
Dia 4: O que o perdão é (e o que não é)
Raquel: Você já ouviu o ditado "perdoar e esquecer"? Nancy DeMoss Wolgemuth nos adverte contra a parte de esquecer.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Se você e eu não pudéssemos lembrar de nenhuma dor que experimentamos, como poderíamos ter misericórdia e ser sensíveis com as pessoas que estão sofrendo? Veja, a dor do meu passado pode, na verdade, ser um meio de estender graça, misericórdia e bondade às pessoas feridas.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações, com nossa anfitriã, Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Escolhendo o perdão, na voz de Renata Santos.
Você já viu crianças aprendendo a nadar? Algumas começam a nadar com o estilo "cachorrinho" logo de cara, mas outras se agarram à borda da piscina, com medo de soltar. Da mesma forma, algumas de nós estamos segurando velhas mágoas ao nos recusarmos a perdoar. Estamos perdendo a liberdade que podemos ter em …
Raquel: Você já ouviu o ditado "perdoar e esquecer"? Nancy DeMoss Wolgemuth nos adverte contra a parte de esquecer.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Se você e eu não pudéssemos lembrar de nenhuma dor que experimentamos, como poderíamos ter misericórdia e ser sensíveis com as pessoas que estão sofrendo? Veja, a dor do meu passado pode, na verdade, ser um meio de estender graça, misericórdia e bondade às pessoas feridas.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações, com nossa anfitriã, Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Escolhendo o perdão, na voz de Renata Santos.
Você já viu crianças aprendendo a nadar? Algumas começam a nadar com o estilo "cachorrinho" logo de cara, mas outras se agarram à borda da piscina, com medo de soltar. Da mesma forma, algumas de nós estamos segurando velhas mágoas ao nos recusarmos a perdoar. Estamos perdendo a liberdade que podemos ter em Cristo. Vamos nos juntar a Nancy DeMoss Wolgemuth enquanto ela nos incentiva a "mergulhar" e experimentar a alegria do perdão.
Nancy: Estamos falando sobre o tema do perdão, e logo antes dessa sessão, alguém me apontou que há um quadro branco atrás de mim, com uma borracha que diz "Apagar tudo".
Que imagem poderosa do perdão. Falamos sobre pressionar a tecla "deletar" nos nossos computadores e como isso é uma representação da nossa escolha de limpar o registro dos nossos ofensores. E que precisamos escolher, como um ato da nossa vontade, perdoar totalmente aqueles que pecaram contra nós.
Quando escolhemos perdoar, não apenas liberamos aqueles a quem mantivemos como prisioneiros, mas Deus pega Sua grande chave de graça e abre a cela da prisão onde estávamos aprisionadas e nos liberta também.
Uma mulher escreveu para mim depois de ouvir essa verdade e disse: "Hoje o Senhor me fez libertar um prisioneiro que eu mantive cativo por mais de dezesseis anos. Agora Deus pode restaurar os anos que os gafanhotos comeram."
Será que é possível que alguém aqui esteja mantendo outra pessoa como prisioneira no perdão por dezesseis anos ou talvez até mais? Observamos na nossa última sessão que, quando nos recusamos a perdoar, nos tornamos sujeitas ao que Jesus chamou de "atormentadores", aquelas coisas que nos mantêm em cativeiro.
E dissemos que, às vezes, esses atormentadores são até distúrbios físicos ou emocionais crônicos que podem ser afetados pela nossa recusa em perdoar. Veja bem, eu não estou dizendo que essas dores não sejam reais, mas estou dizendo que às vezes elas são ocasionadas pelo nosso espírito amargurado, cheio de rancor.
Deixe-me ilustrar isso para você com outro bilhete que eu recebi. Eu fiz uma conferência e pedi para as mulheres preencherem um cartão com pedidos de oração, dizendo como poderiam orar por elas.
No final da conferência, uma mulher escreveu esta nota. Ela disse:
Eu pedi oração no meu cartão de oração por um problema nas costas. Depois que tomei a decisão de perdoar minha irmã e minha mãe, percebi que a dor nas minhas costas havia desaparecido. Eu estava com essa dor há vários meses. [Isso me soa como um atormentador.] Eu acredito que fui curada no meu coração e no meu corpo ao dar o passo de perdoar.
Eu não vou prometer a você que, se você der o passo de perdoar, todas as suas dores e males vão desaparecer. Há outras razões para dores além da amargura.
Mas, eu vou te dizer uma coisa: se eu tivesse dores e quando eu as tiver, acho que é sábio começar perguntando: "Senhor, há algo que eu tenha guardado no meu coração, em amargura ou falta de perdão, que pode estar agravando ou piorando esse problema?" Não custa nada verificar, perguntar, para que Deus nos mostre o que Ele talvez esteja vendo e que, talvez, nem sequer tenhamos conseguido ver.
Quero ler outro pedido que recebi de uma mulher. É algo difícil, mas leio porque ela levanta algumas questões importantes sobre esse assunto do perdão. Ela disse o seguinte:
Eu tenho muito ressentimento devido ao uso de pornografia por parte do meu marido. Muito dinheiro perdido, confiança quebrada, acusações e culpa em cima de mim. Eu resisti ao perdão, mas hoje tomei a decisão de perdoar o meu marido pelos vinte e cinco anos de infidelidade com o uso de pornografia. Ele faz cinquenta anos este ano e acredito que este é o seu 'ano do jubileu'. Acho que o Senhor estava esperando eu me render e perdoá-lo e libertá-lo da prisão.
Acho que isso levanta uma questão importantíssima. Uma das razões pelas quais às vezes achamos difícil perdoar é porque pensamos: "Se eu perdoar, isso significa que o pecado dele não importa mais?"
Tememos que isso signifique que o ofensor escapará impune, que ele será liberado de sua falta. E se ele não reconheceu o seu pecado e se arrependeu? Perdoar significa que o erro dele não importa mais? A resposta para isso é não, não significa isso.
O perdão não deixa o ofensor impune, no final das contas. O que ele faz é liberar o ofensor do meu julgamento e colocá-lo sob o julgamento de Deus. Ele liberta o ofensor da minha custódia e o entrega a Deus, reconhecendo que Deus é o único juiz verdadeiro e justo, que Deus não me fez juiz e que a vingança pertence a Ele. Veja, quando me recuso a perdoar, eu realmente estou me colocando no lugar de Deus.
Há uma ilustração poderosa disso no Antigo Testamento. Na verdade, toda essa questão do perdão é poderosamente ilustrada pela vida de José, que, como você lembra, e você pode voltar e ler os últimos treze capítulos ou mais do livro de Gênesis, pode ver como, desde que era um menino, ele foi prejudicado de uma maneira após outra.
Mas no final da história, quando os irmãos de José, que tanto pecaram contra ele, voltaram e disseram: "Você vai guardar rancor contra nós?", José disse a eles: "Estou eu no lugar de Deus?"
Ele reconheceu que, se ele fosse usar a vingança contra seus irmãos — e ele estava em uma posição onde poderia fazer isso; na verdade, ele poderia ter se vingado contra todos que tivessem pecado contra ele, porque agora ele era o segundo em comando no Egito — mas ele disse: "Eu não sou Deus. E se eu me vingar dessa pessoa, se eu me recusar a perdoar, estou realmente me colocando no lugar de Deus."
Isso nos leva a outro ponto importante sobre o perdão, e a má interpretação desse ponto tem levado, acredito, muitas pessoas a muitas prisões desnecessárias. Deixe-me explicar dessa forma.
Perdoar não significa necessariamente esquecer. Perdoar um ofensor não significa, necessariamente, que vamos esquecer a ofensa.
Alguém aqui pode estar pensando: "Ah, mas eu pensei que perdoar significa esquecer. Você deve perdoar e esquecer. Na verdade, Deus não esquece todos os nossos pecados?" A Bíblia não diz isso.
Você diz: "Ah, sim, ela diz que Ele esquece todos os nossos pecados."
Você não vai encontrar isso na Bíblia. O que a Bíblia diz? E eu pergunto, como um Deus que sabe de todas as coisas pode esquecer algo?
O que Deus diz é "Eu não te acusarei mais dos seus pecados." Deus está dizendo: "Eu não vou manter os seus pecados contra você. Eu escolho não trazê-los à tona." Isso é o que é perdão.
Você diz: "Mas se eu pudesse apenas esquecer toda a dor. Não seria maravilhoso?" Bem, sim, em certo sentido. E, claro, todas nós desejaríamos que talvez Deus pudesse pegar essa borracha divina e apagar todas as memórias dolorosas do nosso passado.
Mas não tenho tanta certeza de que, nesta vida, se isso seria algo ideal. Se você e eu não pudéssemos lembrar de nenhuma das dores que experimentamos por termos sido feridas ou machucadas por outros, como poderíamos ter misericórdia, compaixão e ser sensíveis com as pessoas que estão sofrendo?
Veja, a dor do meu passado, a dor das ofensas que experimentei no passado, pode, na verdade, ser um meio de estender graça, misericórdia e bondade às pessoas que estão feridas.
Deus não nos permite esquecer toda a dor que experimentamos. Você pode perdoar sem necessariamente esquecer toda a dor. Mas aquelas memórias dolorosas podem ser um lembrete da graça e do perdão de Deus em seu favor, do significado de Sua graça.
Se Deus escolher, Ele é mais do que capaz de liberá-la de qualquer uma dessas memórias que Ele sabe que não trarão glória máxima a Ele.
Outro ponto sobre o perdão que frequentemente esquecemos é que o perdão não é barato. Ele tem um custo. Perdoar significa que devemos ter disposição para assumir o custo do pecado de outra pessoa. Alguém precisa pagar.
Eu vou pegar como exemplo a Holly aqui. Holly e eu somos amigas há muito tempo. Suponha que Holly e seu marido se envolvam em problemas financeiros e eu perceba isso. No momento, tenho uma renda extra e ligo para Holly e digo: "Sabe, eu quero te dar um presente de $1.000 para você e seu marido. E se você puder me pagar $100 por mês durante os próximos dez meses, assim vocês podem pagar essa dívida, é um empréstimo."
E Holly diz: "Nossa, estamos muito agradecidos por isso. Muito obrigada e vamos te enviar $100 por mês nos próximos dez meses."
Bom, passa o primeiro mês e nenhum cheque chega de Holly e do seu marido, então eu penso: "Bom, talvez eles tenham se esquecido." No mês seguinte, passa o segundo mês e novamente nenhum cheque da Holly e do seu marido, e eu penso: "Deve ter sido um mês realmente agitado."
No terceiro mês, eu decido cobrar a dívida. Eu ligo e descubro que eles não têm intenção nenhuma de pagar esse empréstimo. Eles simplesmente não levaram o acordo a sério. Então, suponha, apenas para fins dessa analogia, que Deus toque no meu coração e diga: "Sabe, Eu te abençoei. Você poderia transformar isso em um presente. Por que não faz isso? Informe-os que a dívida foi perdoada."
Veja, eu mantenho um registro bem detalhado de todas as minhas finanças. Eu tenho débitos e créditos e, se eu tivesse feito esse empréstimo de $1.000, estaria registrado no meu livro contábil, no meu diário financeiro.
Quando eu ligo para Holly, digo: "Deus acabou de tocar no meu coração e eu devo fazer disso um presente e você não deve mais nada."
Agora, quem ficaria com o débito de $1.000? Eu! Eu preciso estar disposta e ser capaz de absorver os $1.000. Alguém teve que pagar. Esse perdão não foi barato. Foi custoso.
E a propósito, eu posso voltar para Holly no mês seguinte e dizer: "Você é uma vilã. Você precisa me pagar esses $1.000 que você me deve." Eu posso fazer isso? De jeito nenhum. Por quê? Porque eu perdoei.
O registro foi limpo e eu o retirei do meu diário. Não é mais algo que me é devido. Agora é algo que foi pago por completo.
É importante perceber que o perdão pode ser estendido em um momento.
Preciso dizer que o processo de cura, de lidar com as emoções, com o relacionamento, pode envolver um certo tempo. O problema é que muitas de nós esperamos passar por todo o processo antes de escolher perdoar.
Pensamos: "Preciso me curar primeiro e depois eu posso perdoar." Se você esperar pelo processo, provavelmente nunca chegará ao ponto de poder perdoar. Eu gostaria de sugerir a você que o processo começa com o ponto do perdão.
Existem algumas questões sobre o perdão, como temos conversado, que muitas de vocês pensaram em alguns pecados horríveis que foram cometidos contra vocês. E você está pensando: "Isso é muito difícil. Eu não consigo imaginar como poderia perdoar essa pessoa."
E eu ouço mulheres dizendo: "Estou caminhando para o perdão. Estou fazendo de tudo para conseguir perdoar." Eu entendo o que elas querem dizer, mas é possível que você caminhe e tenha a intenção de perdoar por toda uma vida e nunca chegue ao perdão.
Quero desafiá-la com este pensamento: Você pode, pela graça de Deus, escolher perdoar em um momento e, a partir desse perdão, permitir que Deus comece a fluir em sua vida a graça curadora que ajudará a restaurar o seu coração e, em alguns casos, até mesmo o relacionamento.
Ao escolhermos perdoar, precisamos ser lembradas, vez após vez, que falhar em perdoar é um pecado tão grande quanto qualquer um que alguém tenha cometido ou venha a cometer contra nós.
Eu me lembro de conversar, há alguns anos, com uma mulher cujo marido se envolveu com o uso de pornografia. Ela estava tão angustiada e tão aflita, e não conseguia entender, como mulher, como essas coisas poderiam ser atraentes para o marido dela. Ela não entendia. Era repulsivo para ela.
No processo, ela deixou uma raiz de amargura crescer em seu coração contra o marido. Ela se tornou prisioneira, assim como estava colocando ele na prisão, uma prisioneira da sua própria falta de perdão.
E eu vi um dia, enquanto conversávamos, a “luz” se acender quando chegamos a esse princípio. Eu a lembrei de que a sua falta de perdão era, aos olhos de Deus, um pecado tão grande quanto o pecado do marido dela.
Veja, o pecado do marido dela é muito mais mensurável e, de acordo com nossa forma de ver as coisas, parece ser muito mais grave. Certamente tem muito mais consequências que a atitude de amargura dela talvez não tenha.
Mas quando ela percebeu que não só seu marido era um pecador, mas ela também era pecadora em sua falta de perdão, ela foi capaz de se libertar da amargura, liberar o marido através do perdão e, finalmente, ela pôde se tornar um instrumento de graça na vida dele, à medida que Deus pôde libertá-lo de alguns desses problemas morais na vida dele.
Já ouvi mulheres dizerem: "Eu escolhi perdoar, passei por esse processo de perdoar totalmente, mas ainda fico meio confusa por dentro quando penso nessa pessoa. Como lido com os sentimentos, com a dor?"
Dissemos que Deus pode permitir que mantenhamos algumas dessas memórias dolorosas para que possamos ser misericordiosas e compassivas com os outros que têm situações dolorosas em suas vidas.
Mas Deus não tinha a intenção de que você vivesse sob o peso dessas emoções não resolvidas. E eu acho que, para muitas mulheres, a razão pela qual elas não seguiram em frente para uma cura mais completa dessas emoções danificadas pode ser porque pararam no ponto do perdão.
As Escrituras têm dois outros aspectos do processo de perdão que eu considero importantes. Não vamos gastar muito tempo neles, mas quero apenas mencioná-los para que possamos perceber que são importantes.
O próximo princípio é a importância de retribuir o bem pelo mal. No Livro de Romanos, capítulo 12, versículos finais, o apóstolo Paulo diz: "Não paguem a ninguém mal por mal." Não devolva mal a quem lhe fizer mal. Acho que todas concordamos com isso. Não devemos nos vingar.
E ele continua dizendo: "Não façam justiça com as próprias mãos, mas deem lugar à ira de Deus.”
Lembre-se, essa é a tarefa de Deus. "Pois está escrito: 'A mim pertence a vingança; eu é que retribuirei', diz o Senhor. Façam o contrário: “Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber."
O que o apóstolo Paulo está dizendo? Quando aquela pessoa te magoa, ela revela que tem uma necessidade. Descubra qual é essa necessidade e peça a Deus que te mostre como suprir essa necessidade. Ele está com fome? Dê-lhe algo para comer. Ele está com sede? Dê-lhe algo para beber.
Você pensa: "Ah não, isso é tão difícil." Claro que é. E isso é algo que você não pode fazer se não tiver o Espírito Santo vivendo dentro de você para te capacitar a fazer o que é humanamente impossível.
Paulo continua dizendo: "Não se deixe vencer pelo mal, mas vença o mal com o bem." Quando você devolve o bem pelo mal, você não está apenas superando o mal dele com o bem, mas está superando, no seu próprio coração, o mal dessas emoções que te mantém em cativeiro ao devolver o bem pelo mal.
Jesus quis dizer a mesma coisa no Evangelho de Mateus, quando disse: "Amem os seus inimigos e orem pelos que perseguem vocês. " (Mateus 5.44)
Se você quer avançar no processo de cura, uma vez que tenha chegado ao ponto de perdoar completamente, liberando-a, limpando o registro dela, peça a Deus que te mostre maneiras de investir de volta na vida da pessoa que pecou contra você.
Talvez não seja apropriado restabelecer o relacionamento. Mas você pode orar por essa pessoa? Você diz: "Eu não acho que posso orar pela bênção de Deus sobre esse homem, essa mulher, essa criança."
Ao orar por essa pessoa, em obediência à Palavra de Deus, você descobrirá o que eu descobri na minha própria vida: você não pode odiar alguém por muito tempo se estiver orando por essa pessoa, pedindo a Deus para abençoá-la e restaurá-la. O objetivo é a reconciliação, para que essa pessoa seja reconciliada com Deus.
Eu te encorajo a construir pontes de amor e bênção de volta para essas pessoas.
Falamos sobre José e como ele foi prejudicado por seus irmãos, pela esposa de Potifar e por outros em sua vida. Ele passou anos sendo injustamente acusado, sentado em uma cela de prisão no Egito. Mas, quando ele saiu da prisão, ele se empenhou em nutrir e abençoar os próprios irmãos que foram os responsáveis por colocá-lo naquela situação.
Você descobrirá que, se construir pontes de amor e bênção para essas pessoas, então Deus pode realmente encher o seu coração.
Eu entendo que para algumas de vocês, isso pode parecer quase inacreditável, mas é verdade. Deus pode realmente encher o seu coração com amor e compaixão por alguém que você odiou por anos. Isso é um milagre da graça, a graça de Deus.
Eu não conheço nenhuma história que ilustre melhor o poder da graça de Deus em encher nosso coração com compaixão, onde antes havia ressentimento, do que a história de Corrie ten Boom.
Você já ouviu a história dela e de como sua família providenciou um esconderijo para os judeus que estavam sendo caçados pelos nazistas? E depois, como ela, a sua irmã e a sua família acabaram em um campo de concentração?
Em um de seus livros, ela descreve a luta que experimentou com toda essa noção do perdão. Deixe-me ler para você o que ela escreveu. Ela disse assim:
Foi em um culto na igreja em Munique que o vi, o ex-carcereiro da porta do vestiário no centro de processamento em Ravensbruck. [O campo de concentração onde Corrie e sua irmã, Betsie, haviam sido presas.]
Ele foi o primeiro dos nossos carcereiros que eu vi desde aquela época. E de repente tudo apareceu na minha frente — o quarto cheio de homens zombadores, as pilhas de roupas, o rosto pálido e a dor de Betsie.
Ele se aproximou de mim enquanto a igreja estava se esvaziando, sorrindo e se curvando. 'Quão grato sou pela sua mensagem, Fraulein,' disse ele. 'Pensar que, como você diz, Ele lavou os meus pecados!'
Sua mão foi estendida para apertar a minha. E eu, que tanto preguei para as pessoas em Bloemendaal sobre a necessidade de perdoar, mantive minha mão ao lado. Mesmo enquanto os pensamentos de raiva e vingança fervilhavam dentro de mim, eu vi o pecado deles. Jesus Cristo morreu por este homem; e eu ia pedir mais? Senhor Jesus, eu orei, perdoe-me e ajude-me a perdoá-lo.
Tentei sorrir, lutei para levantar a mão. Não consegui. Não senti nada, nem o menor vestígio de calor humano ou caridade. E então, novamente, fiz uma oração silenciosa. Jesus, eu não posso perdoá-lo. Dê-me o Teu perdão.
Quando apertei a sua mão, a coisa mais incrível aconteceu. Do meu ombro, ao longo do meu braço e através da minha mão, parecia passar uma corrente de mim para ele, enquanto para o meu coração brotava um amor por esse estranho que quase me inundava.
Eu descobri que não é o nosso perdão, assim como não é a nossa bondade, que faz com que a cura do mundo aconteça, mas o dele. Quando Ele nos diz para amarmos os nossos inimigos, Ele nos dá, junto com o comando, o amor em si.
Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth tem compartilhado a poderosa história de perdão nas palavras de Corrie ten Boom. Nancy estará de volta em um instante. Se você deseja se aprofundar mais na perspectiva de Deus sobre o perdão, eu te incentivo a ler Escolhendo o perdão, de Nancy DeMoss Wolgemuth. Neste livro, disponível em nosso site avivanossoscoracoes.com, Nancy expande muitos dos princípios que você está ouvindo esta semana.
De uma semente de tomate você recebe uma planta de tomate, certo? O que acontece quando você planta uma semente de amargura? Amanhã, no Aviva Nossos Corações, Nancy falará sobre o fruto do não perdão.
Aguardamos você aqui, no Aviva Nossos Corações. E agora, aqui está Nancy para encerrar o nosso tempo juntas com uma oração.
Nancy: O Evangelho de Cristo é que Jesus estava disposto a pagar o preço da minha dívida. O Seu perdão por mim foi custoso. Custou tudo para Ele.
E agora Ele está dizendo: "Você estaria disposta a pagar o preço do que Eu te dei, dos ricos, ilimitados e infinitos tesouros da Minha graça que Eu derramei sobre você, estaria disposta a riscar as dívidas que outros têm com você?"
O que você acha? O que alguém te deve? Quão custoso será para você perdoar?
Você diria: "Senhor, pela Tua graça e pelas riquezas que O Senhor me deu, estou disposta a pagar esse preço, a quitar todas essas dívidas, a absorver esse custo sozinha." Quando você fizer isso, você será livre.
Ó, Pai, quão grande é o Teu amor por nós e quão incrível é o Teu perdão para conosco. Nos maravilhamos quando estamos diante do Calvário e contemplamos o que o Senhor fez por nós.
Obrigada, obrigada, Jesus, pelo Teu perdão. E obrigada, obrigada, por poder derramar em nossos corações feridos, doloridos, entristecidos, amargurados, o Teu perdão e o Teu amor até mesmo por aqueles que pecaram contra nós da pior forma.
Ó, Senhor, eu oro por mim mesma e pelas minhas irmãs aqui nesta sala, que o Senhor derrame através de nós a Tua graça de perdão. E para aquela que está aqui lutando com a escolha de perdoar, que ela saiba que é o Teu perdão que o Senhor fluirá através dela.
Dê graça, dê coragem, dê a vontade e a fé para agir de acordo com o que ouvimos e perdoar, por amor de Jesus, assim como o Senhor nos perdoou. Oramos em nome de Jesus. Amém.
Raquel: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
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