
Dia 5: Reivindicando o dom da sexualidade
Raquel: Juli Slattery lembra o momento em que Deus lhe deu um chamado, uma missão.
Dr. Juli Slattery: Eu comecei a chorar e a me quebrantar por um avivamento na área da sexualidade. Eu acredito que Deus quer nos avivar em todas as áreas, incluindo a sexualidade. O avivamento acontece quando Deus retoma o terreno. É quando Ele vai à ofensiva, reivindicando o terreno que Satanás teve por tempo demais. O que seria se Deus retomasse a sexualidade em uma escala massiva?
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mentiras que em que as mulheres acreditam e a verdade que as liberta, na voz de Renata Santos.
Antes de começarmos o tema de hoje, gostaria de informar que o conteúdo é para ouvidos maduros, então, fiquem atentas caso seus filhos pequenos estejam do seu lado. E se …
Raquel: Juli Slattery lembra o momento em que Deus lhe deu um chamado, uma missão.
Dr. Juli Slattery: Eu comecei a chorar e a me quebrantar por um avivamento na área da sexualidade. Eu acredito que Deus quer nos avivar em todas as áreas, incluindo a sexualidade. O avivamento acontece quando Deus retoma o terreno. É quando Ele vai à ofensiva, reivindicando o terreno que Satanás teve por tempo demais. O que seria se Deus retomasse a sexualidade em uma escala massiva?
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mentiras que em que as mulheres acreditam e a verdade que as liberta, na voz de Renata Santos.
Antes de começarmos o tema de hoje, gostaria de informar que o conteúdo é para ouvidos maduros, então, fiquem atentas caso seus filhos pequenos estejam do seu lado. E se você perdeu algum episódio dessa série até agora, pode encontrá-los no avivanossoscoracoes.com. Nancy?
Nancy DeMoss Wolgemuth: Em primeiro lugar gostaria de dizer, Dannah e Juli, muito obrigada pela maneira como vocês refletiram sobre esse tema do design divino para o sexo e por que isso é importante. Obrigada pela forma como ambas escreveram sobre isso, pela maneira como se comprometeram a viver com integridade aquilo que estão ensinando às outras mulheres — não perfeitamente, mas em um processo de crescimento. Eu vi isso em ambas.
Acho que o que é tão útil para as mulheres é que vocês compartilham a partir da própria jornada de vocês. Compartilham áreas que seria mais fácil não falar, mas vocês se dispuseram a fazer isso. Muito obrigada por nos ajudar com esse assunto.
Raquel: Que prazer. Tem sido uma verdadeira alegria.
Juli: Tem mesmo. Obrigada.
Nancy: Sei que muitas de nossas ouvintes querem dizer “obrigada”. Tenho certeza de que muitas coisas foram despertadas, e sou muito grata por vocês nos apontarem para as Escrituras, para Cristo. E, Juli, você escreveu esse livro tão útil, Rethinking Sexuality (Repensando a sexualidade) que infelizmente não está disponível ainda em português, mas que você tem conseguido trazer um belo resumo dele nesta série.
Raquel: Sim, tem sido muito bom mesmo.
Nancy: E também sei que temos pessoas ouvindo, e eu mesma pensei nisso enquanto lia seu livro, Juli. Tenho amigas de todas as idades, mulheres jovens e esposas jovens, mulheres solteiras, mulheres mais velhas, algumas da minha geração que nunca sentiram liberdade para compartilhar sua luta, sua batalha, seu passado, sobre como foram feridas, e como pecaram na área da sexualidade.
Tenho idade suficiente agora para conhecer mulheres que tiveram um aborto há quarenta, cinquenta anos, e nunca compartilharam isso com ninguém, ou que foram abusadas sexualmente quando crianças ou jovens, e nunca sentiram liberdade para discutir isso com ninguém.
Tive uma experiência super legal recentemente, e talvez isso seja um ponto de partida para a conversa de hoje, na qual eu estava com vários jovens adultos, homens e mulheres solteiros (na verdade, passamos o final de semana juntos). Eram todos solteiros, na faixa dos vinte anos, mas a maioria estava em relacionamentos e super apaixonados. Encantados (risos). E esse assunto da sexualidade surgiu muito.
Raquel: Você acabou de dizer a palavra “encantados”?
Nancy: Eu disse a palavra “encantados”. (risos) Eles estão apaixonados. São jovens cristãos, na casa dos vinte anos.
Enquanto eu os ouvia, e enquanto Robert e eu interagiamos com eles, os assuntos relacionados a amor, sexo e casamento ficaram muito evidentes. Esses jovens, todos de famílias e igrejas piedosas, não haviam refletido sobre a sexualidade a partir de uma perspectiva bíblica.
Eles não tinham uma mentalidade completamente errada, mas algumas perspectivas estavam tão longe da verdade bíblica que dava para perceber que eles ainda passariam por muitas dificuldades pela frente, e que eu gostaria de ajudá-los a evitar. Esta é uma faixa etária à beira de alguns vales profundos quando fazem escolhas que sabemos que são realmente imprudentes. Muitas vezes não ouvem os conselhos das pessoas que mais os conhecem e amam. Acham que sabem de tudo nesta idade. Foi um final de semana que despertou para essa necessidade.
Eu estava lendo seu livro, Juli, na época, e pensei: “Sabe de uma coisa? Deus colocou Robert e eu na vida desses jovens, e na vida de muitos outros, onde Ele quer sejamos úteis. Discipulado sexual, como você chama. E para dizer coisas que talvez seus pais gostariam de dizer, mas não têm a plataforma ou o relacionamento para dizer”.
Juli: Sim.
Nancy: Nos últimos capítulos do seu livro, foi interessante perceber como você começou a abordar não apenas o processo de buscar cura e ajuda para si mesma, superando a dor e a vergonha, mas também como avançou para alcançar a plenitude do que Deus desejava para a sua sexualidade. Além disso, você passou a deixar Deus usá-la como uma pessoa com autoridade para falar sobre esse assunto, desenvolvendo relacionamentos intencionais. Vale destacar que uma grande parte do discipulado em nossas vidas acontece justamente no ambiente de relacionamentos.
Juli: Sim.
Nancy: E você leva muito a sério esse chamado de não agir como muitas pessoas mais velhas que dizem: “Que vergonha desses jovens. Por que eles agem assim?” É fácil ser crítica ou dizer: “O que há de errado com eles?” Mas é necessário arregaçar as mangas e entrar nas trincheiras com esses jovens e até com os mais velhos que estão confusos, que são um produto da nossa cultura, que foram discipulados pelo mundo, não pelas Escrituras.
Como podemos realmente ser missionárias nos nossos relacionamentos com eles? Isso é o que quero explorar nesta conversa, porque sei que ambas fazem isso muito bem. Sua vida, Juli, é um testemunho disso. Você passou por muita coisa. Compartilhamos isso nessa série, muitas das suas próprias incompreensões, pensamentos errados sobre a sexualidade, incluindo os primeiros anos do seu casamento.
Você viu Deus trazer beleza das cinzas — não perfeição. Nenhuma de nós chegou lá ainda, mas você viu Deus a redimindo. Mas você não deixou a benção ficar só com você. Você disse, “Isso não é só para mim. Quero que minhas irmãs desfrutem disso também”.
Juli: Sim. Uma coisa linda sobre o trabalho de Deus é como Ele redime toda a sua dor, até o ponto. . . veja bem não gostaria de passar por isso de novo, mas posso ser grata pelas coisas mais difíceis pelas quais passei. Eu ouvi tantos homens e mulheres contando histórias assim.
Tipo, “Eu jamais desejaria que alguém passasse por abuso sexual, mas quando olho para trás, para a redenção que Deus fez na minha vida. . .” As mulheres dizem: “Ele redimiu isso de uma forma tão linda para Sua glória que não me dói mais, porque vejo a beleza das cinzas”. E esse é o poder do nosso Deus.
Acho que, Nancy, é aí que começa um pouco dessa questão de ser missional sobre o design de Deus para a sexualidade.
Há muitos cristãos que pensam: “As pessoas vão vir até mim e fazer perguntas se eu mostrar que tenho todas as respostas, e fiz tudo perfeitamente”. Elas não virão até você e farão perguntas, porque terão medo de serem julgadas.
Eu sei que muitas de nós temos reputações cristãs, mas um bom testemunho não é dependente somente do que eu fiz, mas é o que Deus fez por meio do meu pecado e do meu quebrantamento.
Raquel: Uau. Eu amo isso.
Juli: Quando você tem um testemunho como o seu, Dannah, as pessoas querem compartilhar sua dor com você porque sabem que você é real, e sabem que o poder de Deus é real.
Nancy: E elas sabem que você pode entender algo do que elas experimentaram.
Juli: Sim.
Nancy: Se você tiver todas as respostas e nenhum testemunho, elas vão pensar: “Bem, talvez ela esteja certa sobre tudo isso, mas ela nunca passou pelo que eu passei. Ela não entende”.
Raquel: Ela não é acessível.
Juli: Certo. Admitir que você ainda tem dúvidas, admitir que ainda luta, compartilhar sobre algumas das coisas que você passou e como Deus as redimiu, isso convida as pessoas a compartilhar sua dor e ter esperança de que você vai abraçá-las e não julgá-las ou rejeitá-las.
Eu acho que isso faz parte, na verdade esta é uma grande parte do discipulado. Como você mencionou, Nancy. Estar envolvida na vida desses jovens que compartilharam com você. Acho que muitas vezes temos essa ideia de que vamos ensinar alguém sobre sexualidade bíblica fora de um relacionamento.
Nancy: Sim, venha para o meu seminário.
Juli: Sim. Ou até mesmo, acabo de conhecer uma jovem e fico sabendo que ela está tendo relações sexuais com o namorado, e de repente quero começar a dar uma lição de moral para ela.
Nancy: Ou começar a confrontá-la.
Juli: Não. Você tem que construir confiança, construir um relacionamento. Deixar claro que você é um porto seguro. Ouvir. Fazer perguntas. Antes de qualquer coisa que venhamos a falar, há muito desse desenvolvimento que é necessário.
Nancy: Eu só quero que você repita isso. Ouvir. Fazer perguntas. E esse é um bom conselho, não apenas para as amigas, mas para os pais.
Juli/Raquel: Sim.
Nancy: Se você quiser ter sucesso ao falar na vida dos seus filhos — e talvez você não seja a primeira pessoa com quem eles falem sobre isso. Eu acho que os pais, pais sábios e piedosos, oram para que Deus traga outros amigos para a vida de seus filhos que tenham uma influência piedosa.
Eu já disse para mães que estão frustradas com as escolhas que seus filhos estão fazendo, e com razão: “Você está ouvindo? Você está fazendo perguntas? Ou você está só jogando respostas sobre eles?”
Raquel: Escutei falar de um livro que foi um best-seller do New York Times, anos atrás, chamado Como falar para seus filhos ouvirem e Como ouvir para seus filhos falarem. Na verdade, eu nunca li o livro, mas o título me fez refletir na minha forma de educar. Eu pensei: “Ah”.
Quando eles começam a abrir seus pensamentos e revelar seu coração, às vezes o medo dentro de mim quer se levantar e corrigir seu pensamento o mais rápido possível para que ele não cresça, certo? Mas eu realmente não cheguei ao fundo do que eles estão pensando se eu não ouvir.
Juli: Sim.
Raquel: Isso é difícil para uma mãe fazer, porque somos “consertadoras”. Queremos consertar nossos filhos o mais rápido possível. E essa não é a maneira mais eficaz.
Nancy: E eles talvez não falem a menos que você esteja fazendo boas perguntas.
Juli: Sim. E eu não acho que isso se refira apenas a filhos. Acho que temos amigos ao nosso redor.
Nancy: Pessoas com quem trabalhamos.
Juli: Sim. Algo que eu acho que me ajudou muito foi reconhecer com que frequência entro nessas conversas com uma agenda — com meus filhos ou com outras pessoas. Eu preciso convencê-los de que o sexo fora do casamento é errado. Preciso convencê-los de que a homossexualidade está fora do design divino para a sexualidade.
Sabe, Deus nunca me deu essa agenda. Eu mesma a peguei. Ele me disse para ir ao mundo e compartilhar sobre quem Ele é, compartilhar sobre o que Ele ensinou, ter um impacto na vida das pessoas para que elas queiram segui-Lo. Às vezes isso exige falar a verdade, ensinar e corrigir pensamentos errados, mas muitas vezes isso exige amar, ouvir e esperar o momento certo para falar.
Eu acho que muitas vezes falamos muito cedo sobre esses tópicos.
Eu acho que é apropriado em relacionamentos a longo prazo, como o de pais e filhos, ser capaz de ouvir uma criança lutar com algumas dessas questões sem dar a resposta naquele momento, sem dizer: “Bem, deixa eu corrigir todo o pensamento e te dizer o que é certo”. Simplesmente afirmar o lugar de tensão.
Raquel: Um dos meus filhos sempre me perguntava, “O que você acha disso?” Ele queria fatos. Ele queria respostas. Ele era muito racional. “Me diga a resposta”. E ele também era muito obediente.
Mas eu também tive uma filha que dizia, “Ah é? Você vai me dizer como é? Eu vou encontrar outro jeito”. E eu aprendi muito rapidamente que com ela a minha criação precisava descansar na tensão do “O que você acha?” E isso me matava às vezes, porque eu sabia que o que ela pensava não era bíblico, nem verdadeiro, nem certo. Mas se eu simplesmente forçasse a verdade e enfiasse goela abaixo, a personalidade dela faria com que ela não recebesse bem.
O que eu ouço você dizendo é que, não é que estamos comprometendo a verdade, mas que o amor relacional faz parte de plantar essa verdade.
Juli: Sim. E você sabe que seus filhos sabem no que você acredita. Os meus sabem no que eu acredito. Existem momentos em que eu preciso falar isso novamente em voz alta. Mas há muitos momentos, especialmente à medida que eles estão ficando mais velhos, em que eu preciso perguntar a eles: “O que você pensa?” E ouvir. “Como você chegou a essa conclusão?”
Nancy: Deixe-os ouvir a si mesmos.
Juli: Sim. Eu acho que isso é muito mais eficaz. E, novamente, não é apenas na maternidade. Mas quando você faz perguntas, você também está mostrando a alguém que está disposta a entender o seu mundo e a sua dor.
Raquel: Que você se importa.
Juli: Sim. Quando você faz alguns comentários, você está na verdade as afastando de você. Tipo, “Vamos colocar um laço bonitinho nessa grande coisa que você acabou de me contar e fechar dentro da caixinha: Seu casamento está desmoronando. Você não consegue parar de olhar pornografia. Deixe-me te dar um versículo bíblico para que eu possa ir embora e não ter que lidar com você e esse seu problema”.
Mas quando você faz perguntas, quando você ouve, quando você simplesmente se importa — uau. Isso fala muito.
Nancy: Eu estou aqui, enquanto estamos tendo essa conversa. Estamos falando sobre filhos, netos e amigos, mas também, quanto dano algumas de nós fizemos online, nas redes sociais, e quanto dano cristãos fizeram para a causa, sendo rápidos em criticar e envergonhar pessoas que estão fazendo escolhas e acreditando em coisas que sabemos que não são consistentes com as Escrituras, não demonstrando nenhuma compaixão. Somos rápidas em dizer: “Isso está errado. Isso está errado. Isso está errado. E você não entende isso?”
Estamos meio que gritando, e, na verdade, ninguém está ouvindo — especialmente aquelas pessoas que estamos tentando impactar. Às vezes eu quero dizer: “Você realmente se importa em influenciar alguém? Ou você está só tentando gritar?” Eu não quero ser conivente com o erro, mas tenho que entender que esse método não é eficaz.
Sabemos que o caminho de Deus, o design divino é bom. Ele é para o florescimento humano. Queremos que as pessoas sejam libertas de sua dor, de sua vergonha, de sua culpa, mas primeiro elas precisam saber que realmente nos importamos, que estamos ouvindo, e não estamos apenas jogando respostas goela abaixo, que elas ainda não estão em um estado de espírito prontas para receber.
Juli: Sim. Com que frequência vemos Jesus se repetindo em Suas interações com as pessoas? Muito raramente. Cada interação é diferente. Às vezes Ele faz uma pergunta. Às vezes Ele traz à tona um tópico que a outra pessoa não quer falar. Às vezes Ele simplesmente diz: “Sua fé te curou. Você está perdoada”. Às vezes Ele confronta o pecado. E Ele tinha a sabedoria de saber que cada interação, cada necessidade espiritual, cada pessoa vem de uma perspectiva e ponto de vista diferentes.
Para ministrar de forma eficaz, precisamos ter essa mesma sabedoria. Nossas interações com as pessoas não devem ser, “Bem, primeiro você diz isso. Depois você diz aquilo. E em seguida você mostra esse versículo bíblico”. É o trabalho do Espírito Santo que nos guia para: “Como eu expresso o amor de Cristo? Como, quando chega a hora certa, eu sei que preciso confrontar com amor?”
Raquel: Você está dizendo que isso exige sabedoria. É o ponto de vista do meu marido, a maneira como interagimos nas redes sociais como cristãos. Ele diz: “Quantas pessoas estamos afastando de Cristo, da verdade, da fé porque precisamos expressar a nossa opinião?” Você não acha que outro ingrediente nessa tensão entre verdade e relacionamento é a humildade?
Juli: Acho que esse é um grande ponto. Na verdade, no meu livro Repensando a sexualidade, você sabe disso, Dannah, eu escrevi um capítulo inteiro sobre isso, porque a humildade é uma característica que Jesus incorporou. Somos ensinadas sobre isso em Filipenses capítulo 2. Ele nos ensinou a ter o discernimento de saber quando falar a verdade e como expressar o amor. Vemos que Jesus era humilde diante do Pai. Ele não assumiu uma agenda que o Pai não lhe tinha dado. Ele não estava ali para fazer a Sua própria vontade.
Muitas vezes, eu diria, até nas redes sociais, por mais que você queira espiritualizar isso, você está ali com uma agenda, para expor a sua opinião, para se envolver em uma batalha.
Raquel: Para vencer, para estar certa.
Nancy: Sim. E, além disso, se somos orgulhosas em vez de humildes, não estaremos livres para compartilhar nossas próprias falhas e nossa própria jornada, o que é parte do que aqueles que estamos tentando influenciar precisam ouvir. Eles precisam saber que somos pessoas humildes também.
E quantos aos pais, acho eu, no momento certo e da maneira certa, poderiam ganhar muito terreno apenas sendo honestos com os seus filhos sobre as suas próprias falhas. Os pais têm medo: “Eu não quero que eles passem por isso”. Mas você nunca disse aos seus filhos: “Nós erramos. E aqui estão algumas das consequências que experimentamos, mas aqui está como a graça de Deus está redimindo minha vida”. Eles precisam ouvir isso.
Raquel: Sim. Eu fico no meu pedestal porque ouço de mães o tempo todo que dizem: “Eu não contei para meus filhos sobre o meu aborto. Nunca contarei. Meu marido e eu estávamos casados com outras pessoas antes deste casamento, e decidimos não contar aos nossos filhos”. E por aí vai.
Acho que há tanto perigo nisso, porque, se queremos que nossos filhos confiem em nós com suas tentações, seus segredos e suas dores, como farão se nós não modelamos?
Juli: Sim. Eu ouvi um pastor dizer que ou estaremos criando pessoas que confessam os seus pecados ou que encobrem os seus pecados. E quando tudo o que apresentamos para nossos filhos (e nossos filhos espirituais) é que nós acertamos, é que nós entendemos tudo, estamos ensinando-os a esconder seu pecado, e que não somos um porto seguro para eles.
Mas o que queremos modelar e que seja convidativo é que todas nós precisamos confessar nossos pecados também.
Nancy: E se não, estaremos sempre encobrindo os nossos pecados.
Juli: Certo.
Raquel: E isso não é tão contrário ao Evangelho que diz: “Eu fui resgatado. Deixe-me contar a você sobre isso”.
Eu penso muito sobre aquele versículo na Bíblia, no livro de Apocalipse, que diz: “Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho”.
Somos uma igreja que tem medo de testemunho. Como vamos vencer?
Juli: Sim. Esse é um bom ponto.
Nancy: Antes que o tempo acabe, eu só quero encerrar pedindo que você, Juli, conte uma história que acho que não tinha ouvido até você, Dannah e eu termos jantado juntas ontem.
Você veio há vários anos a uma conferência Mulher Verdadeira, organizada pelo Aviva Nossos Corações. Você estava apresentando um workshop na época, uma sessão paralela. E o Senhor fez um trabalho muito renovador e doce no seu coração durante uma das sessões — trabalho esse que é refletido no último capítulo do seu livro, onde você fala sobre o seu chamado por um avivamento e como isso se relaciona com toda essa questão da sexualidade.
Você poderia compartilhar com nossas ouvintes o que você nos contou?
Juli: Sim. Claro. A sessão era sobre avivamento. Eu me lembro de você nos chamar para orar por avivamento. Eu estava com a Dannah, sentada com as outras palestrantes, e você nos pediu para passarmos alguns minutos orando por avivamento em grupos.
Bem, eu comecei a orar — e isso é muito fora do meu caráter. Eu sou uma pessoa de razão. Eu não choro com frequência. Mas eu comecei a chorar e ter um desejo muito intenso por um avivamento na área da sexualidade. E eu não só chorei. Eu comecei a soluçar incontrolavelmente, muito depois de você nos pedir para orar. Vocês continuaram com a adoração e o ensino, e eu estava lá, de joelhos, sentada no meu lugar — nariz escorrendo, lágrimas. . .
Raquel: Foi um choro feio.
Juli: Sim, foi aquele choro feio que eu não conseguia brecar. Eu acredito que Deus tem um coração para avivamento em todas as áreas, incluindo a sexualidade. E o que eu comecei a entender é que o avivamento é quando Deus toma o terreno de volta. É quando Ele vai para a ofensiva.
E frequentemente, quando falamos sobre sexualidade na igreja ou nas nossas famílias, pensamos de forma defensiva. “Como podemos manter as coisas ruins fora? Como podemos nos livrar da pornografia?” Ou qualquer que seja o problema.
O avivamento é quando Deus diz: “Não estou apenas mantendo as coisas ruins fora. Estou retomando o terreno que Satanás manteve por tempo demais. E começamos a ver menos e menos casamentos desajustados por causa da sexualidade e menos e menos homens e mulheres viciados em pornografia, porque a verdade os está libertando”.
Nancy: Sim.
Juli: Isso é algo que só pode acontecer com a obra sobrenatural de Deus.
Estamos vendo o oposto acontecer agora. Satanás está tomando mais terreno. Eu quero orar e chamar as pessoas para orar e trabalhar em função de, “O que é necessário para que Deus recupere a sexualidade em uma escala massiva?”
Nancy: E isso não acontece apenas com programas como este ou livros que você escreve ou mensagens que a Dannah dá. Todas nós estamos trabalhando em direção a isso e acreditando em Deus por isso. Mas cada pessoa ouvindo nossa conversa hoje pode ser parte dessa mudança e desse avivamento que Deus quer enviar.
Raquel: Posso ler uma coisa? Essa é a minha frase favorita em Repensando a sexualidade. Na verdade, são duas.
Se o avivamento deve vir, deve começar com pessoas como você e eu. O avivamento não acontecerá quando o seu pastor receber o Espírito Santo ou quando a Suprema Corte apoiar uma visão bíblica da sexualidade. Não olhe em volta esperando que Deus chame outra pessoa. Ele está te chamando.
Juli: Essa é a essência. E, Nancy, foi isso que você estava ensinando durante essa sessão: começa conosco.
Sempre que olhamos para os profetas do Antigo Testamento que começaram um movimento de Deus, tudo começou com o arrependimento pessoal deles.
Nancy: Certo.
Juli: Eu meio que fui a “criança-propaganda” de, “Eu fiz a sexualidade certa, sou casada e não faço todas essas coisas erradas”. Mas Deus teve que me quebrar, e Ele teve que me mostrar como, nas minhas próprias crenças e ações, eu estava de fato contribuindo para a falácia que eu detestava ao meu redor. Até que Ele fizesse esse trabalho no meu coração, eu não estava equipada para compartilhar essa mensagem com os outros. É aí que tudo começa para todas nós.
Nancy: Eu acho que Deus começou esse trabalho em muitos corações, ou deu outro passo nas últimas semanas, enquanto tivemos essa conversa. Não viemos aqui para dizer: "Nós temos as respostas".Viemos para dizer, para nós mesmas e para as que estão nos ouvindo: "A Palavra de Deus é o que precisamos, e a glória de Deus; vale a pena ser humilde, arrepender-se, vale a pena sair do sofá e se envolver com as pessoas que Deus colocou na sua vida, no seu trabalho, na sua igreja, no seu pequeno grupo”.
Quando leio essas fichas de oração que as mulheres entregam nas conferências, a grande lição para mim é: nós não temos ideia de como as pessoas estão profundamente machucadas.
Eu estava com um grupo de mulheres em uma sala de estar algumas semanas atrás, e essas são mulheres que amam este ministério. Elas estão super engajadas com este ministério. São mulheres inteligentes que, em seus lugares de influência, são mulheres boas e piedosas. Bem, nós nos sentamos no nosso último dia juntas, e eu perguntei: “Vamos compartilhar como podemos orar umas pelas outras”.
Fomos passando por aquele círculo, e uma após a outra, cada mulher naquele círculo compartilhou algo que era uma dor profunda. Cada mulher estava chorando. Pessoas se aproximando e orando por elas. Foi um toque de avivamento.
Não era sempre uma dor ou quebrantamento sexual delas. Às vezes era por um membro da família ou por um amigo. Muitas vezes tinha a ver com a sexualidade. E eu percebi: “Há dois dias eu não tinha ideia”. Essas mulheres, elas são como a “nata”, a elite, e eu não tinha ideia de que estavam sofrendo tão profundamente.
E o que aconteceu enquanto compartilhávamos umas com as outras, enquanto as mulheres se aproximavam e oravam umas pelas outras. . . Eu não estava controlando tudo aquilo. Eu estava apenas sentada ali deixando Deus agir. Depois que uma mulher compartilhou e as pessoas oraram por ela, ela levantou as mãos e disse: “Isso tem sido um fardo tão pesado, e eu sinto como se vocês tivessem ajudado a levantá-lo para mim”.
Elas oraram umas pelas outras. Mulheres de vários lugares do país. Voltaram para suas casas cheias de compaixão, com um coração mais tenro, com um maior desejo de ver Deus agir dessa mesma forma em outros lugares, porque todas nós dissemos: “Nós não poderíamos imaginar que nesse círculo teríamos esse tipo de necessidades e fardos”.
E o fato é que nós temos. Neste círculo aqui à mesa, nós temos.
É preciso ser honestas, humildes e nos envolver no caos, nas lágrimas, no choro feio, nas formas erradas de pensar, e ajudar umas às outras a chegar a Cristo com amor, compaixão e verdade. À medida que todas nós fazemos isso, acredito que veremos o tipo de avivamento que estamos crendo que Ele nos dará.
Juli: Sim.
Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth e eu estivemos conversando com a Dra. Juli Slattery sobre a definição da sexualidade segundo Deus. Espero que esta conversa tenha sido encorajadora para você. Sei que foi para todas nós.
Depois de ouvir esta série, você pode estar pensando, "Eu realmente preciso me aprofundar mais nesse tema da sexualidade à luz da Palavra de Deus". Espero que esta série esteja sendo útil para você.
Não perca o episódio de amanhã aqui no Aviva Nossos Corações, onde ouviremos mais de Juli Slattery, especificamente sobre o que uma esposa deve fazer quando seu marido está envolvido com pornografia. Vamos falar sobre conselhos sólidos e bíblicos para ajudar casais a lidar com essa questão.
Antes de encerrarmos hoje, gostaria de tirar um momento para orar. Vamos clamar ao Senhor que as minhas irmãs não estejam apenas ouvindo tudo isso agora, mas que Ele envie o avivamento que ansiamos.
Senhor, damos a Ti permissão para começar conosco. Corrija nosso pensamento. Ajude-nos a repensar a sexualidade, onde estamos cegas pelas mentiras do inimigo. O Teu desejo é que sejamos libertas.
Pai, oro por cada mulher que está ouvindo, qualquer medo que esteja surgindo em seu coração agora, porque ela pode se sentir levada a contar a alguém sobre algo que está enfrentando ou lutando. Que ela possa se sentir levada a ser honesta com seus filhos ou com seu marido, Senhor, Deus não nos dá o espírito de medo, mas de poder, amor e paz.
Senhor, inunda cada mulher com paz, pois Tu não só a libertarás, mas começarás um avivamento em sua casa, em sua comunidade, em sua igreja, se ela simplesmente se submeter ao trabalho que Tu queres fazer em seu coração e em sua vida hoje, por causa deste programa. Liberta-a, Senhor, em nome de Jesus, amém.
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
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