Dia 2: A entrega total de Maria
Raquel Anderson: Janet Parshall te convida a refletir sobre isso: você já entregou o seu futuro a Deus?
Janet Parshall: Ele é o Senhor. Quando você O recebeu como Senhor, você deu a Ele o direito de intervir na sua vida no momento que Ele quiser.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de O Céu Reina, na voz de Renata Santos.
Desejamos a todas as nossas queridas ouvintes um Feliz Natal, cheio do amor de Cristo em seus lares e suas famílias!
O que eu mais amo nestes dias é que podemos celebrar uma das histórias mais incríveis que você vai ouvir em toda a sua vida.
Nancy DeMoss Wolgemuth: As pessoas amam se envolver com histórias nessa época do ano. Mas você tem razão — esta é a história das histórias.
Ontem, Janet Parshall nos conduziu …
Raquel Anderson: Janet Parshall te convida a refletir sobre isso: você já entregou o seu futuro a Deus?
Janet Parshall: Ele é o Senhor. Quando você O recebeu como Senhor, você deu a Ele o direito de intervir na sua vida no momento que Ele quiser.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de O Céu Reina, na voz de Renata Santos.
Desejamos a todas as nossas queridas ouvintes um Feliz Natal, cheio do amor de Cristo em seus lares e suas famílias!
O que eu mais amo nestes dias é que podemos celebrar uma das histórias mais incríveis que você vai ouvir em toda a sua vida.
Nancy DeMoss Wolgemuth: As pessoas amam se envolver com histórias nessa época do ano. Mas você tem razão — esta é a história das histórias.
Ontem, Janet Parshall nos conduziu lindamente à narrativa do Natal, quando refletimos sobre aquela jovem chamada Maria de Nazaré, e como Deus escreveu para ela uma história que era totalmente diferente do que ela esperava. Ela respondeu prontamente: “Sim, Senhor. Estou disposta a cumprir o papel que o Senhor quiser para mim nessa história.” Daqui a pouco, vamos ouvir a segunda parte da mensagem de Janet.
Raquel: Mas antes, vamos ouvir o que uma ouvinte do Aviva Nossos Corações, chamada Vanessa, compartilhou. Ela está aprendendo a confiar em Deus para escrever sua história. E se lembra de ter ouvido Joni Eareckson Tada em uma das conferências True Woman (Mulher Verdadeira, em português).
Vanessa: Ela falou sobre como o sofrimento é como espremer um limão. Ele revela as impurezas e o pecado do nosso coração. Ela disse que o desejo de Deus é, no final, trazer cura e liberdade para a nossa alma, e essa é a verdadeira liberdade.
Nancy: Deus usou essa mensagem para preparar o coração de Vanessa. Porque, poucos meses depois, ela foi diagnosticada com câncer de mama.
Vanessa: Naqueles momentos, parecia que meu mundo estava desabando.
Nancy: Mas o Senhor já estava preparando a Vanessa, por meio da verdade que ela havia ouvido na Palavra de Deus. Aquela mensagem da Joni Tada, durante a conferência Mulher Verdadeira, foi essencial nesse processo.
Vanessa: Deus me fez lembrar daquelas verdades e das promessas da Sua Palavra. Havia mesmo alegria no meio daquela hora tão escura.
A segunda e a terceira sessões de quimioterapia foram extremamente difíceis para mim. Quando comecei o tratamento, eu tinha aquela ideia de que não seria tão ruim assim. Eu meio que romantizei a situação toda na minha mente. Mas chegou um momento em que tudo ficou muito real pra mim; eu entendi o quão difícil aquilo seria, e ainda me restavam quatro sessões pela frente. Eu sentia: “Eu não vou conseguir. Não posso continuar indo lá e colocando esse veneno no meu corpo, ficando tão fraca.” Foi um período de muita confusão para mim.
Graças a Deus, Ele me protegeu de me tornar amargurada. Mas foi uma fase em que eu não sentia a presença de Deus como já havia sentido antes. Naqueles momentos, eu simplesmente me agarrava às promessas que sabia serem verdadeiras — mesmo sem sentir Sua presença. Eu não tinha as emoções, mas me firmava nas promessas dele.
Nancy: E nesse período tão escuro, a Vanessa continuou ouvindo aquela mensagem da Joni, que estava disponível no nosso site.
Vanessa: Eu escutei aquela mensagem repetidas vezes, porque era exatamente o que eu precisava naquele momento. Ela também passou por um câncer de mama. Eu senti como se fosse um beijinho de Deus do céu, mostrando que ela não só havia passado pela paralisia, mas também pelo câncer. Então ela entendia, de forma profunda, o que eu estava enfrentando.
Nancy: Sou muito grata por ver como o Senhor preparou a Vanessa para o período de sofrimento que ela enfrentou.
E sou imensamente grata por Aviva Nossos Corações ter feito parte desse processo. Ouvintes como você tornam essas conexões possíveis. Há muitas mulheres como a Vanessa que precisam de uma perspectiva bíblica e encorajamento para enfrentar situações que parecem impossíveis. E quando você apoia este ministério, você passa a fazer parte da história delas também.
Raquel: Ontem, Janet Parshall começou a nos contar a história de Maria, uma adolescente que disse “sim” ao Senhor. Esta mensagem foi originalmente compartilhada em uma conferência Mulher Verdadeira.
Quando paramos a mensagem ontem, Janet estava falando sobre um parente de Maria. Zacarias era um sacerdote que teve a honra de servir no templo, quando, para sua surpresa, recebeu a visita de um anjo com uma mensagem muito importante.
Janet: O homem deve quase ter infartado — ele já era idoso. Estava ali acendendo o incenso. É um momento incrível, e lá está ele.
A Bíblia nos diz o nome desse anjo — e é o mesmo anjo que aparece para Maria. Seu nome é Gabriel. E sabe o que é emocionante nisso tudo? No estudo sobre angelologia, entre todos os anjos que servem ao nosso grande e glorioso Rei — e são milhares e milhares deles —, que vigiam sobre nós e estão entre nós mesmo sem que percebamos. E louvamos a Deus por eles. Não os adoramos, mas eles demonstram a majestade do Senhor.
Mas, de todos os anjos, a Bíblia só nos revela o nome de dois deles: Miguel e Gabriel. Gabriel é tipo um “camisa 10” do time de Deus. Ele aparece nas horas certas. Ele está ali, em pé, à direita do altar do incenso. Gente, esse momento deve ter sido simplesmente inesquecível! Aquele sacerdote, justo, íntegro, obediente a todos os mandamentos. . . e lá está o anjo. Um anjo com uma missão especial, em um lugar especial, fazendo um trabalho especial. Ninguém esperava ser tocado por um anjo. Mas lá estava Gabriel. E o que o anjo diz? Ainda bem que a Escritura nos permite “assistir” esse momento. No versículo 13, de Lucas 1 o anjo diz:
Não tenha medo, Zacarias, porque a sua oração foi ouvida. Isabel, sua esposa, dará à luz um filho, a quem você dará o nome de João. (Lc. 1.13)
Isso é maravilhoso, porque João significa: “Yahweh concedeu graça”. Nome perfeito! Versículo 14:
Você ficará alegre e feliz, e muitos ficarão contentes com o nascimento dele. Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre materno. Ele converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus. E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado. (vv. 14–17)
Que mensagem! É um menino! E ele será corajoso, inabalável, defensor da Palavra de Deus. Ele será o último grande profeta. Vai preparar o caminho do Senhor. Vai ser cheio do Espírito Santo. Que coisa maravilhosa, que coisa gloriosa, aleluia! Mas. . . o que Zacarias faz? Ele responde o anjo com incredulidade. Isso vindo de um sacerdote! Péssima escolha, Zacarias. E o que ele diz? Versículo 18: “Como terei certeza disso? Pois eu sou velho, e a minha mulher também já tem idade avançada.”
Espera aí. . . Maria não disse: “Que se cumpra em mim conforme a tua palavra”? Jesus não disse: “Não seja feita a minha vontade, mas a tua”? O anjo não disse: “Para Deus, nada é impossível”? E o sacerdote aqui responde: “Como isso vai acontecer?” Nenhuma palavra de Deus será sem poder.
C.S. Lewis tem uma frase que eu amo. Ele diz: “Existem dois tipos de pessoas: aquelas que dizem a Deus ‘Seja feita a Tua vontade’, e aquelas a quem Deus diz: ‘Então tá, seja feita a sua vontade.’” Eu prefiro estar no primeiro grupo.
Quantas de nós somos como Zacarias? Quando olhamos para as nossas circunstâncias, em vez de olharmos para o nosso Rei, deixamos que as situações definam nossas reações, ao invés de nos lembrarmos que servimos a um Deus grande e poderoso.
E Elisabeth Elliot, com toda a sabedoria que Deus lhe deu, disse assim:
“Eu realmente não acho que você esteja em posição de barganhar com Deus. Ele é o Mestre. Ele é o Comandante. Não cabe a você dar opiniões. Cabe apenas aceitar as ordens conforme elas forem dadas.”
Elisabeth Elliot acertou em cheio. E Zacarias recebe uma correção. A versão moderna e resumida de Janet Parshall seria: “O anjo disse: ‘Cale essa boca.’”
Mas veja só o que acontece. Quando você pensa na grandiosidade da cena, dá até um arrepio na espinha.
Zacarias está ali, no lugar mais sagrado do templo, fazendo o trabalho mais significativo. E o anjo — um dos dois únicos com nome revelado na Bíblia — está ali, grandioso, ao lado do altar. E quando Zacarias começa a retrucar, dá pra imaginar Gabriel abrindo um pouco as asas e dizendo: “Eu sou Gabriel.” Como se ainda restasse alguma dúvida na mente de Zacarias, ele completa: “Estou a serviço de Deus.”
Nesse ponto, acho que eu teria caído no chão. E Gabriel continua:
Todavia, você ficará mudo e não poderá falar até o dia em que estas coisas vierem a acontecer, porque você não acreditou nas minhas palavras, as quais, no devido tempo, se cumprirão. (v. 20)
Eita, complicou.
Veja como essas duas pessoas reagiram de maneiras tão diferentes à mensagem de Gabriel:
- Zacarias está no templo.
- Maria está numa vila humilde da Galileia.
- Zacarias é sacerdote.
- Maria é uma jovem comum.
- Zacarias é um homem mais velho e experiente.
- Maria é uma adolescente.
- Zacarias responde com incredulidade e questionamento.
- Maria responde com fé e louvor.
- Zacarias fica mudo.
- Maria é chamada de bendita.
Que lembrança poderosa e encorajadora: Deus não está nem um pouco impressionado com o nosso status, ou com os nossos títulos, ou com qualquer aparência externa. Ele está interessado no nosso coração.
Essa jovem superou um sacerdote privilegiado. Não é à toa que ela foi chamada de “a favorecida”. E a história fica ainda mais emocionante. O versículo 39 continua: “Naqueles dias, Maria se aprontou e foi depressa à região montanhosa, a uma cidade de Judá.”
Você consegue imaginar se Maria, essa adolescente de treze anos, tivesse ido até seus pais e dissesse: “Estou grávida! Não é maravilhoso? E José não é o pai. Na verdade, foi o Espírito Santo quem realizou um ato milagroso. O bebê vai ser um menino, e ele será o Messias que estamos esperando há tanto tempo! Alguém vai me dar os parabéns?”
Não é bem assim. Nem um pouco. Então, para quem ela poderia contar? Maria não pode ir contar ao rabino. Ela não pode contar às vizinhas. Não sabemos de nenhuma interação que ela tenha tido com sua família, mas é provável que ela não tenha contado nem para sua mãe nem para seu pai. Então, o que ela faz? A única pessoa para quem ela pode contar é sua prima Isabel, porque Isabel recebeu o mesmo “telegrama celestial” que ela recebeu.
Ela quer ir ver Isabel. Então essa jovem de Nazaré parte para uma viagem que provavelmente teria entre 120 e 135 quilômetros. Naquela época, isso levaria de três a quatro dias, e há grandes chances de que ela tenha viajado sozinha por causa das circunstâncias. Mas ela estava com pressa.
Maria sabe, Maria sabe que Isabel, sua prima mais velha, vai entender completamente.
Maria sabe que Isabel também teve uma experiência miraculosa. E quando Maria vê sua prima idosa, antes estéril, agora grávida, ela sabe que isso vai confirmar fisicamente a mensagem que recebeu. “Se Isabel realmente estiver grávida, ai ai, isso significa que tudo o que o anjo Gabriel me disse também vai acontecer. Vamos, jumentinho, mais rápido, mais rápido, mais rápido!”
Isabel, a essa altura, adoraria a companhia. Ela está com seis meses de gravidez; está prestes a entrar no terceiro trimestre, e ela é idosa. Para piorar a situação, o marido dela, bem, ele não está falando muito ultimamente. (risos) Ela decide se recolher em casa — afinal, é a Isabel.
Ela é uma senhora idosa. Tem até carteirinha de aposentada (como se fosse do INSS), e agora está no terceiro trimestre. As pernas estão inchando, quem sabe como era o enjoo matinal. “Não tenho certeza se quero ser motivo de zombaria dos vizinhos. Eles sabem que estávamos orando há anos. Acho melhor não sair por enquanto.”
A Bíblia diz que ela se recolheu, e eu acho que isso não foi só para preparar o corpo, mas o coração também, para o que Deus tinha planejado para ela. Ela estava carregando uma criança milagrosa. E essa mulher fiel a Deus queria estar pronta para tudo o que a esperava.
Maria finalmente chega, e que encontro maravilhoso! As Escrituras descrevem com detalhes lindos, a partir do versículo 40:
Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre. Então Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E exclamou em alta voz: — Bendita é você entre as mulheres, e bendito o fruto do seu ventre! E que grande honra é para mim receber a visita da mãe do meu Senhor! Pois, logo que me chegou aos ouvidos a voz da saudação que você fez, a criança estremeceu de alegria dentro de mim. Bem-aventurada a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor. (vv. 40–45)
O bebê saltou. Lembra do que Gabriel tinha dito? Que esse menino seria cheio do Espírito Santo, mesmo dentro do ventre? Ele manifestou essa alegria, esse salto de reconhecimento, porque de dentro do útero da mãe, ele sabia. Era o trabalho dele, sua alegria, sua missão: anunciar que o Messias estava chegando. E ele estava cumprindo sua missão antes mesmo de respirar fora do corpo de Isabel. Ele estava proclamando, do ventre, que Jesus é o Senhor.
Veja, preciso parar aqui um instante para falar sobre a santidade da vida humana? Isso parece um “aglomerado de células” pulando para você? Existe alguma dúvida de que mulheres da Palavra são a favor da vida? Isabel também ficou cheia do Espírito Santo, e eu amo isso: “Com grande voz, ela exclamou.”
Grande voz! Pelo jeito, vemos no versículo 62, há evidência de que o marido dela não só não podia falar, como provavelmente também era surdo.Maria está bem na frente dela. Uma voz alta? Ela pode te ouvir — ela está na sua frente! Porque gritar? Mas Isabel reconhece que Maria está carregando o Senhor, o tão esperado Messias, o Salvador do mundo. Ela queria gritar isso dos telhados! E João pula dentro do ventre só para confirmar a mensagem. “Bendita é você entre as mulheres, e bendito o fruto do seu ventre!” (v. 42)
Isabel não tinha inveja de Maria. A mulher mais velha chama a mais jovem de bendita. Agora, perceba que não está escrito que ela era bendita acima das mulheres. Diz que ela era bendita entre as mulheres. E em nenhuma parte das Escrituras lemos que ela é descrita como co-redentora, ou que jamais tenha estado sem pecado. Mas por seu coração obediente e crente, por sua fidelidade ao chamado que Deus colocou em sua vida, ela foi sim bendita. Ela foi abençoada porque carregava a criança mais extraordinária.
Maria começa a cantar. É o que chamamos de seu “O cântico de Maria”. Lembra quando eu disse antes que Maria talvez fosse analfabeta? Mas isso não significa que ela não conhecesse a Palavra de Deus. Da sua boca, no Cântico de Maria, fluem várias referências do Antigo Testamento. Ela conhece o Deus da aliança que ela serve. Ela declara o que Deus fez por ela. Ela lembra dos profetas. Ela lembra dos salmos. Ela conhece a Lei. Ela reconhece que ela mesma precisa de um Salvador. Ela reconhece sua condição humilde. Ela canta sobre tudo o que Deus fez.
Como Warren Wiersbe disse, “Para os indefesos, os humildes e os famintos.” Maria oferece louvor pelo que Deus fez por Israel. Ela se lembra de como Ele cumpriu Suas promessas à nação, de como os protegeu. Ela entende que há uma conexão eterna e profunda entre Israel e o Messias. Então, Maria canta sua confiança em forma de louvor porque Deus é poderoso, soberano, grandioso, misericordioso, digno, cheio de graça, Salvador, Senhor. Maria conhecia a Deus e O amava.
A taxação romana a forçaria a fazer uma viagem longa e dolorosa nos últimos dias da gravidez. Ela não teria uma cama limpa com lençóis limpos nem a ajuda de mulheres e parteiras no dia do parto. Grávida de nove meses, ela teria que se acomodar num estábulo. Então tire da sua mente aquela cena arrumadinha e encantadora do presépio que você monta todo ano. Maria está cansada, grávida e em um estábulo com mau cheiro — não era o que ela esperava.
Pouco depois do nascimento de seu precioso menino, ela recebe visitas no estábulo. “Ah, ótimo! Convidados que lidam com animais — era só o que me faltava.” Os pastores chegam e confirmam, porque, lembre-se, eles também receberam uma visita dos anjos. Lucas 2.14 diz: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.” E esses pastores beduínos chegam e confirmam mais uma vez a mensagem que ela ouviu tantos meses antes de Gabriel, de que Ele, de fato, é o tão esperado Messias. Eles confirmam a mensagem, e ela guarda em seu coração as palavras: “Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e Maria guardava todas essas coisas.” (Lucas 2.51)
Depois, sendo judeus observantes, o que Maria e José fazem? Levaram o menino Jesus ao templo para ser consagrado. Quando chegaram lá, havia um homem idoso, justo e fiel, chamado Simeão. Ele confirma mais uma vez para Maria a verdade do que Gabriel havia dito. Ele declara:
Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel. (Lucas 2.29–32)
Mas Maria ouve Simeão, esse homem idoso que conhecia o significado daquele bebê, que sabia exatamente por quem estava esperando. E ele disse algo mais, algo que teria um impacto profundo sobre Maria: “Uma espada traspassará a sua alma” (Lucas 2.35). A palavra “espada” aqui, acredite ou não, é a mesma usada para descrever a enorme espada larga que Golias usava. O que ele está dizendo com o uso dessa palavra é que Maria passaria por uma dor profunda e dilacerante — não era o que ela esperava quando disse “sim”.
A.W. Tozer disse: “O verdadeiro seguidor de Cristo não perguntará: ‘Se eu abraçar essa verdade, qual será o custo?’ Ao contrário, ele dirá: ‘Essa é a verdade. Deus me ajude a andar nela. Venha o que vier.’”
Maria, José e o pequeno Jesus precisaram fugir do país por causa de um rei maníaco e paranoico que queria matar todos os meninos pequenos que pudesse. Eles foram para o Egito, não para Nazaré. Ela teria amado voltar para sua cidade, criar seu precioso menino, conversar com as vizinhas e começar a viver a vida como esperava que fosse. Mas tudo havia mudado.
Eles foram para uma terra estrangeira, e mais uma vez o véu das Escrituras se fecha. A Palavra fica em silêncio sobre o que aconteceu na infância de Jesus. Mas, sendo uma serva, uma escrava, uma doulos, Maria sabia que estava entregando seus planos, sua agenda, suas expectativas Àquele a quem ela confiou sua vida. Não era o que ela esperava quando disse “sim”.
Enquanto Ele estava pendurado naquele pedaço de madeira, naquela colina do lado de fora de Jerusalém, com um formato tão distinto, diante dos guardas zombadores e da multidão escarnecedora, ela ouviria seu primogênito dizer: “Mulher, eis aí o teu filho.” E ao jovem de coração sensível chamado João, que estava ao lado dela, Ele diria: “Eis aí tua mãe.” Está aí aquela palavra preciosa, esse termo definidor: mãe. Ele era seu filho, e também seu Salvador.
Maria havia ponderado. Ela se lembrava de tudo. Maria amaria seu filho e veria seu filho morrer. Maria teria a alegria de criar seu filho, mesmo sem entender plenamente — até depois da morte dele — tudo o que Ele era, é e será. Maria conheceria Deus de maneira mais profunda através de Jesus. Ela veria seu filho, seu Salvador, morrer por seus pecados. Simeão estava certo: aquilo doeu profundamente. Não era o que ela esperava quando disse “sim.”
Uma moça de cidade pequena, com pouca instrução, menos dinheiro, visitada por um mensageiro de Deus que trouxe uma notícia que ninguém jamais tinha ouvido antes, e que ninguém ouviria novamente.
Ela estava disposta a abrir mão de seus próprios planos, objetivos, agendas e sonhos para ser uma doulos. Ela foi humilde, obediente, submissa — e mudou a história. Se Deus pôde fazer isso com Maria, bendita entre as mulheres, o que Ele não poderia fazer com uma mulher hoje que esteja disposta a ser uma serva? Uma mulher hoje que esteja disposta a dizer: “Deus, dá-me os Teus desejos para o meu coração. Senhor, seja sempre o primeiro na minha vida. Pai, não seja feita a minha vontade, mas a Tua.”
Henry Blackaby também disse o seguinte: “Ele tem o direito de interromper sua vida. Ele é o Senhor. Quando você O aceitou como Senhor, você Lhe deu o direito de tomar para Si a sua vida a qualquer momento que Ele quiser.” Se tomarmos essa mesma postura de Maria, acho que é quase garantido que as coisas não sairão como esperávamos — mas Ele tem o direito sobre nossas vidas. Fomos compradas por um preço. Somos Sua Noiva. E somos Suas servas.
Maria amava a Deus; ela conhecia Sua Palavra; ela esperava por Ele. Quando o mensageiro de Deus chegou, ela não duvidou, não discutiu, nem debateu. Ela se submeteu. E a vida não foi fácil para ela, mas ela confiou em Deus e no plano dele para sua vida. Ellen Redpath disse:
Estamos preparadas para servir ao Senhor somente por meio do sacrifício. Estamos aptas para a obra de Deus apenas quando choramos por ela, oramos por ela, e então somos capacitadas por Ele para enfrentar a tarefa que precisa ser feita. Que Deus nos dê corações que sangram, olhos bem abertos para ver, mentes claras para interpretar os propósitos de Deus, vontades obedientes e uma determinação absolutamente inabalável ao nos colocarmos diante das tarefas que Ele quer que realizemos.
Maria, com seu coração humilde, obediente e submisso, disse “sim” — e nós também devemos dizer.
Nancy: Mal consigo pensar em um exemplo maior de alguém que disse “sim” ao plano de Deus do que a vida de Maria, a mãe de Jesus. Ouvimos Janet Parshall, que nos mostrou o que foi necessário para Maria dizer: “Sim, Senhor.” Se pensarmos bem, foi um enorme ato de fé e rendição.
Eu não sei o que você pode estar enfrentando enquanto caminha por esta época de Natal, mas a pergunta é: No meio de tudo isso, você está dizendo: “Sim, Senhor”? Ou você está agarrada a alguma questão, algum anseio não realizado, algum desejo? Você está dizendo: “Eu quero do meu jeito”? Estaria disposta, como Maria, a entregar seus planos e desejos ao Senhor e simplesmente dizer: “Sim, Senhor”? Diga a Ele que você confia no plano e nos caminhos dele.
Ao refletirmos sobre o que Deus fez por nós no primeiro Natal, ao enviar Seu próprio Filho para nascer como um bebê, podemos ter certeza de que o plano de Deus é bom. Não há momento melhor para dizer: “Sim, Senhor, sou tua serva. Que se cumpra em mim conforme a tua Palavra.”
Um Feliz Natal a todas as ouvintes do Aviva Nossos Corações e até amanhã.
Raquel: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, sustentado por seus ouvintes e dedicado a chamar mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.
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