
Dia 4: Pandita Ramabai: Estudiosa e reformadora em busca a verdade
Raquel: Imagine se tornar viúva aos quatorze ou quinze anos de idade!
Ouça como Pandita Ramabai descreveu a situação das viúvas adolescentes que ela observou enquanto crescia na Índia do século XIX.
Pandita Ramabai: “Meninas de quatorze e quinze anos, que mal sabem o motivo pelo qual são cruelmente privadas de tudo o que gostam, são frequentemente vistas com semblantes tristes, os olhos inchados de tanto derramar lágrimas amargas. Elas ficam felizes em encontrar um canto escuro onde possam esconder seus rostos, como se tivessem feito algo vergonhoso ou criminoso.”
“A viúva deve usar uma única vestimenta grosseira — branca, vermelha ou marrom. Ela deve comer apenas uma refeição em um período de vinte e quatro horas. Ela nunca pode participar de festas e comemorações com familiares.”
Raquel: Estamos prestes a ouvir como essa geração de jovens viúvas descobriu esperança.
Este é o podcast Aviva …
Raquel: Imagine se tornar viúva aos quatorze ou quinze anos de idade!
Ouça como Pandita Ramabai descreveu a situação das viúvas adolescentes que ela observou enquanto crescia na Índia do século XIX.
Pandita Ramabai: “Meninas de quatorze e quinze anos, que mal sabem o motivo pelo qual são cruelmente privadas de tudo o que gostam, são frequentemente vistas com semblantes tristes, os olhos inchados de tanto derramar lágrimas amargas. Elas ficam felizes em encontrar um canto escuro onde possam esconder seus rostos, como se tivessem feito algo vergonhoso ou criminoso.”
“A viúva deve usar uma única vestimenta grosseira — branca, vermelha ou marrom. Ela deve comer apenas uma refeição em um período de vinte e quatro horas. Ela nunca pode participar de festas e comemorações com familiares.”
Raquel: Estamos prestes a ouvir como essa geração de jovens viúvas descobriu esperança.
Este é o podcast Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Escolhendo o Perdão, na voz de Renata Santos. Para ouvir os três primeiros episódios desta série, você pode acessar o nosso site avivanossoscoracoes.com, visitar o app do Revive Our Hearts, disponível na App Store e no Google Play, ou clicar na aba “Podcasts” do nosso canal no YouTube.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Não preciso dizer que há muita dor e injustiça acontecendo no mundo hoje. Recentemente, ouvi uma notícia sobre empresas de resíduos hospitalares transportando restos fetais. Só de pensar nisso foi tão triste e horrível, considerando tudo o que está por trás dessa prática. Mesmo que não seja mais algo tão incomum, ainda é uma tragédia.
Além disso, questões como o tráfico humano aparecem frequentemente nas manchetes. Temos milhões de refugiados ucranianos, mulheres e crianças maltratados em meio à guerra, cidades tomadas pelo crime, fentanil e opioides sendo contrabandeados para o nosso país, causando dezenas, talvez centenas de milhares de mortes.
Esses são apenas alguns dos tipos de problemas que enfrentamos diariamente. Então, Dannah, como respondemos a essas injustiças?
Raquel: Como você responde e como nós respondemos a essas injustiças são perguntas diferentes. Acho que muitas pessoas olham para essa longa lista e pensam: “Não há nada que eu possa fazer”. Elas se sentem impotentes, não sabem o que fazer, então não fazem nada.
Nancy: Ou podemos nos acostumar tanto a ver essas imagens e ouvir sobre as atrocidades que paramos de notá-las. Ficamos insensíveis; não sentimos nada. É simplesmente demais para sentir. Provavelmente, todas nós já experimentamos tanto a sensação de impotência quanto a de insensibilidade. Hoje, vamos ouvir uma história que desafiará ambas essas respostas.
Raquel: Isso mesmo. Pandita Ramabai cresceu na Índia no final do século XIX. Qualquer um que ouvisse sobre seu nascimento presumiria que foi um evento insignificante. As meninas não eram valorizadas naquela sociedade. As mulheres eram basicamente tratadas como propriedade de seus pais ou maridos. Mas Deus usou Pandita Ramabai para transformar a vida de milhares de mulheres na Índia e desafiar práticas injustas.
Nancy: Sim, é uma história notável. Enquanto ouvimos, todas nós devemos perguntar: como Deus poderia nos usar como instrumentos de graça? Como Ele poderia me usar para desafiar algumas das injustiças que acontecem atualmente?
Conheci a história de Pandita Ramabai quando era menina. A escola cristã que frequentei, Delaware Christian School, na região da Filadélfia, apoiava o ministério Ramabai Mukti Mission (como era chamado na época). Ele era, e ainda é, um lar cristocêntrico, que cuida de mulheres e crianças em situação de vulnerabilidade.
Vamos ouvir mais sobre essa história no episódio de hoje. Mas me lembro de como, quando criança, orávamos por esse ministério, pelas mulheres, pelas crianças. Também recebíamos atualizações do trabalho e apoiávamos o que eles faziam.
Aquilo ficou gravado na minha mente. Agora, mais de cinquenta anos depois, esse ministério continua a ter um lugar em meu coração.
Raquel: Uau, que incrível! Fico pensando quantas mães e avós estão plantando sementes como essas nos corações de seus filhos ao apoiar ministérios como esse.
Nancy: Minha esperança é que ainda mais disso aconteça como resultado de um novo livreto digital do Aviva Nossos Corações, chamado Mulheres (In)comuns: Dez mulheres comuns que impactaram seu mundo para Cristo, que você, querida ouvinte, possa adquirir ao fazer uma doação de qualquer valor ao Aviva Nossos Corações através do link na transcrição deste episódio, o qual você pode encontrar no nosso site avivanossoscoracoes.com. Após realizar a sua doação, envie um email para contato@avivanossoscoracoes.com com o comprovante e informe que gostaria de receber o recurso.
Pandita Ramabai, fundadora do Ramabai Mukti Mission, é uma das dez mulheres destacadas em nosso livreto. Você aprenderá muito mais sobre ela hoje. Espero que o testemunho de vida de Pandita inspire uma nova geração de mulheres mais velhas e mais jovens.
Raquel: Estou muito animada com esse nosso novo livreto Mulheres (In)comuns. O “in” está entre parênteses. É um jogo de palavras para nos lembrar de que Deus pode fazer coisas extraordinárias por meio de mulheres comuns, como você e eu.
Erin Davis foi uma das editoras do livreto. Ela estará conosco para nos contar sobre Pandita Ramabai. Oi, Erin!
Erin Davis: Oi, Dannah!
Raquel: Mal posso esperar para ouvir essa história!
Erin: Como você disse, Pandita Ramabai nasceu no final dos anos 1800. Ela fazia parte da casta brâmane. E, para entender a vida dela, é necessário compreender o sistema de castas em que ela nasceu.
Estamos acostumados a falar em “classe média” e “classe trabalhadora”. Mas o sistema de castas na Índia era muito mais rígido. Se você nascesse numa casta mais baixa, basicamente teria que ser um escravo das outras castas. Segundo o ensinamento hindu, as pessoas dessa casta mais baixa não tinham esperança de salvação.
Nossa convidada vai ler um trecho de um de seus livros. Ouça como Pandita Ramabai descreveu a condição de indivíduos de castas baixas:
Pandita Ramabai: “Quanto às pessoas de castas baixas, essas pobres almas não têm nenhuma esperança de qualquer tipo. Elas são vistas como muito semelhantes às espécies inferiores de animais, como porcos. Sua própria sombra e o som de suas vozes são considerados impuros. Elas não têm lugar na morada dos deuses e nenhuma esperança de alcançar a libertação, exceto se, talvez, nascerem entre as castas superiores após passarem por milhões de reencarnações.”
Erin: Em outras palavras, se uma pessoa de casta baixa servisse fielmente como escrava, ela poderia, talvez, ser reencarnada como alguém da casta dos comerciantes ou dos guerreiros.
Se continuassem nesse ciclo de reencarnações e subindo na hierarquia de castas, poderiam, em algum momento, nascer na classe dos brâmanes.
Pandita Ramabai: “De acordo com essa doutrina, um homem pode nascer oito milhões e quatrocentas mil vezes antes de se tornar um brâmane e, a menos que seja um brâmane, ele não é digno de ser reabsorvido no espírito.”
Raquel: Parece que a casta dos brâmanes estava no topo do sistema.
Erin: Sim, os brâmanes eram considerados líderes espirituais e a elite da sociedade. Se os brâmanes realizassem boas ações suficientes, eles — e somente eles — poderiam sair do ciclo de reencarnação.
Raquel: E o que eles acreditavam que aconteceria então? Eles achavam que iriam para o céu?
Erin: Às vezes usavam a palavra “céu”. Mas não quero que você imagine o que nós imaginamos quando pensamos no céu. Nós sabemos que, quando chegarmos ao céu, estaremos com Jesus. Mas os hindus viam Deus como uma força impessoal. Quando, finalmente, um brâmane realizasse um número suficiente de boas ações, ele desaparecia nessa força impessoal.
Pandita Ramabai: “Ele é reabsorvido no espírito e deixa de ser um indivíduo.”
Erin: O objetivo deles era, basicamente, deixar de existir — que seu espírito se perdesse no grande espírito. Um exemplo que usavam era o de um rio que se perde ao chegar ao oceano.
Raquel: O pai de Pandita Ramabai era um brâmane, da casta mais alta. A vida dela deve ter sido mais fácil em comparação às das castas mais baixas?
Erin: Eu sempre pensei assim, até começar a pesquisar sobre a vida de Ramabai. Isso é algo difícil de entender para quem não está familiarizado com o sistema. Os homens brâmanes eram considerados líderes. Eles tinham a oportunidade de escapar do ciclo de reencarnação. Mas as mulheres brâmanes não tinham essa esperança. Elas tinham vidas muito difíceis.
Raquel: É neste momento que eu gostaria de dizer: “Eu amo que as Escrituras nos ensinam que Jesus amava as mulheres de forma tão preciosa!”
Erin: A maioria dos pais brâmanes acreditava que ganhavam mérito espiritual ao ensinar e investir em seus filhos homens.
Pandita Ramabai: “Um filho é a bênção mais desejada que um hindu almeja, pois é pelo nascimento de um filho que o pai é redimido.”
Erin: Mas as mulheres eram vistas como um fardo. Os pais precisavam casar as filhas com membros de sua própria casta. E esses pais tinham que pagar aos novos genros. As mulheres não eram vistas como tesouros, mas como uma despesa extra.
Pandita Ramabai: “Os pais raramente desejam ter filhas, pois elas são consideradas propriedade de outra pessoa. Além disso, uma filha não é considerada útil para os pais na velhice.”
Erin: Ramabai descreve amigos vindo celebrar o nascimento de um filho.
Pandita Ramabai: “Se nasce um menino, seu nascimento é anunciado com música, canções alegres e distribuição de doces. Se nasce uma filha, o pai anuncia friamente que “nada” nasceu em sua família. Os amigos voltam para casa sérios e silenciosos.”
Erin: Ramabai conhecia famílias que faziam escolhas horríveis ao ter uma filha.
Pandita Ramabai: “Depois de considerar quantas meninas podia-se, com segurança, permitir viver, o pai tomava muito cuidado para se proteger da tirania da casta e do clã matando as meninas extras em seu nascimento, o que era tão fácil quanto destruir um mosquito ou outro inseto irritante.
“Quem pode salvar um bebê se os pais estão determinados a matá-la e esperam ansiosamente por uma oportunidade adequada? O ópio é geralmente usado para silenciar o bebê choroso — e uma pequena pílula dessa droga é suficiente para cumprir a tarefa cruel. Uma pressão habilidosa no pescoço, conhecida como ‘colocar a unha na garganta,’ também cumpre o objetivo.”
Erin: Eu simplesmente não consigo imaginar isso!
Raquel: Nem eu! Mas o triste é que algo semelhante está acontecendo em nosso país, o aborto.
Erin: À luz de tudo isso, o pai de Pandita Ramabai era radical. O nome dele era Anant Sastri Dongre.
Raquel: Parece um nome difícil, mas importante de ser lembrado. Anant.
Erin: Vamos voltar ao tempo antes do nascimento de Ramabai. Anant queria ensinar sua primeira esposa a ler sânscrito e a estudar as escrituras hindus por conta própria.
Raquel: Me parece algo razoável.
Erin: Mas, naquela sociedade, as mulheres não podiam ler os livros sagrados. A ideia de Anant era inédita!
Anant disse que nenhuma proibição desse tipo existia nos próprios livros sagrados. Ele afirmou que essa regra era apenas um costume criado pelos homens. Ele convenceu os gurus de sua região a permitir que ele ensinasse sua esposa a ler.
Ele foi até sua primeira esposa, ansioso para começar sua educação religiosa, e ela disse: “De jeito nenhum. Eu não devo ler os livros sagrados”.
Pouco tempo depois, ela morreu. Anant se casou novamente — e não sei se você está pronta para isso — com uma menina de nove anos!
Raquel: Não, eu não estou pronta para isso! Isso me faz, mais uma vez, agradecer ainda mais pela forma como o cristianismo vê e ensina como as mulheres devem ser tratadas. Quantos anos Anant tinha quando se casou com essa menina de nove anos?
Erin: Ele tinha quarenta e quatro.
Raquel: O quê?! Eu, com certeza, não estava pronta para ouvir isso!
Erin: Eu nem consigo imaginar. Tenho uma filha de nove anos e estou perto dos quarenta e quatro. Acho que agora é um bom momento para explicar outra coisa. Dissemos que as mulheres de castas altas tinham vidas difíceis. Uma das razões é que elas eram dadas em casamento muito jovens.
Raquel: Sim, eu diria que nove anos é muito jovem! Mas, entregar uma filha em casamento era considerado uma boa ação.
Pandita Ramabai: “Quanto mais cedo o ato de dar a filha em casamento for cumprido, maior é o mérito, pois, assim, os pais têm direito a grandes recompensas no céu.”
Erin: Quando os pais encontravam um pretendente elegível dentro de sua casta, aproveitavam a oportunidade.
Pandita Ramabai: “Muitas meninas são dadas em casamento, literalmente, enquanto ainda estão em seus berços. Em toda a Índia, o período comum para casá-las com os homens brâmanes é de cinco a onze anos.”
Erin: Uma menina prometida em casamento como essa, geralmente, se mudaria para a casa da família de seu marido. Gerações de uma mesma família viviam juntas e a noiva tinha que obedecer à sua sogra.
Pandita Ramabai: “Quebrar o espírito da jovem noiva é uma parte essencial da disciplina dessa nova moradia.”
Erin: Assim, essas noivas-crianças não tinham muito tempo para estudar — talvez dois ou três anos.
Pandita Ramabai: “Meninas de nove e dez anos, quando recém-saídas da escola e dadas em casamento, são totalmente proibidas de ler ou escrever, porque é uma vergonha para uma jovem ou menina segurar um papel ou livro na mão ou ler na presença de outros na casa de seu marido.”
Erin: Esses casamentos não eram consumados até que as noivas se tornassem adolescentes. Nesse ponto, a noiva vivia basicamente como escrava de seu marido, trancada em casa, isolada do mundo.
Outra coisa difícil para nós entendermos: uma família podia ser de casta alta, mas pobre. Famílias ricas de castas altas escolhiam os pretendentes mais elegíveis. Isso tornava as meninas pobres de castas altas ainda mais vulneráveis.
Pandita Ramabai: “Pais pobres não têm a vantagem de casar suas filhas com rapazes de famílias prósperas e, como devem casá-las com alguém, frequentemente acontece que meninas de oito ou nove anos são dadas a homens de sessenta ou setenta anos, ou a homens [completamente] indignos das jovens donzelas.”
Erin: Então, Anant, um homem de quarenta e quatro anos, se casou com uma menina de nove anos chamada Laxmibai. E, quando ela atingiu a idade apropriada, eles começaram uma nova família. E foi assim que Pandita Ramabai veio ao mundo. Ela, seu irmão e sua irmã se juntaram aos pais, dedicando todo o tempo ao estudo dos textos religiosos hindus e realizando o que achavam ser boas ações.
Raquel: Estou na beiradinha da minha cadeira, Erin. Tenho que perguntar, Ramabai foi dada em casamento quando era jovem?
Erin: Boa pergunta. Você pensaria que sim, mas o pai dela, Anant, era um reformador. Ele não ofereceu Ramabai em casamento quando era criança. E, desafiando o costume, ela aprendeu sânscrito com os pais e se tornou uma grande estudiosa da religião.
A princípio, eles tinham uma casa nas montanhas. Mas, como parte de fazer boas ações, Anant deu todo o seu dinheiro. Então, a família começou a peregrinar pelo país.
Pandita Ramabai: “Meu pai e minha mãe estavam sempre viajando de um lugar sagrado para outro, permanecendo em cada local por alguns meses, banhando-se no rio ou tanque sagrado, visitando templos, adorando as imagens dos deuses nos templos.”
Erin: Eles recitavam textos religiosos em público e as pessoas lhes davam presentes como comida, dinheiro ou roupas.
Raquel: Parecido com pregadores de rua que vivem de doações.
Erin: Sim, e isso funcionou por um tempo. As pessoas achavam que estavam ganhando mérito espiritual ao presenteá-los. Mas veio uma fome e eles não conseguiram sustentar esse estilo de vida. O pai, a mãe e a irmã de Ramabai acabaram morrendo. Ela tinha dezesseis anos.
Pandita Ramabai: “Nós éramos orgulhosos demais para mendigar ou fazer trabalhos servis e, de qualquer maneira, ignorantes quanto a ganhar a vida honestamente. Nada além da fome estava diante de nós. Meu pai, minha mãe e minha irmã morreram de fome em poucos meses.”
Erin: Ramabai passou sua vida estudando o hinduísmo e buscando realizar boas ações, como banhar-se em rios sagrados e peregrinar a lugares especiais. Mas ela não sentia que isso a aproximava de Deus.
Pandita Ramabai: “Meu irmão e eu sobrevivemos. Vagamos de um lugar para outro, visitando muitos templos, banhando-nos em muitos rios, jejuando e realizando penitências, adorando deuses, árvores, animais, brâmanes e tudo o que conhecíamos por mais de três anos após a morte de nossos pais e irmã mais velha. Caminhamos mais de quatro mil milhas a pé, sem nenhum tipo de conforto.
“Cumprimos todas as condições estabelecidas nos livros sagrados e seguimos todas as regras, tanto quanto nosso conhecimento permitia, mas os deuses não estavam satisfeitos conosco e não se manifestaram a nós.”
Erin: Durante essas visitas a templos, ela e seu irmão descobriram alguns sacerdotes desonestos. Esses sacerdotes manipulavam os peregrinos para obter vantagens pessoais.
Raquel: Isso afetou a fé de Ramabai no hinduísmo?
Erin: Sim. Mas quando ela e seu irmão chegaram a Calcutá, muitos dos brâmanes lá ficaram impressionados com seu conhecimento. Eles nunca tinham conhecido uma mulher com uma formação tão erudita. Alguns dos gurus de Calcutá disseram: “A deusa do conhecimento veio até nós em forma humana.”
A deusa hindu do conhecimento era chamada de “Sarasvati”. Esses gurus deram esse nome a Pandita. Às vezes, você vê seu nome escrito como “Pandita Ramabai Sarasvati”.
Raquel: Mas o nome dela era Pandita Ramabai?
Erin: Na verdade, não. A palavra “Pandit” era um título de honra dado a homens de grande conhecimento. Nenhuma mulher tinha sido chamada de “Pandit” antes. Mas Ramabai era tão erudita que os líderes criaram uma versão feminina desse título e o deram a ela. Por isso, ela é chamada de Pandita Ramabai.
Raquel: Parece que seu profundo conhecimento do hinduísmo estava lhe dando notoriedade.
Erin: Exatamente. Por volta dessa época, Ramabai encontrou missionários britânicos. Eles lhe deram uma Bíblia em sânscrito. Ler a Bíblia não teve um efeito imediato, mas uma semente deve ter sido plantada.
Enquanto isso, ela se aprofundou nos textos hindus. Ela foi incumbida de ensinar mulheres em Calcutá. Ela queria se preparar, então releu os documentos antigos. E ficou cada vez mais perturbada. Ela leu textos como este:
Homem: “Uma esposa fiel que, após a morte, deseja habitar com seu marido nunca deve fazer nada que possa desagradar aquele que tomou sua mão, esteja ele vivo ou morto.”
Erin: Ramabai percebeu que tanto os textos antigos quanto a tradição viam as mulheres de forma muito negativa.
Pandita Ramabai: “Mulheres de castas altas e baixas, como classe, eram más, muito más, piores do que demônios. A única esperança de alcançar a tão desejada libertação do Karma e seus resultados, ou seja, incontáveis milhões de nascimentos e mortes e sofrimentos inenarráveis, era adorar seus maridos.”
Homem: “Um marido deve ser constantemente adorado como um deus por uma esposa fiel.”
Pandita Ramabai: “É dito que o marido é o deus da mulher; não há outro deus para ela.”
Homem: “Se uma esposa obedecer ao marido, por essa razão apenas, será exaltada no céu.”
Pandita Ramabai: “Meus olhos estavam sendo gradualmente abertos; eu estava despertando para minha própria condição desesperadora como mulher.”
Erin: Então, ela tomou uma grande decisão. Aos vinte e dois anos, Ramabai desafiou radicalmente a tradição. Ela se casou com um homem da casta mais baixa.
Pandita Ramabai: “Casamentos entre castas não podem ocorrer sem envolver sérias consequências e tornar os transgressores em párias.”
Raquel: Erin, imagino que essa decisão deva ter representado uma ruptura com a tradição religiosa que ela passou a vida estudando.
Erin: Acho que você imaginou corretamente. Mas, com menos de dois anos de casamento, o marido de Ramabai morreu. Ela ficou sozinha com uma filha de um ano.
Raquel: Ela ficou viúva. Isso teria acontecido lá pelos seus vinte e cinco anos?
Erin: Sim. Precisamos parar novamente e falar sobre mais um problema que as mulheres de castas altas enfrentavam nessa sociedade.
Pandita Ramabai: “Em toda a Índia, a viuvez é considerada o castigo por um crime ou crimes horríveis cometidos pela mulher em uma existência anterior na terra.”
Erin: As viúvas muitas vezes eram culpadas pela morte de seus maridos. Eram trancadas em suas casas pela família, mas ao mesmo tempo vilipendiadas. E, além disso, não podiam se casar novamente.
Raquel: Eram forçadas a permanecer viúvas pelo resto da vida.
Erin: E aqui está algo que tornava a viuvez tão difícil. As esposas eram ensinadas a se concentrar em sua aparência exterior. Mas, na viuvez, isso mudava repentinamente.
Pandita Ramabai: “Assim que o marido morre, elas são privadas de todos os ornamentos de ouro e prata, das roupas de cores vivas e de todas as coisas que amam ter ao seu redor ou usar em si mesmas.”
Raquel: Ramabai conhecia um grupo de viúvas que tinham suas cabeças raspadas a cada duas semanas.
Pandita Ramabai: “Que mulher não ama a riqueza de cabelos macios e brilhantes com que a natureza decorou generosamente sua cabeça?
“Para uma mulher hindu, perder seus belos cabelos é pior do que a morte. Meninas de quatorze e quinze anos, que mal sabem o motivo pelo qual são cruelmente privadas de tudo o que gostam, são frequentemente vistas com semblantes tristes, os olhos inchados de tanto derramar lágrimas amargas. Elas ficam felizes em encontrar um canto escuro onde possam esconder seus rostos, como se tivessem feito algo vergonhoso ou criminoso.”
“A viúva deve usar uma única vestimenta grosseira — branca, vermelha ou marrom. Ela deve comer apenas uma refeição em um período de vinte e quatro horas. Ela nunca pode participar de festas e comemorações com familiares.”
Erin: E pense nisto: as mulheres se casavam aos oito ou nove anos com homens mais velhos. Isso significava que havia muitas viúvas!
Pandita Ramabai: “Meninas de nove, dez ou treze anos, cujos noivos já morreram, são viúvas virgens. E estas, se forem de famílias de alta casta, devem permanecer solteiras por toda a vida.”
Erin: Muitas esposas preferiam pular nas chamas de cremação nos funerais de seus maridos e morrer, porque não queriam viver como viúvas. Essa prática estava começando a diminuir, mas Ramabai ainda conhecia mulheres que faziam isso.
Ela escreveu para pessoas nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, conscientizando-as sobre o que estava acontecendo em seu país.
Pandita Ramabai: “Mães e pais, comparem a condição de suas próprias queridas crianças junto às suas lareiras felizes com a de milhões de meninas pequenas na Índia, que já foram sacrificadas no altar profano de um costume social desumano. E perguntem a si mesmos se poderia haver algo que não fariam para resgatar as pequenas viúvas das mãos de seus algozes.”
Raquel: Pandita Ramabai teve que viver dessa forma quando ficou viúva?
Erin: Não. Ela já tinha se desiludido com o hinduísmo. Já havia desafiado os costumes sociais ao se casar fora de sua casta. E agora, em 1883, ela deixou seu país e foi para a Inglaterra.
A Inglaterra também tinha seus próprios problemas sociais. Mas Ramabai percebeu como os seguidores de Jesus agiam para atender às necessidades dos pobres e dos que sofriam.
Pandita Ramabai: “Comecei a pensar que havia uma diferença real entre o hinduísmo e o cristianismo.”
Erin: Ela foi especialmente tocada ao ver mulheres que deixaram a prostituição encontrando uma nova vida em Cristo. Um dos cristãos lhe disse que Jesus amava as mulheres — até mesmo aquelas que a sociedade rejeitava.
Pandita Ramabai: “Ela falou do amor infinito de Cristo pelos pecadores. Ele não os desprezava, mas veio para salvá-los.
“Nunca havia lido ou ouvido nada semelhante nos livros religiosos dos hindus; percebi, depois de ler o quarto capítulo do Evangelho de São João, que Cristo era verdadeiramente o Salvador Divino que Ele afirmava ser e ninguém além dele poderia transformar e elevar a feminilidade oprimida da Índia e de toda a terra. Assim, meu coração foi atraído para a religião de Cristo.”
Erin: Pandita Ramabai foi batizada na Igreja da Inglaterra em 1883. Viveu na Inglaterra e depois se mudou para os Estados Unidos.
Ela criou sua filha e continuou seus estudos em inglês, matemática, hebraico bíblico e grego. Mas nunca se esqueceu das mulheres sofredoras na Índia.
Pandita Ramabai: “A única coisa necessária para a disseminação geral da educação entre as mulheres na Índia é um grupo de pessoas, de entre elas mesmas, que façam disso o trabalho de sua vida, ensinando, por preceito e exemplo, suas compatriotas.”
Erin: E assim ela voltou. Em 1889, Pandita Ramabai retornou à Índia e fundou uma escola para meninas. Isso aconteceu seis anos após sua partida.
Pandita Ramabai: “Eu sentia como se estivesse indo para um país estranho e para um povo estranho. Tudo parecia muito sombrio diante de mim. Caí de joelhos, entreguei-me aos cuidados de nosso amoroso Pai Celestial e parti.”
Erin: Ao partir, algumas dúvidas atormentavam sua mente.
Pandita Ramabai: “Minha crença religiosa era tão fraca na época que eu não tinha certeza se iria para o céu ou para o inferno após a morte. Eu não estava preparada para encontrar meu Deus.”
Erin: Helen Dyer foi uma missionária britânica que testemunhou a formação de uma nova escola.
Helen Dyer: “Não demorou muito para que as alunas começassem a chegar. . . incluindo um grupo especialmente brilhante de meninas de dez a doze anos de idade. Era difícil acreditar que estas últimas estavam sob o cruel estigma do estado de viuvez — verdadeiras viúvas hindus, com cabeças raspadas, roupas simples em vermelho tijolo e sem nenhuma joia.”
Pandita (citada por Dyer): “Elas vêm de lares onde são tratadas como párias; não há amor dedicado a elas, não há providência de conforto. Desejo que elas aprendam como é o mundo exterior através de fotos e livros e que possam apreciar as maravilhosas obras de Deus enquanto passeiam no jardim, estudam com o microscópio ou observam os céus da varanda no telhado.”
Erin: Ramabai queria que essas jovens feridas experimentassem o amor genuíno de Jesus. E três anos depois que essa escola abriu suas portas, a própria Ramabai experimentou esse mesmo amor.Vamos recapitular o que vimos até agora.
Raquel: Uau, Erin. Vamos fazer uma pequena pausa e recapitular o que vimos até aqui. Parece que, ao longo de toda essa história, Pandita Ramabai estava se esforçando para se conectar com Deus. No começo, ela via Deus como um espírito impessoal que exigia boas obras.
Erin: Mas ela nunca conseguia fazer o suficiente. Ela precisaria realizar boas obras por até oito milhões de vidas para ter a chance de alcançar a Deus.
Raquel: Mas ouça, nosso propósito não é isolar o hinduísmo. Todos nós tentamos nos esforçar — conquistar mérito — para justificar nossa existência. No fundo, todas sabemos que nos falta algo. Todas sentimos que precisamos fazer algo para compensar nossas falhas.
Nem todas nós nos banhamos em rios sagrados ou adoramos em santuários como a jovem Ramabai fazia. Mas todas somos tentadas a perseguir nossos próprios tipos de ídolos. As igrejas ocidentais estão cheias de pessoas tentando fazer boas obras suficientes para se tornarem justas diante de Deus. E não cristãos em todos os lugares tentam provar seu valor galgando a escada do sucesso.
Erin: Mas a realidade é que nosso pecado — nossa rebeldia contra Deus — torna impossível fazermos o suficiente para nos acertarmos com Ele.
Raquel: Nunca conseguiremos “progredir no sistema” porque Deus é perfeito e nosso pecado nos separa dele.
Parece que Ramabai tinha compreendido isso intelectualmente e sido batizada. Mas ela apenas trocou uma religião por outra.
Erin: Ela sabia sobre Jesus. Três anos depois de voltar para a Índia e começar a escola, Ramabai realmente conheceu Jesus.
Pandita Ramabai: “Agora, conheço o Senhor Jesus Cristo como meu Salvador pessoal e tenho a alegria de uma doce comunhão com Ele. Minha vida está cheia de alegria, pois o Senhor Yahweh é minha força e meu cântico; Ele também se tornou minha salvação.”
Erin: Ela percebeu que Jesus se tornou homem e viveu uma vida perfeita. Ele foi o único a merecer mérito por suas ações, mas Ele se tornou um pária. Ele foi punido pelos nossos pecados, morrendo em uma cruz.
Raquel: Quando colocamos nossa fé nele, recebemos Sua justiça e não precisamos conquistar mérito próprio. Ele ressuscitou, dando-nos a esperança de uma vida eterna com um Pai amoroso.
Erin: Ramabai pôde parar de se esforçar. Em vez disso, ela podia se apoiar inteiramente na justiça de Cristo.
Pandita Ramabai: “Mal consigo conter a alegria e guardá-la para mim mesma. Sinto-me como a mulher samaritana que deixou seu cântaro e foi para a cidade, dizendo aos homens: ‘Venham ver um homem que me disse tudo o que eu já fiz: não seria este o Cristo?’”
Erin: Alguns pais das alunas não gostaram da nova paixão de Ramabai por Jesus e retiraram suas filhas da escola. Mas muitas outras estudantes também encontraram esperança em Cristo.
Pandita Ramabai: “Sinto que devo contar às minhas semelhantes as grandes coisas que o Senhor Jesus fez por mim. Tenho certeza de que, assim como foi possível para Ele salvar uma grande pecadora como eu, Ele é plenamente capaz de salvar outros. A única coisa que devo fazer é falar às pessoas sobre Ele, sobre Seu amor pelos pecadores e sobre Seu grande poder para salvá-los.”
Erin: Na verdade, alguns financiadores americanos da escola ameaçaram cortar os fundos. Esses doadores afirmavam ser cristãos, mas ficaram desconfortáveis com o entusiasmo de Ramabai em compartilhar o Evangelho. Mas isso não a deteve.
Pandita Ramabai: “Porque uma necessidade me é imposta; sim, ai de mim se eu não pregar o Evangelho! Sou obrigada a contar ao maior número possível de homens e mulheres que Cristo Jesus veio para salvar pecadores como eu.”
Erin: Ramabai imaginava um lugar onde os alunos não apenas aprenderiam a ler, mas também estudariam a Bíblia e construiriam o reino de Deus.
Pandita Ramabai: “Eu desejava muito que houvesse algumas missões fundadas neste país que fossem um testemunho da fidelidade do Senhor ao Seu povo e da veracidade do que a Bíblia diz de uma forma prática. Perguntava repetidamente a mim mesma porque alguns missionários não vinham fundar missões de fé na Índia. Então o Senhor me disse: ‘Por que você mesma não começa a fazer isso, em vez de desejar que outros o façam?’”
Erin: Pandita Ramabai comprou 100 acres de terra e fundou a Mukti Mission. Lá, os alunos poderiam aprender agricultura e o ministério seria autossustentável. Sua filha trabalhou ao lado dela e, um dia, passou a liderar toda a missão.
Raquel: Uau, Deus a capacitou a fazer algo a respeito da falta de educação para meninas, especialmente em sua cultura.
Erin: Sim, mas os desafios dela estavam longe de acabar. Em 1896, uma fome devastou a Índia.
Raquel: Isso deve ter trazido memórias dolorosas, já que os pais e a irmã de Ramabai haviam morrido em uma fome anterior.
Erin: Desta vez, ela e sua equipe viajaram para os lugares mais afetados. Eles localizaram órfãos e convidaram centenas de estudantes para a escola.
Meninas e meninos chegaram. Eles receberam educação e treinamento prático para a vida e ouviram o Evangelho.
Em 1905, Ramabai ouviu falar de avivamentos acontecendo ao redor do mundo. Ela reuniu setenta pessoas para começar a orar por um avivamento na Índia. E, nos anos seguintes, esse ministério viu centenas de pessoas se converterem a Cristo.
Pandita Ramabai: “Eles tiveram seus olhos abertos ao ler a Palavra de Deus, e muitos foram verdadeiramente convertidos e salvos para o louvor e glória de Deus. Agradeço a Deus por me permitir ver várias centenas de minhas irmãs, as filhas do meu amor e oração, gloriosamente salvas.”
Erin: Em 1907, ela escreveu:
Pandita Ramabai: “Há mais de 1.500 pessoas vivendo aqui. Não somos ricos, nem grandiosos, mas somos felizes, recebendo nosso pão diário diretamente das mãos amorosas de nosso Pai celestial, sem ter um pedaço a mais além do que precisamos, sem nenhuma conta bancária em lugar algum, nenhum fundo patrimonial ou renda de qualquer fonte terrena, mas dependendo inteiramente de nosso Pai Deus. Não temos nada a temer de ninguém, nada a perder e nada a lamentar. O Senhor é nosso Tesouro Inesgotável.”
Erin: Enquanto tudo isso acontecia, Ramabai embarcou em sua última grande obra. Ela traduziu a Bíblia para o marathi.
Raquel: O que é marathi?
Erin: É a língua comum na região onde ela vivia. O ministério imprimiu a tradução de Ramabai e distribuiu cópias gratuitamente, sem cobrar nada.
Ela faleceu no dia 5 de abril de 1922, aos 63 anos. Foi mãe, estudiosa, educadora e agente de reforma social.
Raquel: Me sinto tão inspirada pela vida dessa mulher. O que aconteceu com a missão?
Erin: Hoje, a Mukti Mission continua servindo órfãos, pobres, viúvas e pessoas com deficiência.
Raquel: Que história incrível e encorajadora! Nancy, você se sente encorajada pela vida dessa mulher?
Nancy: Sim. Foi maravilhoso para mim ser lembrada de como Deus usou essa mulher. Ela é pouco conhecida hoje, mas realmente fez uma contribuição significativa em sua época. Aliás, obrigada a você e à Erin por nos contarem essa história, por serem nossas guias e por nos apresentarem essa mulher tão especial.
Raquel: Obrigada você, Nancy! Antes de você mencioná-la para nós, eu não tinha a menor ideia da existência dela. E olha que sou louca por biografias cristãs. Vou estudar a vida dela mais a fundo nas próximas semanas. Penso que Ramabai nasceu numa época em que todas as mulheres eram vistas como “comuns”. Mas Deus fez coisas extraordinárias por meio dela.
Nancy: Não é isso que vemos quando olhamos para qualquer pessoa que Deus usou na história da Igreja, nas Escrituras e nos anos que se seguiram? Todas nós nos sentimos “comuns” na maior parte do tempo. Somos comuns; somos inadequadas para realizar feitos do tamanho de Deus.
Compartilhei isso com um grupo de nossas embaixadoras esta semana, dizendo: “É raro se passar um dia em que eu não me sinta realmente inadequada e desqualificada para fazer o que Deus me chamou para fazer”. Acho que essa é uma boa posição para se estar, porque servimos a um Deus extraordinário. E Ele pode fazer coisas extraordinárias em nossas vidas de acordo com Sua vontade e prazer, da forma como Ele escolhe nos usar.
Erin, gostaria que você lesse uma das perguntas do seu livro que nos ajuda a refletir sobre a história de Ramabai.
Erin: Claro. Aqui está:
“Ao estudar o hinduísmo, Pandita achou as práticas hindus fúteis e desprovidas de esperança. Através de sua insatisfação, Deus atraiu Pandita para Si. De quais formas Deus tem usado a insatisfação em sua vida para mostrar que Ele é o único que pode, verdadeiramente, satisfazer sua alma?”
Nancy: Dannah, você consegue pensar em como Deus usou a insatisfação em sua vida para lembrá-la de que Ele é o único que pode, verdadeiramente, satisfazer sua alma?
Raquel: Eu diria que, neste momento da minha vida, tudo o que me insatisfaz, seja uma decisão ou uma decepção, Deus sempre usa para me fazer correr de volta para Ele. Isso sempre me leva a buscá-Lo e dizer: “Me ajude!” Minha mentora, este ano, me fez orar a seguinte oração: “Senhor, amarra a minha vontade à Tua vontade”. Não há como uma decisão ou decepção fazer algo além de me levar ao coração dele se eu estiver orando dessa forma.
Nancy: É verdade. Como costumamos dizer aqui: qualquer coisa que me faça precisar de Deus é uma bênção, né? Erin, e você? Consegue pensar em uma forma como Deus usou a insatisfação em sua vida para mostrar que Ele é o único que pode, verdadeiramente, te satisfazer?
Erin: Tenho enfrentado algumas questões no meu corpo agora que vão de incômodas a realmente desanimadoras. Eu não gosto disso. Não gosto de algumas das mudanças que estou tendo que fazer. Não gosto de alguns dos remédios que estou tendo que tomar. Mas isso me levou de volta a Deus e à Sua Palavra, a ouvir novamente as coisas que Ele disse sobre descanso e sobre buscá-Lo em primeiro lugar. Não amo o fato de estar aprendendo essas lições da forma mais difícil, mas Deus, certamente, está usando essas situações.
Nancy: Obrigada por compartilhar isso com a gente, Erin. Acho que você acabou de falar por muitas outras pessoas que podem estar nos ouvindo agora e que estão lidando com coisas semelhantes.
Senhor, eu oro por Erin e por seu corpo, que Tu criaste. Oro para que Tu a toques, que a assegures da Tua graça, que dê a ela a Tua paz e sabedoria para saber quais passos tomar e como lidar com isso.
Acima de tudo, oro por Dannah, por Erin, por mim mesma e por cada ouvinte, que Tu uses as coisas que nos frustram para nos levar ao Teu coração e nos ajudes a encontrar uma satisfação mais profunda em Ti. Amém.
Este é o tipo de discussão que, espero, ver nosso novo livreto gerar. Erin e Dannah, eu queria que tivéssemos mais uma ou duas horas para continuar essa conversa. Espero que grupos de mulheres em todos os lugares — seja por telefone, Zoom ou pessoalmente — tenham o tipo de conversa que tivemos hoje sobre os capítulos deste recurso. Espero que você, querida ouvinte, adquira um exemplar e seja inspirada pelas histórias dessas mulheres. À medida que você ler cada capítulo, quero incentivar você a se aprofundar nessas questões. Melhor ainda, faça isso com um grupo de mulheres e afiem-se mutuamente.
Raquel: Bom, esse foi o último episódio da série Mulheres (In)comuns que fizeram a diferença para Deus. Lembre-se que, como dissemos no começo deste episódio, você pode adquirir o livreto Mulheres (In)comuns: Dez mulheres comuns que impactaram seu mundo para Cristo fazendo uma doação de qualquer valor ao Aviva Nossos Corações através do link na transcrição deste episódio, o qual você pode encontrar no nosso site avivanossoscoracoes.com. Após realizar a sua doação, nos envie um email para contato@avivanossoscoracoes.com com o comprovante e informe que gostaria de receber o recurso.
Esperamos que, ao ler esse livreto, você conheça e se inspire na história de outras mulheres piedosas que, embora comuns, confiaram de todo o coração em um Deus extraordinário, que operou maravilhas através de suas vidas, impactando milhares de pessoas até os dias de hoje.
Amanhã, esteja conosco para acompanhar um novo episódio chamado “O poder da coragem de uma mãe”! Você vai ouvir a história de Wan Jean, uma mãe que disse “Sim, Senhor!”, e descobrir como seu legado de obediência e fidelidade repercutiu nas vidas de mulheres de gerações futuras.
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
Clique aqui para o original em inglês.