Dia 2: Uma resposta cristã ao mal
Dannah Gresh: Nancy DeMoss Wolgemuth nos encoraja a abrir nossos olhos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: A mão dele está sempre agindo. Estamos olhando ao nosso redor? Estamos enxergando? Estamos percebendo? Estamos respondendo com admiração e adoração?
Dannah: Bem-vinda ao Aviva Nossos Corações, nossa anfitriã é a autora de O Céu Reina, Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos.
Nancy vai continuar nosso estudo do Salmo 28 em apenas um momento, mas eu queria que você ouvisse o que uma ouvinte compartilhou depois de ouvir o programa de ontem.
Se você ouviu, talvez se lembre de Nancy falando sobre a queixa do rei Davi no versículo 1, quando ele disse: “A ti clamo, ó Senhor; rocha minha, não sejas surdo para comigo; porque, se te calares quanto a mim, serei semelhante aos que descem à cova.” (v. 1)
Nancy: Parece que ele tem …
Dannah Gresh: Nancy DeMoss Wolgemuth nos encoraja a abrir nossos olhos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: A mão dele está sempre agindo. Estamos olhando ao nosso redor? Estamos enxergando? Estamos percebendo? Estamos respondendo com admiração e adoração?
Dannah: Bem-vinda ao Aviva Nossos Corações, nossa anfitriã é a autora de O Céu Reina, Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos.
Nancy vai continuar nosso estudo do Salmo 28 em apenas um momento, mas eu queria que você ouvisse o que uma ouvinte compartilhou depois de ouvir o programa de ontem.
Se você ouviu, talvez se lembre de Nancy falando sobre a queixa do rei Davi no versículo 1, quando ele disse: “A ti clamo, ó Senhor; rocha minha, não sejas surdo para comigo; porque, se te calares quanto a mim, serei semelhante aos que descem à cova.” (v. 1)
Nancy: Parece que ele tem orado por um longo tempo. Ele tem clamado a Deus, mas parece que Deus não o ouviu. Parece que Deus não está escutando. Parece que Deus não está respondendo. O que me vem à mente são os silêncios aparentes e perplexos de Deus.
Dannah: Bem, esse conceito realmente tocou Linda, que estava na plateia do estúdio naquele dia.
Linda: Tenho orado por uma pessoa amada pródiga há dezenove anos. E tenho visto Deus agindo no meio disso tudo. Mas quando você falou sobre o silêncio, que ele estava orando há algum tempo, é claro que eu me identifico com isso.
E, ao olhar para trás, não só neste último ano, mas por dezenove anos, vejo a graça de Deus tem me concedido para tornar Sua Palavra tão preciosa e para me fazer crescer. Não é apenas sobre a pessoa pródiga e o relacionamento com ela, mas sobre receber recomeços e mais recomeços. No momento, estou em mais um recomeço.
Como você disse: “Eu não sou a salvadora. Não é minha responsabilidade consertar. Está no tempo de Deus. Eu vou confiar nele.”
Nancy: Sim. O tempo de Deus e a obra das Suas mãos. Considere a obra das Suas mãos. Obrigada, e que o Senhor te dê fé, coragem e esperança para continuar confiando, continuar se apegando a Ele. Um dia veremos que a oração se tornará louvor, e a fé se tornará em visão. Certo?
Dannah: Talvez você se identifique com Linda e com Davi, que dizem: “Tenho orado por tanto tempo, e parece que Deus não está me ouvindo. Parece que Ele responde com ainda mais silêncio.”
Bem, continue ouvindo. Aqui está Nancy, dando continuidade ao Salmo 28 neste segundo episódio da série: Perspectiva, Promessas e Petições para um novo ano.
Nancy: Bem, ao olharmos para este último ano, aconteceram muitas coisas maravilhosas que vale lembrar. Você provavelmente tem algumas dessas coisas guardadas no coração ou no arquivo de fotos do seu celular.
Mas também ouvimos muito sobre o mal acontecendo em nosso mundo. A não ser que você não veja nenhum jornal ou não acesse a internet, mas conseguimos perceber que as taxas de homicídio aumentaram drasticamente nas grandes cidades. Temos lido, ouvido e visto vídeos de assaltos-relâmpago em lojas de departamento sofisticadas. Pessoas dirigindo veículos e atropelando multidões. Fúria desenfreada, tiroteios em massa em escolas, shoppings e igrejas. E não é só nas grandes cidades, mas também em lugares remotos e escondidos.
E, é claro, tem todo o debate sobre aborto e esse é um tema difícil e desafiador. E apesar das mudanças nesse aspecto nos Estados Unidos, sabemos que esta ainda é uma área difícil e desafiadora. Ainda há a perda constante de vidas de bebês ainda não nascidos em várias regiões do nosso país.
Mas juntando tudo isso, eu só quero dizer: é claro que não há nada de novo no mal. O mal que vimos explodir neste último ano talvez tenha crescido e se expandido, porque o mal se agrava cada vez mais. Mas o pecado reina no coração de todo ser humano que não foi redimido por Cristo. Sempre foi assim, desde Gênesis capítulo 3, e sempre será, até que Cristo venha concluir essa história.
No salmo que estamos estudando esta semana, vemos como Davi orou sobre o mal e os malfeitores em seus dias. Vamos ler Salmo 28. Ao lermos a primeira parte deste salmo hoje, quero que você observe que há dois tipos muito diferentes de pessoas neste salmo — e em nosso mundo. As Escrituras deixam essa diferença bem clara.
Temos, primeiro, aquelas que pertencem a Deus. Seus corações se inclinam para Ele. Elas confiam nele. Elas se achegam a Ele. Elas desejam ser santas como Ele é santo.
E depois há aquelas que vivem como se Deus não existisse. Sua inclinação é para o pecado. Elas são chamadas nas Escrituras por diferentes termos, mas nesta passagem são chamadas de ímpias, malfeitoras.
Então, você tem as pessoas justas, aquelas que são inclinadas para o Senhor. E você tem as malfeitoras, aquelas que são inclinadas para longe do Senhor, isso quando sequer acreditam que Ele existe. Crer em Deus está “fora de moda” neste país, de acordo com as pesquisas, embora saibamos que há vasta evidência da resistência que há para que as pessoas digam que não há um Deus.
Mas, acima de ambos os grupos — os justos e os ímpios — vemos o Senhor, Aquele que realmente importa, exaltado e elevado — sempre presente, sempre agindo.
Nós O vemos envolvido na vida tanto dos ímpios quanto dos justos — daqueles que O rejeitam e daqueles que O valorizam. Deus lida com essas pessoas, esses dois grupos, esses dois tipos de pessoas, de maneiras muito diferentes.
Precisamos manter tudo isso em mente ao lermos este salmo, começando com Davi clamando a Deus por ajuda. Salmo 28, versículo 1:
A ti clamo, ó Senhor;
rocha minha, não sejas surdo para comigo;
porque, se te calares quanto a mim,
serei semelhante aos que descem à cova. (v. 1)
Ali está o segundo grupo — aqueles que não são inclinados para Deus. Estão indo em direção à cova. Então ele diz:
Ouve a voz das minhas súplicas,
quando a ti clamar por socorro,
quando erguer as mãos
para o teu santuário. (v. 2)
Alguns estão descendo à cova. Davi diz: “Estou olhando para o teu santo santuário.” É aqui que está o foco dele. É aqui que Davi deseja estar.
Ao continuarmos no versículo 3, veremos que Davi não quer estar em companhia com os que não são santos. Ele está olhando para o santo santuário de Deus, mas está dizendo: “Não quero viver ou me envolver com aqueles que não são santos.”
E, na segunda estrofe, observe como Davi descreve esse grupo dos ímpios e como ele pede para que Deus trate com eles. Versículo 3:
Não me arrastes com os ímpios,
com os que praticam a iniquidade.
Eles falam de paz ao seu próximo,
porém no coração têm perversidade.
Paga-lhes segundo as suas obras,
segundo a maldade dos seus atos.
Dá-lhes conforme a obra de suas mãos,
retribui-lhes o que merecem.
E, visto que não compreendem
os feitos do Senhor,
nem o que as suas mãos fazem,
ele os derrubará e não os reedificará. (vv. 3–5)
O restante deste salmo é muito mais esperançoso, e é nisso que vamos focar nos próximos dois dias. Mas hoje, queremos focar nesta estrofe central do salmo. Ela é precedida pelo clamor desesperado de Davi, que vimos ontem, e é seguida pelo seu louvor sincero e confiança, que veremos nos próximos dias. Mas hoje, os versículos 3 a 5.
Davi diz no versículo 3: “Não me arrastes com os ímpios, com os que praticam a iniquidade.”
Ele não quer ser levado com os ímpios. Ele não quer se tornar como eles. Ele não quer ser identificado como um deles. E ele não quer ter o mesmo futuro que eles.
Outras passagens das Escrituras refletem esta mesma ideia.
Salmo 26, versículo 9 — apenas dois salmos antes — Davi diz:
Não colhas a minha alma com a dos pecadores,
nem a minha vida com a dos sanguinários.
E, em Números 16 — lembra como os filhos de Corá orgulhosamente, arrogantemente se rebelaram contra Deus e contra a liderança que Deus havia designado, e Deus os julgou? Deus os destruiu.
No versículo 26 de Números 16, diz que Moisés advertiu a comunidade:
Peço que vocês se afastem das tendas destes homens perversos e não toquem em nada do que é deles, para que vocês não sejam destruídos por causa de todos os pecados que eles cometeram.
Davi tem em mente algo parecido e diz: “Não quero ser arrastado para o julgamento, para a tua ira. Não quero seguir o caminho desses que são ímpios.”
Davi quer ser diferente dos ímpios. Ele quer que Deus o trate de forma diferente do que tratará os ímpios no final. E ele continua com a descrição de algumas características dos ímpios: “Não me arrastes com os ímpios, com os que praticam a iniquidade. Eles falam de paz ao seu próximo, porém no coração têm perversidade.”
Essas pessoas nem sempre parecem ou soam como malfeitoras. Elas podem estar na sua igreja. Podem ser encantadoras. Podem ser simpáticas. Podem causar uma boa impressão. Elas aparentam ser uma coisa por fora: “Ah, sim, estou com você. Sou uma das pessoas de Deus.” Falam com gentileza. Falam de paz com os vizinhos. Mas o que está por dentro, em seus corações, é algo completamente diferente.
Toda essa conversa amigável, talvez até religiosa, está encobrindo um coração cheio de maldade. Portanto, podem falar como se quisessem te abençoar, fazer o bem a você, mas na verdade te detestam e querem te fazer mal. São falsas. (Não sei se alguém vem à sua mente, ou algum tipo de pessoa, enquanto digo isso.) Mais uma vez, vemos essa característica dos ímpios ao lermos as Escrituras.
Salmo 55, versículo 21: “A sua fala era mais macia que a manteiga, porém no coração havia guerra; as suas palavras eram mais suaves que o azeite, mas eram, de fato, espadas afiadas.”
Salmo 62, versículo 4: “. . .de boca bendizem, porém no interior maldizem.
Jeremias 9, versículo 8: “Com a boca, cada um fala de paz com o seu companheiro, mas no seu interior lhe arma ciladas.”
Ele quer te destruir. Quer te derrubar. Você já teve alguém assim na sua vida? Talvez um parente. Talvez alguém no trabalho. Por fora é só gentileza, flores, amor, doces e sorrisos. Mas depois você descobre que há maldade no coração. Que essa pessoa quer te prejudicar ou prejudicar alguém que você ama.
Charles Spurgeon, referindo-se novamente ao seu maravilhoso sermão sobre o Salmo 28, diz: “É sinal certo de degradação quando a língua e o coração não soam a mesma nota.”
Pensamos em pessoas que conhecemos ou já conhecemos talvez — pessoas assim. Falam com gentileza. Usam palavras suaves. É tudo doce e encantador. Mas, ah, há maldade no coração. Talvez alguém assim venha à sua mente.
Mas aqui está a pergunta mais importante, eu acho: será que isso descreve a mim? E isso é um lembrete de que, sem a graça de Deus, eu e você somos capazes de agir exatamente como os ímpios. Na verdade, não existe nenhum pecado que os malfeitores, injustos, como Davi os chama — as pessoas ímpias — cometem, que nós também não sejamos capazes de cometer.
Veja, é a justiça própria que diz: “Ah, os malfeitores estão lá fora. Aquelas pessoas, elas são ímpias. Aquelas pessoas que vivem na imoralidade, que defendem o aborto, ou que cometem todos esses tipos de pecados por aí. . . ah, eu jamais faria isso.”
Mas o que Deus quer saber é: o que há no meu coração? Há maldade no meu coração, mesmo enquanto, por fora, com a minha boca, estou falando palavras graciosas, pacíficas, bondosas, amorosas. . . mas no fundo eu quero destruir alguém? E talvez, pelas costas, eu realmente destrua, com minhas palavras, se não com minhas ações.
É por isso que vemos orações como essa nas Escrituras. O Salmo 139, que seria bom orarmos:
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração. . .
vê se há em mim algum caminho mau
e guia-me pelo caminho eterno. (vv. 23–24)
Davi ora no Salmo 28 para não se tornar como os ímpios. Acho que podemos ser tão justas aos nossos próprios olhos. Podemos ser tão farisaicas. Podemos ser tão falsas.
Estamos com o povo de Deus e agimos como se fôssemos as mais doces e maravilhosas mulheres, mas que tipo de conversa acontece entre as quatro paredes da nossa casa? Ou no ambiente de trabalho, quando estamos entre piadas indecentes e conversas torpes entre pessoas ímpias?
Somos de um jeito em um lugar e de outro na igreja onde as pessoas pensam: Ela é a esposa mais doce! E aí se perguntam por que seus filhos e marido não a suportam. E eu fico pensando: será que tem alguma desconexão aí?
Gostaria de deixar bem claro, porém, que você pode andar com Deus de forma verdadeira, tanto por fora quanto por dentro, e ainda assim ter pessoas contra você. Mas é bom fazer a pergunta: “Será que há alguma falsidade no meu coração?”
Davi diz: “Não me leves com os ímpios. Não deixes que eu caia nas armadilhas que eles armam.”
Jesus nos ensinou a orar, no que chamamos a oração do Pai Nosso: “e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal” (Mateus 6.13). Essa é uma oração que eu e você precisamos fazer.
“Senhor, não me leves com os ímpios, com os malfeitores. Eu não quero ser como eles. E não é porque eu me ache melhor. É porque eu sei que sou exatamente como eles se o Senhor não me redimir, não me resgatar e não me salvar. Todos os dias eu preciso da Tua graça que me guarda. Não me deixes cair em tentação. Livra-nos do mal.”
E aí, no versículo 4, Davi ora para que os malfeitores sejam responsabilizados pelo que fizeram. E eu já vou avisando: esse não é um versículo fácil, mas vamos mergulhar nele. Versículo 4:
Paga-lhes segundo as suas obras,
segundo a maldade dos seus atos.
Dá-lhes conforme a obra de suas mãos,
retribui-lhes o que merecem.
Primeiro, só quero fazer uma observação: no versículo 2, Davi disse: “Quando erguer as mãos para o Teu santuário.” Vimos isso no primeiro episódio desta série. Neste versículo, o texto diz que “os ímpios usam as mãos para fazer o mal”. E mais à frente, neste mesmo salmo, veremos que Deus usa Suas mãos para fazer o bem.
Temos aqui as mãos da pessoa piedosa, que se levantam para o Senhor no Seu santuário. E temos as mãos dos ímpios, que praticam o mal;
Neste versículo, Davi pede a Deus que julgue os ímpios. Esse tipo de oração nas Escrituras é chamado de oração imprecatória — salmos ou trechos onde se clama por juízo. São orações difíceis, porque parecem não combinar com a forma como aprendemos a orar pelas pessoas. Será que devemos orar pedindo retribuição e castigo para os ímpios? E como reconciliar esse tipo de oração com outros princípios e exemplos bíblicos?
Por exemplo, em Lucas 9, havia uma certa aldeia que não recebeu Jesus nem Seus discípulos. Então Tiago e João disseram: “Senhor, quer que mandemos descer fogo do céu para os consumir?” (v. 54)
Lembre-se: Tiago e João eram dois dos discípulos mais próximos de Jesus. Não eram pessoas de fora. Não era Judas falando. Eram os íntimos de Jesus. “Senhor, queres que a gente clame fogo do céu?”
Meio parecido com esta oração de Davi no Salmo 28, não é? Mas Jesus se voltou e os repreendeu. Disse: “Vocês não sabem de que espírito estão falando.”
E pensamos também em Romanos 12. Não estava nem nos meus planos mencionar, mas me veio à mente agora ao olhar esse texto. Romanos 12, a partir do versículo 19:
Meus amados, não façam justiça com as próprias mãos, mas deem lugar à ira de Deus, pois está escrito: 'A mim pertence a vingança; eu é que retribuirei', diz o Senhor.
Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer;
se tiver sede, dê-lhe de beber;
porque, fazendo isto, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele.Não se deixe vencer pelo mal, mas vença o mal com o bem. (vv. 19–21)
Então, como juntar todos esses tipos de orações e essas passagens?
Em primeiro lugar, lembre-se: Davi não está se vingando com as próprias mãos. Ele não está sendo rancoroso ou cruel. Ele está pedindo para Deus lidar com os ímpios. Esta é uma oração. Ele não está saindo por aí cortando as cabeças dessas pessoas ímpias.
Nesta oração ele entende que só Deus pode corrigir os males do mundo. “Não fará justiça o Juiz de toda a terra?” Davi entrega sua oração a Deus.
As Escrituras nos mostram que Deus é um Deus de justiça. E Davi quer — assim como nós deveríamos querer — que Deus contenha o mal e vença a maldade neste mundo. Então ele ora — como nós também podemos orar — para que o mal seja detido, e para que os que praticam o mal não prosperem.
E se esses não se arrependerem, Davi ora para que sejam responsabilizados, para que recebam as consequências do seu pecado — porque isso também glorifica a Deus. Assim como a salvação mostra a graça e o amor de Deus, o juízo de Deus também mostra a Sua santidade. Nós não nos alegramos com isso, mas sabemos que revela a glória do Deus que é santo, santo, santo.
O pastor James Montgomery Boice, um maravilhoso pastor da geração passada, da Filadélfia (onde cresci), disse o seguinte em seu comentário sobre os salmos:
Se não sentimos esse desejo — desejando que Deus responsabilize os ímpios —, provavelmente é sinal de que não somos muito sensíveis ao pecado, e que temos pouca compaixão por aqueles que foram vitimados por ele. Há muitos que pensam — e eu sou um deles — que nosso sistema de justiça criminal está falhando exatamente por isso: colocou mais preocupação no criminoso do que compaixão pela vítima. E assim, acaba não fazendo justiça para nenhum dos dois.
Veja, o Dr. Boice escreveu isso em 1994. Imagine quanto mais isso é verdade hoje!
As Escrituras afirmam que o nosso impulso por justiça divina é um impulso justo — presumindo que essa seja a motivação por trás das nossas orações imprecatórias. É certo se indignar com o pecado, é certo desejar que a justiça de Deus seja manifesta.
No versículo 4, Davi ora: “Paga-lhes segundo as suas obras, segundo a maldade dos seus atos. Dá-lhes conforme a obra de suas mãos, retribui-lhes o que merecem.”
Espero que você esteja com sua Bíblia aberta, porque quero que você veja algo aqui. Olhe essas duas frases: “Segundo a maldade dos seus atos. Conforme a obra de suas mãos.”
Quando você estiver estudando a Bíblia, vou te dizer. . . Eu nunca fui para um seminário. Não sei grego nem hebraico. Mas eu sei usar algumas ferramentas que ajudam bastante. E uma das mais úteis é simplesmente mergulhar nas Escrituras, ler repetidamente, observar as palavras que se repetem e fazer anotações.
Como aqui no versículo 4: “Segundo a maldade dos seus atos. Conforme a obra de suas mãos.” Agora olhe o versículo 5: “E, visto que não compreendem os feitos do SENHOR, nem o que as suas mãos fazem.”
Há um contraste aqui. Isso é característico da poesia hebraica. Davi está dizendo: os ímpios não consideram o que o Senhor fez, nem reconhecem a obra das Suas mãos.
O que isso quer dizer? Quer dizer que eles olham para toda a beleza ao redor — e não veem o Criador. Só enxergam uma tal de “Mãe Natureza”. Eles têm comida na mesa, uma casa para morar, saúde, liberdade — e atribuem isso à sorte, ao destino ou ao esforço próprio: “Eu trabalhei duro, então mereço isso.” Mas não reconhecem que essas bênçãos vêm da providência e da bondade de Deus.
Eles são cegos à obra redentora de Deus — à obra das Suas mãos para salvá-los do pecado. São indiferentes à presença de Deus ao redor, porque não têm olhos para ver. Eles não veem. Não consideram o que o Senhor fez, nem a obra das Suas mãos.
Então, mais uma vez: e nós? Nós consideramos as obras do Senhor? No meio das correrias da vida, cheias de tarefas e compromissos, será que temos olhos abertos às misericórdias de Deus? (Isso é uma paráfrase de Romanos 12.1 “com os olhos bem abertos às misericórdias de Deus.”)
Estamos enxergando a mão de Deus? Estamos vendo as Suas obras? Você pode dizer: “Mas não dá pra ver.” Ah, mas dá sim. Está por toda parte.
Jesus disse a Nicodemos, em João capítulo 3: “O vento sopra onde quer, você ouve o barulho que ele faz, mas não sabe de onde ele vem.” (v. 8)
Podemos ver a mão de Deus, as obras de Deus, se estivermos atentas. Estamos observando as obras do Senhor? Sua providência? Sua bondade? Sua provisão? Sua Redenção?
Sua mão está sempre agindo. Estamos olhando ao redor? Estamos vendo? Estamos percebendo? Estamos respondendo com admiração e adoração?
O versículo 5 diz: “E, visto que não compreendem os feitos do Senhor, nem o que as suas mãos fazem. . .” (Essa é uma característica dos ímpios: eles não se importam com Deus.) E por isso, Deus vai derrubá-los — e não vai reedifica-los.
Veja bem, isso não acontece imediatamente, senão todos cairiam mortos na hora. Mas, com o tempo, aqueles que ignoram o Senhor, que não consideram Suas obras nem a obra das Suas mãos, serão destruídos. O juízo virá sobre os que ignoram a Deus.
David Guzik, um pastor que escreveu comentários maravilhosos e pregou mensagens profundas (eu costumo consultar muitos de seus comentários quando estudo certos textos da Bíblia), disse em sua mensagem sobre o Salmo 28:
Os ímpios esquecem de Deus, mas Deus não esquece deles. Deus promete dar a quem O rejeita aquilo que merece.
A verdade é que eles continuam construindo suas próprias vidas, seus próprios mundos, seus castelos de areia na beira do mar. Mas as ondas virão. A areia vai ser levada. Não vai durar. Tudo o que tentarem construir sem Deus vai desmoronar. Vai desaparecer. Não conseguirão reconstruir.
Ao pensarmos nesses dois versículos: “Paga-lhes segundo a maldade dos seus atos. Retribui-lhes conforme a obra de suas mãos.” Quero fazer agora um comentário a respeito da nossa perspectiva como cristãs em Cristo, vivendo sob a Nova Aliança, ao lermos uma passagem como essa.
Davi ora: “Paga-lhes pelo que fizeram.” Mas quando chegamos à cruz, ouvimos Jesus orando: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.”
E, de certa forma — embora essas não tenham sido exatamente as palavras dele na cruz —, em vez de dizer: “Deus, paga-lhes pelo que fizeram”, Jesus está dizendo: “Pai, faz-me pagar pelo que eles fizeram. Dê a Mim o julgamento que eles merecem.”
Segunda Pedro, capítulo 3, diz: “O Senhor. . . é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento.” (v. 9)
Deus vai, sim, um dia, retribuir a todos os ímpios que desprezaram Sua misericórdia e se recusaram a se arrepender. Mas Ele está dando tempo. É por isso que continuamos proclamando o Evangelho. É por isso que continuamos contando às pessoas sobre Jesus — mesmo para aquelas que parecem completamente desinteressadas.
Robert e eu temos alguns amigos por quem temos orado, com quem temos nos conectado, tentando construir um relacionamento. Eles não consideram o que o Senhor fez nem a obra das Suas mãos. Eles são cegos à providência de Deus, à bondade de Deus, à existência de Deus, à obra redentora de Deus. Mas continuamos orando: “Senhor, abre os olhos deles. Mostra-Te a eles. Deixa que vejam o Senhor em nós. Abre os olhos deles. Tira as vendas.”
É por isso que seguimos orando por eles, continuamos nos aproximando, porque sabemos que um dia Deus vai retribuir os ímpios, todos os malfeitores que rejeitaram Sua misericórdia e se recusaram a se arrepender. Deus vai derramar Sua vingança sobre eles. Eles vão prestar contas por suas obras más.
Você pode dizer: “Mas e se eles não souberem? E se não acreditarem em Deus? E se nem souberem que há um Deus?”
Pois bem, Paulo nos diz em Romanos, capítulo 1: “Porque os atributos invisíveis de Deus, isto é, o seu eterno poder e a sua divindade, claramente se reconhecem, desde a criação do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que Deus fez. Por isso, os seres humanos são indesculpáveis.” (v. 20)
Elas podem ver. Elas podem olhar ao redor. Mas é o Espírito Santo que precisa abrir o coração, abrir os olhos, ajudar a enxergar. Você e eu também não enxergaríamos. Nós não consideraríamos o que o Senhor fez nem a obra das Suas mãos se Deus não tivesse nos dado fé e nos concedido o dom do arrependimento.
É isso que oramos por aqueles que estão sem Cristo. E que doce lembrete esse é: Para aqueles que se arrependem e recebem Sua misericórdia, Deus não nos retribui segundo o que fizemos. Ele não nos trata conforme merecíamos.
Por quê? Porque o preço já foi pago. Jesus pagou tudo. Devo tudo a Ele. Louvado seja Deus!
Dannah: Isso é realmente impactante, mas também confortador saber que Deus vai responsabilizar os ímpios por suas ações. Que lembrança gloriosa de que, para quem está em Cristo, Deus já derramou Sua ira sobre Jesus. Nancy DeMoss Wolgemuth acabou de dizer isso: Jesus pagou tudo.
Manter a perspectiva correta é algo que queremos te ajudar a fazer durante todo o ano — inclusive nesta última semana de 2025. E como temos lembrado você ao longo destas semanas sobre a nossa âncora segura.
Nancy: Com certeza. E essa âncora é a Palavra de Deus. É a verdade de quem Jesus é e do que Ele fez por nós. Então, não importa qual seja a tempestade ao nosso redor — e, como mencionei hoje, há muita maldade por aí —, porém, nossa âncora segue segura e firme.
Pela graça de Deus, à medida que permanecermos ancoradas em Sua Palavra, o ministério Aviva Nossos Corações não vai se desviar nem naufragar. E se a sua vida estiver ancorada em Cristo, pela graça dele, você está segura.
Dannah: Isso é muito verdadeiro. E, Nancy, no final do ano, temos um desafio mega especial para anunciar!
Estamos muito animados com o que vem pela frente em 2026. Será um ano inteiro de Desafio de Leitura Bíblica, e queremos muito que você participe conosco. Imagine a alegria de, dia após dia, receber em seu e-mail um lembrete simples que vai ajudar você a permanecer fiel, mesmo nos dias mais corridos.
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Bom, Nancy, até aqui no Salmo 28 nós vimos o clamor desesperado de Davi por ajuda, e refletimos sobre a perspectiva dele a longo prazo sobre o mal e a perversidade. O que vem a seguir?
Nancy: Amanhã, Dannah, a lamentação de Davi se transforma em uma linda e abundante adoração. Vamos ver o que significa dizer que Deus é a nossa força e o nosso escudo. Espero você aqui, no Aviva Nossos Corações.
Raquel Anderson: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, sustentado por seus ouvintes e dedicado a chamar mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.
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