em vez de negar a Deus, Paulo nos dá um exemplo de como adorar a Deus. Agora, vamos ver o que acontece a seguir.
Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus, peço que ofereçam o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este é o culto racional de vocês. E não vivam conforme os padrões deste mundo, mas deixem que Deus os transforme pela renovação da mente, para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Rm 12.1–2)
Portanto, começa com adoração. Em Romanos 1, vimos que nosso pensamento se torna tolo e corrompido. Nossos corações ficam obscurecidos. Nossos desejos se tornam distorcidos. Perdemos nosso discernimento. Mas veja a reversão aqui. O que acontece quando realmente adoramos a Deus? Nosso pensamento é transformado. Nossos desejos são mudados. Agora podemos discernir a boa e perfeita vontade de Deus.
Se continuarmos lendo em Romanos 12, vemos o belo fruto do tipo de mundo em que todas nós queremos viver, onde temos unidade, amamos uns aos outros, nos tratamos com bondade e nos apegamos ao que é bom e odiamos o que é mau. Isso é discipulado e deve estar conectado à jornada sexual. Deve ser intencionalmente integrado nas lutas e questões que temos relacionadas à sexualidade.
Tenho certeza que algumas de vocês estão honestamente dizendo: “Que bom que Deus levantou pessoas como Juli Slattery para fazer esse tipo de trabalho. Eu a apoio completamente!” Mas, eu nunca conseguiria fazer esse trabalho sozinha. Querida, esse não é só o meu trabalho. Esse é o nosso trabalho.
Efésios 4 diz que a única maneira do Corpo de Cristo amadurecer é se todos usarem seus dons sob a autoridade de Jesus Cristo.
A Igreja Cristã é madura em sua compreensão da sexualidade? Ou somos levadas em todo vento da cultura? Acho que todas vocês concordam comigo ao dizer que não somos maduras. E o que vai ser necessário? Vai ser necessário que o povo de Deus esteja disposto.
Lembro-me lá atrás, quando eu era pequena, eu ia à igreja e tinha o domingo missionário, quando um missionário vinha de lugares como a Índia ou a África. Eles contavam histórias do tipo, “Eu me lembro de dizer a Deus que iria a qualquer lugar, menos à África, e, veja só, Deus me deu um coração pela África!” Talvez algumas de vocês estejam dizendo, “Eu faço qualquer coisa, menos falar sobre sexo.” Cuidado! Acho que eu já passei por isso.
Deus não chama os equipados, ele equipa os chamados. Quando olhamos para o chamado de Jesus de ir por todo o mundo e fazer discípulos, não há dúvida de que Ele estava falando dos lugares geográficos abandonados do mundo — em cada canto do mundo. Mas também acredito que Ele está nos chamando a ir para as áreas abandonadas do coração humano. A sexualidade é certamente uma delas.
Rosaria Butterfield disse que você pode ser chamada para ser essa missionária — todas nós somos chamadas para ser essa missionária. Todas somos chamadas para discipular. Se você quer ver uma colheita, um campo que está maduro para a colheita, é a área da sexualidade.
As pessoas estão morrendo de vontade de ter alguém que simplesmente coloque o braço ao redor delas, fale a verdade, ouça, tenha compaixão e caminhe com elas. As mulheres mais novas serão tão gratas se você se dispor a discipulá-las nesta área porque ninguém mais está fazendo isso! É um campo missionário incrível. Você vai ver Deus trazer frutos.
Amiga, é um campo missionário ao qual Deus está chamando todas nós. Você vai dizer “sim”? Você será corajosa o suficiente para dizer, “Deus, envia-me a mim”?
Eu amo o fato de que temos, não só o ensino aqui hoje, mas temos exemplos do que acontece quando os cristãos têm coragem de discipular e caminhar entre os que sofrem.
Raquel: Ah, Juli Slattery está nos ajudando a ver como podemos ajudar os outros em sua jornada de integridade sexual. Sabe, Nancy, acho que a maneira como ela traz essa mensagem é tão útil. Quando ouço a Juli falar, penso, “Hmm, nunca pensei nisso dessa forma antes.”
Nancy: Eu entendo. Ela realmente nos faz refletir, até mesmo ao mencionar o termo, "discipulado sexual", que nos ajuda a ver um tópico que às vezes pode parecer estranho ou vergonhoso de falar de uma maneira saudável.
E eu gostaria de agradecer pelo seu apoio. Realmente, não poderíamos continuar com nossos diversos esforços de alcance aqui no Aviva Nossos Corações sem as suas orações, o seu encorajamento e as suas doações.
Raquel: Agradecemos imensamente por tudo e desejamos que este ministério seja um meio de trazer tópicos como este e muitos outros, de uma forma bíblica e clara, para que o corpo de Cristo cresça, seja abençoado e reflita a Glória de Deus.
Finalizamos hoje a série “Gênero e sexualidade: clareza numa cultura de confusão” que foram retransmissões das palestras apresentadas durante a pré-conferência Mulher Verdadeira em Indianápolis, EUA, em 2022.
Amanhã começaremos outra série, ainda no tema da sexualidade, chamada “Ame o seu corpo”. Hoje em dia, muitas pessoas estão confusas sobre sexualidade. A autora Nancy Pearcey rastreia grande parte dessa confusão a uma visão de mundo fundamentalmente equivocada.
Aguardamos você aqui, no Aviva Nossos Corações.
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
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