
Dia 4: Todas nós temos uma história
Nancy DeMoss Wolgemuth: Existe uma verdade maravilhosa para todo seguidor de Jesus: o seu passado não te define! Rosaria Butterfield explica.
Rosaria Butterfield: Minha biografia sempre terá a homossexualidade, e uma série de outras áreas destruídas, e pecado sexual. Mas em Cristo, minha natureza nunca terá! Porque o que é real é minha nova natureza.
Nancy: Este é o Aviva Nossos Corações. Eu sou Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos. Obrigada por estar conosco hoje!
Nesta semana estamos ouvindo algumas mensagens muito importantes de um evento recente promovido pelo Aviva Nossos Corações. O tema foi: Gênero e Sexualidade: Clareza em uma Cultura de Confusão. Na segunda-feira desta semana, Mary Kassian nos lembrou que nosso gênero e sexualidade fazem parte de uma história maior: a história do Evangelho.
Hoje, ouviremos outra conversa do evento Mulher Verdadeira ’22, desta vez …
Nancy DeMoss Wolgemuth: Existe uma verdade maravilhosa para todo seguidor de Jesus: o seu passado não te define! Rosaria Butterfield explica.
Rosaria Butterfield: Minha biografia sempre terá a homossexualidade, e uma série de outras áreas destruídas, e pecado sexual. Mas em Cristo, minha natureza nunca terá! Porque o que é real é minha nova natureza.
Nancy: Este é o Aviva Nossos Corações. Eu sou Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos. Obrigada por estar conosco hoje!
Nesta semana estamos ouvindo algumas mensagens muito importantes de um evento recente promovido pelo Aviva Nossos Corações. O tema foi: Gênero e Sexualidade: Clareza em uma Cultura de Confusão. Na segunda-feira desta semana, Mary Kassian nos lembrou que nosso gênero e sexualidade fazem parte de uma história maior: a história do Evangelho.
Hoje, ouviremos outra conversa do evento Mulher Verdadeira ’22, desta vez com Dannah Gresh, Laura Perry Smalts e Rosaria Butterfield (que participou através de uma chamada de vídeo). Vamos ouvir juntas esta conversa encorajadora, e aqui está Dannah para começar.
Raquel: Quantas de vocês já notaram que os jovens em nossas igrejas parecem colocar a história pessoal em uma posição de maior autoridade do que as Escrituras?
É assim que o inimigo trabalha, porque a Bíblia nos diz em Apocalipse que uma das maiores ferramentas de guerra espiritual que teremos será não apenas o sangue de Jesus Cristo, o sangue do Cordeiro, mas a palavra do nosso testemunho. E Satanás está distorcendo isso de uma forma terrível.
O que queremos fazer nos próximos minutos é reservar um tempo para ouvir as histórias de duas mulheres, e essas histórias são poderosas armas de guerra em favor do bom design de Deus. Vamos conversar com Rosaria Butterfield e Laura Perry Smalts. Sejam bem-vindas!
Estamos muito felizes em tê-las aqui conosco.
Vamos dar uma recapitulada em suas histórias e prosseguir com algumas perguntas.
Rosaria, vamos começar com você. Eu não consigo imaginar a vida que você vivia antes de ser a Rosaria que conheço agora! Mas você foi uma ativista LGBT. Eu me pergunto, em que ponto da sua vida você começou a seguir por esse caminho?
Rosaria: Acho que sempre fui uma ativista de coração, se é que isso faz sentido. Para mim, a verdade precisa ser colocada em prática e, assim que eu tenho uma ideia, eu a sigo! Mas, como Juli disse, o engano é real.
Engano significa ser capturado por uma força para fazer a vontade dela. Quando você tem uma pessoa enganada que também é uma ativista, isso não é algo muito bom.
Acho que fui o que você chamaria de “florescimento tardio”. Namorei homens na faculdade, e achei isso extremamente insatisfatório. Na pós-graduação, participei na comunidade LGBTQ — principalmente como aliada e ativista — e depois conheci minha primeira companheira lésbica aos 28 anos. E, honestamente, aquela vida simplesmente fazia sentido para mim. E eu pensei: Ahá! É isso que eu sou. E o Senhor permitiu que eu andasse nesse caminho até conhecê-Lo aos 36 anos.
Raquel: E que história linda é essa! Vamos ouvi-la em apenas um momento.
Laura, você seguiu um caminho um pouco diferente, e esse foi o fato de que sua área de confusão era em relação ao seu gênero. Quando foi que você começou a se sentir confusa sobre o fato de que Deus te criou para ser mulher?
Laura Perry Smalts: Isso começou bem cedo. Eu me lembro de ter esses sentimentos aos cinco anos de idade. E por muito tempo culpei muitas pessoas pelas coisas que eu acreditava. Quando criança acreditei em muitas mentiras sobre quem eu era.
Com o tempo, o Senhor me mostrou que foi a minha resposta às coisas que aconteceram comigo, o pecado no meu próprio coração. Eu culpava minha mãe, porque não tínhamos um relacionamento muito bom, quando na verdade ela estava enfrentando suas próprias lutas e dores.
Eu tinha tanta inveja do relacionamento que ela tinha com meu irmão. Carreguei muita amargura e raiva em relação a ela. Desde muito pequena, eu tinha ciúmes do meu irmão e queria ser um menino. Comecei a me vestir como ele. Comecei a agir como ele e a brincar com os brinquedos dele.
Eu era um pouco mais moleca, e achava difícil me relacionar com as meninas. Mas a sensação que eu tenho é que, uma vez que eu acreditei nessa mentira e coloquei esse filtro sobre minha vida, tudo passou a ser interpretado por esse filtro. E o inimigo foi muito habilidoso em usar cada pequena experiência, dizendo: “Viu? Ela não te ama!” ou “Viu? Você não é como as outras meninas!”
E isso começou a alimentar cada vez mais essas ideias, e eu ficava pensando nisso o tempo todo!
Raquel: Sim, essa é a palavra-chave, não é? “Pensar” ou “meditar”. Quando começamos a meditar no que achamos que é a nossa verdade, seguimos cada vez mais por esse caminho. Mas, como a maioria de vocês sabe, houve um ponto de virada na história de ambas, onde Deus começou a trazê-las de volta ao bom design Dele. Espero que isso seja um encorajamento para mulheres que estão orando por entes queridos. Rosaria, como foi esse ponto de virada na sua vida?
Rosaria: Bem, o ponto de virada foi, na verdade, uma discussão. Eu era professora naquela época, lecionava Estudos de Gênero, Inglês e Teoria Queer na Universidade de Syracuse, e já tinha o aval para me tornar professora titular.
Comecei a trabalhar em um livro onde, basicamente, eu queria estudar porque pessoas como vocês odiavam pessoas como eu. Eu tinha essa curiosidade. E, no decorrer da minha pesquisa, conheci um pastor e sua esposa, Ken e Floy Smith. Eles eram meus vizinhos e se tornaram meus amigos.
Para ser honesta, no começo eu pensava que Ken Smith era meu assistente de pesquisa não remunerado para esse livro. Ele dizia: “Leia a Bíblia”. E eu respondia: “Certo, sobre o que vamos conversar?” Eu genuinamente queria entender essa questão.
Ken e Floy eram incríveis! Já escrevi sobre eles antes. Acho que provavelmente jantei umas quinhentas vezes na casa deles antes que o Evangelho realmente começasse a criar raízes. Eles me amaram. Eles investiram em mim. Eles me deram seu tempo e cuidado.
Comecei a ler a Bíblia sozinha, e. . . não sei explicar isso de outra forma, exceto dizendo que, de repente, me dei conta de que (isso é o que Mary mencionou em sua palestra) eu não era apenas uma pessoa física. Eu era espírito e alma. Eu havia passado todo esse tempo pensando em maneiras de cuidar do físico. E incluo nisso fazer um doutorado e outras coisas. Mas zero tempo pensando na minha alma!
Foi nesse momento que o Senhor realmente entrou no meu mundo, e percebi que a Bíblia estava começando a tomar uma proporção maior dentro de mim.
Raquel: Uau.
Rosaria: Eu estava lendo a Bíblia de forma intensa. Sou uma leitora voraz, como a maioria dos professores de inglês. Acabei lendo a Bíblia sete vezes antes mesmo de começar a mudar nesse aspecto. Isso dá ao Espírito Santo muito tempo, mesmo na vida de uma pessoa bem teimosa! (risos)
Comecei a perceber que, se eu queria Jesus — e eu queria! (e isso foi chocante!) — eu precisava me arrepender de um pecado que parecia ser “quem eu era”. Isso era confuso, e percebi que precisava aprender a odiar meu pecado sem me odiar. E essa foi uma jornada espiritual muito longa, mas esse foi o ponto de virada: arrependimento para a vida.
Raquel: Tenho duas perguntas sobre isso. Uma delas é: você disse que jantou quinhentas vezes com eles?
Rosaria: Acho que sim.
Raquel: Isso é muito! Vocês percebem a persistência necessária para ministrar e amar alguém dessa forma? Leva tempo!
Voltando ao que Juli estava falando, quando você jantava com esse casal, o Evangelho era ofensivo? Eles te ofendiam às vezes?
Rosaria: Bem, tenho que dizer: sim e não. Eu sou mais velha, certo? Tenho sessenta anos. Não sou da geração que acha que precisamos concordar para jantarmos juntos. E, naquela época, eu tinha um adesivo na minha mesa que dizia: “Prefiro estar errada em um ponto importante do que certa em um ponto trivial”.
Sim, discordávamos. Na verdade, uma das coisas que Ken Smith dizia repetidamente era: “Eu te aceito sem te aprovar.” Existe uma diferença entre aceitação e aprovação. Acho que, porque Ken foi justo comigo. . . .
Ele não disse: “Estou fingindo que você não existe”, ou “Você é uma folha em branco e só precisa de Jesus”, ou “Se você fosse lobotomizada, todos seríamos amigos”. Ele viu a graça comum na minha vida e até permitiu que eu a exercitasse.
Eu gosto de fazer pão, e Floy me deu uma receita incrível que eu ainda uso hoje. Sou esposa de pastor, e faço pão para a ceia toda semana usando essa receita. Eles me deixaram fazer pão para eles uma vez por semana. Eles me incluíram nessas coisas.
Então, aceitar-me sem me aprovar foi uma maneira muito poderosa de me permitir relacionar com eles, mesmo que o que eles diziam fosse, claro, ofensivo. Como não seria?
Raquel: Sim, é lindo, eu amo isso. Eles eram seus amigos. Eles foram amigos para você. Laura, qual foi o ponto de virada para você?
Laura: Acho que devo voltar um pouco. Eu nunca tinha pensado em ser trans (só para quem não conhece minha história). Eu já tinha vivido em muitos pecados sexuais antes disso e estava despedaçada. Eu me entregava a qualquer homem. Eu tinha uma inveja intensa dos homens.
Há muito mais nessa história, mas, quando entrei nesse caminho, eu estava absolutamente convencida que era isso que eu deveria fazer. Passei por duas cirurgias importantes. Tomei hormônios. Tinha barba, pêlos por todo o corpo e uma voz grossa.
Eu estava realmente comprometida com aquele estilo de vida e não entendia as coisas que me levaram a acreditar naquilo. Tudo o que eu sabia era que eu me sentia como um homem. Sempre me senti como um menino. Mas o Senhor começou a me atrair, e foi realmente só pela graça de Deus e pelas orações dos meus pais.
Apesar de todo o pecado sexual, eu não queria nada com Deus. Eu queria ser o oposto de um cristão, seja lá o que isso significa. Eu não queria absolutamente nada com Deus, mas Ele continuou indo atrás de mim assim mesmo.
Ele continuou Se revelando em sonhos e de outras maneiras, por exemplo pelo rádio. Ouvi tantas coisas diferentes no rádio. Deus, ao longo dos anos, foi atraindo meu coração.
Minha mãe me pediu para fazer um site para o estudo bíblico dela. Eu não tinha nenhum interesse no estudo bíblico, mas tive uma ideia brilhante: pensei em resumir as lições para o site. Ela nem me pediu para fazer isso. Esse não era o plano que ela tinha bolado para “me consertar”.
Foi engraçado. Ela tinha tentado me consertar por quarenta anos, e, de repente, quando ela realmente me entregou nas mãos do Senhor e disse: “Eu não posso consertá-la!”, Deus acabou usando a vida dela por meio do plano Dele.
Mas, ao começar a ler as lições, a Palavra de Deus começou a penetrar meu coração. O versículo da minha vida é Salmo 107.20, que diz: “Enviou-lhes a sua palavra, e os sarou, e os livrou do que lhes era mortal”. Foi realmente a Palavra de Deus que começou a me transformar.
Em um momento, eu estava profundamente arrependida e entreguei minha vida ao Senhor. Fui radicalmente salva. . . e ia ser um homem de Deus! Eu estava tão animada!
Mas, genuinamente, o Senhor me encontrou onde eu estava. Eu tinha a mentalidade de que precisava me consertar para ser boa o suficiente para Deus, e fiquei tão surpresa quando o Espírito Santo veio até mim, e eu realmente, realmente fui transformada. Eu estava completamente apaixonada por Jesus.
O Senhor começou a me convencer mais e mais. E, quanto mais eu aprendia sobre a Palavra, mais fome eu tinha por ela! Eu a memorizava e a ouvia por horas e horas todos os dias. Deus estava derramando Sua Palavra em mim. Mas a coisa engraçada sobre a Palavra é que o Espírito Santo a usa para nos convencer, e Ele começou a mudar meu coração ao longo do tempo.
Quando deixei aquele estilo de vida, honestamente, pensei que viveria uma vida infeliz pelo resto da minha vida. Eu não tinha expectativa de transformação. Eu sinceramente pensava que seria muito, muito infeliz. Mas eu estava disposta. Eu sabia que precisava ter uma mudança de coração e obedecer a Cristo. E foi tipo: “Tudo bem, eu sei que um dia eu ficarei bem no céu”, mas até lá, eu simplesmente não tinha esperança.
Raquel: E houve um intervalo. Você foi posicionalmente santificada em Cristo, ao se render a Ele e receber Sua salvação, mas ainda não estava convencida de que sua identidade de gênero precisava fazer parte dessa mudança ou mesmo que seria possível que isso acontecesse. Houve um intervalo entre essas duas coisas.
Laura: Sim, sim.
Raquel: Mulheres, quem de nós conhece a Cristo e é totalmente santificada no dia seguinte?
Laura: Certo, ou até mesmo ainda nesta vida, não é?
Raquel: Certo, ou alguma vez! Ainda estou trabalhando nisso. Alguém?! Rosaria, houve algum tipo de intervalo para você depois de aceitar a Cristo?
Rosaria: Ah, com certeza, com certeza! Acho que é o desafio da santificação progressiva, que foi o que a Laura acabou de mencionar, dizendo que nunca seremos completamente santificadas nesta vida.
Parte disso é que você continua tentando levar o “lixo” da sua vida para Deus e dizendo: “Deus, será que o Senhor pode transformar isso? Será que pode abençoar isso? Posso continuar com isso?” Porque morrer para si mesma é realmente miserável! Nesse ponto, eu tinha uma igreja incrível que me ajudou a passar por isso.
A Laura falou sobre o Salmo 107, mas, para mim, foi o Salmo 113. Nós cantamos salmos, então estávamos cantando o Salmo 113 no culto, e eu estava furiosa! O Senhor usou isso para me ajudar não apenas a apreciar a promessa do que significa que Ele faz com que a mulher estéril seja mãe e dona do lar com alegria — não apenas apreciar isso — mas me permitir realmente incorporar isso, viver isso. Foi incrível!
Mas, sim, absolutamente, houve uma guerra dentro de mim. E, na melhor forma que posso explicar, era uma guerra entre a minha identidade sexual e minha união com Cristo.
Identidade sexual é um termo do século XX. O século XIX produziu a ideia de orientação sexual, o século XX produziu a ideia de identidade sexual, e o século XXI produziu a identidade de gênero. E todas essas são categorias falsas de identidade humana.
Por mais falsas que fossem, minha biografia estava atrelada a elas. E, ao mesmo tempo, minha união com Cristo é eterna, inquebrável e insubstituível. Durante anos, houve essa guerra. Aprendi a apreciar que isso é o que chamamos de “ser cristã”.
Porque toda mulher que me ouve conhece essa guerra. Quero dizer, isso é ser cristã. Laura e eu temos um contexto particular para essa guerra, mas cada uma de vocês tem sua história.
Raquel: Sim, é isso mesmo! É Romanos 7 — a batalha entre a carne e o espírito, certo?
Bem, vamos voltar àquele salmo. O Senhor fez de você uma mãe? Como está sua vida hoje, Rosaria?
Rosaria: Não é louco?! Menina, olha como o Senhor é incrível! Eu não tenho fotos de como eu era anos atrás. Graças a Deus isso foi antes da internet, então estou tranquila com isso.
Sim, é incrível. Sou casada com um homem maravilhoso e temente a Deus, que também é meu pastor. Temos quatro filhos adotivos. O Senhor escolheu não abrir meu ventre, mas nos concedeu quatro filhos por adoção.
Lembro-me de quando fiquei noiva do Kent. Algumas pessoas diziam: “O quê!? Você vai deixar um cargo vitalício em uma universidade de pesquisa de primeira linha para se tornar esposa de um plantador de igrejas?! Você está louca?! Você precisa de um doutorado para trocar fraldas? Você endoidou?!”
E acho que eu precisava, sim, de um doutorado para trocar fraldas e para ser. . . não sei, mas o Senhor realmente restaurou todos os anos que os gafanhotos comeram (Joel 2.25). De vez em quando, olho para trás e lembro de quando me casei com Kent. Algumas pessoas diziam: “Bem, sabe, sua vida intelectual acabou. Você provavelmente nunca mais vai escrever outro livro. Nunca mais vai dar outra aula”.
E isso é categoricamente falso — não é verdade de forma alguma! O Senhor ampliou o trabalho ao qual Ele me chamou. Mas meus filhos e meu marido são a alegria da minha vida!
Raquel: É lindo! Quando você diz que ama sua vida, não consigo deixar de pensar que você disse que faz o pão para a ceia. Estou pensando: quantas de vocês fazem o pão para a ceia?!
Ela ama participar do trabalho de ser dona de casa, esposa e mãe, com alegria! Preciso pedir para você compartilhar a versão bem curta: como você conheceu seu marido?
Rosaria: Ah, meninas! Ok, vou dar a versão bem curta. Quando eu estava na igreja de Syracuse, havia outro homem que entrou pela porta da igreja. Ele também veio de uma comunidade de profunda quebra sexual, incluindo a comunidade gay.
E, infelizmente, algumas pessoas pensaram: “Uau! Dois pecadores sexuais! Vocês dois vão dar muito certo!” Só que não deu, só para avisar. Enfim, de qualquer forma, ficamos noivos, e ele me apresentou ao Kent. Esta é a pura e simples verdade! (risos)
E, cerca de um mês antes de nos casarmos, ele disse: “Olha, Rosaria, eu não estou muito certo se realmente quero seguir a Cristo. Não podemos nos casar.” Depois, alguns anos mais tarde, Kent Butterfield entrou novamente na minha vida.
Eu aprendi, como cristã, que aquilo que te humilha não te machuca! Entrei nesse relacionamento como uma terrível pecadora sexual, uma prostituta, para ser bem franca, enquanto meu marido veio como um homem puro e temente a Deus.
Eu poderia passar um tempo me sentindo envergonhada sobre o meu passado ou poderia enxergar aquela situação como um belo exemplo de Cristo e da Igreja, e escolhi a segunda opção. (aplausos)
Raquel: Hoje, Rosaria transforma radicalmente sua casa no lugar onde o Evangelho é compartilhado, da mesma forma que ela recebeu o Evangelho em um lar. Ela escreveu um livro maravilhoso chamado O Evangelho e as chaves de casa. Eu diria que isso é o Senhor trazendo o Salmo 113 à vida em sua história, Rosaria. É lindo, e amei ver isso acontecer!
Laura, nos atualize sobre como o Senhor tem abençoado e usado sua vida desde que você voltou para Ele. Você é uma mulher muito feminina! Há uma doçura e beleza suave em você.
Laura: Isso é realmente um milagre incrível!
Raquel: Conte-nos como você está agora.
Laura: Sim, tem sido um milagre incrível! Houve momentos em que fui convidada a falar em lugares onde pediram para eu deixar Jesus fora da história. Mas eu digo: “Eu não tenho história sem Jesus!” Eu não descobri como me consertar sozinha.
E como eu disse, não tinha expectativas. Não tinha esperança de transformação. Eu realmente achava que seria absolutamente infeliz pelo resto da minha vida. Mas estava apaixonada por Jesus, me envolvendo na igreja e memorizando muitas Escrituras.
Romanos 12.1–2 diz que devemos ser transformadas pela renovação da nossa mente. Acredito que o Senhor começou a renovar minha mente. Quanto mais eu obedecia e confiava Nele eu pensava: “Ok, eu sou mulher”, e eu simplesmente aceitei: “Estou bem com essa identidade”.
E o Senhor começou a trazer cura à medida que eu me reconciliava com minha mãe, perdoava aqueles que me machucaram, perdoava as meninas que me maltrataram quando eu era jovem e os homens que realmente usaram e abusaram de mim. E eu comecei a liberar toda a amargura, todo o ressentimento, e realmente confiar no Senhor.
Lembro-me de estar em um grupo de discipulado feminino e sempre me imaginar como: “Sou essa pessoa ex-trans e elas são todas meninas”. Sempre me senti de fora, assim como na infância, quando sabia que não era um menino, mas também não era exatamente “uma das meninas”.
Mas um dia olhei ao redor da sala, uns seis meses depois, e pensei: “Elas não me veem como diferente! Sou, sim, uma das meninas, pertenço a este grupo!” Isso foi surpreendente para mim! Acabamos fazendo o estudo Mulher, sua verdadeira feminilidade: Design divino, que eu não queria fazer. Eu não estava super animada com a ideia de fazer esse estudo!
Mas já estava há seis meses nesse grupo de discipulado e pensei: “Bom, já que estou aqui, vou fazer.” E o Senhor trouxe uma cura incrível através daquela série e outros discipulados femininos que participei. Deus realmente usou isso para me preparar!
Comecei a desejar um marido e pensava: “Que homem vai querer ficar comigo?! Não apenas pelo meu passado trans, mas por tudo que fiz ao meu corpo.” Eu ainda tinha que me barbear todos os dias, não tinha seios na época (recentemente fiz cirurgia de implante).
Eu não tinha nenhuma expectativa. Além disso, com todo o meu passado sexual, eu pensava: “Que homem cristão bom vai querer casar comigo depois de tudo que eu fiz?!” Mas o Senhor estava preparando meu coração. Porém, Ele precisou fazer algo primeiro.
Eu nunca tinha me sentido segura sendo solteira. Durante toda a minha vida, precisava de alguém para me sentir segura. E o Senhor me levou por uma temporada de entrega total, de abrir mão disso. E, pela primeira vez na vida, eu estava confortável sendo solteira. Pensei: Isso é ótimo! Não preciso me casar. Gosto de ser solteira! Acho que não quero me casar.
E Deus trouxe um homem incrível para minha vida no ano passado! Nós nos casamos há quatro meses, e espero que algumas de vocês o conheçam. É engraçado, na verdade. Meu sobrenome era Perry. O primeiro nome dele é Perry. (risos)
Deus me deu um homem chamado Perry. Tenho a mais alta consideração por ele, e estou tão animada por ele estar ao meu lado!
Raquel: Celebramos com você, Laura. E hoje você está em um ministério integral ajudando pessoas a navegar questões de gênero e confusão, trazendo clareza.
Laura: Sim.
Raquel: Laura vai falar no colégio cristão que meu marido fundou há alguns anos. Você fala em escolas e igrejas. E, ao pensar e orar sobre como vocês iriam compartilhar suas histórias hoje, uma Escritura me veio à mente que quero ler e sobre a qual quero que vocês reflitam.
Mas primeiro, quero dizer isso: Juli já nos lembrou que o chão é nivelado aos pés da cruz. Não existem pecados piores que outros. Todos nos separam de Deus. No entanto, Paulo diz que o pecado sexual é como nenhum outro, porque é um pecado contra nossos próprios corpos. Ele nos fere de uma forma que outros pecados não ferem.
Eu sei disso, e algumas de vocês também sabem disso em suas vidas. Minha história não é como a de Laura, nem como a de Rosaria, mas quando eu tinha quinze anos, tive relações sexuais com um homem.
Como uma adolescente lidando com essa dor. . . Rosaria, fiquei com lágrimas nos olhos há pouco, quando você usou a palavra “prostituta”, porque essa foi a palavra que o inimigo usou para me atormentar por tantos anos. É uma palavra tão antiga, não é? Nem está mais no nosso vocabulário.
E ainda assim, o inimigo pega o nosso pecado e dilacera nossos corações. Ele faz isso para que nosso testemunho não seja libertado — como o de vocês foi libertado para resgatar corações.
Quero ler isso para vocês que estão ouvindo. Que promessa maravilhosa! Se o seu coração hoje está um pouco ferido ou dilacerado, ouça isso em 2 Coríntios 1.3–4:
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação! É ele que nos consola em toda a nossa tribulação, para que, pela consolação que nós mesmos recebemos de Deus, possamos consolar os que estiverem em qualquer espécie de tribulação.
Vocês conseguem enxergar esse versículo se tornando real na vida delas? A aflição que Satanás usou para ferir seus corações agora é a mesma consolação que elas estão aplicando aos nossos corações e a tantas vidas! Quero que vocês ouçam isso: se estão aí pensando, “Não sei que tipo de testemunho posso ter para o Senhor”, esta é a promessa.
O Senhor precisa curar o seu coração, mas à medida que Ele faz isso, Ele vai usar você para derramar consolo nos corações de outras pessoas.
Obrigada por fazerem isso por nós hoje, queridas. Quero fazer uma pergunta: qual é o primeiro passo para as nossas ouvintes? Se estão sentindo convicção em seus próprios corações?
Não vou presumir que todas que estão nos ouvindo, estejam preocupadas com seus netos ou filhos. Sei que algumas estão se perguntando: Qual é o meu primeiro passo hoje? O que faço? Rosaria, como você as aconselharia se alguma de nossas ouvintes estão sentindo a convicção do pecado agora?
Rosaria: Bem, minha oração e esperança é que você identifique alguém com quem possa conversar.
Porque o primeiro passo nesse processo é realmente enxergar o pecado como pecado e se arrepender dele, o que significa que você está se afastando dele. Você o reconhece e o deixa exatamente ali, aos pés da cruz.
E você reconhece que Jesus, se Ele é de fato o seu Senhor e Salvador, é a única solução, porque o seu pecado é tão grave que nenhum programa de autoajuda daria conta. Como Laura acabou de dizer: “Eu não tenho história sem Jesus!” Nós não temos esperança sem Jesus.
Mas, a questão é que nós temos Jesus! Isso significa que temos a esperança de que somos novas criaturas em Cristo. E quando você é uma nova criatura em Cristo, é o seguinte: você não é alienada. Eu não fui alienada, você não foi alienada. Tenho sessenta anos, e estou começando a esquecer algumas coisas que deveria lembrar.
Mas minha biografia sempre terá homossexualidade e uma série de outros pecados sexuais e feridas. Contudo, em Cristo, minha natureza nunca terá! E parte do que significa ser uma nova criatura em Cristo é olhar para a Nova Jerusalém. Estamos nos preparando para isso!
Sim, temos uma biografia. Não é grande coisa. Eu não escolheria isso para mim. Mas, ao mesmo tempo, ela também não é real, porque o que é real é a minha nova natureza. E isso é verdade para você também.
Raquel: Converse com alguém! O cristianismo não é para ser vivido individualmente, minhas amigas. É algo que vivemos em comunidade. Ele nos deu Cristo para o perdão, mas nos deu uns aos outros para a obra de cura.
Laura, além disso, qual seria seu conselho para alguém que talvez esteja se sentindo um pouco confusa sobre gênero?
Laura: Acho que conversar com alguém é ótimo e ter prestação de contas também, mas a Palavra de Deus é fundamental. Todo mundo que conheço e que realmente caminha em liberdade não apenas acredita na Palavra de Deus e a coloca em prática, mas também se enche profundamente dela. É a Palavra de Deus que realmente transforma.
Acreditar em Deus, que Ele é capaz de fazer muito mais do que nós mesmos. Ouço tantas pessoas que ficam presas nessa identidade, mesmo quando elas dizem: “Vou negá-la por Cristo”, mas elas não acreditam no poder de Deus. O mesmo poder que ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos vive em você que me ouve! E nós acreditamos ou não que Ele pode nos transformar?
Existe uma passagem que eu amo, Efésios 3.20–21:
Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!
E esse poder de Cristo é uma obra interior do Espírito Santo. Não acontece nada da noite para o dia, mas o Senhor cura e transforma. Há uma outra passagem que veio à minha mente sobre viver na luz.
Se vivemos nas trevas, escondemos nosso pecado e não contamos a ninguém, não caminharemos em liberdade. Mas, se temos prestação de contas e estamos realmente imersos na Palavra de Deus, então podemos andar na luz. É disso que diz em João 1 (João 1).
Raquel: A Palavra é viva e ativa. Ela realmente é viva e ativa!
Nancy: Amém! A Palavra de Deus realmente é viva. Ela é ativa! Eu já vi isso na minha própria vida, e espero que você esteja vendo isso na sua também. Estivemos ouvindo minha co-apresentadora, Dannah Gresh, conversando com Laura Perry Smalts e Rosaria Butterfield — ambas as quais o Senhor redimiu lindamente de uma vida de sexualidade quebrada.
Talvez você não se identifique com os detalhes das histórias de Laura e Rosaria, mas precisamos nos lembrar de que todas nós começamos com vidas quebradas e bagunçadas. O pecado afeta todas as partes de nós, incluindo nosso pensamento e nossas atitudes em relação à sexualidade.
Mas, quando Deus nos salva, Ele começa a reformar nosso pensamento errado e a nos conformar cada vez mais à Sua imagem. Você pode ver isso tanto na vida da Laura quanto na vida da Rosaria, e a minha oração é que isso também esteja acontecendo na sua vida.
Claro, a principal ferramenta que Deus usa para renovar nossas mentes é a Sua Palavra. E, relacionado a isso, Ele muitas vezes molda nosso pensamento por meio de ensinos e escritos baseados na Bíblia.
Na segunda-feira, ouviremos mais de Rosaria Butterfield ao continuarmos na série “Gênero e sexualidade: clareza numa cultura de confusão”. Ela nos ajudará a refletir sobre como podemos responder quando alguém que amamos rejeita o design de Deus para seu gênero e sexualidade. E tenho certeza de que todas nós temos pelo menos uma pessoa em nossas vidas lidando com essas questões.
Queremos encorajar e equipar você enquanto lida com esses assuntos. Por isso, espero que você esteja de volta conosco na próxima semana para o Aviva Nossos Corações.
Raquel: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
Clique aqui para o original em inglês.