
Dia 2: A fonte da verdadeira alegria
Raquel: Ouça Nancy DeMoss Wolgemuth compartilhar algo que ela aprendeu ao longo dos seus cinquenta e sete anos como mulher solteira.
Nancy DeMoss Wolgemuth: O contentamento não depende das minhas circunstâncias; o contentamento é uma escolha. E a verdadeira alegria não é resultado de ter tudo o que desejo. A verdadeira alegria vem de receber com gratidão exatamente o que Deus me deu e dizer: “Eu escolho estar contente com isso”.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Escolhida Para Ele, na voz de Renata Santos.
Não importa se você é solteira ou casada, jovem ou mais velha, mãe de uma família pequena ou grande — você precisa de comunidade. Hoje, a Nancy vai falar sobre a importância de buscar cultivar relacionamentos, independentemente da fase da vida em que você esteja. Ela vai te dar algumas ideias práticas de …
Raquel: Ouça Nancy DeMoss Wolgemuth compartilhar algo que ela aprendeu ao longo dos seus cinquenta e sete anos como mulher solteira.
Nancy DeMoss Wolgemuth: O contentamento não depende das minhas circunstâncias; o contentamento é uma escolha. E a verdadeira alegria não é resultado de ter tudo o que desejo. A verdadeira alegria vem de receber com gratidão exatamente o que Deus me deu e dizer: “Eu escolho estar contente com isso”.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Escolhida Para Ele, na voz de Renata Santos.
Não importa se você é solteira ou casada, jovem ou mais velha, mãe de uma família pequena ou grande — você precisa de comunidade. Hoje, a Nancy vai falar sobre a importância de buscar cultivar relacionamentos, independentemente da fase da vida em que você esteja. Ela vai te dar algumas ideias práticas de como se conectar com outras pessoas sendo mulher solteira e, se você é casada, ela vai te encorajar a pensar em formas de incluir mulheres solteiras na sua vida.
Ontem, Nancy começou uma série chamada Reflexões para as minhas irmãs solteiras. . . antes de eu me tornar uma mulher casada. Essa série foi originalmente transmitida em 2015, poucos dias antes de Nancy se casar com Robert Wolgemuth. Ouça o episódio de hoje, em que ela continua compartilhando alguns pensamentos que registrou antes da sua mudança de estado civil.
Nancy: Bem, hoje é quinta-feira e, se Deus quiser, vou me casar no sábado — daqui a dois dias! Como compartilhei com vocês ontem, quis tirar um tempinho antes de me tornar uma senhora casada, para compartilhar alguns pensamentos com as minhas irmãs solteiras. . . e não apenas com elas, mas com todas as minhas irmãs — solteiras, casadas, mais jovens, mais velhas — mulheres em qualquer fase da vida. Tenho refletido sobre a história que Deus está escrevendo para as nossas vidas.
A minha tomou um rumo completamente inesperado! Se um ano atrás alguém me dissesse que, dentro de poucos dias, eu estaria caminhando até o altar para me casar, eu teria dito: “Você está louca!” Eu teria a mais absoluta certeza de que esse não era o roteiro que Deus estava escrevendo para a minha vida.
Mas, como dissemos ontem, quero que você se lembre e leve isso com você para todas as fases e circunstâncias da sua vida: Deus é bom e você pode confiar nele para escrever a história da sua vida. Veja, quando tentamos escrever o nosso próprio roteiro, a nossa própria história, acabamos desapontadas, desanimadas. A gente estraga tudo! Não podemos, de forma alguma, escrever uma história tão bela e grandiosa quanto à que Deus está escrevendo para nós.
Algumas das minhas irmãs solteiras — especialmente aquelas que são mais velhas e carregam há muito tempo um desejo não realizado de se casar. . . Talvez vocês digam: “Mas olha só, Deus te deu um homem incrível. Você vai se casar, tá vendo? Deus não me deu isso”.
Quero dizer a essas preciosas amigas, algumas de vocês estão aqui nesta sala: você pode confiar em Deus para escrever a sua história. Num futuro breve, quando olharmos para trás, para esses poucos e curtos anos aqui na terra, com a perspectiva da eternidade, cada uma de nós vai dizer: “Senhor, Tu fizeste tudo certo. Tu sabias. Tu foste bom. Tu eras digno de confiança. Por que não confiei mais em Ti?”
Ó, quão doce é confiar em Jesus,
E confiar em Sua Palavra;
Apenas descansar em Suas promessas,
E saber que “assim diz o Senhor”
Jesus, Jesus, como confio nele,
Tantas vezes provei a sua fidelidade;
Jesus, Jesus, precioso Jesus,
Ah, quero graça para mais ainda confiar!1
Esse é um trecho do hino “’Tis So Sweet to Trust in Jesus”, escrito por Louisa Stead. No Brasil, foi traduzido e adaptado como Doce é crer em Cristo; ele é o hino número 265 da Harpa Cristã.
Essa é a minha canção! Quero que essa seja a sua canção — para que você saiba, com a mais absoluta certeza, que pode confiar em Deus para escrever a sua história. Algumas de vocês, dentro de dias, semanas ou meses depois de ouvir este programa, vão enfrentar algo em sua história que era totalmente inesperado. Hoje, você não faz ideia do que te aguarda lá na frente.
Você vai receber uma notícia — talvez algo difícil, um desafio, um problema de saúde, questões no casamento, algo pelo qual nunca esperou. . . E eu quero que você se lembre de que Deus é bom e que você pode confiar nele para escrever a sua história.
Ele sabe o que está fazendo; Ele não comete erros. Esse é o desejo do meu coração ao compartilhar essa série nestes últimos dias antes de me tornar uma senhora casada. Eu não tenho um esboço todo elaborado para dividir com vocês; meu desejo tem sido apenas compartilhar algumas reflexões, especialmente com as minhas irmãs solteiras ou com aquelas que estão em uma fase da vida que talvez não tenha sido o seu plano A.
Eu contei que pedi que algumas amigas escrevessem e compartilhassem comigo algumas de suas experiências como mulheres solteiras, alguns dos desafios que enfrentaram. Uma delas escreveu assim:
Esses últimos dois anos foram, honestamente, alguns dos mais solitários da minha vida — provavelmente por causa da morte da minha mãe e da dura realidade de que não existe mais ninguém neste mundo que se importe comigo como ela se importava. Tenho me sentido como uma órfã. Os feriados são diferentes. A dinâmica familiar mudou totalmente. É fácil isso acabar se tornando em um ciclo de tristeza se eu não pedir a Deus que me dê coragem, força e o desejo de me abrir para os outros.
Essa palavra “outros” me chamou atenção e quero falar um pouco sobre isso — sobre a importância, em todas as fases da vida, mas especialmente como mulher solteira, de buscar relacionamentos e comunidade.
Deus nunca teve a intenção de que vivêssemos isoladas, seja você solteira ou casada. A própria Trindade vive em relacionamento e comunidade. Há comunhão; há unidade; há diferenças; Eles são um. Isso nos serve de modelo e nos mostra que Deus é um Deus relacional e Ele nos fez para sermos pessoas relacionais.
Ele não nos criou para sermos independentes, mas interdependentes. E tanto para uma mulher solteira quanto para uma casada, isso exige intencionalidade; exige tempo; exige esforço. Exige a disposição de abrir o coração. Me lembro agora do que o pastor Ray Ortlund, meu pastor na época da faculdade, costumava dizer (vocês já me ouviram repetir isso antes). Ele dizia que a maioria das igrejas se parece com um saco de bolinhas de gude — pessoas duras, que ficam se batendo.
Mas ele dizia que deveríamos ser como um saco de uvas, esmagadas juntinhas, banhadas pelo doce suco que flui dessa união. Se quisermos ter relacionamentos piedosos e uma comunidade verdadeira, precisamos estar dispostas a sermos “esmagadas”. Precisamos estar dispostas, de certa forma, a permitir que nossa identidade se entrelace com a identidade dos outros.
Precisamos estar dispostas a não sermos duras e inflexíveis, a não mantermos uma casca dura e impenetrável ao redor do nosso coração. Precisamos permitir que as pessoas entrem em nossas vidas; precisamos abrir o coração e estar dispostas a sermos vulneráveis. Incentivo minhas amigas solteiras e casadas a cultivarem uma irmandade — relacionamentos significativos com outras mulheres, relacionamentos que encorajam a gente.
Sou tão grata pela forma como Deus tem usado mulheres, tanto solteiras quanto casadas, amigas preciosas, para me encorajar ao longo da vida. . . e para me encorajar nessa nova fase, nesse novo relacionamento. Algumas das minhas amigas mais encorajadoras são mulheres solteiras que têm o desejo de se casar, mas que ainda não receberam isso do Senhor. Mesmo assim, elas dizem: “Estamos tão felizes por você! Nos alegramos com você; celebramos com você”. Isso é piedoso. Isso é precioso. Isso é amizade verdadeira. É a disposição de ter relacionamentos intrusivos e invasivos.
É fácil para nós, mulheres solteiras — sejam aquelas que nunca se casaram ou as que voltaram a ser solteiras. . . É fácil para nós vivermos sozinhas e construirmos pequenas paredes ao nosso redor, um casulinho. Temos o nosso tempo, o nosso espaço, as nossas vidas, as nossas prioridades, a nossa agenda. . . e não permitimos que as pessoas se aproximem demais.
Mas precisamos de relacionamentos intrusivos, intencionais e invasivos — pessoas que sejam honestas conosco, que nos ajudem a enxergar pontos cegos que não conseguimos ver sozinhas. Mas você precisa sair em busca disso, precisa ser ensinável, humilde, estar disposta a prestar contas e a pedir conselhos e opiniões dos outros para se beneficiar da sabedoria, dos insights e da experiência de outras pessoas. Encorajo as mulheres solteiras a construírem relacionamentos não apenas com outras solteiras, mas com pessoas de diferentes idades: homens, mulheres, casais, crianças, famílias, idosos — múltiplas gerações.
Uma amiga que trabalha no nosso ministério compartilhou o seguinte:
Eu me sinto mais satisfeita, em termos de relacionamentos, quando tenho amizades com pessoas mais velhas e mais novas que estão em fases diferentes da vida. Uma das minhas melhores amigas tem minha idade (é casada e tem três filhos). Temos caminhado juntas por cerca de trinta anos. Sempre damos risada porque ela passa a valorizar mais o marido depois de conversar comigo, porque eu compartilho as minhas lutas com a solidão. E eu passo a valorizar mais a minha vida de solteira depois de ouvir tudo o que ela precisa administrar como esposa e mãe. É importante vermos os diferentes tons da grama da vida de outras pessoas. Nem sempre é mais verde do outro lado.
Ter esse tipo de relacionamento pode ser difícil. Requer altruísmo; exige sacrifício. Uma mulher me disse assim:
Às vezes, me sinto usada nos relacionamentos. Eu me dedico aos relacionamentos e ao ministério servindo outras pessoas, mas sinto que sou sempre eu quem toma a iniciativa, organiza os encontros, abre as portas da minha casa. Depois, todo mundo vai embora e você fica sozinha, limpando tudo, processando a experiência sozinha.
Se você é solteira ou já foi solteira por qualquer período de tempo, é bem provável que pudesse ter escrito esse parágrafo.
Quero dizer uma coisa para vocês que não são solteiras. Posso encorajá-las a incluírem mulheres solteiras na sua vida e no seu dia a dia? Eu amei ser uma mulher solteira, mas uma das coisas mais difíceis para mim ao longo dos anos foi entrar na igreja e me sentar sozinha, ou ter que decidir com quem eu iria me sentar.
É porque eu sou egocêntrica, né? Se eu estivesse totalmente preocupada com a necessidade dos outros, eu pensaria: “Ok, quem é novo aqui? Quem está precisando de uma amiga?” Mas eu nem sempre penso assim. Então, essa foi uma experiência difícil. Sou muito grata pelas famílias que, ao longo dos anos, disseram: “Vem sentar aqui do nosso lado! Quer ir lá em casa almoçar? Quer vir nesse evento com a gente?”
Incluam as solteiras, as viúvas, as divorciadas. Uma mulher solteira, com quarenta e poucos anos, que serve ao Senhor no ministério compartilhou isso aqui:
Como solteira, eu me sinto sozinha. Quero estar com outras pessoas, fazer coisas juntas, jogar, sair para comer. Tenho dificuldade em saber quando convidar um casal ou uma família para fazer alguma coisa porque eu sei que são ocupados. Tenho medo da rejeição. Não quero ser aquela solteira carente que é um peso para os outros. Seria tão bom ser convidada de vez em quando. Por favor, incentive as suas ouvintes casadas a investirem nos solteiros e tomarem a iniciativa de convidá-los para vir à sua casa. Sim, eu sei que os solteiros também podem convidar casais e outros solteiros, inclusive. . . [e eu encorajaria você, como solteira, a fazer isso, a não apenas esperar que os outros tomem a iniciativa, esteja disposta a dar o primeiro passo], mas às vezes só precisamos sentir que somos queridas e saber que nossa presença é agradável.
O Salmo 68.6 nos diz que Deus faz com que o solitário — aquele que está sozinho, solitário — Deus faz com que morem em família. Quero perguntar àquelas de vocês que têm uma família com quem vivem: a sua família está disponível para ser uma dessas famílias nas quais Deus pode colocar pessoas solitárias? Ou tudo gira apenas em torno da sua própria família? A sua vida é atarefada. . . a de todas nós é, não é verdade? Mas vocês abrem espaço para outras pessoas na sua casa? Vocês estão atentas às pessoas que estão fora das quatro paredes do seu lar — pessoas que podem estar se sentindo sós e com quem Deus talvez queira que sua família se relacione? Estejam dispostas a ser essa família, a ser uma família.
Estou pensando em uma das nossas colaboradoras solteiras que está aqui nesta sala. Ela mora num apartamento pequeno, bem em frente à casa de uma família da nossa equipe — um casal jovem com quatro filhinhos (e esperando o quinto!). Nessa fase da vida, essa mãe está com as mãos cheias. Mas essa moça solteira se aproximou da família e a família também se aproximou dela. Juntas, elas estão suprindo as necessidades uma da outra. É lindo de ver! Deus colocou a solitária em família e também colocou uma jovem solteira ali que pode ser uma bênção para essa mãe (que deve estar precisando de umas trocentas mãos!)
Então, alguém chega e fala: “Deixa eu te ajudar. Deixa eu te dar um descanso. Deixa que eu trago uma comidinha para vocês”. É lindo ver o Corpo de Cristo funcionando desse jeito. Então, mulher solteira — ou mesmo casada — busque relacionamentos, busque comunidade.
E sobre esse assunto do contentamento. . . quero fazer só alguns comentários. Com o tempo, aprendi que o contentamento não depende das minhas circunstâncias; o contentamento é uma escolha. E a verdadeira alegria não é resultado de ter tudo o que desejo. A verdadeira alegria vem de receber com gratidão exatamente aquilo que Deus me deu e dizer: “Eu escolho estar contente com isso”.
O fato é que, se não estamos contentes com o que temos agora, nesta fase da vida para a qual Deus nos chamou, então nunca estaremos contentes em outra fase da vida, com circunstâncias diferentes. Porque o contentamento não depende das nossas circunstâncias; ele é uma escolha.
E é por isso que precisamos ter cuidado com as coisas que podem alimentar essa insatisfação em nossos corações. Em resposta a uma pequena pesquisa que fiz, uma mulher me escreveu assim: “Acho que ajuda limitar o tempo no Facebook, nas redes sociais, alguns filmes e programas de TV. Essas coisas simplesmente não fazem bem para o meu contentamento quando passo muito tempo nessas áreas”.
Eu não sei o que pode estar alimentando a insatisfação no seu coração. Talvez sejam filmes românticos ou livros de romance. Não alimente a insatisfação! Faça escolhas e coloque na sua vida coisas que gerem alegria, que alimentem o contentamento.
Lydia Brownback, uma mulher solteira de mais idade, escreveu um livro maravilhoso chamado Fine China Is for Single Women, Too (em tradução livre: Porcelana chinesa também é para as mulheres solteiras). Veja o que ela diz sobre contentamento:
Desejar algo que Deus não nos deu — ou ainda não nos deu — não é apenas razoável e compreensível, mas pode também ser algo construtivo. . . como um meio de nos levar a nos agarrarmos ainda mais Àquele que nos criou para termos esse tipo de anseio. Mas viver em um estado constante de anseio pode nos levar a um “Ai, de mim” e alimentar um espírito autocentrado. Mais importante ainda: se estamos sempre focadas no que queremos, mas não temos, estamos declarando que Deus não sabe administrar bem as coisas. . . tendo ou não tendo o que desejamos, Deus nos abençoará para que estejamos satisfeitas nele. Na verdade, nosso contentamento é muito mais importante para Deus do que o nosso estado civil. Ao contrário do que possamos esperar, Deus sabe que nossa satisfação na vida não depende de sermos casadas ou não.
Mas, só quero fazer uma ressalva aqui: o risco que se corre do outro lado disso é que algumas pessoas falam que Deus vai te trazer um marido, que Ele vai te dar o que você deseja, quando você, finalmente, encontrar contentamento nele. Mas isso não é necessariamente verdade. Porque quando você encontra contentamento, o que você passa a querer é aquilo que Deus te dá — e, assim, você já tem o que deseja, pois tem o que Deus deu para você.
Então, acho que é um erro dizer: “Se você encontrar contentamento, Deus vai te dar tudo o que deseja”. Deus vai conceder os desejos do seu coração — mas Ele colocará os desejos dele no seu coração e Ele te dará graça para lidar com seus desejos que continuam não realizados. Faz sentido?
Quero falar rapidinho sobre algo que acho muito importante para nós, mulheres solteiras: faça escolhas agora que vão te beneficiar no futuro — seja você solteira ou casada. As escolhas que fazemos hoje têm consequências, têm impacto, têm implicações para nossa vida lá na frente.
Me deixa listar algumas delas como exemplo. Como mulher solteira, faça a escolha de não despertar o amor antes do tempo, como diz o livro de Cantares. Antes do tempo de Deus. Escolha não despertar desejos sexuais antes da hora, estabelecida por Deus, para que esses desejos sejam satisfeitos de maneira legítima.
Te digo uma coisa (e isso não é mérito meu, mas graças a pais sábios e tementes a Deus e de outras influências que o Senhor colocou na minha vida): eu fui poupada de décadas de dor, tristeza, sofrimento e dificuldades nessa área porque escolhi não preencher minha mente e meu coração com livros, filmes, revistas e sites que promovem a atividade sexual — ou mesmo o romance.
Hoje, sou profundamente grata por nunca ter experimentado essas coisas ao longo dos anos e por provar o amor sendo despertado pela primeira vez na minha vida agora que estou prestes a casar. Mas essa talvez não seja a sua história. Se não for, não é tarde demais para começar agora a fazer escolhas que vão te beneficiar no futuro — seja casada ou solteira.
Uma dessas escolhas pode ser a de desenvolver habilidades práticas sobre como administrar um lar, como organizar refeições para uma família, como manter uma casa limpa, como gerenciar uma agenda familiar. Uma mulher me escreveu e disse: “Tenho visto muitas mulheres solteiras, já mais velhas, se casarem e perceberem que não fazem ideia de como fazer nada que seja prático relacionado ao lar”.
Então, enquanto você for mais jovem, desenvolva habilidades práticas que serão uma bênção para você e para outras pessoas, independentemente de você se casar ou não. Existe um aspecto prático de viver com outras pessoas — então, mulher solteira, faça escolhas que vão te beneficiar no futuro.
Ao longo de muitos anos, tenho encorajado mulheres solteiras que acham que desejam se casar, ou que acreditam que um dia Deus vai chamá-las para o casamento, a não viverem sozinhas por longos períodos de tempo. Eu mesma não achava que um dia me casaria, então morei sozinha por muitos e muitos anos!
Mas tem algo que fiz e pelo qual sou muito grata. Não fiz isso porque achava que ia me casar, mas porque achei que era o certo a se fazer, que honraria ao Senhor e abençoaria outras pessoas — e, no fim, também foi uma bênção para mim. As portas da minha casa sempre estiveram abertas. Meu coração sempre esteve aberto.
Já recebi estranhos, familiares, amigos e seus hóspedes, crianças pequenas que passavam suas mãozinhas sujas nas janelas recém-lavadas e pessoas que arrastavam coisas pelo chão da minha cozinha que eu tinha acabado de limpar. . .
Um casal — aquele que tem cinco filhinhos — se mudou para o porão mobiliado da minha casa quando se casaram, achando que ficariam ali por seis meses. Três anos e meio e dois filhos depois, eles finalmente se mudaram para casa própria.
Então, quando digo que morei sozinha, na verdade nunca estive realmente sozinha. Tive muitas pessoas ao meu redor naquela casa e sou tão grata por isso. Foi uma grande alegria para mim, como mulher solteira. Mas agora que estou prestes a me casar e a viver com um marido, fico muito feliz por ter tido esses anos de interrupções, distrações, inconveniências — coisas que exigiram flexibilidade e adaptabilidade da minha parte. Todas essas coisas se mostraram ser um excelente preparo (eu acho!) para o que está por vir. Para você, como mulher solteira, isso pode significar ter uma colega de quarto, receber pessoas com frequência ou morar com uma família. Eu olho para as pessoas nesta sala e vejo várias mulheres solteiras que fizeram essas escolhas.
Sou tão grata por essas escolhas de vida que me impediram de me tornar tão introvertida quanto eu poderia ter sido (porque eu sou bem introvertida mesmo). Escolhas que me forçaram a sair disso, a pensar nos outros e que me impediram de formar hábitos rígidos demais. (Logo logo vamos descobrir o quão rígida eu realmente sou com as minhas rotinas!) Foram decisões que me desafiaram a ser mais flexível.
Cultivar a submissão. Uma mulher olhou para mim outro dia e disse: “Você está prestes a descobrir como a submissão é difícil!” — e riu. E eu pensei: Não sei se isso é tão engraçado assim! E também não sei se acho que se submeter seja algo tão difícil assim.
Sei que há momentos em que a submissão pode ser desafiadora em relação a qualquer tipo de autoridade. Mas me deixa te dizer uma coisa: por décadas, venho fazendo escolhas nos lugares onde Deus me colocou para aprender submissão, para ter que lidar com um chefe, um membro de conselho, um colega de equipe que pensa diferente de mim sobre algum assunto.
Veja bem, não estou dizendo que sou submissa por natureza. Eu nasci com um gênio forte — e o Robert sabe disso! Mas posso dizer que sou profundamente grata por ter buscado viver, como mulher solteira, debaixo da proteção, da orientação e da liderança de homens, casais e líderes espirituais tementes a Deus. Isso serviu como uma proteção na minha vida durante os anos de solteira e, agora, vejo que também foi um preparo para viver sob a proteção e autoridade de um marido. E sou muito grata por isso!
E, ao refletir sobre meus anos de solteira, quero encorajá-la a ser intencional no cultivo de um caráter piedoso — cuide do seu coração. Muitas coisas na minha vida mudaram desde que Robert Wolgemuth apareceu. E muitas outras coisas estão prestes a mudar. Mas há coisas que o casamento não muda e não pode consertar — disciplina pessoal, padrões de hábitos, falhas de caráter, problemas de confiança, inseguranças.
Na verdade, tenho percebido que estar em um relacionamento coloca uma lupa nessas questões! Se como mulher solteira você é reclamona, difícil de conviver, indisciplinada, egoísta ou descontente, é exatamente esse tipo de mulher que você será ao se casar. E você não deseja isso para um marido, certo?
Portanto, lide com essas questões agora. Seja qual for a sua fase de vida, seja intencional em se tornar a mulher que Deus te criou para ser, conformando-se à imagem de Cristo. Preste atenção, algumas das circunstâncias que você está enfrentando agora são exatamente as que você precisa para se tornar mais semelhante a Jesus. Por isso, não desperdice a oportunidade deste momento. Aprenda a escolher a alegria agora, como mulher solteira, e você terá muito mais facilidade em escolher a alegria no casamento, se esse for o plano de Deus para você. Aprenda a cultivar um espírito de gratidão agora enquanto solteira e você terá um coração grato em qualquer outra fase da sua vida.
Aprenda a ser feminina, doce e receptiva. Tenho observado que muitas mulheres solteiras, à medida que envelhecem, se tornam mais rígidas, duras, críticas, severas e inflexíveis. Tenho visto isso acontecer ao longo dos anos e sempre orei: “Senhor, não quero que isso aconteça comigo”. Fiz essa oração muito antes de imaginar que um dia me casaria.
Por anos, minha oração tem sido: “Senhor, faça de mim uma mulher mais doce à medida que envelheço. Torna-me mais suave, mais gentil, mais receptiva. Ensina-me o que significa ter um espírito manso, tranquilo e gracioso; um coração bondoso e disposto a servir. Ajuda-me a cultivar calor humano e ternura”.
Se você é solteira e não tem afeto físico, seu coração pode acabar se tornando rígido. Por isso, sempre procurei manter pessoas ao meu redor — crianças, pessoas mais velhas que precisam de um abraço, de calor, de um gesto de bondade. Recentemente, eu estava em um culto com o Robert sentado à minha esquerda. À minha direita, estava uma amiga nossa que está separada do marido e passando por um momento muito difícil. O casamento dela tem sido difícil há muito tempo.
O braço de Robert estava em volta dos meus ombros. Nós estávamos de mãos dadas. E olhei para essa amiga à minha direita e pensei: “Ela não tem isso neste momento da vida”. Essa é uma mulher que já se doou tanto pelos outros. É uma mulher amável e graciosa — o tipo de mulher que eu quero ser. Mas, enquanto refletia sobre a diferença entre o que eu estava vivendo e o que ela não estava experimentando naquele momento, orei para que o Senhor a preenchesse com aquilo que Ele me deu ao longo dos anos como mulher solteira. O que seria isso? Um doce senso da Sua presença e da Sua paz.
E lembre-se: às vezes Deus usa você como canal do Seu toque na vida de outra pessoa. Então, peguei a mão dela várias vezes durante aquele culto e dei vários abraços nela antes de ir embora. Não sou muito dada a abraços, não é da minha natureza demonstrar afeto de forma física. Preciso me lembrar de expressar isso, preciso trabalhar nisso. Mas foi tão especial poder ser um canal de expressão do amor, da ternura e do calor de Cristo na vida dessa mulher.
Então, seja você solteira, casada — quem sabe uma mulher casada em um casamento imperfeito (o que inclui todas as mulheres casadas!) —, não importa: cultive um caráter piedoso exatamente onde você está neste momento. Não espere uma nova circunstância ou uma nova fase de vida. Cuide do seu coração. Tome agora decisões que vão te beneficiar no futuro, seja qual for a condição em que Deus te colocar.
Veja bem, isso vale para a mulher casada também. Se você aprender a confiar no Senhor agora, quando você se tornar viúva, já terá um histórico com Deus. Você não será atirada, de repente, em circunstâncias que vão te engolir e te levar embora. Não estou dizendo que será fácil, mas estou dizendo que você terá praticado o que significa confiar no Senhor. E, no fim das contas, esse é o objetivo.
Senhor, ajuda-nos a sermos Tuas mulheres, agora, na fase ou circunstância de vida em que o Senhor nos colocou, para que possamos Te glorificar e abençoar, servir e ministrar graça àqueles que o Senhor colocar em nossa vida. Oramos tudo isso por Jesus. Amém.
Raquel: Você acabou de escutar Nancy DeMoss Wolgemuth, falando com suas irmãs solteiras antes de se casar lá em 2015. Mas, uau, essa mensagem é para todas nós, porque no cerne dela está um chamado para colocar Deus em primeiro lugar e encontrar contentamento nele.
Essa série se chama Reflexões para as minhas irmãs solteiras. . . antes de eu me tornar uma mulher casada. Como a Nancy compartilhou hoje, é possível sim experimentar alegria e contentamento na vida de solteira! Ela escreveu um livreto maravilhoso sobre esse tema, no qual divide sua experiência e a sabedoria que Deus foi dando a ela ao longo dos anos. O título é Escolhida para Ele: Como abraçar a dádiva, as bênçãos e os desafios de ser solteira. Se você é solteira, ou tem amigas ou familiares que são, esse é um recurso precioso — cheio de verdades e encorajamento para te ajudar a viver seus anos de solteira como um presente das mãos de Deus.
Para saber como adquiri-lo, visite o nosso site avivanossoscoracoes.com e vá até a aba “Livros/Livretos” ou acesse o link que deixamos na transcrição do episódio de hoje, que você também encontra em nosso site.
Amada, complete a seguinte frase: “Eu seria feliz se ao menos. . .”
Se a sua resposta foi qualquer coisa que não seja “Jesus”, você nunca será verdadeiramente feliz. A Nancy vai falar mais sobre isso, no contexto do casamento e da solteirice, no próximo episódio — o último desta série. Não perca! Esteja com a gente amanhã aqui no Aviva Nossos Corações!
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
Clique aqui para o original em inglês.
1 Trecho do hino “’Tis So Sweet to Trust in Jesus”, escrito por Louisa Stead no século XIX. No Brasil, foi traduzido e adaptado como Doce é crer em Cristo; ele é o hino número 265 da Harpa Cristã.