
Dia 6: O que fazer quando seu marido está viciado em pornografia
Nancy DeMoss Wolgemuth: Que bênção que tem sido a série desta semana com Dannah Gresh e a Dra. Juli Slattery chamada Repensando a sexualidade. Super útil e encorajadora, assim como desafiadora.
Gostaríamos de lembrar que os episódios desta semana não são apropriados para crianças, então pedimos que usem cautela ao escutar este podcast.
Eu fico imaginando que, ao longo dos últimos dias, o Senhor tem tocado, de uma forma gentil, os corações de muitas de nossas ouvintes.
Talvez Ele esteja dizendo: “Isso é algo que você precisa enfrentar; isso é algo que você tem mantido enterrado ou escondido, mas precisa trazer à luz”. Ou talvez Ele esteja trazendo esperança para falhas passadas, vergonha passada ou encorajamento em como ajudar outras pessoas que estão lidando com o tema desta semana — repensando a sexualidade.
Precisamos falar sobre isso; precisamos pensar sobre este assunto.
É triste …
Nancy DeMoss Wolgemuth: Que bênção que tem sido a série desta semana com Dannah Gresh e a Dra. Juli Slattery chamada Repensando a sexualidade. Super útil e encorajadora, assim como desafiadora.
Gostaríamos de lembrar que os episódios desta semana não são apropriados para crianças, então pedimos que usem cautela ao escutar este podcast.
Eu fico imaginando que, ao longo dos últimos dias, o Senhor tem tocado, de uma forma gentil, os corações de muitas de nossas ouvintes.
Talvez Ele esteja dizendo: “Isso é algo que você precisa enfrentar; isso é algo que você tem mantido enterrado ou escondido, mas precisa trazer à luz”. Ou talvez Ele esteja trazendo esperança para falhas passadas, vergonha passada ou encorajamento em como ajudar outras pessoas que estão lidando com o tema desta semana — repensando a sexualidade.
Precisamos falar sobre isso; precisamos pensar sobre este assunto.
É triste que, em muitos casos, nas últimas décadas, o mundo tenha falado muito mais sobre sexualidade do que a igreja. E, assim, até mesmo muitas pessoas que cresceram na igreja cresceram com mal-entendidos, pensamentos errados, ou simplesmente pensamentos distorcidos — mentiras — sobre sexo e sexualidade.
O inimigo tem trabalhado ativamente, desde Gênesis capítulo 3 até os dias de hoje, para colocar as pessoas em cativeiro ao levá-las a acreditar em coisas que não são verdadeiras sobre essa área que foi feita para glorificar a Deus e fazer parte de conectar nossos corações e nosso entendimento com o Evangelho.
Quando Satanás rouba a verdade sobre a sexualidade e o sexo, ele está roubando a verdade que ele não quer que saibamos sobre o amor redentor de Deus. . . e isso é gigantesco! Então, deixa eu parar de falar e apresentar nossas convidadas: Dannah Gresh e Juli Slattery.
Juli, você escreveu este livro maravilhosamente útil, Repensando a sexualidade, que infelizmente não está disponível em português ainda, mas espero que nossa conversa, baseada em seu livro, esteja trazendo discernimento neste tópico tão importante.
O nosso objetivo não é trazer um manual para dar todas as respostas a todos os problemas, mas lançar uma base para o discipulado sexual, para nos ajudar a pensar de acordo com os caminhos de Deus, renovando nossas mentes para seguirmos o design de Deus para o sexo e porque isso importa. Muito obrigada por ter escrito esse livro e iniciado esse movimento. Obrigada por estar aqui no Aviva Nossos Corações para falar sobre isso conosco.
Dr. Juli Slattery: Obrigada por me convidar e me dar permissão para falar sobre o assunto no seu podcast. Sei que algumas partes são conversas sinceras e desconfortáveis!
Nancy: Estamos muito gratas pela sabedoria e graça, pelo amor e pela verdade que estamos ouvindo de você.
Agora, como prometido, vou colocar vocês duas na “berlinda” hoje e lançar algumas perguntas. Sei que ambas recebem muitos e-mails, cartas e ligações de mulheres — principalmente líderes de igreja — que estão fazendo perguntas sobre questões difíceis relacionadas à sexualidade, seja por benefício próprio ou com o objetivo de ajudar outras pessoas.
Juli, você faz muitas sessões de perguntas e respostas quando vai falar sobre recuperar essa área de nossas vidas. Não vamos nos aprofundar muito nessas questões hoje. Não vamos dar respostas completas, mas seria muito bom que ambas respondessem, para nos ajudar a começar a pensar biblicamente.
Quero começar orando, porque precisamos da sabedoria de Deus. E Dannah, vou pedir que você inicie esta conversa dizendo: “Senhor, nos ajude! Ajude-nos a fazer isso da maneira certa”.
Raquel: Ok, sim, claro!
Senhor, muito obrigada pela oportunidade de nos reunirmos como amigas — algumas de nós espalhadas por milhas e até continentes, mas Teu Espírito está com cada uma de nós. Guia-nos enquanto falamos palavras, guia-nos enquanto ouvimos palavras; que nada seja distorcido. Que tudo seja cheio de verdade! E que não tenhamos medo desses tópicos, Senhor, porque ao olhar para as Escrituras, Tu não tens medo deles! Nos dá paz enquanto abordamos esses assuntos e nos dá a Tua verdade. Em nome de Jesus, amém!
Juli/Nancy:Amém! Que assim seja.
Nancy: Então, sem uma ordem específica. . . Juli, sei que algumas dessas perguntas são aquelas que você disse que recebe com frequência. Se estão perguntando a você, então acredito que muitas de nossas ouvintes podem ter as mesmas dúvidas.
Deixe-me começar com esta, e alguém escreveu da seguinte forma: “Eu acho loucura casar com alguém com quem você não teve relações sexuais! Sexo é super importante; o que fazer se vocês forem sexualmente incompatíveis? Não seria necessário fazer um ‘test-drive’, um ‘teste de estrada’, para ver se vão ter uma boa vida sexual juntos depois de casados? Não deveríamos tentar antes?”
Juli: Bem, em resposta a qualquer uma dessas perguntas, eu quero garantir que faço referência às conversas que já tivemos no início desta semana. Porque quando tiramos uma pergunta do contexto e apenas damos uma resposta, isso parece muito superficial. Precisamos entender o pensamento por trás das perguntas, a teologia por trás delas.
Nancy: E é por isso que é importante você ter ouvido todo o conteúdo dessa série. Vá até o nosso site, avivanossoscoracoes.com, acesse os programas dos últimos quatro dias. Ouça ou leia as transcrições.
E, sim, estamos fazendo isso um pouco fora de contexto hoje, mas para quem acompanhou, já lançamos uma base. Ajude-nos a responder isso: Por que não “fazer um test-drive” antes do casamento para ver se o casal tem afinidade sexual?
Juli: Sim. Bem, primeiro de tudo, deixe-me apenas dizer: Eu não acho que Deus nos desenhou para sermos sexualmente compatíveis de imediato. E algumas pessoas podem estar pensando: “De onde você tirou isso!?” É só olhar para os homens e mulheres e a forma como seus corpos são desenhados, a maneira como sua sexualidade funciona, a maneira como eles experimentam prazer.
Nancy: Eles são diferentes!
Juli: São! E, de certa forma, incompatíveis — se você olhar a lista de diferenças físicas. E eu realmente acredito que muitas dessas diferenças, se não todas, já existiam antes da queda. Por quê? Por que Deus nos colocaria em uma relação sexual onde não somos sexualmente compatíveis?
Eu acho que há uma razão. . . porque Deus se importa muito com a maneira como nos amamos no casamento. Se eu sou sexualmente compatível com meu marido, não me exige aprender a amar. . .
Nancy: . . . sacrificialmente.
Juli: . . . sim, para que possamos ser sexualmente realizadas. Deus quer que experimentemos prazer sexual no casamento, mas por meio da jornada de aprender o que é amar como Ele ama. Eu diria a uma mulher que estivesse fazendo essa pergunta: “Seu pensamento está distorcido. O propósito da intimidade sexual no casamento não é apenas isso, ‘Vamos nos divertir juntos!’ É um laboratório do amor!”
Seja com quem você casar, você vai ser — em algum nível — sexualmente incompatível. Você vai discutir sobre sexo. Você vai querer em momentos diferentes do que ele quer. Você vai ter as suas próprias dificuldades e barreiras que vai trazer para o relacionamento.
Deus quer te ensinar de uma maneira tangível o que é amar um ao outro através da sua relação sexual. Se você pensa que ter relações sexuais por aí e encontrar alguém com quem você seja sexualmente compatível vai garantir um bom casamento. . . nao há pesquisa que apoie isso!
Raquel: Não. A pesquisa de fato sugere que um ótimo sexo tem menos a ver com corpos atraentes e juventude e todas essas coisas e mais a ver com comunicação. Tem muito mais a ver com a capacidade de superar essas barreiras de intimidade emocional, que é quando realmente estamos nos comunicando, e isso é difícil! Talvez essa seja a parte mais difícil e íntima do ato sexual, certo?
Juli: É, mas é o que nos ensina o que o amor realmente é! Sabe, eu estou casada há quase vinte e cinco anos agora, e eu diria que a intimidade sexual no nosso casamento é a coisa que mais nos ensinou a amar um ao outro — mais do que a maternidade e paternidade, mais do que as finanças, mais do que como estudamos a Bíblia juntos — porque é real!
Ela toca nas partes mais profundas de quem somos, nos obriga a ser vulneráveis, nos obriga a estender a graça. Aprendemos a amar muito mais profundamente porque não somos compatíveis.
Nancy: Vocês superaram essas coisas e determinaram que o amor que guarda a aliança de Deus poderia ter um impacto no seu casamento e ajudá-los a se amar bem, mesmo em momentos muito difíceis.
Juli: Sim, e isso nos ensinou a amar a Deus. Sabe, Deus nos amou sacrificialmente. Ele nos ama sacrificialmente. Então, no reflexo desse amor — o casamento — por que não seríamos desafiados a fazer o mesmo?
Nancy: Deixe-me nos levar agora para uma direção um pouco diferente. Novamente, vou lançar essas perguntas. Poderíamos passar um programa inteiro sobre cada uma delas. Sei que Juli, Dannah e eu também ouvimos de mulheres que dizem: “Eu tenho mais desejo sexual do que meu marido”. Isso não é tão comum, mas não é incomum.
Para aquela mulher que diz: “Eu tenho muito mais desejo e impulso sexual do que ele tem”, como você encorajaria essa mulher? Vou deixar qualquer uma de vocês duas responder.
Raquel: A primeira coisa que vem à minha mente é: "Vou perguntar a Deus sobre isso quando eu chegar no céu!" (risos) Vemos que os homens atingem o pico sexual no final da adolescência até os vinte anos, e depois o desejo sexual começa a diminuir, enquanto as mulheres atingem o pico sexual geralmente no final dos trinta anos até os quarenta.
Agora, há muitos ensinamentos que podemos tirar disso, mas o ponto é que, em algum momento da sua vida, os desejos sexuais provavelmente serão diferentes entre vocês. Como você se comunica por meio disso para que possa entrar mais profundamente na intimidade e amizade que Deus deseja para vocês. . . o que você acha, Juli?
Juli: Eu acho que parte disso é normalizá-lo, porque muitas mulheres cristãs sentem que são as únicas que têm essa situação no casamento. Elas sentem que há algo de errado com elas. Elas se juntam com suas amigas que estão falando, "Ah, meu marido está sempre atrás de mim!" E, "Eu estou sempre muito cansada!"
E elas pensam: "Eu queria que meu marido tivesse interesse em mim! Me sinto rejeitada! Sinto que há algo de errado comigo, ou algo de errado com ele".
Eu acho que o primeiro passo importante é reconhecer que nossos corpos são diferentes, nossos passados são diferentes e até a neurologia dos nossos cérebros é diferente no que se refere ao desejo sexual. Níveis hormonais, estresse, tristeza. . . todas essas coisas impactam o desejo sexual.
E por temporadas do nosso casamento (ou talvez durante todo o casamento), uma mulher pode ter um desejo sexual maior do que o do marido, e não há nada de errado com isso. E aceitar que simplesmente é assim que somos feitas. Como vamos nos amar no meio disso? Como nos comunicamos e não deixamos o inimigo usar isso como algo que nos divide em vez de nos unir?
Agora, dito isso, eu realmente acho que sempre que há desejo muito baixo — de qualquer parte, do homem ou da mulher — é preciso perguntar: "Por quê?" É algo fisiológico? Baixo nível de testosterona? Existem algumas barreiras emocionais, como trauma ou abuso sexual do passado, que precisam ser resolvidas? Pornografia, usada por homens ou mulheres — ironicamente — vai diminuir seu desejo sexual por um relacionamento íntimo real.
Raquel: Sim, até mesmo muitas revistas seculares e fontes de mídia estão reconhecendo esse fator agora e dizendo: "Ei, se você quer ter uma vida sexual incrível, deve apertar o 'pause' na pornografia". É exatamente o oposto do que muitas mulheres (e homens) estão acreditando, que "Ei, se eu quiser apimentar meu quarto, talvez isso funcione!" Não, isso é exatamente o oposto.
Nancy: E elas podem não achar que usam pornografia, mas usam romances eróticos, e isso é promovido como uma maneira de trazer mais "energia" para o quarto. O que você acha disso?
Juli: Isso reconfigura seu desejo sexual e sua resposta sexual de tal forma que você não consegue mais aproveitar o sexo normal. Sabe, é como estar dopada de açúcar e batatas chips e, de repente, não conseguir mais aproveitar uma refeição saudável e deliciosa porque seu paladar foi. . .
Raquel: Sim, você não consegue mais saborear as cenouras porque suas papilas gustativas estão anestesiadas!
Juli: Exato! O que Deus nos convidaria a fazer é confessar isso e reconfigurar nosso desejo sexual de maneira saudável. Mas há muitos homens e mulheres — particularmente casamentos jovens — que estão descobrindo que não têm desejo sexual. Eles nem conseguem responder sexualmente um ao outro porque seus cérebros foram treinados para responder a coisas que não são reais.
Raquel: Há uma analogia muito interessante que a Dra. Judith Reisman desenvolveu para nos ajudar a entender isso. Talvez você se lembre, Nancy, nos anos 70/80, da lagarta-do-pinheiro. Você lembra da lagarta-do-pinheiro? Você passava de carro pelas árvores e elas estavam cheias do que pareciam ser tendas. Eram tendas feitas de teias, e estavam cheias de lagartas-do-pinheiro.
A lagarta-do-pinheiro veio de outro país, não tinha predadores e estava destruindo nossas florestas. Tentaram usar pesticidas para matá-las, mas não estava funcionando. Os pesticidas mais fortes estavam matando as árvores. Estava sendo um tiro no pé. Então alguém disse: "Bem, vamos interromper o ciclo reprodutivo da lagarta-do-pinheiro".
Eles criaram feromônios de lagarta-do-pinheiro, e eles jogavam essas pelotas de feromônio nas árvores. Era tão poderoso que a lagarta macho saía voando, dizendo: "Onde está aquele cheiro maravilhoso? Não consigo encontrar aquele cheiro maravilhoso!" Eles passavam direto pelas lagartas reais com as quais poderiam se reproduzir, porque não conseguiam encontrar o cheiro verdadeiro.
E foi assim que conseguimos nos livrar de uma praga destrutiva no nosso país. E é exatamente isso que está acontecendo com a pornografia! Ela cria uma sensação falsa e irreal de como o sexo e o prazer poderiam ser. Homens e mulheres ficam tão encantados com isso que acabam ignorando o verdadeiro presente que está bem à sua frente.
Juli: Essa é uma ótima analogia!
Nancy: Deixe-me pegar essa ideia e fazer uma pergunta diferente: para a esposa cujo marido é viciado em pornografia, usando pornografia, e ela sente que isso está roubando a intimidade no casamento deles. . . como você encorajaria essa mulher?
Juli: Bem, em primeiro lugar, você não está sozinha. Há muitos casamentos passando por isso neste momento. E, em segundo lugar, há esperança! Deus nos convida para a liberdade, mas como discutimos em um programa anterior, a jornada para a plenitude sexual e liberdade — para muitas de nós — é uma jornada muito longa e exige perseverança.
Mas o que eu diria para essa esposa: Você precisa manter duas coisas que parecem contraditórias — empatia (que está realmente enraizada na humildade), sem envergonhar seu marido.
Nancy: Ele não é o único pecador nesse relacionamento.
Juli: Certo. E parte disso também é que, quando você ouve as histórias dos homens, a maioria dos homens que lutam com a pornografia foi introduzida a ela quando eram muito jovens — nove, dez, onze anos. Eles nem sabiam o que era, nem sabiam como reagir àquilo. Há muitos homens piedosos que odeiam o fato de lutar contra a pornografia. Eles fariam qualquer coisa para se livrar dessa luta!
Quando uma esposa aborda isso dizendo, "Como você pôde fazer isso!?" Ela acrescenta vergonha sem entender que há homens piedosos que estão em uma batalha pela vida cristã deles (pelas suas almas, é como se fosse!). Elas não podem ser ajudantes adequadas para aquele homem que está lutando. Elas não podem compartilhar a jornada com ele. Então a primeira coisa é simplesmente empatia, essa humildade, essa graça.
Mas a segunda coisa é responsabilidade. Em qualquer relacionamento cristão, não nos engajamos tanto em compaixão e empatia a ponto de ignorarmos o pecado ou a quebra e fingirmos que está tudo bem. Acho que algumas esposas estão na situação de serem tão empáticas com seus maridos, ou dizerem: "Essa é a luta de todo homem, então acho que devemos desistir de ir contra," mas deveriam dizer: "Isso não é aceitável. Precisamos de ajuda. Se você não buscar ajuda, eu vou buscar. Vamos enfrentar isso. Não podemos fingir que nada está acontecendo".
Acho que tudo isso vem diretamente das Escrituras e de como lidamos com o pecado uns com os outros, com humildade, compaixão, mas também chamando uns aos outros para a pureza e a justiça.
Nancy: Porque vocês não são apenas marido e esposa, também são irmão e irmã em Cristo. Vocês têm responsabilidade um pelo outro, pela santificação de cada um.
Juli: Sim, e a última coisa que queremos fazer no casamento é permitir que o outro peque e chamar isso de "amor". Isso não é amor.
Nancy: Então você está encorajando a esposa a dizer ao marido: "Precisamos de ajuda!" O que isso pode significar?
Juli: A primeira coisa que eu encorajaria uma esposa a fazer nessa situação é se ajoelhar e pedir sabedoria a Deus.
Nancy: E Ele promete nos dar!
Juli: Sim, e pedir por Seu tempo e pelas palavras certas para confrontar o pecado. Porque muitas vezes enfrentamos essas coisas a partir da nossa própria raiva, da nossa própria dor, e acabamos fazendo mais mal do que resolvendo o problema.
E quando Deus mostrar que é o momento certo, lhe der as palavras, você expressa isso com amor — por amor a Deus, por amor a você e ao seu casamento — “isso não está certo, e precisamos de ajuda. O que podemos fazer?” E trabalhar de maneira tangível: “Vamos ver um conselheiro, vamos contar ao nosso pastor? Você vai se juntar a um grupo de homens que estão lidando com isso? Eu vou me envolver com um grupo de apoio para esposas que pode me ajudar a lidar com isso?”
Você tem que definir passos tangíveis e não apenas dizer, "Ah, algum dia vamos buscar ajuda para isso", caso contrário, a situação não vai mudar.
Raquel: Esta é uma história pela qual Bob e eu passamos, e acho que o nosso primeiro conselho sempre é: "Você precisa contar a alguém". E para uma esposa, isso é muito difícil, porque pode ser que o marido ainda esteja em negação, ainda dizendo que o problema não é tão grande quanto ela pensa.
Mas eu não acho que Deus nos fez para que caminhemos sozinhas com o nosso pecado, nossa dor e nossa vergonha, mesmo quando o pecado é do nosso marido. Isso não significa que você vai espalhar para todo mundo, contar tudo sobre ele. Significa que não vai passar por esta fase sozinha. Não caminhe sozinha.
Não acredite na mentira de que você pode fazer tudo isso sozinha, porque o inimigo anda ao redor, como um leão rugindo, buscando a quem possa devorar (1Pe 5.8). Eu não sei muito sobre leões e como eles caçam, mas tenho quase certeza de que eles não atacam um rebanho inteiro. Eles procuram aquele que está sozinho, certo?
Não fique sozinha! Corra para uma amiga cristã, boa e piedosa. Diga a elas: "Lutem comigo de joelhos, em oração, pelo meu casamento!"
Nancy: Deixe-me trazer mais uma questão, e Juli, você disse que esta é uma das perguntas mais comuns que você recebe. Mulheres — casadas ou solteiras — estão perguntando sobre a autossatisfação, autogratificação.
Isso é aceitável, é pecado, é necessário para mulheres solteiras como uma forma de alívio e, às vezes, até dentro do casamento? As mulheres podem pensar assim? Ajude-nos a refletir sobre essa questão.
Juli: Em primeiro lugar, a masturbação não é mencionada na Bíblia. E bem que poderia ter sido. Veja bem, há muitos lugares onde as Escrituras descrevem claramente o que é pecado sexual, o que é imoralidade sexual, e ela lista certos comportamentos. Mas não vemos isso ser mencionado de forma alguma. Não é afirmado e nem mencionado como algo errado.
O que é mencionado como pecado e que não é bom para nós é a lascívia, as fantasias sexuais. Para muitas pessoas, a autossatisfação vem em conjunto com a pornografia, com as fantasias às quais nos entregamos. Estamos nos dando permissão, como mulheres solteiras ou até dentro do casamento, para nos entregarmos a nossas fantasias e lascívia que não envolvem nossos maridos ou que envolvem outras pessoas?
Sabemos que as Escrituras dizem que lascívia é errado. Jesus até disse que se você desejar alguém em seu coração, isso é o mesmo que cometer adultério com essa pessoa (Mt 5.28). Isso é algo que é muito claro. Mas essa ideia de masturbação: o fato de não ser mencionada nas Escrituras (e tenho certeza de que isso era uma luta tanto para homens quanto para mulheres na época bíblica) nos faz perguntar: "O que Deus realmente pensa sobre isso?"
Eu acho que, com base nas Escrituras, precisamos não apenas perguntar: "Isso é errado?" Porque não é definido como bom ou mau moralmente. Acho que também precisamos perguntar: "Isso é maduro?" E o que eu encontrei ao trabalhar com mulheres que estão lutando com a autossatisfação — até vícios nisso — é que elas sentem muita vergonha sobre isso. Geralmente, isso é um sintoma de algo maior.
É sintoma de depressão com a qual elas não estão lidando, ou de ansiedade, ou de memórias ou traumas sexuais que elas têm e não sabem o que fazer com isso. É sintoma de suas carências e solidão, e eu preferiria focar em "Como podemos ajudar essa mulher a amadurecer nas questões subjacentes e nas feridas?". . . em vez de apenas focar no sintoma de "Vamos fazer ela parar com esse comportamento".
Eu acho que muita dessa questão é uma questão de maturidade — de maturidade espiritual, de maturidade sexual, de crescimento da nossa compreensão de que Deus projetou nosso desejo sexual para ser e o que isso realmente simboliza para nós em um nível mais profundo.
Nancy: E também, crescendo em nossa compreensão do design divino para o sexo: "tornando-se os dois uma só carne" (Mt 19.5). Trata-se de relacionamento; não é sobre "eu e eu".
Juli: E muitas vezes, nossa compreensão da sexualidade é imatura. À medida que amadurecemos na nossa compreensão da sexualidade e na nossa plenitude sexual — seja você solteira ou casada — acho que esse sintoma começa a perder seu poder.
Raquel: O que você está falando, Juli, é sobre ir à raiz. Em vez de dizer, "Não faça isso!", você está dizendo, "Por que você está fazendo isso?" Isso provavelmente será mais eficaz. Não se corta um dente-de-leão pelo topo e espera que ele não cresça de novo, certo? Você vai atrás da raiz.
Juli: Sim, e há tantas mulheres que estão lutando com feridas profundas em sua sexualidade. E quando elas ouvem uma mensagem que as faz se sentir ainda mais envergonhadas por terem desejos ou anseios sexuais que não sabem o que fazer com eles, isso faz com que elas se perguntem: "O que eu faço? Simplesmente desligo tudo?" Na verdade, o foco tem que ser nas questões mais profundas, nas feridas mais profundas e nas necessidades mais profundas.
Nancy: E, no final, para Cristo. Isso não é apenas uma resposta de escola dominical, mas um chamado para o relacionamento com Ele, a intimidade com Ele, que se expressa em todas as áreas da nossa vida. Então, voltamos à ideia de que o discipulado sexual é aprender a seguir Jesus e andar em união com Ele em todas as áreas de nossas vidas. . . inclusive nossa sexualidade.
Esse é o propósito por trás deste livro, Repensando a sexualidade: o design divino e por que importa. Sei que muitas das nossas ouvintes foram ajudadas por essa conversa, e que através deste podcast, haja um desejo e um interesse em ir mais a fundo no assunto da sexualidade bíblica.
Raquel: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
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