Dia 3: Princípios e avisos
Raquel Anderson: Quando se vive em uma sociedade consumista, é fácil entrar no jogo das comparações — até mesmo quando se trata de pastores. Aqui está Nancy DeMoss Wolgemuth.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Precisamos tomar cuidado para não exaltar um líder espiritual acima do outro. Agradeça ao Senhor pelas pessoas que Ele tem usado na sua vida. Reconheça e valorize a contribuição que cada uma delas faz para o reino de Deus. Cada uma tem qualidades e chamados diferentes. Agradeça ao Senhor por isso, mas não faça comparações.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Vamos à igreja!, na voz de Renata Santos. Hoje, Nancy está dando continuidade à série “Submetam-se aos seus líderes”.
Nancy: Temos falado sobre as nossas responsabilidades, como membros da igreja, de apoiar a nossa liderança espiritual. Eu sei que nesta série estou em um …
Raquel Anderson: Quando se vive em uma sociedade consumista, é fácil entrar no jogo das comparações — até mesmo quando se trata de pastores. Aqui está Nancy DeMoss Wolgemuth.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Precisamos tomar cuidado para não exaltar um líder espiritual acima do outro. Agradeça ao Senhor pelas pessoas que Ele tem usado na sua vida. Reconheça e valorize a contribuição que cada uma delas faz para o reino de Deus. Cada uma tem qualidades e chamados diferentes. Agradeça ao Senhor por isso, mas não faça comparações.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Vamos à igreja!, na voz de Renata Santos. Hoje, Nancy está dando continuidade à série “Submetam-se aos seus líderes”.
Nancy: Temos falado sobre as nossas responsabilidades, como membros da igreja, de apoiar a nossa liderança espiritual. Eu sei que nesta série estou em um campo minado; existem tantas situações diferentes nas igrejas, e eu não conheço os detalhes da sua. Não consigo abordar cada uma dessas situações, e muitas das coisas que estou dizendo vão provavelmente levantar algumas dúvidas. Não é o objetivo desta série abordar todas essas questões, mas estou tentando destacar o que acredito serem princípios bíblicos claros sobre respeitar, apoiar, valorizar e encorajar nossos pastores e líderes espirituais. Compartilhamos tudo isso na esperança de que te encoraje a seguir essas exortações da Palavra de Deus e a ser uma bênção para o seu pastor e líderes espirituais.
Recentemente, um pastor amigo meu me mostrou uma carta que ele recebeu de outro pastor — um pastor de uma igreja pequena que está passando por uma situação difícil. Esse pastor estava escrevendo para o meu amigo para pedir conselhos sobre como lidar com essa situação. Com a permissão desse pastor, quero ler um trecho da carta. Ele escreveu assim:
Um irmão da minha igreja acredita que todas as noites são de tempo em família e não traz a mulher e os filhos para a igreja nas noites de quarta-feira; em vez disso, ele toca em uma banda de bluegrass com outro homem da nossa igreja, o que faz com que a esposa e os cinco filhos não venham — afinal, é tempo em família. Outro membro acredita que as crianças nunca devem ficar longe dos pais quando estão na igreja, então eles não deixam os filhos irem à escola dominical, nem vêm quarta-feira à noite. Outro homem, embora seja um amigo muito próximo, é tão crítico e dado a fofocas que muitas vezes chega a ser doloroso ficar perto dele, mesmo depois de repetidas repreensões gentis.
Tem um presbiteriano hiper-reformado que frequenta a nossa igreja com a esposa. Os dois acreditam que só se deve cantar hinos na igreja — com o órgão. Ele e a esposa ficam no nosso centro de boas-vindas com as duas filhas enquanto a música toca e só entram quando eu começo a pregar. Tenho um acadêmico de latim e grego que ama a comunhão da igreja, mas odeia quando a pregação passa do meio-dia, e o filhinho dele de cinco anos me diz todas as manhãs de domingo que as minhas pregações são longas demais.
Meu coração fica apertado por esse pastor e pelo garotinho. Daí o pastor continua:
Tenho um irmão hiper-reformado que não se torna membro da nossa igreja porque tem muita coisa errada com ela, embora já esteja vindo faz quatro meses para aproveitar o ensino. O mais engraçado disso tudo é que eu amo o meu povo. Eu sou tão apaixonado por eles que não sei o que fazer. Mas me sinto tão perdido tentando juntar todo mundo, que isso está me deixando doido. Estou perdendo o sono, orando e pensando nisso toda hora.
Eu não conheço esse pastor, mas ao ler essa carta pensei: “Esse é um homem com um coração de pastor. Ele ama o seu rebanho, mesmo com toda a bagunça, sujeira e tolice. Ele ama as suas ovelhas!” Deus, abençoe esse pastor que ama tanto o seu povo.
Isso me lembrou que você e eu não nos damos conta do fardo que tantos pastores carregam pelo seu povo, mesmo quando as coisas não são como deveriam ser. Todo pastor tem que lidar com pessoas difíceis, situações difíceis. Isso acontece em qualquer lar, em qualquer igreja. Trazer pessoas diferentes e tentar juntá-las em um só rebanho é um trabalho árduo. Mas não percebemos o quanto tantos de nossos pastores realmente amam seu povo e carregam fardos pelo rebanho em seu coração.
Então, nesses últimos dias temos falado sobre a importância de valorizarmos os nossos pastores e líderes espirituais e quais são as exortações bíblicas para nós, como seus seguidores. Biblicamente falando, quais são as nossas responsabilidades para com os nossos líderes espirituais? Hoje, quero falar de uma delas, que vem de 1 Timóteo, capítulo 5, versículo 19. Só vou ler uma parte dessa passagem. Não vamos abordar o trecho todo, só a primeira parte.
O apóstolo Paulo diz: “Não aceite denúncia contra presbítero, a não ser exclusivamente sob o depoimento de duas ou três testemunhas.” Talvez sua igreja não tenha presbíteros. Mas, no contexto do Novo Testamento, eu acredito que essa passagem se refira aos líderes espirituais da igreja. Você pode chamá-los de diáconos, pastores, bispos, líderes, anciãos. O que está sendo discutido aqui é a liderança espiritual da igreja.
O apóstolo Paulo diz: “Não aceite denúncia contra presbítero, a não ser exclusivamente sob o depoimento de duas ou três testemunhas.” A passagem continua e a parte que não vamos tratar hoje fala sobre o processo de lidar com líderes da igreja que, de fato, pecaram. Existe um processo. É importante lidar com o pecado na liderança da igreja. Ele precisa ser tratado biblicamente. Ele deve ser tratado da maneira de Deus. Mas tem que ser tratado. Não deveria ser varrido para debaixo do tapete. É aí que precisamos entender a totalidade do ensino da Palavra de Deus sobre esse assunto. No entanto, esse não é meu ponto hoje. Quero me concentrar somente na primeira parte desse versículo.
“Não aceite denúncia contra presbítero, a não ser exclusivamente sob o depoimento de duas ou três testemunhas.” Isso aqui não está presumindo que esses líderes sejam perfeitos ou imaculados. Eles não são. Sabemos que são pecadores. Sabemos que são seres humanos. Todos os homens têm pés de barro. Eles não foram glorificados ainda. Eles estão no processo de glorificação. Eles experimentam os mesmos tipos de tentações que nós. Na verdade, provavelmente enfrentam tentações extras. Às vezes, eles falham. Pisam na bola. Eles são pais; são homens. Eles lidam com problemas reais em seus pensamentos, atitudes e ações. São pecadores salvos pela graça de Deus, assim como nós. Então, essa passagem não está presumindo que eles sejam perfeitos.
Mas está dizendo que não devemos atacar ou confrontar líderes espirituais, fazendo acusações levianas contra eles. “Não aceite denúncia contra presbítero, a não ser exclusivamente sob o depoimento de duas ou três testemunhas.” Se houver acusações sérias, acusações bíblicas a serem feitas, elas precisam ser feitas de maneira bíblica.
E para uma mulher ou um homem — um membro da igreja — sair por aí espalhando opiniões sobre o pastor que não são biblicamente fundamentadas, que não estão sendo tratadas mediante um processo bíblico. . . isso é pecado.
(E me deixe fazer um parêntese aqui — não vou entrar em detalhes sobre isso, mas, como mulher, se você acredita que há uma questão bíblica em jogo, eu diria: vá conversar com seu marido primeiro. Depois, orem e busquem ao Senhor juntos. Consulte a liderança do seu marido sobre como isso deveria ser abordado antes de irem até outros líderes da igreja.)
Mas aqui está o que não devemos fazer. Não devemos plantar sementes de deslealdade ou dissensão, espalhando relatos maldosos sobre nossos líderes espirituais. E também não devemos ouvir outras pessoas que queiram repassar esses relatórios negativos. A Palavra diz: “Não aceite denúncia.”
Se você é o tipo de pessoa para quem as pessoas frequentemente se aproximam e se sentem à vontade para compartilhar suas preocupações sobre o pastor, é melhor refletir se tem algo errado com você. Por que elas se sentem tão à vontade para compartilhar tudo isso com você?
Se você deixar claro para elas: “Eu não estou em posição, biblicamente falando, de ouvir isso. Mas eu acredito que o nosso pastor quer ser um homem de Deus, e eu acredito que ele gostaria de saber disso. Você gostaria que eu pegasse o telefone e perguntasse para ele se ele gostaria de se encontrar com você?”
Direcione eles de volta à fonte. Não discuta isso entre vocês. Em qualquer grupo de pessoas — uma família, um ambiente de trabalho, e, em particular, uma igreja —, é mortal ter pessoas conversando entre si sobre coisas que não concordam a respeito do pastor ou dos líderes espirituais.
Agora, enquanto você pensa sobre aquelas questões que surgem mesmo, que são preocupações genuínas, quero te dar algumas sugestões, compartilhar alguns pensamentos. Primeiro de tudo, lembre-se novamente que eles são seres humanos, que são pecadores. Dê a eles a liberdade de falhar. É claro que não estou falando de falhar no cumprimento de responsabilidades bíblicas, mas dê a eles liberdade. . . Sabe, quando você vê um pastor disciplinando o filho de três anos publicamente de um jeito um pouco ríspido? Não vá soltar os cachorros para cima dele. Você faria a mesma coisa, ou já até fez. Dê a eles liberdade e espaço para crescerem como líderes.
Isso me faz lembrar de um ministério do qual fiz parte e, na época, o pastor de lá era jovem. Anos depois, ele havia se tornado um comunicador tão mais eficaz, um expositor bíblico tão melhor. Ele cresceu. Fico tão feliz que a congregação, no começo, não tenha esperado que ele já fosse esse pregador experiente que ele veio a se tornar mais tarde.
Não coloque expectativas irrazoáveis sobre o seu pastor, expectativas de que ele seja um gigante espiritual, um comunicador fabuloso. Aliás, isso também vale para o seu marido. Não espere que ele tenha toda a força, todos os dons, todas as qualificações de todos os tipos de liderança. Alguns pastores não são bons administradores. Isso não é pecado. Alguns pastores se comunicam melhor do que outros. Não é pecado não ser um comunicador fascinante. Não é pecado não ser tão eloquente quanto o Dr. Augustus Nicodemus ou o Hernandes Dias Lopes. A maioria dos pastores não é assim. Não é justo com o seu pastor colocar sobre ele expectativas de que ele atenda qualificações irrealistas.
Pergunte a si mesma: “Ele ama a Palavra? Ele ensina a Palavra?” Vou te falar uma coisa: eu consigo extrair tanta coisa boa de qualquer sermão quando o pastor abre a Palavra de Deus e apenas lê e faz alguns comentários sobre ela. Ele não precisa ser um comunicador excepcional.
Vivemos em uma era de entretenimento então ficamos achando que os pastores precisam nos entreter. Eles não precisam ser divertidos. Agora, eu sou a favor de pastores e comunicadores — e me incluo nisso como comunicadora. . . Eu sou a favor de que nós aprimoremos nossas habilidades, nos desenvolvamos, nos tornemos melhores comunicadores. E os pastores que conheço levam isso a sério e querem se desenvolver nessas áreas. Mas precisamos nos certificar de não colocarmos expectativas irreais sobre eles.
Saiba distinguir questões bíblicas que desqualificariam um pastor ou líder espiritual, questões que o tornaria desqualificado para o ministério. Se ele não for um homem de caráter, se não for irrepreensível, essas são coisas que o desqualificam da liderança espiritual. Mas saiba distinguir essas questões das questões de preferência.
Já vi pastores sendo demitidos por razões que revelam orgulho, mesquinharia, carnalidade por parte das pessoas que o forçaram a resignar ou tornaram a sua vida miserável. Já vi isso acontecer muitas e muitas vezes. Às vezes, tem a ver com o estilo, a eficácia da pregação. Às vezes, tem a ver com questões que o pastor está liderando, ou decisões que a liderança da igreja está tomando relacionadas a programações da igreja. Talvez a igreja esteja tendo dois cultos em vez de um, mudando o formato da escola dominical, ou (Deus nos livre!) acabando com a escola dominical, o culto da noite ficou diferente, talvez o formato dos cultos mudou, coisas como o volume da música. Olha, vou ser sincera com você, tenho opiniões sobre a maioria das coisas. As pessoas que me conhecem sabem que tenho opiniões fortes sobre muitos assuntos. Tenho muitas opiniões sobre música, por exemplo. Mas seria errado, eu acredito, tornar as minhas preferências em questões que dividam uma igreja.
Dê à liderança da igreja espaço para liderar. Algumas dessas coisas não são questões de certo ou errado. A gente se prende ao “sempre fizemos assim” ou “gostamos assim”. Muitas vezes, são questões de opinião ou de preferência. Não destrua o seu pastor ou o rebanho por questões secundárias, que não são doutrinárias, nem bíblicas.
Se você chegar ao ponto de, no seu coração, realmente não conseguir apoiar a liderança da igreja por questões secundárias, de preferência. . . Talvez seja o jeito como conduzem o ministério infantil, para sua família não funciona, você não se sente confortável. . . mas não divida a igreja por causa disso! Não divida o rebanho por isso. Não acabe com o pastor por causa disso. Deus pode te guiar a se mudar silenciosamente para uma igreja diferente, onde as preferências estejam mais alinhadas com o que você acredita que Deus deseja para a sua família. Talvez isso seja ok. Mas não se torne uma fonte de discórdia na igreja por questões secundárias.
Ouça, é uma coisa muito séria atacar alguém que está em uma posição de autoridade dada por Deus. A Escritura fala muito claramente sobre isso. O Salmo 105, versículo 15, nos adverte: “Não toquem nos meus ungidos, nem maltratem os meus profetas.” Agora, novamente, não estamos falando de liderança de seitas e obediência cega. Mas estamos dizendo que existe um respeito e uma estima que devemos àqueles que Deus colocou em posições de liderança espiritual.
Eu penso sobre como Davi, quando estava sendo perseguido pelo rei Saul, teve a oportunidade de matá-lo. Ele cortou um pedacinho do manto dele lá na caverna. E as Escrituras dizem em 1 Samuel 24.5: “Mas depois Davi ficou com dor no coração por ter cortado a ponta do manto de Saul.”
Uma pequena coisa, mas Davi disse: "Saul é o ungido de Deus, neste momento e neste reino." Saul tinha muitos problemas, mas Davi disse: "Vou deixar que Deus lide com ele. Não vou tomar as rédeas da situação. Vou deixar que Deus lide com ele do jeito Dele e no tempo Dele."
“Não aceite denúncia contra presbítero, a não ser exclusivamente sob o depoimento de duas ou três testemunhas.” Não seja você a pessoa que destrói a unidade do Corpo de Cristo por questões secundárias, que são questões de opinião ou de preferência.
Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth está nos alertando em 1 Timóteo capítulo 5 sobre a seriedade de causar divisões. Ela volta já já, mas eu gostaria que você tirasse um momento e refletisse sobre isso de forma pessoal. Deus tem falado ao seu coração? Tem algo que você precisa confessar ou da qual precisa se arrepender? Talvez você tenha sido crítica, desleal. Talvez tenha semeado sementes de discórdia e conflito, até mesmo de maneiras sutis. Você ouviu fofocas, talvez tenha ajudado a espalhar algumas delas. Você gostaria de confessar isso ao Senhor? Se arrependa e peça a Deus para te tornar uma seguidora piedosa e para te ajudar a apoiar e encorajar os seus líderes de tal forma que eles sejam motivados a se tornar os homens de Deus que o Senhor quer que sejam. Na verdade, vamos orar agora.
Senhor, eu oro para que Tu ajudes cada uma de nós a ver nossas situações com clareza. Sonda nossos corações. Conheça nossos pensamentos e nossa mente. Ajuda-nos a entendê-los. Existem muitas situações representadas entre nós, mas Senhor, mostra a cada uma de nós como lidar com essas questões de uma maneira bíblica, com humildade, com caridade, seguindo os princípios das Escrituras. Senhor, queremos encorajar a unidade do corpo em vez de contribuir para os conflitos ou a discórdia na igreja de Jesus Cristo. Por favor, Senhor, limpa os nossos corações. Em nome de Jesus Cristo oramos. Amém.
Você está ouvindo Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth. Na primeira parte do episódio de hoje, Nancy nos alertou a tomar cuidado para não desenvolvermos um espírito crítico e divisivo. Agora, nessa segunda parte,Nancy vai compartilhar dois outros princípios bíblicos importantes.
Nancy: O primeiro está em 1 Coríntios capítulo 3, e não é explicitamente declarado; está implícito, como uma das nossas responsabilidades para com os nossos líderes espirituais. Deixa eu ler a passagem. Em 1 Coríntios 3, versículos 4–6, o apóstolo Paulo está falando com a igreja de Corinto, que, a propósito, tinha tudo quanto é tipo de problema. Quando as pessoas falam sobre todos os problemas das suas igrejas e que querem ir para uma "igreja do Novo Testamento", você poderia dizer: "Você sabe como era uma igreja do Novo Testamento?” Elas tinham carnalidade, pessoas com problemas. A igreja de Corinto era uma igreja do Novo Testamento com problemas muito sérios. Precisamos lidar com essas questões.
Mas Paulo não disse para o povo parar de ir à igreja ou desistir dela. Ele disse para lidarem com as questões como líderes e como povo. Aqui está um dos princípios porque havia muita contenda naquela igreja, muita divisão, muita comparação. Paulo disse assim:
Quando alguém diz: "Eu sou de Paulo", e outro diz: "Eu sou de Apolo", [dois líderes espirituais diferentes], não é evidente que vocês andam segundo padrões humanos [ou seja, imaturos espiritualmente]? Quem é Apolo? E quem é Paulo? São servos por meio de quem vocês creram, e isto conforme o Senhor concedeu a cada um. Eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus. (1Co 3.4-6)
Aqui, Paulo está abordando a questão da comparação, e acho que há algumas coisas que ficam evidentes nisso.
Em primeiro lugar, precisamos tomar cuidado para não exaltar um líder espiritual acima do outro. Agradeça a Deus pelas pessoas que Ele tem usado na sua vida. Cada uma tem qualidades e chamados diferentes. Agradeça ao Senhor por isso, mas não faça comparações. Lembre-se de que elas têm dons diferentes, habilidades diferentes e está tudo bem. Não exalte uma acima da outra.
Dê glória a Deus pelo crescimento espiritual e pelos frutos na sua vida. É isso que Paulo está dizendo. "Eu plantei, Apolo regou, mas é Deus quem deu o crescimento." É Deus quem faz a obra. Nós somos apenas servos. Então, dê glória a Deus. Cuidado para não colocar seu pastor ou líder espiritual em um pedestal. Se você colocá-lo num pedestal, isso se torna idolatria, porque você chega ao ponto de ver seu pastor ou esse líder espiritual como um deus na sua vida. Isso é perigoso. Você está preparando o terreno para ele cair; você está se preparando para se decepcionar.
Dê glória a Deus por como Ele tem usado esses homens como servos na sua vida. Perceba que, no final das contas, é Deus que está trabalhando na sua vida e que esses homens que mais te impactaram são apenas servos. É assim que eles se veem, como líderes humildes.
Então, evite ter um espírito sectário, divisivo. Se recuse a tomar partido de um líder contra outro. Não entre na discussão. "Eu sou de Paulo." "Eu sou de Apolo." "Eu sigo este ensino." "Eu sigo aquele ensino." Seja humilde. Aprenda o que puder com cada um deles.
Em seguida, quero falar de um princípio que acho tão importante e até curioso sobre como devemos ministrar aos nossos pastores e líderes espirituais. Abra a sua Bíblia em 1 Timóteo capítulo 5, por favor. Vamos observar algumas passagens em relação a esse princípio.
Isso é muito importante e o seu pastor provavelmente não se sente à vontade para pregar sobre esse assunto com frequência, então eu vou falar por ele. Vou fazer uma espécie de propaganda sobre a importância de cuidar das necessidades materiais e financeiras dos nossos pastores e líderes espirituais. O que as Escrituras dizem?
O versículo 17 de 1 Timóteo 5 diz: “Devem ser considerados merecedores de pagamento em dobro os presbíteros que presidem bem, especialmente os que se esforçam na pregação da palavra e no ensino.” E aqui estamos falando de todos os líderes espirituais da igreja. Quando você paga o seu pastor, você não faz isso por obrigação. Ele foi compensado por merecer. Ele é digno dessa honra, especialmente aqueles que trabalham arduamente na pregação e no ensino. É um trabalho árduo. Eu sei disso. Exige muita preparação.
Sabe, eu venho aqui, trago esse monte de anotações e temos essas sessões de estudo. Mas é um trabalho árduo, e o seu pastor passa por isso semana após semana. Eu honro esses homens que sobem no púlpito com essas mensagens, no domingo de manhã, no domingo à tarde, na quarta-feira — duas ou três mensagens por semana. Eles estão estudando. É trabalho duro, e as Escrituras dizem que eles merecem ser compensados por isso.
As Escrituras dizem no versículo 18: “Não amordace o boi enquanto debulha o grão.” Você está chamando o meu pastor de boi? Não, Deus está usando um princípio aqui, escrito pela primeira vez no Antigo Testamento. . . Deus está usando isso para nos mostrar um princípio importante sobre como os nossos líderes merecem colher a recompensa pelo seu serviço. O trabalhador é digno do seu salário.
Em Deuteronômio 25, a passagem do Antigo Testamento diz que os bois que pisavam o trigo tinham direito de comer dele. Esse era um privilégio deles. Quando Jesus enviou os setenta discípulos para servir em diferentes cidades, Ele disse para irem às cidades e “[ficarem] na mesma casa”, Lucas 10, versículo 7, “comendo e bebendo do que eles tiverem; porque o trabalhador é digno do seu salário.” Eles merecem essa honra, honra em dobro, aqueles que ensinam a Palavra e lideram o rebanho de Deus.
Essa palavra “honra” tem a ver com respeito e apoio financeiro. Sabe a palavra “honorário”? Nos Estados Unidos, se você for cantar em algum evento especial ou falar em uma conferência ou retiro, você talvez receba um honorário. É dinheiro dado para honrar alguém, para expressar gratidão por como essa pessoa serviu. No Brasil, é a remuneração que damos a profissionais liberais como advogados ou médicos.
Agora, o foco aqui não está no dinheiro. Isso é parte do processo, mas o que realmente importa é a atitude do coração. Se você respeita os seus pastores e líderes espirituais, você vai desejar provê-los de recursos financeiros e materiais. Não vai fazer isso com pesar ou resistência: “Puxa, a gente vai ter que pagar o pastor hoje.” Você vai querer cuidar das necessidades financeiras dele. Você vai querer apoiá-lo financeiramente. As Escrituras dizem que aqueles que pregam a Palavra devem ser pagos por isso.
Por outro lado, Paulo disse: “Entretanto, não fizemos uso desse direito” (veja 1 Coríntios 9.12 em diante). Paulo fazia tendas para poder servir as pessoas sem colocar sobre elas qualquer tipo de obrigação. Essa foi a escolha de Paulo. Essa é escolha do seu pastor se ele quiser fazer as coisas desse jeito. Mas Deus diz ao povo que está sendo servido: “Vocês devem cuidar das necessidades materiais e financeiras daqueles que cuidam das suas necessidades espirituais.” A igreja é responsável por suprir as necessidades financeiras da equipe pastoral.
Paulo diz assim em 1 Coríntios capítulo 9: “Quem é que vai à guerra às suas próprias custas? Quem planta uma vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta um rebanho e não se alimenta do leite do rebanho? [. . . ] Se nós semeamos entre vocês as coisas espirituais, será muito recolhermos de vocês bens materiais? [. . . ] Assim também o Senhor ordenou aos que pregam o Evangelho que vivam do Evangelho.” Está bem claro, não está?
Gálatas 6.6 diz dessa forma — eu amo este versículo: “Mas aquele que está sendo instruído na palavra compartilhe todas as coisas boas com aquele que o instrui.” Uma noite dessas, eu estava meditando nesses versículos e pensando em algumas pessoas que me ensinaram espiritualmente e as pessoas que ministraram a Palavra para mim. Tudo o que ensino no ANC são coisas que aprendi com o meu próprio estudo das Escrituras, mas também com pastores e professores que investiram na minha vida.
Eu estava pensando em algumas dessas pessoas que serviram a minha vida, e parei enquanto estava trabalhando nesse estudo e escrevi bilhetes para quatro dessas pessoas — três pastores e um professor da Bíblia, pessoas que me ensinaram. Eu disse: "Não posso ensinar sobre essa passagem sem aproveitar esta oportunidade para escrever uma mensagem e te agradecer pelo seu ministério de ensino da Palavra na minha vida." Também coloquei um cheque no envelope, dizendo: "Eu só quero te abençoar."
Eu não sei se eles precisam. Esse não é o ponto. O ponto é que eu preciso dar. Eu preciso servi-los materialmente. Foi isso que Paulo disse: "O que é instruído na palavra, reparta de todos os bens com quem o instrui." Precisamos dar e cuidar das necessidades materiais e financeiras daqueles que nos servem espiritualmente.
Peça a Deus para mostrar como você pode expressar honra ao seu pastor, ao líder de jovens, àqueles que trabalham com as crianças, professores da escola dominical, aqueles que ficam no berçário, pessoas que servem você e a sua família. E talvez possa incluir aqui professores de escolas cristãs. Você pode expandir esse círculo e incluir as pessoas que estão investindo na sua vida, os presbíteros, os diáconos que lideram na sua igreja. Pergunte ao Senhor como você pode expressar honra de uma maneira tangível e prática a essas pessoas.
Procure oportunidades de cuidar das necessidades práticas dos seus líderes espirituais. Pode ser simplesmente escrever um cheque para que o seu pastor e a esposa possam sair para jantar. Recentemente, eu estava com um pastor; ele não é meu pastor, mas serve na comunidade onde eu moro. Ele e a esposa são um casal jovem e estão em uma igreja pequena. Eu sei que eles não ganham muito lá, e eles têm um amor maravilhoso pelo Senhor, amam o povo e amam ministrar a Palavra, e estão fazendo um ótimo trabalho na nossa comunidade.
Eu os encontrei em um restaurante não faz muito tempo. Eu peguei meu talão de cheques e escrevi um pequeno cheque, peguei um pedaço de papel e escrevi uma mensagem curtinha: “Obrigada pelo seu ministério em nossa comunidade. Quero abençoá-los e agradecer ao Senhor pelo serviço de vocês ao povo de Deus e ao Seu rebanho nessa comunidade.”
Às vezes, pode ser apropriado dizer ao seu pastor e à família dele ou ao ministro de louvor e à família dele: “A nossa família gostaria de convidá-los para jantar em casa” ou “Gostaríamos de levá-los para almoçar.” Sirva-os de forma prática. Cartões de aniversário, cartões de aniversário de casamento — e não se esqueça dos cônjuges quando fizer isso.
Talvez ajudar com a mensalidade da escola cristã dos filhos deles. Talvez Deus tenha te abençoado financeiramente e você pode dizer: “Eu gostaria de ajudar. A nossa família gostaria de ajudá-los a pagar pela escola dos filhos de vocês esse ano.” Talvez se oferecer para ficar de babá das crianças para que o pastor e a esposa dele possam passar um tempo sozinhos sem precisar servir outras pessoas. Cuide das necessidades materiais e práticas do seu pastor, daqueles que têm te discipulado, daqueles que ajudaram você e os seus filhos a crescer no seu relacionamento com Deus.
Invista materialmente na vida daqueles que te ensinam a Palavra — pastores, presbíteros, diáconos, professores de escola dominical, líderes de jovens. Pergunte ao Senhor: "Como posso abençoá-los materialmente, assim como eles têm servido espiritualmente a mim e a minha família?"
Raquel: Essa é Nancy DeMoss Wolgemuth compartilhando algumas maneiras simples e práticas de abençoarmos nossos líderes espirituais.
Nancy compartilha mais ideias e sugestões no seu livreto Vamos à igreja! É um recurso interativo que vai te ajudar a refletir sobre a sua participação nos cultos da sua igreja — coisas como: como se preparar para ir à igreja, como aproveitar melhor uma pregação. Ele também conta com uma seção especial para quem ensina a Palavra e um guia de trinta dias com orações pelo seu pastor. Para saber como adquiri-lo você pode visitar o nosso site avivanossoscoracoes.com e clicar na aba “Livros/Livretos” ou acessar o link que deixamos na transcrição do episódio de hoje.
Você ora pelo seu pastor? Amanhã vamos conhecer um membro que foi muito além de orar pelo seu pastor. Espero que você esteja com a gente para ouvir essa história, aqui no Aviva Nossos Corações.
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, sustentado por seus ouvintes e dedicado a chamar mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.
Clique aqui para o original em inglês.