
Dia 2: Criada com um propósito
Raquel: Seu corpo tem um projeto — o seu DNA! Nancy Pearcey identifica alguns pontos relevantes sobre este fato.
Nancy Pearcey: A própria ciência está do nosso lado neste ponto. A ciência diz que o corpo humano é o produto de um propósito planejado, com design e ordem. E o que estamos argumentando é que, quando vivemos em harmonia com essa ordem, será mais feliz e saudável.
Raquel: Bem-vinda ao Aviva Nossos Corações. Nossa anfitriã é coautora de Mulher, sua verdadeira feminilidade: Design divino, Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Bem, alguns dias atrás você provavelmente percebeu — quem não percebeu? — as lojas, os anúncios e a ênfase no amor. Isso mesmo, dia 12 foi o Dia dos Namorados. Espero que você tenha expressado seu amor de forma tangível. Espero que você faça isso mais do que …
Raquel: Seu corpo tem um projeto — o seu DNA! Nancy Pearcey identifica alguns pontos relevantes sobre este fato.
Nancy Pearcey: A própria ciência está do nosso lado neste ponto. A ciência diz que o corpo humano é o produto de um propósito planejado, com design e ordem. E o que estamos argumentando é que, quando vivemos em harmonia com essa ordem, será mais feliz e saudável.
Raquel: Bem-vinda ao Aviva Nossos Corações. Nossa anfitriã é coautora de Mulher, sua verdadeira feminilidade: Design divino, Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Bem, alguns dias atrás você provavelmente percebeu — quem não percebeu? — as lojas, os anúncios e a ênfase no amor. Isso mesmo, dia 12 foi o Dia dos Namorados. Espero que você tenha expressado seu amor de forma tangível. Espero que você faça isso mais do que apenas no dia 12 de junho também.
Em 1 João, capítulo 4, lemos que nosso amor por Deus e nosso amor uns pelos outros fluem do amor de Deus por nós. Espero que, sempre que celebrar o amor, você tenha em mente o amor supremo do Pai.
Uma maneira pela qual Deus mostra Seu amor, acredite ou não, é por meio de como Ele nos fez. O rei Davi louvou o Senhor pelo fato de sermos formados “de modo assombrosamente maravilhoso” (Sl 139.14).
Ontem, no Aviva Nossos Corações, ouvimos a primeira parte de uma conversa entre minha coanfitriã Dannah Gresh e Nancy Pearcey. Nancy escreveu um livro chamado Ama teu corpo. Sua premissa é que muita da confusão que vemos acontecendo hoje em nossa cultura pode ser rastreada até uma cosmovisão subjacente, uma concepção errada que, em sua forma mais básica, diz: “Seu corpo é ruim”.
Para uma resposta bíblica a esse pensamento, precisamos voltar à criação. Vamos continuar com o bate-papo de Dannah Gresh e Nancy Pearcey.
Raquel: Por que a masculinidade e a feminilidade? Qual é a razão de ter dois sexos biológicos distintos?
Nancy Pearcey: Bem, acho interessante que, se você voltar a Gênesis, Deus faz um pouco de questão disso, porque Ele cria Adão primeiro, e em seguida Ele traz todo o resto das criaturas vivas e todos os animais, para Adão, de modo que Ele faz questão de dizer: “Adão, você não vai encontrar uma alma gêmea. Você não vai encontrar alguém como você no restante da criação”.
É bem óbvio que Deus criaria os humanos para se reproduzirem sexualmente. Afinal, Ele já havia criado a maioria dos seres vivos para se reproduzirem sexualmente — não apenas os animais, mas até mesmo as plantas com flores.
Deus sabia que criaria uma mulher, mas será que o homem sabia? Será que ele percebeu a importância disso? É quase como se Deus estivesse dando uma aula objetiva, e muito astuta por sinal, com essa retenção de informação estratégia onde Ele diz, “Eu não vou criar uma mulher imediatamente. Vou deixar Adão olhar ao redor de toda a criação e descobrir, ‘Espera. Não há ninguém adequado para mim. Não há ninguém que seja como eu’”.
A palavra “auxiliadora” seguida de “que seja semelhante a ele [Adão] adequada para Adão”. . . Temos a tendência de pensar que “auxiliadora” significa uma posição subordinada, inferior, como uma serva. Mas, nesta parte das Escrituras, a palavra hebraica para “auxiliadora” é a mesma usada para Deus como nosso “auxiliador”. “Elevo os meus olhos para os montes: de onde me virá o socorro?” (Sl 121.1). Na maioria das vezes nas Escrituras, a palavra hebraica para “ajuda” é usada para Deus, quando Deus é o “auxiliador”. Portanto, não significa algo inferior.
E a segunda palavra é “semelhante” a ele, “própria para ele”. E, novamente, a palavra hebraica significa “face a face”. Não é interessante? Significa alguém que está face a face com você, alguém que está em comunhão com você, como comunicação face a face, amor, relacionamento.
Uma auxiliadora adequada. Significa alguém de quem você precisa, que é um aliado, que é adequado, que corresponde a você perfeitamente.
Raquel: Isso está tocando em meu coração, essa parte de “face a face”, porque acho que é por isso que somos distintamente diferentes. Somos à imagem de Deus — homem, mulher, distintamente diferentes — e, no entanto, podemos nos unir como seres sociais e ser unidos em uma só carne da mesma maneira que Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo são distintos e diferentes, mas Eles são um. Certo?
Nancy Pearcey: Perfeito. Sim. É a Trindade. A Trindade mostra como você pode ter status de igual, mas ser diferente. As diferenças são importantes porque têm funções diferentes, papéis diferentes. O Pai, o Filho e o Espírito têm funções diferentes na história da salvação. Você está certíssima, a diferença entre o homem e a mulher é para espelhar a diferença, mas a unidade da Trindade.
Raquel: E isso significa que importa. Ponto final. Isso importa muito.
Nancy Pearcey: Sim. A propósito, vamos ser francas e biológicas. Obviamente, não teríamos a raça humana se não pudéssemos nos reproduzir. Portanto, também há o fato muito funcional e básico de que a reprodução exige o masculino e o feminino.
Houve um programa da rádio nacional sobre gênero e sexo, e os repórteres dessa estação de rádio saíram para entrevistar pessoas tanto no ensino médio quanto na universidade. Eles encontraram estudantes que disseram que mudariam literalmente de gênero dentro de um único dia.
Eles poderiam ir a um evento como “ele”, e depois, mais tarde no mesmo dia, ir a outro evento como “ela”. Uma estudante do ensino médio disse: “Rejeitamos a dicotomia masculino/feminino como um movimento opressor da cultura dominante”.
Nesta era, precisamos ser muito claras de que a diferença sexual é uma boa dádiva divina, e que queremos deixar isso muito claro. Fico feliz que você tenha nos levado de volta a esse ponto, porque tenho conversado com estudantes em uma faculdade cristã — especialmente as estudantes mulheres que foram influenciadas pelo feminismo — que literalmente me disseram em sala de aula: “Masculino e feminino é apenas uma construção social”.
E eu preciso dizer, “Bem, vamos começar com algo muito básico: biologia. Masculino e feminino são claramente diferentes biologicamente. Vamos começar por aí”.
Raquel: E este é o mundo em que estamos criando nossos filhos. Este é o mundo em que nossos netos têm que brilhar a luz de Jesus Cristo. Vamos ser práticas e falar sobre como podemos orientá-los.
Vamos começar com algo simples.
Se o seu argumento principal é que se amássemos nossos corpos, não estaríamos argumentando em favor de alguns desses movimentos graves em direção ao pecado, então, como podemos instigar um amor pelo corpo no coração de nossas filhas ou de nossas netas?
Nancy Pearcey: Vou responder a isso de duas maneiras.
Uma delas é que às vezes apreciamos o que temos no cristianismo de maneira mais profunda quando percebemos o quão ruins são as alternativas. Então, deixe-me começar com a alternativa.
Por que o mundo secular denigre o corpo? Bem, porque eles dizem que o corpo é parte de forças sem sentido e sem propósito, e, portanto, o corpo não tem um propósito intrínseco que devemos moralmente respeitar.
Há uma intelectual pública bastante proeminente chamada Camille Paglia. Ela é feminista e lésbica, e, que aliás, recentemente se assumiu como trans. Mas, de qualquer forma, ela se justifica. Ela nega que o sexo seja apenas uma construção social. Ela diz: “Não, não, não. A natureza nos fez masculinos e femininos”.
Na verdade, ela até tem uma citação onde ela diz algo como: “Nossos corpos sexuais são projetados para a reprodução”. Eu pensei: “Projetados? De onde você tirou isso?”
Raquel: Quem projetou isso?
Nancy Pearcey: Exatamente. Fiquei surpresa que ela usou essa palavra. Mas daí você pergunta: “Se fomos projetados para reprodução, sendo masculinos e femininos, como parte da natureza, como você defende ser lésbica ou agora ser trans?”
Ela disse: “A natureza nos fez masculinos e femininos, mas por que não desafiar a natureza?” E ela continuou dizendo: “O destino, não Deus, nos deu essa carne. Temos pleno direito sobre nossos corpos, e fazemos com eles o que quisermos”.
Raquel: Ok, quando você diz, “Por que não desafiar a natureza?” eu penso em Romanos 1, onde Deus diz: “Ei, ouçam, Minha criação mostra Meu poder, Meu caráter”. Isso está em Romanos 1.20. E depois Ele continua dizendo: “Quando vocês se entregam a essas paixões sexuais e um homem se deita com outro homem e uma mulher com outra mulher, estão dizendo, ‘Eu me recuso, eu me recuso, eu me recuso a refletir a imagem de Deus’”. É isso que somos ensinados, certo, em Romanos 1?
Nancy Pearcey: Sim.
Raquel: E é exatamente isso o que essa mulher está dizendo: “Por que não desafiar a natureza?” Ela está dizendo: “Por que não desafiar a Deus?” Romanos 1.
Nancy Pearcey: Exatamente. E, claro, a justificativa dela é que a natureza não foi criada por Deus. Ela foi criada por forças materiais cegas, então por que não? E isso é logicamente perfeito.
Mas como eu falo isso para minha filha de dez anos?
Ok, então a lógica é bem clara. Se a natureza é produto de forças materiais cegas, sem propósito, ela não tem um propósito que devemos moralmente respeitar. Ela não dá nenhuma pista para identidade. Ela não nos dá nenhuma mensagem moral.
E contrapomos isso dizendo que até mesmo a ciência mostra que isso não é verdade. Até mesmo a ciência diz que a natureza é projetada para um propósito.
Desde o nível mais fundamental, os olhos são feitos para ver, os ouvidos são feitos para ouvir, as asas são feitas para voar, as nadadeiras são feitas para nadar. Na verdade, se seu filho tiver idade suficiente para estar no ensino médio, o desenvolvimento de todo o organismo é guiado por um plano ou projeto embutido, que é o DNA.
Portanto, a própria ciência está ao nosso lado aqui. A ciência diz que o corpo humano é um produto de propósito planejado, design e ordem. E o que estamos argumentando é que, quando você vive em harmonia com essa ordem, você será mais feliz e saudável.
Eu disse que tinha dois argumentos. Então, em primeiro lugar, é reconhecer o que temos. Não há outra cosmovisão que tenha uma visão tão elevada do corpo. Nenhuma outra religião ou filosofia secular tem uma visão tão alta. E isso por si só já deveria nos trazer muita euforia.
Em vez de argumentarmos de uma perspectiva negativa, nosso pensamento deveria ser: “Uau, que incrível! Veja que visão elevada sobre o nosso corpo. É um significado maravilhoso que o cristianismo nos dá”.
Aqui está a minha história: há uma mulher chamada Laura Perry, que agora escreveu um livro.
Raquel: Sim. Conhecemos Laura. Ela foi nossa convidada semana passada. A Laura é uma querida do Aviva Nossos Corações.
Nancy Pearcey: Que bom! Bem, este foi o primeiro artigo dela, eu acho. O primeiro artigo foi onde ela contou sua história, onde ela viveu, e passou com sucesso, como homem durante dez anos, e depois se converteu ao cristianismo. E o interessante, claro, é que a santificação às vezes leva um tempo. No começo, ela achava que poderia continuar vivendo como homem. Ela disse: “Eu aspirava a ser um verdadeiro homem de Deus”.
Raquel: Sim, lembro disso.
Nancy Pearcey: Eu amo essa parte da história dela! Um dia, enquanto ela estava orando, parecia que Deus estava lhe dizendo: “Você não pode afirmar que Me ama e ao mesmo tempo rejeitar Minha criação”.
E isso fez completo sentido para ela. Ela sabia o que isso significava. “Meu corpo faz parte da criação de Deus. Eu não posso afirmar que amo a Deus e não amar meu corpo, amar Sua criação”.
É isso que precisamos comunicar para os jovens hoje, para as crianças. A mensagem é amar a criação de Deus. Amar a Deus significa amar Sua criação.
Raquel: Sim. É, claro, Laura fez a transição de volta para o feminino. Ela passou por muitas cirurgias. Ela teve que passar por muitas outras coisas novamente para recuperar seu eu natural, biológico, seu corpo biológico que Deus lhe deu.
E eu não sei se você sabe disso, mas ela se casou.
Nancy Pearcey: Sim, eu sei!
Raquel: Sim, temos mantido contato.
Ok, essa foi uma conversa profunda. Você usou muitas palavras grandes. Você ficou dizendo: “Quero dizer isso de maneira simples”, e eu pensei, “Será que isso é simples?” Mas eu entendi bem a sua mensagem, e acredito que nossas ouvintes também acompanharão.
Vamos falar sobre algo que tenho ouvido muito nos últimos anos. É sobre pronomes e escolas. Gostaria de propor uma situação.
Vamos imaginar que uma mãe cristã está conversando com outra mãe na escola da filha. Você é essa mãe cristã. A mãe cristã está preocupada com a liberdade que os alunos têm de mudar seus pronomes sem o consentimento dos pais. Ela não acha correto que isso aconteça, o que tem causado muita preocupação para ela e ela está atordoada com o fato de o distrito escolar permitir tal coisa.
Na minha cidade natal aqui nos Estados Unidos, em um dos distritos escolares, as crianças podem preencher um papel, mudar seu nome, levar para o escritório da escola, e os pais não são avisados. Isso está se tornando cada vez mais comum.
A mãe não cristã, nesse cenário, está celebrando essa vitória. Ela acha que é um grande avanço, o qual a deixa extremamente feliz. À medida que conversam, a mãe não cristã chama a mãe cristã de intolerante.
Como essa mãe cristã deve responder a essa situação?
Nancy Pearcey: Eu acredito que o que precisamos fazer quando conversamos com nossos amigos seculares ou com amigos cristãos progressistas é enxergar o quadro maior. A criança está sendo tratada com amor? É realmente amoroso apoiar uma criança para que ela faça a transição, especialmente sem a presença de seus pais?
E você está certa, as escolas aqui nos Estados Unidos já estão fazendo isso sem notificar os pais. Eu acabei de ver um vídeo de um professor que estava se vangloriando sobre o vestiário da escola. Neste caso, o “vestiário” significa um lugar onde os estudantes podem vir e trocar de roupa para se vestir com roupas do sexo oposto sem contar aos pais.
Infelizmente, isso é comum. E, aliás, isso venceu na Flórida e em muitos outros estados agora. A Flórida foi pioneira ao passar a lei dizendo que as escolas públicas não podem — nas séries do ensino fundamental 1 e 2 — lidar com orientação sexual e identidade de gênero.
E a razão para essa lei foi porque havia uma criança que estava passando pela transição de gênero sem o consentimento dos pais, e a criança tentou cometer suicídio na escola. Ela tentou se enforcar no banheiro.
Raquel: E os pais não tinham ideia de que ela estava passando por tudo isso.
Nancy Pearcey: Os pais não faziam ideia. Um dia receberam uma ligação da escola: “Precisamos que venham buscar sua filha; ela tentou cometer suicídio”. E eles não tinham ideia de que ela estava tendo dificuldades com gênero.
Em primeiro lugar, devemos reconhecer que é especialmente prejudicial quando as escolas apoiam os alunos desta forma sem notificar os pais.
Em segundo lugar, é amplamente conhecido que a maioria das crianças supera essa confusão de gênero. A maioria, dependendo do estudo, 80–95% das crianças que têm algum tipo de angústia com gênero acaba superando isso, geralmente durante a puberdade por causa da aceleração dos hormônios. É muito melhor esperar e deixá-los passar por esse processo natural.
Bloqueadores de puberdade e hormônios cruzados não são isentos de problemas. Os apoiadores dizem que é só uma questão de adiar a puberdade. Porém, isso não é verdade! Há muitos efeitos colaterais, não posso fazer um relatório médico porque esta não é a minha especialidade, mas há muitos efeitos colaterais dos bloqueadores de puberdade, como, especialmente para as meninas, a alteração da densidade óssea.
Há uma história muito triste sobre uma menina que foi tratada com bloqueadores de puberdade por muitos anos. Agora, ela está em uma cadeira de rodas porque não tem densidade óssea. Portanto não é inofensivo colocá-las em bloqueadores de puberdade e hormônios cruzados. Há muitos efeitos colaterais.
E, finalmente, a maioria dessas crianças são muito frágeis. Foi feito um estudo, o primeiro estudo realizado com meninas que estão em transição durante a adolescência. Como mencionei antes, a disforia de gênero tradicionalmente começava muito cedo, portanto o que estamos vivendo agora é algo novo. Nunca aconteceu antes que crianças “descobrissem” que são, na verdade, do sexo oposto durante a adolescência.
Os pesquisadores tiveram que inventar um novo nome para isso. Eles chamam de disforia de gênero de início rápido, porque está surgindo repentinamente nos anos de adolescência, em crianças que não tinham angústia de gênero, nem sinais de serem infelizes com seu gênero quando eram mais jovens.
Raquel: Você mencionou antes que são as meninas que estão experimentando isso com mais frequência.
Nancy Pearcey: Exatamente. Isso também é diferente, porque quando costumávamos chamar isso de transexualismo, era um fenômeno predominantemente masculino. Era principalmente homens. E agora, quando faço minha palestra sobre o assunto, tenho um slide com gráficos. Os gráficos que mostram o aumento de meninas jovens que se identificam como transgênero é impressionante. É como uma linha horizontal que de repente sobe em um penhasco acentuado.
Raquel: Justamente nos últimos 10 a 15 anos.
Nancy Pearcey: Sim. O Reino Unido mantém estatísticas melhores do que nós aqui nos Estados Unidos. Na última década, esse número aumentou 4.000%.
E, a propósito, falando no Reino Unido, a situação está mudando. Eles estão começando a dizer: “Não, não, não”. Eles fecharam sua maior clínica de gênero. Chamava-se Tavistock. A maior clínica de gênero de todo o país foi fechada porque meninas jovens estavam fazendo a transição de gênero sem o cuidado adequado.
Raquel: Sim. Eles estavam descobrindo que não havia uma conversa psicológica profunda ou pesquisas feitas com os adolescentes antes de começarem a fazer as cirurgias.
Nancy Pearcey: Sim. E foram principalmente as pessoas que passaram pelo processo reverso da transição que lideraram o movimento. Ou seja, meninas que haviam feito a transição e depois decidiram que haviam cometido um grande erro e voltaram atrás. Elas foram as pioneiras. Mas também muitos dos próprios funcionários da clínica disseram: “Não estamos fazendo um bom trabalho. Não estamos sendo profissionais aqui, porque não estamos lidando com as questões psicológicas”.
Deixe-me apresentar o estudo, no entanto, sobre as questões psicológicas. Foi feito por Lisa Littman, da Universidade de Brown, e foi o primeiro estudo sobre a disforia de gênero de início rápido.
Todas eram meninas. Ela descobriu que cerca de 63% das meninas que fizeram a transição já haviam sido diagnosticadas com algum transtorno psicológico pré-existente. Eram coisas como ansiedade, depressão, distúrbios alimentares, TOC, TDAH — há uma série deles.
E deixe-me enfatizar a palavra “diagnosticadas”, porque muitos adolescentes têm alguma ansiedade e depressão. Essas eram meninas jovens cujos sintomas eram tão graves que elas foram levadas a uma clínica e receberam o diagnóstico. E isso foi antes do início da disforia de gênero delas.
Isso é algo que precisamos ter em mente também quando estamos em situações práticas lidando com esses jovens. Eles são muito frágeis, e precisamos lembrar disso.
Raquel: Isso deve nos conduzir à compaixão.
Nancy Pearcey: Precisamos ser muito amorosos e compassivos e cuidadosos porque há duas questões aqui. Existe o lado público e político, onde ativistas transgêneros estão tentando passar leis que impediriam escolas cristãs, igrejas cristãs e ministérios cristãos de viver a ética sexual cristã. Precisamos estar ativos desse lado. Precisamos votar para membros do conselho escolar, nos candidatar ao conselho escolar, prestar atenção nas leis.
Esse é o lado pessoal. E, nesse lado pessoal, que é meio que o lado pastoral, precisamos ter em mente que essa é uma criança muito delicada, sensível e emocionalmente fragilizada. Devemos lembrar que a maioria delas já tem algum transtorno mental diagnosticado. Portanto, não estamos tratando com amor se apresentamos somente esta alternativa como solução para o problema. É mais amoroso tratar os problemas de transtorno mental em primeiro lugar.
Raquel: Exato. Eu acredito que há algumas pesquisas significativas que indicam que simplesmente permitir a transição, seja mudando a forma de se vestir e o nome que usam, ou até mesmo com cirurgias, as condições psicológicas subjacentes não desaparecem.
É amoroso dar-lhes falsas esperanças em algo que será destrutivo e mutilará o corpo deles? Eu não creio que seja.
Nancy Pearcey: Sim. Eu acho que o maior estudo foi na Suécia, porque eles tinham leis que permitiam a transição. Eles têm a história mais longa de transição de pessoas que, naquela época, eram chamadas de transexuais. O estudo mostrou que isso não ajudava na condição psicológica deles. Na verdade, eles apresentaram problemas psicológicos mais graves do que a população média.
Esse é o estudo que mais cita para mostrar que a transição, de fato, não resolve os problemas psicológicos subjacentes.
Então, eu concordo com você. Pais e líderes cristãos, líderes de ministérios precisam se educar sobre alguns dos fatos básicos para responder bem.
Raquel: Com compaixão.
Nancy Pearcey: Sim.
Raquel: Na verdade, eu acho que esse é um lindo ponto para terminar nossa conversa, porque Jesus era amigo dos pecadores. Ele era compassivo com eles.
Eu penso na parábola da ovelha perdida em Lucas 15.
Na verdade, deixa eu abrir minha Bíblia e ler esta passagem. Vamos refletir um pouco sobre isso. Talvez pensar na pessoa que você conhece que está lutando com a disforia de gênero ou na pessoa que você conhece que está lutando porque conhece alguém com disforia de gênero e está em dúvida sobre o que acreditar sobre isso.
Deixe que a compaixão nos conduza, da mesma forma que ela conduziu Jesus. Lucas 15.1 diz:
Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir. Os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo:
— Este recebe pecadores e come com eles. (vv. 1–2)
Era uma acusação. Algumas versões dizem: “Ele era amigo deles”. Então, Jesus lhes contou esta parábola:
Qual de vocês é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? E, quando a encontra, põe-na sobre os ombros, cheio de alegria. E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: “Alegrem-se comigo, porque já achei a minha ovelha perdida”. Digo a vocês que, assim, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. (vv. 4–7)
Amigas, que tenhamos a compaixão de Cristo. Que convidemos os pecadores a comer conosco. Que encontrem em nós amor e amizade. Que caminhemos com eles e carreguemos seus fardos até que possamos um dia nos alegrar por eles terem voltado ao nosso Salvador.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Ouvimos a Dannah Gresh, com um ótimo lembrete para qualquer uma que esteja orando por um ente querido que se afastou.
Dannah esteve conversando com Nancy Pearcey sobre o alto valor que nossos corpos têm, pois fomos feitas à imagem de Deus. É por isso que as conversas sobre masculino e feminino, DNA e pronomes são tão importantes.
Ouçam, o mundo está dizendo: “O amor é amor, e seu corpo não importa. Você faz o que você quiser.” Mas Deus diz, por meio do apóstolo Paulo em 1 Coríntios, capítulo 6: “. . . vocês não pertencem a vocês mesmos. Porque vocês foram comprados por preço. Agora, pois, glorifiquem a Deus no corpo de vocês” (vv. 19–20).
Obrigado, Dannah, pelo lembrete sobre como dizer tudo isso, sempre colocando tudo em um contexto de compaixão, cuidado e amor.
Obrigada por ouvir hoje, e não se esqueça: você foi feita de modo assombrosamente maravilhoso. Adore ao Senhor por isso.
Amanhã iniciaremos a série “Repensando a sexualidade”. Durante todo o mês de junho teremos focado na importância da sexualidade saudável e bíblica. De acordo com a opinião popular, sua sexualidade diz respeito apenas a você. Mas o Criador do sexo te convida a uma nova maneira de pensar nessa área.
Aguardamos você amanhã, aqui no Aviva Nossos Corações.
Raquel: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
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