
Dia 2: Quando a cultura rejeita o design divino
Raquel: Dra. Juli Slattery diz que, antes de olharmos para os problemas ao nosso redor relacionados a gênero e sexualidade, precisamos tirar as “traves” dos nossos próprios olhos.
Dra. Juli Slattery: Quando eu me torno complacente com a quebra sexual e o pecado na minha vida, eu me torno cúmplice do inimigo na destruição da sexualidade santa.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações. Nossa apresentadora é a autora de Mentiras em que as mulheres acreditam e a verdade que as liberta, Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: O programa de hoje incluirá alguns termos francos relacionados a gênero e sexualidade. Se você tem uma criança pequena por perto será preciso decidir o quanto ela está pronta para ouvir. Embora, como estamos prestes a ouvir da Dra. Juli Slattery, hoje em dia os pais infelizmente precisam discutir questões relacionadas a …
Raquel: Dra. Juli Slattery diz que, antes de olharmos para os problemas ao nosso redor relacionados a gênero e sexualidade, precisamos tirar as “traves” dos nossos próprios olhos.
Dra. Juli Slattery: Quando eu me torno complacente com a quebra sexual e o pecado na minha vida, eu me torno cúmplice do inimigo na destruição da sexualidade santa.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações. Nossa apresentadora é a autora de Mentiras em que as mulheres acreditam e a verdade que as liberta, Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: O programa de hoje incluirá alguns termos francos relacionados a gênero e sexualidade. Se você tem uma criança pequena por perto será preciso decidir o quanto ela está pronta para ouvir. Embora, como estamos prestes a ouvir da Dra. Juli Slattery, hoje em dia os pais infelizmente precisam discutir questões relacionadas a gênero e sexualidade com seus filhos cada vez mais cedo.
Parece que todos os dias ouvimos histórias sobre coisas que seriam impensáveis há apenas alguns anos: conselheiros escolares ajudando crianças a fazerem a transição para o gênero oposto sem o conhecimento dos pais, ou mudanças bizarras no mundo dos esportes, permitindo que homens biológicos compitam em eventos femininos.
É claro que isso se soma aos problemas dolorosos que existem há gerações, mas que parecem estar em ascensão, como pornografia, adultério, sexo antes do casamento, abuso, e assim por diante. Bem, não há nada novo debaixo do sol. Nada disso surpreende a Deus.
Mas como os cristãos devem responder quando tantos ao nosso redor rejeitam o lindo design de Deus para homens e mulheres? É sobre isso que a Dra. Juli Slattery vai falar hoje. Ela compartilhou esta mensagem como parte da pré-conferência Mulher Verdadeira em 2022.
Juli é autora de muitos livros relacionados à sexualidade. Um dos livros que Juli escreveu se chama Rethinking Sexuality: God's Design and Why It Matters (Repensando a sexualidade: O design de Deus e por que isso importa, em tradução livre). Infelizmente, indisponível em português, mas que Juli traz um bom resumo em sua fala hoje.
Se possível, abram suas Bíblias em Romanos, capítulo 1. Agora, vamos ouvir juntas a Dra. Juli Slattery.
Dra. Juli: Meu marido Mike está aqui comigo. Ele é um dos poucos homens corajosos presentes na conferência Mulher Verdadeira. Ele e eu somos pais de três filhos que agora são jovens adultos. Quando nossos meninos estavam naquela fase pré-adolescente, entre dez e doze anos, Mike tinha a tarefa de levá-los para “a conversa”.
Ele os levava para um final de semana e usava alguns recursos como livros e CDs sobre esse tema, e sempre voltava com muitas histórias sobre as conversas. Tadinho do meu filho do meio. . . Por engano, Mike colocou o CD destinado às meninas. Meu filho do meio quase teve um colapso: “Pai, eu vou menstruar?!” (risos) Imagine a confusão de gênero naquele momento! Mas aquela confusão foi rapidamente resolvida.
Há uma diferença de quatro anos entre meu filho do meio e meu filho mais novo. Nesse intervalo, meu filho do meio, Andrew, aproveitou para implicar com seu irmão mais novo, Christian. Ele vivia dizendo: “Um dia, papai vai te levar para ‘a conversa’, e você vai se tornar um homem!”
Christian ficou muito preocupado com isso e queria saber o que era “a conversa” e como se tornava um homem. Tivemos que acalmá-lo um pouco, mas, finalmente, Christian fez onze anos, e Mike o levou para o final de semana da “conversa”.
Ainda me lembro de quando Christian voltou para casa depois de ter “a conversa”. Algumas de vocês, mães, sabem bem do que estou falando. Vocês lembram como seus filhos olharam para vocês logo depois de ouvirem pela primeira vez sobre o que é o sexo? Eles não dizem nada em voz alta, mas você sabe o que está passando pela mente deles: “Minha mãe fez isso três vezes! Que nojo!”
E Christian me disse: “Sabe, papai me contou tudo sobre sexo. Ele até disse que, no seu trabalho, você fala sobre isso mais do que ele sabe. Mas, mãe, tenho que confessar que tô me sentindo meio estranho de falar sobre isso! Acho que eu não tava pronto!”
Eu respondi: “Bem, Christian, eu entendo que pode ser um pouco estranho, mas seu pai e eu queremos que você ouça sobre sexo de nós antes de ouvir da cultura, da mídia ou dos seus amigos”. Ele achou que essa era uma boa razão, e foi brincar.
Bem, cerca de quatro horas depois, eu estava na cozinha preparando o jantar, e o Christian veio falar comigo. (Ele é o meu filho reflexivo.) Ele disse: “Mãe, eu estive pensando. Do jeito que as coisas estão indo, eu vou ter que ter essa conversa com meus filhos quando eles tiverem uns quatro anos!” (risos)
Amigas, oito anos depois, ele está absolutamente certo. Se você me perguntasse: “Quando devo começar a falar sobre sexo com meus filhos?”, eu diria: “Por volta dos quatro anos. . . porque os desenhos animados certamente já estão falando!”
Vivemos numa época em que nossa cultura está bombardeando as crianças mais novas com mensagens que criam confusão e destruição sexual. Sei que muitas de vocês, como mães e avós, olham para o que está acontecendo no mundo e perguntam: “Como isso aconteceu!? Como chegamos aqui!?”
Nos últimos dez anos, Deus me chamou para falar sobre sexualidade bíblica. E todos os dias eu lido com questões relacionadas à quebra e confusão sexual — não apenas questão sobre gênero e homossexualidade, mas todos os tipos de destruição sexual.
Muitas vezes eu pergunto ao Senhor: “Como chegamos aqui? Como chegamos ao ponto em que é normal para uma criança de oito anos ser exposta à pornografia e a pornografia ser considerada a forma mais popular de educação sexual?”
Como chegamos ao ponto em que não ficamos perturbadas pelo fato de que aproximadamente 25% das meninas e 20% dos meninos serão abusados sexualmente antes de completarem dezoito anos? Como chegamos ao ponto em que outros 25% das mulheres experimentarão contato sexual indesejado em um campus universitário?
Como chegamos ao ponto em que um em cada cinco jovens da Geração Z se identifica dentro do espectro LGBT? Vinte por cento! Como chegamos aqui? Como chegamos a um mundo onde ficamos tristes — mas não mais chocadas — ao ver manchetes sobre outro líder cristão exposto como abusador sexual? O que aconteceu?!
Mesmo quando menciono essas estatísticas, sei que, para algumas de vocês, esta é a sua história. Essa é a sua dor. Você ou alguém que ama está passando por algumas dessas situações. Você diz: “Este é um grande problema! Como chegamos até aqui?”
Já ouvi muitas pessoas da minha geração dizerem: “Ainda bem que não tenho filhos nesta geração”. Mas algumas de vocês têm, e outros têm netos nesta geração. E mesmo que você não tenha, nosso coração precisa ficar chocado com o que estamos vendo!
Agora, sempre houve todo esse tipo de quebra sexual? Sim, sempre houve, mas nunca vimos isso tão acelerado como hoje. Não sabemos mais como definir o que é saudável. Não há mais um consenso sobre o que realmente significa integridade sexual.
A Mary Kassian, que falou antes de mim sobre este tema] mencionou que vamos analisar Romanos, capítulo 1, nesta tarde. Isso não estava planejado, mas, alguns dias atrás, tivemos uma reunião entre as palestrantes, e a Dannah pediu para cada uma de nós que compartilhássemos o que Deus havia colocado em nossos corações. Pelo menos três de nós disseram: “Deus me levou a Romanos, capítulo 1”.
Isso mostra como Deus trabalha, certo? Ele orquestrou este dia. E, para algumas de vocês, mesmo ao abrirem Romanos, capítulo 1, já sentem um nó no estômago, porque esse capítulo às vezes é chamado de “a passagem que machuca”. Aquelas que já passaram por isso sabem do que estou falando.
Quero dizer algumas coisas sobre Romanos 1 antes de irmos mais a fundo. Primeiro, embora estejamos passando tempo em Romanos 1, quero que saibam que não vamos terminar lá.
Graças a Deus que o apóstolo Paulo não parou de escrever Romanos no capítulo 1! Seria muito deprimente! Ele passa o restante do livro — e muito do que ele ensina em outros textos — respondendo à pergunta: “Como saímos do lugar onde estamos hoje?”
Em segundo lugar, quero dizer que esta passagem não é, principalmente, sobre homossexualidade. Sim, é a passagem mais clara que temos nas Escrituras para definir o que é homossexualidade e colocá-la em contexto com nossa cultura, mas Paulo não está escrevendo aqui como um ensinamento focado em homossexualidade.
O que Romanos 1 realmente trata é de adoração. Trata do que acontece quando um povo, uma cultura, se afasta da adoração ao único e verdadeiro Deus, O nega e começa a adorar coisas criadas.
Como Mary já passou por Romanos 1 (e eu não vou reler todo o texto aqui), quero lembrar a vocês que Paulo começa afirmando que Deus se revelou através da criação, de modo que todos estão sem desculpa.
Em vez de adorar a Deus, nós O negamos e escolhemos adorar coisas criadas. Paulo dá exemplos de coisas que a cultura romana adorava. E você pode dizer: “Bom, nós não adoramos ídolos. Nós não adoramos répteis. Nós não adoramos animais”.
Amigas, vivemos numa época em que adoramos a humanidade, em que nos tornamos o nosso próprio deus! Vivemos numa cultura que constantemente diz o que você merece: “Viva a sua vida! Nunca negue-se a si mesma. Se isso te faz feliz, isso é o que importa!” Esta é a mensagem que recebemos.
Vemos nos slogans de publicidade, nas músicas, nos programas de TV ou streaming, nos filmes. Está até na nossa água! “É tudo sobre você!” O que precisamos perceber, amigas, é que a idolatria de toda cultura se infiltra na igreja, e começamos a misturar nossa adoração a Deus com a idolatria da nossa cultura. E, queridas, é exatamente isso que está acontecendo conosco hoje.
Quando estou em dúvida sobre alguma coisa, frequentemente alguém me pergunta: “Bom, o que o seu coração quer?” Sabe de uma coisa? Não importa o que o meu coração quer. A melhor pergunta é: “O que Deus quer?” Não devemos confiar em nossos corações!
Sinto dizer que vivemos numa época em que muitos livros cristãos que chegam à minha mesa para revisão trazem a mensagem do “adultério santificado do eu”. O que vou dizer agora pode surpreender você e até ofender, mas às vezes precisamos dizer coisas que são ofensivas.
Não há nenhum lugar na Bíblia que diga para você trabalhar no amor-próprio. Talvez você já tenha ouvido o segundo maior mandamento: “Ame o seu próximo como você ama a si mesmo” (Marcos 12.30–31). Algumas pessoas dizem: “Está vendo? Você precisa se amar primeiro antes de poder amar qualquer outra pessoa”. Essas são palavras de Whitney Houston, mas não são de Cristo!
Quando lemos essa passagem em contexto, o que Jesus está realmente dizendo é (e isso é esclarecido em Efésios, capítulo 5): “Todos sabem como amar a si mesmos. Todos têm naturalmente uma inclinação para pensar em si mesmos”.
Mesmo que você viva em autodesprezo, está mergulhada no foco em si mesma. Você não consegue sair de si mesma o suficiente para amar outra pessoa. E Jesus está dizendo: “Pegue essa mesma devoção que você tem por si mesma e estenda-a a outras pessoas”.
Vemos Paulo dizendo nas Escrituras que, nos últimos tempos, seremos o quê? “Amantes de si mesmos” (2 Timóteo 3.1–2, ACF). Eu sei que algumas de vocês nesta sala lutam com insegurança e baixa autoestima. Vou dizer, como psicóloga clínica, qual é a resposta para isso: não é amar a si mesma, mas acreditar e receber o amor de Jesus Cristo!
Quão profundo, quão amplo é! Quanto Ele ama você! A resposta não é encontrada olhando para dentro, mas olhando para cima! Portanto, precisamos perceber que vivemos numa cultura que no fundo não tem um problema com a sexualidade. Temos um problema com a adoração. Não conhecemos a Deus!
O que Paulo começa a descrever nos ajuda a entender o que acontece em nossos próprios corações, em nossa própria cultura, quando passamos da adoração a Deus para a adoração de nós mesmas. Ele descreve uma progressão do que acontece.
Vamos olhar para esta passagem e ver a progressão que Paulo apresenta para nós. Ele diz, em primeiro lugar, que o pensamento deles será distorcido. Quando a adoração a Deus não está presente, isso afeta nossa visão de tudo, incluindo a sexualidade. Precisamos entender que nosso pensamento, nossa visão sobre sexo, começa com nossa visão sobre Deus.
Há essa progressão no modo como pensamos. Agora, vivemos em uma cultura que tem pensamentos distorcidos? Sabe, às vezes, meu marido e eu, ao ver o que está acontecendo no movimento transgênero, olhamos um para o outro e dizemos: “Perdemos a cabeça?”
Você já disse isso? “O que estamos fazendo?”
Esse é um exemplo óbvio de como nosso pensamento se tornou distorcido, mas há exemplos mais sutis, como essa ideia de que você precisa de um amor romântico para estar satisfeita como ser humano. Esse é o pensamento do mundo, não o pensamento bíblico.
Ou até mesmo essa ideia de que nossa sexualidade determina nossa identidade. Na Palavra de Deus, você nunca encontrará palavras como: “homossexual, heterossexual, bissexual, assexual”. Esses são termos que criamos nos últimos cem anos.
O que é traduzido em nosso inglês moderno como “homossexual” na verdade descreve o comportamento de homens que se deitam com homens e mulheres que se deitam com mulheres (veja Romanos 1.26–27). E assim, essa ideia de que nos identificamos por meio de nossas experiências sexuais é um termo moderno. E, amigas, isso é um pensamento distorcido.
Após o pensamento distorcido, o que Paulo diz que acontece é que nossos desejos se tornam distorcidos, o que queremos se torna distorcido. Eu tenho mulheres que me dizem: “Deus é tão desamoroso! Por que Ele me daria esses desejos e depois me diria que não posso agir conforme eles?”
E eu quero dizer: “Amiga, os desejos que você está experimentando não vêm de Deus.” Sim, Deus criou o desejo sexual e é uma coisa linda — quando está no seu devido lugar. Mas, porque vivemos em um mundo caído, porque nossa carne é pecaminosa, porque fomos impactadas por coisas como pornografia e abuso e todo tipo de males, o que queremos não é saudável. E isso não é verdade apenas para a mulher que experimenta atração pelo mesmo sexo.
Raramente encontrei uma mulher — ou um homem — que não tenha, de alguma forma, lutado com desejos distorcidos, com luxúria, com não desejar seu cônjuge, com não saber o que pensar para experimentar prazer sexual. Essas são todas maneiras pelas quais nossos desejos se tornam distorcidos.
E Paulo diz, nossas ações se tornam destrutivas. Começamos a agir com base nesses desejos e pensamentos distorcidos. E Paulo, sim, descreve as ações homossexuais de maneira bem gráfica nesta passagem, mas ele não para por aí. Ele nos chama a atenção.
Ele fala sobre contenda, engano, calúnia e fofoca. Alguém aqui já fez esse tipo de coisa? Ele nos chama a atenção. E por fim ele diz que vocês não terão discernimento. Não só farão essas coisas, mas também aprovarão de todo o coração aqueles que as fazem.
Como chegamos ao ponto em que é considerado mais corajoso e digno de elogios um adolescente se identificar como LGBT do que adolescentes dizerem: “Vou caminhar de acordo com o projeto de Deus para a sexualidade e o gênero”? Não temos discernimento.
Podemos ver todos os sinais em nossa cultura de que as coisas estão se desmoronando. Vemos a constante decadência da moralidade aqui e ao redor do mundo.
A epidemia de solidão, pornografia, 20% dos jovens LGBT tentaram cometer suicídio no ano passado. Esses são motivos de preocupação! Isso é um problema!
Mas as pessoas sábias de nossa época não conseguem conectar os pontos de que “talvez isso tenha algo a ver com afastamento do projeto de Deus para o sexo e o gênero”. Elas não têm discernimento. Agora, essa é uma mensagem pesada, são más notícias. Mas precisamos nos voltar para, “Bom, o que devemos fazer? Qual é a nossa resposta?”
Acho que nossa resposta é tripla. Primeiro, precisamos ter compaixão. Acho que é tentador em nossa época responder ao que está acontecendo com raiva, e responder ao que está acontecendo com medo. Mas a resposta de Deus, quando Ele olhou para Jerusalém, foi compaixão. Ele chorou por eles. E isso é algo com o qual precisamos ter muito cuidado.
Amiga, a comunidade LGBT não é sua inimiga. Mesmo aqueles que estão envolvidos na criação de pornografia, eles não são seus inimigos. Satanás é o nosso real inimigo. Paulo diria a Timóteo que aqueles que estão presos no pecado, estão cativos pelo Inimigo. Eles são prisioneiros de guerra! (2 Timóteo 2.26; Hebreus 2.15).
Quando foi a última vez que você chorou pela ruptura causada pela revolução sexual? Não estamos prontas para falar até que primeiro tenhamos chorado, e por isso Deus nos chama a ser movidos com compaixão.
A segunda maneira de responder é com coragem. Mary começou a ler aquela passagem em Romanos capítulo 1 dizendo o que Paulo disse: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação...” (Rm 1.16) Em primeiro lugar, por que Paulo diria, “Não me envergonho do evangelho”? Bem, aparentemente algumas pessoas estavam, porque o Evangelho é ofensivo.
O que precisamos perceber é que a Bíblia não é principalmente ofensiva para nós por causa do que diz sobre nossa sexualidade, ela é principalmente ofensiva para nós por causa do que diz sobre nossa humanidade — que estamos perdidas, somos impotentes, nossos corações são enganosos além de toda maldade. Não há esperança! Nossa única salvação é confiar em Jesus Cristo, entregar nossa vida.
Essa é uma mensagem ofensiva, e ela se tornará mais ofensiva a cada dia que vivermos no Planeta Terra. Veja, nossa tentação (e eu já fui tentada a fazer isso) é tentar ser como a assessora de imprensa de Jesus. Tipo: “Ah, não precisamos falar sobre sexo. Não precisamos falar sobre as coisas que realmente nos incomodam. Vamos fazer com que mais pessoas entrem na igreja primeiro”.
Pedro tentou fazer isso quando quis dissuadir Jesus de morrer na cruz. E Jesus não disse: "Pedro, que gentil da sua parte". Jesus disse: "Sai da minha frente, Satanás! Você tem em mente as coisas dos homens e não as coisas de Deus" (Mateus 16.22–23).
Irmãs, precisamos ter muito cuidado para não esvaziar o Evangelho de sua ofensa, porque, quando o esvaziamos de sua ofensa, também o esvaziamos de seu poder. Teremos uma forma de piedade, mas negando seu poder. Precisamos que Deus nos dê a coragem, não apenas para ser movidas pela compaixão, mas também para falar a verdade sem comprometê-la.
Finalmente, precisamos responder com convicção, e em convicção. Quando meus filhos tinham provavelmente por volta de seis, oito e doze anos, lembro-me de ir ao supermercado, e eram umas quatro, ou quatro e meia da tarde.
Mães, vocês sabem como é ir ao supermercado nesse horário. . . todo mundo já tá cansado e tudo que você pode fazer para conseguir fazer o que você tem que fazer é subornar seus filhos com comida, certo? Então eu estava tentando terminar a compra o mais rápido possível e ir pra casa — a gente fica até meio zonza!
Estávamos no caixa e notei que meu filho mais velho estava parado ali, olhando fixamente para a edição de maiôs de uma revista de esportes, e os olhos dele estavam bem arregalados. Eu pensei: “[Suspiro!], isso não é bom!”
Então, peguei a pilha de revistas de esportes, fui até o caixa e disse para o homem atrás do balcão: “Senhor, estou aqui com meus três filhos. O senhor pode, por favor, remover essas revistas? Isso não é algo bom para ficar exposto assim”.
Ele disse: “Desculpe, senhora, você vai ter que falar com o gerente”. Eu quero deixar bem claro que essa não é a minha personalidade. Eu sou realmente mais pacificadora, mais quieta, mas naquele dia a “Mãe Ursa” acordou!
Fui até o gerente (e sou muito grata por não haver smartphones ou YouTube naquela época, porque com certeza eu teria viralizado), e disse ao gerente: “Eu venho aqui comprar pão, leite e ovos para meus filhos! E essa indecência está aqui!” Gente, eu deixei minha indignação bem clara!
No final das contas, o gerente não cedeu nem um pouco. Ele disse: “Desculpe, senhora. Talvez você não precise mais comprar aqui”.
E eu disse: “Eu não volto mais aqui!”
E ele disse: “Lamento informar que a senhora vai encontrar uma mesma revista em todos os supermercados da cidade”.
Voltei para casa extremamente irritada. Estava tão chateada com isso, porque sabia o que aquela exposição poderia gerar na vida dos meus filhos. . . e não só dos meus filhos, mas na nossa sociedade. Isso me deixava louca! E quando comecei a orar sobre isso, sabe o que o Senhor começou a me mostrar? Ele começou a me mostrar o meu próprio pecado, a minha própria desordem sexual.
Naquela época do meu casamento, eu diria que nossa vida sexual não era a melhor. Eu não tinha uma boa atitude de forma alguma em relação a esse aspecto do nosso casamento. Havia muitas feridas não expostas e muita cura que precisava acontecer. O Senhor começou a me convencer disso, entre outras coisas. Eu comecei a confessar, e Deus começou a me mostrar.
Quando olhamos para a batalha espiritual da sexualidade em nosso mundo, há muito território que gostaríamos de corrigir. Há muitas coisas que queremos mudar. Queremos tirar a edição de maiôs das lojas. Queremos mudar nosso sistema educacional. Queremos mudar as leis. Podemos trabalhar e orar em direção a esses fins, mas há apenas um lugar onde Deus me deu autoridade espiritual, e sabe onde é? Está no meu próprio coração, na minha própria vida. Quando me torno complacente com a desordem sexual e o pecado na minha vida, eu me torno cúmplice da destruição da sexualidade santa pelo Inimigo.
E você pode dizer: “Bem, Juli, o meu pecado não é assim”. Tipo, “Sim, meu casamento está em ruínas”. Ou “Ah, eu dou umas escapadinhas de vez em quando no meu pensamento”, ou “Não é bem assim”. Eu também já me senti assim. Já disse isso ou pensei isso, mas provavelmente não fui ousada o suficiente para dizer em voz alta.
E Deus me lembra daquela história que Ele contou sobre as duas pessoas que foram ao templo para orar, o fariseu e o pecador. E Ele diz: “Dois homens foram ao templo para orar. E um deles batia no peito, dizendo: ‘Ó Deus, tem pena de mim, que sou pecador!’” (Lucas 18.10). E o outro, perceba isso, agradece a Deus. “Deus, graças te dou porque não sou como este publicano!” E ele começa a falar sobre jejum e dízimos. Em nossa linguagem, em nossa época, sejamos honestas: “Senhor, Te agradeço porque não sou como aquela pessoa gay. Senhor, Te agradeço porque não sou viciada em pornografia. Senhor, Te agradeço porque minha vida não está em cacos como a de fulana!”
E sabe o que Jesus disse? Ele disse que apenas um deles voltará para casa justificado. “Digo a vocês que este [o publicano] desceu justificado para a sua casa, e não aquele” (v. 14).
Irmãs, não podemos fazer a diferença na vida dos outros até que, primeiro, convidemos Deus a fazer uma obra radical em nossos corações. Todas nós somos chamadas a ser aquelas pessoas que regularmente estão se confessando diante de Deus e dizendo: “Senhor, eu quero que o Senhor tenha tudo!”
A última vez que estive em uma conferência Mulher Verdadeira foi em 2012, acho que foi aqui em Indiana. Não consigo me lembrar exatamente. Mas lembro-me que estávamos no grande auditório e o tema era avivamento. Nancy nos pediu para nos reunir em grupos de três ou quatro mulheres para orar por avivamento.
Eu estava sentada bem ali. Dannah, não sei se você lembra disso, mas estava com você. Nos ajoelhamos e começamos a orar. Eu sou uma daquelas pessoas que não chora por um ano, mas quando a barragem rompe, quebra de vez. Comecei a ser tão tocada que chorei de soluçar e ficar com o nariz pingando.
A oração acabou, todos se levantaram e sentaram, e eu não consegui me conter. Fiquei tão tomada pela tristeza e pela sensação de que Deus queria trazer um avivamento que fiquei ali sentada, soluçando por mais uns dez minutos. Depois, eu simplesmente precisei me levantar e sair.
Mas o que Deus começou a me mostrar é que Ele é um Deus que não joga apenas na defesa. Quando oramos, não precisamos apenas orar: “Senhor, pare com a imoralidade!” Ele é um Deus que retoma o território! Ele é um Deus que restaura casamentos quebrados. Ele é um Deus que cura feridas. Ele é um Deus que cura e redime! Precisamos começar a orar dessa maneira.
Mas também lembro o que Nancy disse. Ela disse que o avivamento começa conosco, e se vamos ver um avivamento sexual em nosso país, em nossas cidades, em nossas famílias, irmãs, isso tem que começar conosco! Você pode implorar a Deus para que isso comece com você?
Nancy: E como eu Te agradeço, Senhor, pela verdade do que Juli Slattery acabou de dizer, que Tu és um Deus que restaura, cura e redime! Obrigada por esse lembrete de que o avivamento tem que começar conosco.
Senhor, para o meu próprio coração — para os corações das amigas que estão ouvindo essa conversa — oro para que Tu comeces a obra em nós! Faça brilhar a luz da Tua presença, Tua glória, Tua santidade no meu coração, nos nossos corações.
Aviva-nos, para que possamos refletir Tua glória, Tua santidade e Tua beleza para os que estão ao nosso redor. Oro em nome de Jesus, amém.
Sabe, é muito fácil para nós, como cristãs, nos alarmarmos e ficarmos em pânico quando vemos confusão por todos os lados, especialmente nesse campo de gênero e sexualidade. Mas a Dra. Juli Slattery tem ajudado a ver as causas espirituais por trás dos sintomas que estamos vendo em nossa cultura.
Espero que você tenha achado a mensagem dela útil enquanto processa o seu próprio pensamento relacionado a gênero e sexualidade.
Como sempre compartilhamos, somos sustentados por nossas ouvintes, o que significa que dependemos das orações e doações fiéis de amigas como você para continuar este ministério no Brasil e ao redor do mundo, dia após dia.
Agradecemos por suas orações e doações ao Aviva Nossos Corações. Agradecemos muito!
Raquel: Sim, realmente agradecemos muito! Para fazer uma doação, basta acessar nosso site, avivanossoscoracoes.com.
E como sempre, todos os versículos citados neste podcast, estão listados aqui na transcrição.
Amanhã, ouviremos o testemunho de Laura Perry Smalts, que se afastou do que sabia ser certo e viveu por nove anos como homem antes de Deus começar a atraí-la suavemente para Si. Você não vai querer perder. Aguardamos você amanhã, aqui no Aviva Nossos Corações.
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
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