Dia 2: Como jejuar
Raquel Anderson: De acordo com Erin Davis, o jejum não é algo que você risca da sua lista de afazeres espirituais.
Erin Davis: O jejum é um presente, esperando para ser aberto. É um privilégio, não uma obrigação. É um deleite, não um dever. Mas vou repetir: “O jejum é um banquete”.
Raquel: Bem-vindos ao Aviva Nossos Corações. Nossa apresentadora é a autora de Mulheres atraentes adornadas por Cristo, Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Você já ouviu falar no termo “disciplina espiritual”? É possível que algumas de nós tenham a tendência natural de recuar um pouco ao ouvir a palavra “disciplina”. Mas a disciplina é na verdade algo bom. Uma disciplina espiritual é qualquer coisa que fazemos, qualquer hábito que formamos, com a intenção de nos ajudar a crescer em nosso relacionamento com Cristo. Acho que todas nós …
Raquel Anderson: De acordo com Erin Davis, o jejum não é algo que você risca da sua lista de afazeres espirituais.
Erin Davis: O jejum é um presente, esperando para ser aberto. É um privilégio, não uma obrigação. É um deleite, não um dever. Mas vou repetir: “O jejum é um banquete”.
Raquel: Bem-vindos ao Aviva Nossos Corações. Nossa apresentadora é a autora de Mulheres atraentes adornadas por Cristo, Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Você já ouviu falar no termo “disciplina espiritual”? É possível que algumas de nós tenham a tendência natural de recuar um pouco ao ouvir a palavra “disciplina”. Mas a disciplina é na verdade algo bom. Uma disciplina espiritual é qualquer coisa que fazemos, qualquer hábito que formamos, com a intenção de nos ajudar a crescer em nosso relacionamento com Cristo. Acho que todas nós podemos concordar que isso é algo bom.
São coisas que fazemos, ritmos de vida que desenvolvemos, não para ganhar o favor de Deus, mas porque O amamos e queremos nos aproximar mais dele. São formas de nos colocarmos numa posição para melhor receber a Palavra e a graça de Deus.
Bem, o jejum é mais uma dessas disciplinas espirituais.
Ontem no Aviva Nossos Corações, ouvimos a primeira parte da mensagem que a Erin Davis compartilhou numa sessão simultânea da conferência True Woman 2022. Foi sobre o tema do jejum. Ela nos deu duas razões para jejuar. Primeira: porque Jesus e outros heróis da nossa fé jejuaram. E, em segundo lugar: porque o jejum é uma forma de, como ela disse, abaixar o volume da nossa carne e aumentar o volume das coisas do Espírito.
Se você perdeu o episódio de ontem, pode ouvi-lo no nosso site avivanossoscoracoes.com ou em outras plataformas como o YouTube e o Spotify.
Aqui está a Erin, concluindo a sua mensagem: Um guia prático para o jejum.
Erin: O jejum é uma ferramenta no seu arsenal espiritual. É preciso que vocês tenham plena consciência de que estamos em guerra — isso não pode ficar guardado lá no fundo da mente de vocês, como algo subconsciente! Vocês são soldadas do lado vencedor dessa guerra, mas mesmo assim vocês têm que lutar. E uma das armas que Deus deu para vocês é o jejum.
[Não usar essa arma] é equivalente a deixar uma espada na bainha quando você enfrenta um inimigo. O jejum é uma arma. Segunda Pedro 2.19 diz que você é escrava de tudo o que te controla. Esse é um versículo bastante amplo. A comida nos controla. E como controla!
Em muitos sentidos, é uma área de pecado culturalmente aceitável. Dá para ver o rosto de vocês queimando, mas todo mundo está concordando com a cabeça. Vocês são muito gentis! O jejum é um “reset” dado por Deus quando os nossos apetites estão descontrolados.
Essas últimas semanas em que tenho divulgado o livro têm sido muito interessantes, tenho falado muito sobre o jejum. . . sinto que essa é uma área em que o Senhor me deu muita liberdade. Eu ainda me sinto assim. Ele me deu muitos novos padrões. Mas enquanto eu estava falando todos os dias sobre os nossos apetites, de repente o meu apetite começou a fugir de controle! Eu comecei a desejar um monte de coisas que não desejava antes e me pegava comendo em uns horários esquisitos. E eu pensava: “Eu preciso viver o que estou ensinando aqui!”
Quando os seus apetites estão descontrolados — os seus apetites por comida, por entretenimento, por estar com o povo de Deus, pela Palavra de Deus (vocês têm apetites, afinal) — mas quando eles estiverem fora de controle, o jejum é um botão de “reset” que quero que vocês apertem mais vezes.
Ok, número 3: o jejum é uma expressão externa de uma mudança interna. Temos muitas dessas na vida cristã, né? O batismo vem à mente. Uma pessoa vai até as águas do batismo, mergulha nas águas do batismo e sai. . . salva. É assim que funciona? Não.
Uma vez, conheci uma mulher que se batizou antes de conhecer a Cristo. Ela disse: “Eu mergulhei como uma diaba seca e saí uma diaba molhada!” (risos) A natureza dela não mudou! Então por que a gente se batiza, se isso não nos salva? Bem, porque Jesus fez isso, e porque é uma expressão externa de uma mudança interna.
O sábado é a mesma coisa. O sábado não te salva; não existe uma tabela de classificação no céu que mostra quem teve o melhor tempo de descanso. É uma expressão externa de uma mudança interna: “Eu acredito que o céu reina, então acredito que posso descansar.”
O dízimo é a mesma coisa. Espero que você não pense que Deus tem ábacos e planilhas de Excel e que Ele fica te observando bem de pertinho para ver quanto você dá de dinheiro porque é isso que determina o que Ele sente por você. Não! Você tem o privilégio de dar. Você não “tem que” dar. É uma expressão externa de uma mudança interna.
A sua salvação não depende de você jejuar ou não. Que notícia boa! Você podia nunca jejuar — nunca, nunca, nunca — e ainda assim estaria tão salva quanto a pessoa que jejua toda semana. Mas, por causa da obra de Cristo em você, se você deseja encontrar maneiras de expressar o que Ele fez por você — e eu sei que você deseja isso — o jejum é uma maneira de fazê-lo.
E pensando nas coisas que mencionei — batismo, dízimo, o sábado — o que vocês diriam sobre elas, além do fato de que são expressões externas de mudanças internas? O que elas têm em comum? Sacrifício, muito bom. O que mais? Disciplina espiritual, bom. O que mais? Fé. Repete, por favor? Bênçãos. Sim. Renovação da mente, certo. Frequentemente feito em comunidade, você está certa. “Humildade” era a resposta que eu estava esperando, mas todas vocês deram boas respostas!
Humildade! Era isso que eu estava pensando. Não é verdade? Pensa bem, o sábado é um ato de humildade. É como se você dissesse: “Está tudo bem, eu posso descansar; vou abrir mão da minha lista de afazeres.” Eu odeio isso!
A minha família está sempre me dizendo: “Erin, vem sentar um pouquinho.” E eu fico: “Eu tenho um milhão de coisas para fazer, pessoal.” Mas é um passo de humildade. O batismo é um passo de humildade. O dízimo é um passo de humildade, e o jejum é um passo de humildade.
É uma entrega de si mesma, do seu conforto. É uma entrega da sua necessidade mais fundamental, da sua necessidade mais urgente. Me fala, quando você diz que precisa de Jesus, você está falando sério mesmo? Você quer dizer que precisa dele para satisfazer a sua fome? O jejum é um passo de humildade.
Eu acho que às vezes sentimos que a única coisa que podemos controlar no dia é a comida, certo? E a gente fica sem chão quando abre mão de controlar essa área das nossas vidas. É um passo de entrega. É dizer: “Ok, Jesus, eu sei que preciso de comida. Eu vou abrir mão dela e, com um coração humilde, vou me colocar nas Suas mãos de misericórdia e confiar que o Senhor vai me sustentar sem comida.”
Nesse tempo em que tenho falado sobre o jejum, algumas mulheres têm me dito: “Eu tentei jejuar. Me deu dor de cabeça! Eu devo ter feito alguma coisa errada.” E a minha resposta é: “Você fez certinho!”
“Eu tentei jejuar. Mas o meu cérebro ficou tão estranho! Eu não sei como você consegue! Eu acabei desistindo.” Pois é. Jejuar é abraçar as consequências de não comer por um tempo, significa não se sentir bem. Agora, uma hora você acaba chegando a um ponto em que você começa a se sentir muito bem. Mas jejuar envolve assumir essas consequências. É abraçar humildemente essa parte da nossa humanidade. . . “Eu acho que estou no controle do mundo, e não consigo ficar seis horas sem uma proteinazinha!” Eu não tô é no controle de nada!
É um sinal externo de que eu confio que Jesus vai cuidar de mim. Essas são as razões de nível mais elevado. As Escrituras também nos dão muitas razões específicas para jejuar. Eu não vou apresentar todas para vocês, porque o nosso tempo é limitado, mas se você acessar a transcrição desse episódio no avivanossoscoracoes.com, vai encontrar o link para um texto que eu escrevi que acho ser bem abrangente sobre esse tema — as razões que as Escrituras nos dão para jejuar, e tem muitas delas lá. Mas vou apresentar algumas delas.
Atos 13.2 mostra a igreja primitiva orando antes de tomar uma decisão. Levanta a mão alguém que precisa tomar uma decisão difícil nos próximos trinta dias? Alguém? Ok, existe um exemplo bíblico que mostra para gente que uma maneira de se preparar para tomar essa decisão sabiamente é jejuando.
Em 2 Samuel 12.15-17, vemos um jejum pela intervenção divina. Alguém precisa ver a mão de Deus em sua vida? Eu também. As Escrituras nos dão um exemplo de que talvez esse seja um momento em que devemos jejuar.
Em resposta ao luto ou à dor, vou deixar dois versículos: Salmo 35.14 e Ester 4.3. Não é interessante. . . tenho certeza de que algumas de vocês aqui já viveram isso, que quando enfrentam um período de luto profundo (alguém faleceu), o corpo muitas vezes não quer se alimentar. . . ou algumas de nós comemos uma pizza todinha ou um bolo de chocolate inteiro!
Esse é o seu corpo reagindo naturalmente a algo que as Escrituras nos ensinam como uma resposta apropriada ao luto. Não é legal? Em Ester 4, novamente, versículos 15 e 16, o jejum é feito para pedir a proteção de Deus. Vocês conhecem essa história.
Os israelitas estavam para ser aniquilados num dia só, e Ester manda dizer: “Que o povo de Israel jejue”. Foi algo coletivo. E, é claro, a mão da morte foi detida.
Joel capítulo 2, versículos 12 a 15, nos dá um exemplo de jejum em períodos de arrependimento. Eu não sei se você já ficou tão triste pelo seu pecado a ponto de jejuar. . . eu já fiquei e é uma experiência tão doce.
Jonas 3.6–10 fala de quando um líder jejua porque quer ver Deus agir entre o seu povo. Vocês conhecem a história: Nínive estava cheia de pagãos fazendo tudo o que pagãos fazem e mais um pouco. Deus enviou Jonas para, essencialmente, compartilhar o Evangelho com eles. A mensagem deixa o líder abismado, completamente atônito, com o pecado do seu povo. Então ele convoca toda a nação para jejuar. Nós queremos ver Deus agir em nossa nação? Eu quero. Mas estamos jejuando?
E de novo, essa não é uma lista exaustiva, mas acho que essas são algumas boas razões para jejuarmos. E imagino que essas razões afetam a vida de cada um de vocês, de uma forma ou de outra. A Palavra de Deus apresenta um argumento muito forte para que o povo de Deus jejue quando a nossa necessidade dele for muito grande. E a minha pergunta para nós é: “Quando que ela não é?”
O jejum é um presente, esperando para ser aberto. É um privilégio, não uma obrigação. É um deleite, não um dever. Não existe uma ordem para jejuarmos no Novo Testamento, mas vou repetir. . . o jejum é um banquete, amigas. Ok, então esse é o “porquê”. E o “quando”?
Vamos abrir as nossas Bíblias em Mateus 6.16, que diz: “Quando vocês jejuarem, não fiquem com uma aparência triste, como os hipócritas; porque desfiguram o rosto a fim de parecer aos outros que estão jejuando. Em verdade lhes digo que eles já receberam a sua recompensa.”
Então, você não vê Jesus dizer: “Que vergonha, que vergonha; estou furioso com eles!” Ele diz: “Eles conseguiram tudo que podiam conseguir do jejum; eles ganharam atenção.” Mas vocês querem mais, vocês querem algo sobrenatural, não querem?
Vamos pular para Mateus 9. Quero que saibam que existe uma narrativa semelhante entre Mateus 6 e Mateus 9. São acontecimentos paralelos, que caminham juntos.
Mateus 9, versículos 14 e 15, diz assim:
Vieram, depois, os discípulos de João e perguntaram a Jesus:
— Por que nós e os fariseus jejuamos muitas vezes, mas os seus discípulos não jejuam?
Jesus respondeu:
— Como podem os convidados para o casamento estar tristes enquanto o noivo está com eles? No entanto, virão dias em que o noivo lhes será tirado, e então eles vão jejuar.
Isso, com certeza, fez os discípulos de João pensarem: “Não entendi nada!” Mas nessas duas passagens Jesus nos dá o “quando” e o “então”. “Quando vocês jejuarem” implica que o povo de Deus já está jejuando. E o “então” — quando jejuamos? — o “então” é no intervalo da história entre a Sua ressurreição e o Seu retorno.
Era como se Jesus estivesse dizendo: “Por que jejuariam e clamariam a mim enquanto estou bem aqui com eles? Mas virá um dia em que não estarei com eles, e então eles jejuarão.” E, rapaz, como jejuaram! Quando o Pentecostes chegou, quando a igreja nasceu, quando a igreja enfrentou perseguições, quando irmãos foram martirizados pela fé. . . aí sim, os discípulos jejuaram!
E adivinha só? Estamos nesse intervalo da história! Estamos aguardando ansiosamente o momento — pode até ser que seja hoje! — em que as nuvens se abrirão. Uau! E Jesus voltará para os Seus! O Noivo vem para a Noiva, e nós vamos festejar! Então, estamos no tempo em que Jesus ensinou que o povo de Deus deveria estar jejuando. E nós estamos?
Agora, é interessante ler que nesse diálogo os discípulos de João disseram: “Bem, nós jejuamos e os fariseus jejuam.” Vocês precisam saber que o jejum não é uma disciplina exclusivamente cristã. Na verdade, religiões que adoram falsos deuses dão de 10 a 0 na gente quando o assunto é jejum! Eles deixam a gente no chinelo.
Eles são disciplinados; dedicados em cumprir o seu dever. E a gente fica aqui: “Mmmm, a gente não entende direito; não vamos jejuar não.” Estamos perdendo uma oportunidade! Escutem uma citação interessante de G. Campbell Morgan (não tentem anotar, vocês vão ficar nervosas!).
Eu nunca coloco minha cabeça no travesseiro sem pensar que, talvez, antes de acordar, a manhã derradeira possa ter despontado. Nunca começo meu trabalho sem pensar que Ele pode interrompê-lo para começar o dele. E toda noite, antes de dormir, devemos dizer: “Ele pode vir hoje à noite.” Todo dia, quando pegamos nossas ferramentas para trabalhar, devemos pensar: “Este pode ser o meu último dia de trabalho.”
Estamos nesse pequeno e singular intervalo da história antes da volta de Jesus. Ele disse: “Quando o Noivo se for por um tempo, então o povo jejuará.”
Eu tenho um sonho de ver milhares de mulheres — até me dá arrepios — talvez dezenas de milhares de mulheres ou mesmo milhões de mulheres. Tenho um sonho de ver todas elas começarem a jejuar e orar. Daí eu penso: “O que Deus faria?” Agora, não somos milhares aqui nessa sala, mas somos um bom começo.
Sabem o que é maluco? As Escrituras parecem indicar que podemos apressar o retorno do Senhor com as nossas orações, que estão enchendo taças no céu. (veja Apocalipse 5.8) De alguma forma, causamos um impacto. E se jejuássemos e orássemos como se o retorno de Cristo dependesse disso, e o nosso jejum apressasse esse dia? Eu estou disposta a descobrir.
Tente imaginar se este grupo. . . Vocês vêm de vários lugares diferentes, de igrejas diferentes. Vocês representam muitas crianças, muitas famílias, muitas comunidades. Se esse grupo começasse a jejuar e orar, alguma coisa aconteceria. As coisas mudariam.
Tem uma pequena oração, que aparece só uma vez na Bíblia. É uma oração que os cristãos primitivos oraram: “Maranata!” Significa “Vem, Senhor Jesus!” E se começássemos a jejuar e orar, “Maranata, maranata, maranata!” — o que poderia mudar? Eu não sei, mas quero descobrir!
Então, qual é o “quando”? Quando você deve jejuar? Qual é o “então”? Depois que Jesus ascendeu, enquanto aguardamos o Seu retorno — então a hora é agora. [Daí você pode dizer:] “Eu pensei que essa fosse uma aula prática sobre o jejum.” Então, qual é o “como”?
Tudo isso foi só o prefácio. Vamos lá! Aqui está o “como”! Como jejuamos? Queremos saber todos os detalhes. Bem, se vocês olharem nas Escrituras, o que vão encontrar é uma grande variedade. Às vezes, as pessoas jejuavam em grupos; às vezes, jejuavam sozinhas. Às vezes, jejuavam por muitos dias; às vezes, jejuavam por um único dia.
Às vezes, jejuavam do pôr do sol ao pôr do sol; outras vezes, jejuavam do amanhecer ao amanhecer. Às vezes, não ingeriam nada — nenhuma comida, nenhum líquido; às vezes, só bebiam água. Às vezes, Deus só oferecia alguns alimentos específicos. Às vezes, vemos alguém como Daniel, que disse: “Eu não vou comer as finas iguarias da mesa do rei.”
“Que coisa frustrante! Por que Deus simplesmente não fala para gente como jejuar!?” Bom, não é uma fórmula, é algo que requer andar no Espírito.
Agora, vou compartilhar algumas maneiras que eu já fiz isso e — de novo — não estou me gabando. Eu comecei a jejuar anos atrás. O Senhor colocou isso no meu coração e eu falei: “Tá bom, Senhor, mas eu não sei como isso aí funciona.” Eu pensei que iria jejuar às sextas-feiras pelos meus filhos.
Cresci em uma casa onde minha mãe estava sempre de dieta, então sou cuidadosa em evitar que os meus filhos pensem que estou de dieta. Eu levava eles para a escola e jejuava no café da manhã e no almoço toda sexta-feira. E o tempo que eu gastaria comendo, eu gastava orando pela salvação dos meus filhos.
Os meus dois filhos mais velhos entregaram a vida para Jesus naquele mesmo ano. Agora, isso aconteceu porque a minha disciplina de jejum foi incrível? Não! Você não jejua para forçar a mão de Deus a fazer o que você quer. Eu não posso manipular Deus, e sou grata por isso, porque se pudesse, eu faria! (risos)
Mas de algum jeito alguma coisa mudou e Eli e Noble entregaram as suas vidas ao Senhor e foram batizados naquele mesmo ano. Bem, depois disso, fiquei viciada em jejum!
Daí, eu tive a oportunidade de liderar o ministério de mulheres da minha igreja — o que estava totalmente fora da minha zona de conforto. Nunca tivemos um ministério de mulheres antes.
Tinha muitas pessoas que não achavam que precisávamos de um ministério de mulheres. Eu tinha muito trabalho pela frente e sabia que precisava do Senhor. Então, jejuei pelos primeiros quarenta dias do ministério. Eu só tomei líquidos — caldo de galinha, caldo de carne. Todo mundo sempre quer saber quanto peso eu perdi: zero quilos! (Valeu, metabolismo!) Mas não importa, porque não era para isso que eu estava jejuando.
E depois, teve o Grounded. Minhas meninas do Grounded, vocês me ouviram falar sobre esse assunto. Meu aniversário de 40 anos foi em abril de 2020. Se eu viver até a média da expectativa de vida, aquele foi o meio do caminho para mim.
Não foi porque eu precisava, eu não precisava reconsagrar a minha vida ao Senhor. Mas eu queria que Ele soubesse: “A segunda metade é toda Sua! Tome tudo o que quiser.” Por isso, jejuei por quarenta dias.
Daí, a pandemia chegou. Eu disse para o meu marido: “Ah, estamos numa pandemia global. Talvez todo mundo morra. Talvez eu não devesse jejuar.” Ele me disse: “Você falou para o Senhor que jejuaria. Eu acho que você consegue!”
E, no meio disso, lançamos o podcast Grounded, que foi uma iniciativa ministerial muito intensa. Foi precioso, muito precioso. Mas aqui está a história que eu não conto publicamente com frequência.
Um dos meus filhos e eu temos uma relação complicada. Nós nos amamos muito. Mas ou somos parecidos demais, ou somos muito diferentes, ou somos os dois. Eu não sei.
Ele teve um parto muito, muito traumático. A gente passou por muitas dificuldades e tentamos de tudo. Eu queria muito ser uma boa mãe, e ele queria muito ser um bom filho. Fomos a aconselhamentos, lemos livros, e continuamos passando por dificuldades.
Quando o meu aniversário de 40 anos chegou, eu pensei: “Eu não quero mais isso. Eu quero que o Senhor tire isso do nosso relacionamento.” Aquele jejum, então, foi realmente por cura daquele abismo entre mim e o meu filho. Mas também foi uma experiência muito doce, e Deus fez a obra. No meio daquele jejum, Ele fez a obra!
Esse menino agora é muito mais alto do que eu, e está começando a ter um pouquinho de penugem no rosto. Se ele estivesse aqui, ele viria até mim e colocaria a cabeçona dele bem aqui no meu peito. Não existe mais nada entre a gente.
Agora, ele continua sendo um ser humano, eu continuo sendo um ser humano, mas Deus fez algo tão sobrenatural no meio daquele jejum. Foi tão, tão precioso! O que eu pensava mesmo era que aquele jejum tivesse a ver com Deus me dar alguma grande nova missão. Mas, na verdade, era para que Ele tirasse de mim coisas que estavam me sobrecarregando, áreas de pecado no meu relacionamento com o meu filho, para que eu pudesse continuar correndo a mesma corrida bem.
Algumas de vocês estão se emocionando porque têm uma situação parecida. Em Marcos 9.29, Jesus chama isso de “esse tipo.” Jesus diz: “Esse tipo de espírito só pode ser expulso por meio de oração (e jejum).” E Deus fez algo tão precioso, precioso demais!
Ok, então isso é um pouco do “como”. Você pode jejuar por quantos dias quiser. Você pode fazer coisas diferentes com a quantidade de comida; isso é entre você e o Espírito Santo. Pode ser uma refeição apenas.
“Tem que ser comida?” Eu ouço muito isso. Pode ser jejum de redes sociais?
Bem, aqui vai uma novidade: você pode largar as redes sociais por sete dias, dez dias, setecentos dias — não vai te matar. Não é a mesma coisa que comida. Nas Escrituras, jejum é sempre de comida, com uma exceção, que é quando Paulo diz aos casados que, às vezes, devem se abster de sexo para orar. Então, ou é comida ou sexo, e isso é entre você e o Senhor — Ele vai te mostrar. Ele vai te mostrar.
Qual é o primeiro passo, então? O primeiro passo em qualquer jejum é andar em sintonia com o Espírito Santo. É aquela coisa de orar antes de orar, sabe? Você prepara o seu coração.
Então, você vai até o Senhor e fala: “Ok, acabei de ouvir uma mensagem sobre jejum,” ou “Fico topando com esse tema do jejum toda hora no meu devocional” ou “Ouvi um sermão sobre jejum,” ou “Li um livro sobre jejum,” ou “Conheço uma amiga que jejua”. . . “Deus, o Senhor não para de me incomodar com esse assunto!”
Isso já aconteceu com você? Tipo, o sermão de domingo é sobre um tema, aí você liga o rádio e estão falando sobre o mesmo tema, daí o seu devocional do dia é sobre a mesma coisa. Tá bom, tá bom, já entendi! Isso vai acontecer, a culpa não é minha! Eu não planejei nada disso! É o Deus do universo. [Uma mulher na sala grita: “O céu reina!”] O céu reina! É exatamente isso! Ele está em todo lugar!
Beleza, você sente o Espírito te confrontar sobre isso, e está disposta a obedecer. O que você faz, então? Você pergunta para o Senhor. Ele vai te mostrar, Ele vai! Não vai ser algum sinal místico. Você vai saber no seu espírito, vai se alinhar com a Palavra, e vai dar tudo certo.
Eu diria que, agora, as ocasiões em que eu mais jejuo é quando alguém que eu amo está passando por alguma coisa desafiadora. É como um passo de solidariedade, eu faço jejum de uma refeição por essa pessoa. E mando uma mensagem (porque ninguém mais liga para ninguém, e eu gosto disso).
Eu mando uma mensagem e falo: “Oi, estou jejuando por você na sexta-feira, no almoço. Separei uns trinta minutos para orar pelo que você está passando. Só quero que você saiba que estou com você.” O Senhor pode chamar algumas de vocês para um jejum de quarenta dias, e eu te digo: é um presente maravilhoso!
Certo. Eu fiz um voto diante do Senhor. Se você já me ouviu ensinar a Bíblia, provavelmente já me ouviu falar disso. (Nunca faça um voto diante do Senhor, a menos que você tenha a intenção de cumprir. Essa é outra coisa interessante de se estudar nas Escrituras. . . estudem o voto de nazireu, que fala sobre comida e cortes de cabelo.) Eu fiz um voto diante do Senhor de que toda vez que eu ensinar a Bíblia, vou fazer com que seja muito fácil para as ouvintes serem praticantes, e muito difícil para vocês serem apenas ouvintes, porque essa é a nossa responsabilidade — praticar a Palavra.
Essa não é só uma mensagem sobre a teoria do jejum, para você só acumular conhecimento sobre o assunto. Em algum momento, você precisa pegar o que sabe e transformar em prática. Então, vou lançar um desafio para nós. Eu não vou saber se você fizer ou não.
Tem uma outra coisa que eu provavelmente deveria ter abordado. Eu escuto muito: “Eu não posso jejuar por questões médicas.” Nesse caso, a minha sugestão é que existe um jejum que você pode fazer. Pode ser um alimento específico, e tem um jeito de você fazer isso.
O meu desafio para nós, as mulheres nesta sala, é para fazermos um jejum do jantar de hoje antes do Cry Out! [a sessão de oração coletiva da conferência True Woman]. Agora, a gente não vai alardear isso. Não vamos ficar no corredor tipo, [ela grita] “Estamos jejuando!”
E eu sei que você está pensando: “Ah, mas eu estou comendo com o meu grupo.” A verdade é que elas não prestam tanta atenção assim em você! (risos) Elas estão prestando atenção na comida delas. Pega um chazinho quente, fica de boa. . . ou você pode falar: “Pois é, acabei de sair de uma mensagem sobre jejum e decidi fazer um jejum agora na hora do jantar porque vamos passar a noite toda orando juntas.”
Então, o meu desafio para nós nesta sala é fazer um jejum de apenas uma refeição antes de entrarmos no Cry Out! como uma forma de nos humilharmos antes de nos humilharmos. . . e depois, o que o Senhor quiser fazer com isso na sua vida é entre você e Ele. Vou orar pela gente.
Jesus! Puxa, muito obrigada. Obrigada pela forma como o Senhor fez os nossos corpos. O Senhor nos deu papilas gustativas e estômagos. . . e tanta comida boa. . . e também esse chamado para negarmos a nós mesmas. Eu oro pelas mulheres nesta sala. A comida às vezes é uma área tão difícil de domar. Eu oro para que qualquer uma de nós — incluindo eu — se essa for uma área da nossa vida que não submetemos à Sua soberania, que o Senhor deixe isso bem claro.
E eu oro, ao começarmos esse jejum agora, como um grupo em um ato de solidariedade, o nosso desejo é fazer o jejum que chama a Tua atenção. Não queremos fazer um jejum que seja para nós mesmas. Queremos dar glória a Ti. Então, nos ajuda a andar em humildade. Não fazemos isso naturalmente, dependemos do Seu Espírito Santo para nos ajudar nisso. Obrigada por essas mulheres; elas são uma bênção para mim. Sei que elas são uma bênção para o Senhor. É no Teu nome que eu oro. Amém.
Raquel: Amém. Essa é a minha amiga e colega de trabalho Erin Davis, compartilhando algumas considerações práticas sobre o tema do jejum. Ela falou durante uma sessão simultânea numa tarde de sexta-feira na conferência True Woman ‘22. Nancy, Erin mencionou algo que aconteceria naquela mesma noite.
Nancy: Isso. Nós chamamos de Cry Out! (ou Clame!) Basicamente, foi uma noite de oração e adoração coletiva, quando clamamos para o Senhor despertar esse mundo adormecido, para avivar o Seu povo e para operar em nossas comunidades e igrejas e em nós como indivíduos. Foi um tempo precioso. E eu não sabia que a Erin tinha desafiado as pessoas que participaram da sessão simultânea dela a jejuar em preparação para estar em oração no Cry Out! Que coisa mais legal!
Raquel: Sim! Tenho certeza que foi uma bênção para elas!
Nancy: Raquel, eu também gostaria de acrescentar um pensamento a algo que a Erin disse na mensagem dela. Ela falou sobre a possibilidade de Deus estar te chamando para fazer um jejum de 40 dias. Muitas vezes, eu senti o Senhor me guiando a fazer um jejum prolongado. Mas acho que é importante dizer que jejuar não significa necessariamente um jejum completo de todo tipo de comida e nutrição. Existem tipos diferentes de jejum. Pode ser como Daniel fez no Antigo Testamento, um jejum de certos tipos de comida ou talvez um jejum em que você só beba sucos. Tenho alguns amigos que fizeram jejuns prolongados, mas sob a supervisão de médicos. Se você é mais velha ou tem problemas de saúde, isso também pode ser muito importante. Pergunte ao Senhor não só se você deve jejuar, mas quanto tempo agradaria a Ele e qual o tipo de jejum que Ele pode estar te chamando a fazer.
Raquel: Sim. Obrigada, Nancy, isso é útil. Bem, sempre que você jejua, a disciplina espiritual da oração tem um papel importante no processo. E sempre que orar, espero que você também esteja incluindo a Palavra de Deus nas suas orações.
Nancy: Será que a forma como você tem olhado para o mundo tem roubado a sua esperança? Amanhã, começamos uma nova série, curtinha, chamada Onde flui o rio: A obra vivificadora do Espírito. Nela, vamos falar sobre estar atenta para ver o que o Senhor está fazendo no mundo. Não perca — você será muito encorajada!
Raquel: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, sustentado por seus ouvintes e dedicado a chamar as mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.
Clique aqui para o original em inglês.