
Dia 1: Um ato da vontade
Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth tem um conselho sábio para qualquer pessoa que já tenha lutado para perdoar.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Uma das coisas que mais me ajudou foi perceber que o perdão não é um sentimento. Perdão não é emoção. Perdão, no fim das contas, é uma escolha. É uma decisão.
Raquel: Este é o podcast Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora do livro Escolhendo o perdão: Sua jornada para a liberdade, na voz de Renata Santos.
No final de julho e entrando em agosto, estamos falando sobre rendição, mais especificamente na área do perdão. Esperamos que você seja intencional e proativa no seu caminhar espiritual, e uma área que pode ser difícil de entregar a Deus é justamente a questão de perdoar alguém que nos feriu.
Quero dizer logo no começo: para algumas de vocês, a simples ideia de perdoar quem as …
Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth tem um conselho sábio para qualquer pessoa que já tenha lutado para perdoar.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Uma das coisas que mais me ajudou foi perceber que o perdão não é um sentimento. Perdão não é emoção. Perdão, no fim das contas, é uma escolha. É uma decisão.
Raquel: Este é o podcast Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora do livro Escolhendo o perdão: Sua jornada para a liberdade, na voz de Renata Santos.
No final de julho e entrando em agosto, estamos falando sobre rendição, mais especificamente na área do perdão. Esperamos que você seja intencional e proativa no seu caminhar espiritual, e uma área que pode ser difícil de entregar a Deus é justamente a questão de perdoar alguém que nos feriu.
Quero dizer logo no começo: para algumas de vocês, a simples ideia de perdoar quem as machucou pode despertar uma tempestade de emoções. Pode até ser tentador parar de ouvir agora. Mas, se for esse o seu caso, posso te fazer um pedido? Por que não escutar essa série sobre perdão até o fim antes de tirar suas conclusões? Nancy vai nos ajudar a entender o perdão a partir da perspectiva bíblica. Você pode se surpreender com o que a Palavra de Deus diz — e com o que ela não diz — sobre esse assunto. Então, fica com a gente, tá bom?
Ótimo! Vamos mergulhar nesse tema. Aqui está a nossa anfitriã, Nancy DeMoss Wolgemuth.
Nancy: Nunca vou me esquecer do dia, há alguns anos, em que eu estava liderando uma conferência para mulheres. Em certo momento, abrimos o microfone para testemunhos. Uma mulher veio até o microfone e, diante de toda a plateia, contou sua história: catorze anos antes, sua filha adulta foi perseguida e brutalmente assassinada por um homem que ela não conhecia. E essa mãe se virou para mim, diante de todas aquelas mulheres, e com uma dor profunda, cheia de emoção, perguntou: "Eu tenho odiado esse homem por catorze anos. Como posso perdoá-lo? Como posso perdoar?"
Agora, vocês que são mães — e até mesmo as que não são — podem imaginar pelo menos um pouco da angústia e da dor devastadora que essa mulher experimentou. Talvez sua experiência tenha sido parecida, ou talvez não tenha comparação. Mas, para você, foi algo muito sério. Pode ter sido uma dor profunda, uma ferida do passado, ou algo que você está enfrentando neste exato momento.
Lembro-me de outra mulher que veio falar comigo sobre uma situação diferente, mas que também tinha a ver com dor e feridas emocionais. Ela disse: "Eu me sinto como uma cristã robô. Afastei Deus da minha vida e agora apenas finjo, sigo os rituais, mas meu coração está ferido."
Esse tema da dor, das feridas e do sofrimento toca a todas nós. Todas já passamos por isso. Cada uma tem a sua história. Se não são as nossas próprias dores, temos pessoas próximas a quem amamos e queremos ajudar e encorajar, para que saibam como lidar com as feridas da vida.
Acho que precisamos começar reconhecendo um fato: todas nós seremos feridas em algum momento. Isso é inevitável. Seremos injustiçadas.
Você pode pensar: "Isso não parece muito encorajador." Mas precisamos lembrar que é uma realidade da vida. Não há como escapar. O sofrimento faz parte deste mundo caído e pecaminoso. Independentemente da sua idade ou situação, em algum momento você será ferida. Haverá pessoas que te tratarão de maneira errada.
Talvez você tenha sido magoada por uma amiga em quem confiava, que mentiu para você ou sobre você. Talvez um professor tenha te envergonhado na frente da turma quando você era criança ou adolescente, e até hoje essa lembrança está guardada no seu coração.
Pode ser que alguém tenha te traído, te enganado ou até roubado algo seu ou da sua família.
Talvez sua dor tenha vindo de um dos seus pais, que te rejeitou, que não sabia expressar amor e demonstrou exatamente o oposto. Ou talvez sua dor venha de um filho que se rebelou e trouxe vergonha para você e para sua família.
Pode ser algo que alguém fez contra um dos seus filhos. Eu sei que é muito mais fácil suportar uma dor que vem diretamente contra nós do que ver alguém ferindo nossos filhos. É uma dor intensa quando vemos nossos filhos sendo injustiçados.
Talvez você tenha sido ferida por um chefe que te tratou de forma injusta ou que prejudicou seu marido. Ou pode ter sido um líder espiritual em quem você confiava, mas que acabou não sendo quem aparentava ser. E, em alguns casos, a ferida pode vir de outra direção. Uma mulher veio falar comigo há pouco tempo e disse o seguinte: "Como que se perdoa uma igreja inteira?"
Ela é filha de um pastor e contou: "No ano passado, a igreja expulsou meu pai do ministério. Eles pecaram contra ele. Fizeram algo terrível. Até hoje continuam falando dele, e há muitos relacionamentos destruídos por causa disso." Ela está ferida.
Há mulheres que foram machucadas pelo próprio pai ou por um parente que roubou sua inocência e as usou sexualmente. Outras foram ao altar com os olhos brilhando, ouvindo um homem prometer amor "até que a morte nos separe". Mas, para elas, esse sonho virou um pesadelo — acabou em decepção, perda e rejeição. A vida traz dores e feridas.
Eu sei que algumas das situações que mencionei são questões muito sérias e delicadas. Algumas delas você nem gostaria de ver no mesmo parágrafo. Mas quando acontece com você, no momento em que a dor chega — e, às vezes, ao se lembrar dessa ferida anos depois — o sofrimento parece ser tão real e tão intenso quanto foi há vinte, trinta anos ou mais.
A verdade é que todas nós seremos feridas em algum momento. Seremos ofendidas. Somos uma geração de pessoas machucadas. Quando converso com mulheres e olho nos seus olhos, vejo as cicatrizes, vejo as marcas profundas deixadas pelo sofrimento e pela dor.
Na verdade, algo que tenho ouvido com mais frequência nos últimos anos é a frase: "Eu estou com raiva." E logo em seguida, elas dizem: "Estou com raiva do meu marido. Estou com raiva dos meus pais. Estou com raiva dos meus filhos. Estou com raiva do meu pastor."
Anos atrás, eu não ouvia isso com tanta frequência. Mas hoje eu ouço cada vez mais. E, às vezes, as mulheres dizem: "Estou com raiva de Deus."
No fim das contas, a ferida não tratada e a amargura, se não forem resolvidas da maneira que Deus nos ensina, acabam se transformando em raiva contra o próprio Deus.
Afinal, se Ele é todo-poderoso, Ele poderia ter impedido aquilo de acontecer. Mas Ele não impediu. Por quê? Muitas mulheres pensam: "Eu não posso confiar em um Deus que permitiu que isso acontecesse na minha vida."
Há tantas mulheres com espíritos feridos, carregando dores profundas. E quando guardamos essas feridas em nossos corações sem resolvê-las da forma que Deus nos ensina, elas começam a se transformar em amargura silenciosa. E essa amargura pode virar raiva, ódio e desejo de vingança — e, em alguns casos, até violência.
É isso que estamos vendo hoje em nossas escolas. Algumas de vocês têm medo de enviar seus filhos para a escola por causa da violência.
Você já deve ter ouvido o ditado: "O animal mais perigoso da floresta é aquele que foi ferido."
Não estou justificando nenhuma das formas erradas de reagir à dor, mas a verdade é que, geração após geração, nós temos lidado com nossas feridas machucando outras pessoas.
Talvez você já tenha experimentado isso como mãe. Você sentiu as dores da sua infância, e agora, sem perceber, se pega dizendo coisas para os seus próprios filhos que jamais imaginou que diria. Palavras que você sabe que ferem seus corações. Pode ser que você nunca tenha lidado com as feridas do seu passado da maneira que Deus nos ensina.
À medida que avançamos nessa série sobre o perdão e sobre como lidar com as dores e feridas do passado, quero começar dizendo que não só é inevitável que sejamos feridas, como também precisamos lidar com isso de alguma forma. E aqui está um princípio básico que eu acredito ser fundamental: o que determina a forma como nos tornamos e quem somos não é o que acontece conosco.
Muitas vezes pensamos que simplesmente somos o que somos por causa do que aconteceu conosco. "Eu sou assim porque passei por isso." "Eu educo meus filhos desse jeito porque fui criada assim." "Eu reajo dessa forma porque foi assim que as pessoas me trataram."
Mas a verdade é que o que determina quem nos tornamos e o rumo da nossa vida não é o que acontece conosco. O que acontece certamente nos afeta, nos influencia. Mas não tem o poder de definir quem somos. O fato é que, quem somos e o resultado de nossas vidas é determinado por como escolhemos responder às circunstâncias que vivemos.
Talvez você esteja pensando: "Isso não é muito encorajador. Não me parece uma boa notícia, porque agora você está dizendo que a responsabilidade é minha. Eu queria poder culpar outra pessoa — talvez assim doesse menos. Mas agora parece que a culpa é minha."
Mas aqui está o motivo pelo qual isso é uma boa notícia: Se o rumo da minha vida fosse determinado por coisas que estão fora do meu controle — pela maneira como as pessoas me trataram, pelo que fizeram contra mim — então eu seria uma vítima sem esperança. Se eu não tivesse nenhum controle sobre o que acontece comigo, não haveria saída. Eu estaria presa ao meu passado, sem chance de mudança.
Mas o fato é que, pela graça de Deus e como filhas de Deus, nós podemos escolher — com a força do Espírito Santo — como responderemos às situações que enfrentamos. E isso traz esperança! Porque Deus nos dá graça para escolher responder de forma que O agrada e que nos liberta da escravidão do passado.
Toda vez que somos feridas, temos uma escolha: como vamos responder?
Existem basicamente duas formas de reagir à dor.
A primeira é como a maioria das pessoas reage, se tornam cobradores de dívida. O que fazem? Mantêm o ofensor cativo.
Quando nos tornamos cobradoras de dívidas, isso nos leva à amargura e ressentimento. É o caminho da retaliação; eu vou me vingar. Talvez a gente não se vingue de maneira óbvia, mas acabamos guardando rancor no coração. Ficamos frias, indiferentes, distantes. Não damos amor. Seguramos essa raiva dentro de nós, e, no final, quem realmente fica presa somos nós mesmas.
Existe um caminho alternativo, o caminho de Deus.
O caminho do perdão. Esse caminho significa libertar nossos ofensores da prisão emocional, soltá-los, deixá-los ir.
E quero deixar isso bem claro: não perdoamos porque a pessoa merece. Muitas vezes, a pessoa que nos feriu nunca vai reconhecer o erro. Talvez nunca peça perdão. Então, perdoamos não porque elas merecem, mas por causa da incrível graça divina.
A graça de Deus é imerecida. E assim como Deus nos perdoou quando não merecíamos, Ele nos chama a estender essa mesma graça aos outros. Esse é o caminho não da vingança, mas da reconciliação.
Nós escolhemos qual caminho vamos seguir.
Lembro-me de um dia, no final de uma conferência onde eu havia falado o dia todo, quando uma sogra e sua nora vieram me procurar. A jovem estava grávida, com uma barriga já bem grande — parecia estar no último mês de gestação. As duas queriam compartilhar comigo a sua história.
A jovem estava casada com o filho daquela senhora há quatro anos. Desde o começo do relacionamento do casal, aquelas duas mulheres nunca se deram bem. Desde o namoro do rapaz até aquele dia, sempre houve tensão entre elas. Elas se ressentiam uma da outra profundamente. Havia barreiras, distanciamento e muita mágoa entre as duas. E o pior? Elas nem sabiam ao certo por quê.
Porque quando olhamos para alguém através das lentes da dor, chega um ponto em que tudo o que essa pessoa faz nos incomoda.
Naquele dia, Deus agiu nos corações das duas.
Elas nem tinham planejado ir juntas à conferência. Na verdade, a sogra fazia parte da equipe que organizou o evento, e ela confessou: "Eu nem convidei minha nora. Eu sabia que, se eu chamasse, ela não viria."
Mas, de alguma forma, as duas acabaram lá.
Sentadas em pontos diferentes do auditório.
E durante aquela tarde, conforme falávamos sobre perdão, Deus foi trabalhando nelas. Eu não sei qual das duas deu o primeiro passo, mas o que eu sei é que aquelas mulheres terminaram a conferência juntas, na sala de oração, nos braços uma da outra.
Pedindo perdão uma da outra pelas mágoas, as feridas, os erros, e depois liberando perdão em nome de Jesus.
Eu acompanhei um pouco depois e conversei com a sogra. Também recebi uma carta da nora e descobri que, nas semanas seguintes, elas começaram o processo de reparar os danos causados por anos de amargura e raiva. Até mesmo passaram a se encontrar regularmente para orar juntas e estudar a Palavra.
Veja bem, os problemas delas não desapareceram completamente. Ainda havia questões a serem resolvidas. Havia muito acúmulo ali, mas o processo de cura começou com um ato de perdão.
Acredito que precisamos entender algumas verdades sobre o perdão, e uma das coisas que mais me ajudou foi perceber que o perdão não é um sentimento. Perdão não é uma emoção. Perdão, no fim das contas, é uma escolha. É um ato da minha vontade.
Não se trata de "eu não consigo perdoar", mas sim de "eu não quero escolher perdoar". Veja bem, a Palavra de Deus — e todas nós sabemos disso — diz claramente que devemos perdoar. E quando Deus nos dá um mandamento, se somos Suas filhas e temos o Espírito Santo habitando em nós, Ele também nos dá o poder e a capacidade de obedecer.
Filipenses 2.13 nos diz: “porque Deus é quem efetua em vocês tanto o querer”, isso é o desejo, “como o realizar segundo a sua boa vontade”. Sei que esses versículos são bem conhecidos por muitas de nós, mas acho importante repetirmos essas verdades e Escrituras para nos lembrarmos do que a Palavra de Deus diz sobre o perdão.
Por exemplo, no capítulo 11 de Marcos, ouvimos Jesus dizendo: “E, quando estiverem orando. . .” Quando você vai à igreja, quando participa de um grupo de oração, quando está no seu momento a sós com Deus, “se tiverem alguma coisa contra alguém. . .” Antes de terminar o versículo, deixe-me perguntar: você concorda que essa frase cobre tudo? “Se tiverem alguma coisa contra alguém. . .”, é uma frase ampla dita por Jesus aqui. Isso inclui qualquer ofensa que eu esteja guardando no coração.
Ele está dizendo: "Quando você for falar com seu Pai celestial, se estiver guardando algo contra alguém, pare e perdoe essa pessoa. Perdoe-a, para que o seu Pai celestial perdoe os pecados de vocês." Falaremos mais adiante sobre como nossa capacidade de experimentar o amor e o perdão de Deus está diretamente ligada à nossa disposição de perdoar os outros.
Quero ler mais alguns versículos que reforçam esse mesmo ponto. Você provavelmente já conhece essa passagem de Efésios 4, que diz: “Que não haja no meio de vocês qualquer amargura”. Toda amargura.
É verdade que, muitas de nós lidamos com a maior parte da nossa amargura, mas deixamos uma pequena raiz dentro do coração. E quero dizer algo sério: essa pequena raiz de amargura que você permite permanecer no seu coração pode ser a sua ruína.
Por isso, o apóstolo Paulo diz: “Que não haja no meio de vocês qualquer amargura, indignação, ira, gritaria e blasfêmia, bem como qualquer maldade. Pelo contrário, sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando uns aos outros, como também Deus, em Cristo, perdoou vocês.” (Efésios 4.31-32)
Há uma passagem semelhante em Colossenses 3, onde Paulo diz: “Portanto, como eleitos de Deus, santos e amados. . .” Quero abrir um parêntese aqui: se você não é uma filha de Deus, então você não terá a capacidade de perdoar verdadeiramente.
Ele está falando com aquelas que são escolhidas de Deus, santas diante Dele. E o que ele nos ordena?
"Revistam-se de profunda compaixão."
Eu sei que todas nós nos vestimos hoje de manhã. Mas será que nos vestimos de compaixão? Será que pensamos em colocar o amor? Ele diz: “revistam-se de profunda compaixão, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência.” (Cl 3.12) Que lista, não é?
Quando você se veste de manhã, você pensa em se revestir dessas qualidades? E quero dizer que, dentro dos nossos lares, nos nossos locais de trabalho e nos nossos relacionamentos, seria bom nos perguntarmos, de tempos em tempos: "Como estou indo nessas áreas?"
Será que eu tenho me vestido de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência? Imagine como o ambiente da sua casa, da sua igreja e do seu trabalho seria diferente se nós, mulheres, nos vestíssemos dessas características todos os dias.
Colossenses 3.13, continua dizendo: "Suportem-se uns aos outros e perdoem-se mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outra pessoa." E aqui está o padrão: "Perdoem como o Senhor perdoou vocês". Esse é um padrão elevado, não é? Como devemos perdoar? Como Deus nos perdoou.
Bem, isso nos leva à pergunta: "Como Deus nos perdoou? Como Deus nos perdoou por termos matado Seu único Filho?" Quando voltamos ao Salmo 103, temos uma visão de como Deus nos perdoa, como vemos em muitos outros lugares nas Escrituras, onde nos é dito que o Senhor não nos tratou conforme os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniquidades. “Pois quanto o céu se eleva acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem. Quanto o Oriente está longe do Ocidente, assim ele afasta de nós as nossas transgressões.” (Sl 103.11–12)
Como Deus nos perdoou? Vemos que o perdão de Deus é completo. É permanente. É incondicional. E o que eu mais amo sobre isso é que é imerecido. É absolutamente imerecido. Não podemos conquistá-lo, não podemos comprar, não podemos fazer mais esforço para obtê-lo. O perdão dele é todo graça. Então, como devemos amar os outros?
Como devemos perdoar os outros quando eles pecam contra nós? Nosso perdão deve ser completo. Deve ser permanente. Deve ser incondicional. E deve ser dado, mesmo quando não é merecido.
Aqui está a coisa mais maravilhosa sobre a graça de Deus: nós realmente podemos perdoar os outros com a mesma graça que recebemos de Deus. Eu amo isso sobre a graça de Deus. Ele derrama sobre as nossas vidas, Ele nos concede riquezas abundantes e excedentes da Sua graça. Ele as derrama sobre nós. E então, quando Ele nos pede para estender graça, misericórdia e perdão aos outros, de onde vem essa graça? De Deus. Nós não a temos em nós mesmas.
Mas Deus nos deu Sua graça para que possamos estender aos outros a mesma misericórdia e graça que recebemos dele.
O perdão é uma escolha, é um ato da minha vontade. É uma resposta ao mandamento de Deus que diz: "Sim, Senhor, embora tenha sido profundamente ferida, pela Tua graça, eu escolho o caminho do perdão."
Raquel: Essa é a nossa apresentadora, Nancy DeMoss Wolgemuth, nos encorajando a fazer essa escolha de perdoar, não porque aqueles que nos feriram mereçam, mas por causa da graça que Deus nos deu.
Nancy, é só o primeiro dia da série e você já nos deu coisas importantes para refletirmos. Obrigada!
Nancy: Obrigada, Raquel. Eu não sei se há algum assunto mais importante para lidarmos nesses dias, onde há tanta dor, tanta raiva, tanto sofrimento, do que tratar dessa questão de como recebemos o perdão de Deus e como estendemos esse perdão aos outros. É um assunto gigantesco. É um assunto difícil. Vai tocar pontos sensíveis e talvez dolorosos em nossos próprios corações enquanto percorremos isso.
Mas quero dizer que vale a pena, e eu sei disso, tendo visto tantas pessoas e também tendo vivido isso, ao caminhar na liberdade. Continue conosco. Peça ao Senhor para ajudar você a tornar pessoal o que vamos falar nesses dias.
Raquel: Eu estou lidando com algumas questões de perdão na minha própria vida agora, então é muito oportuno. Eu estava pensando enquanto você falava, que realmente é oportuno para muitas de nós. Sempre há alguém que precisamos perdoar ou de quem precisamos receber perdão.
Eu quero voltar ao que você começou hoje, porque é um assunto realmente difícil. Aquela mãe dizendo: "Eu odeio o homem que matou minha filha. Como posso perdoá-lo?" Como você responde a uma pergunta como essa?
Nancy: Bem, eu acho que nunca vou esquecer aquele momento, embora tenha se passado muitos anos. Porque você tem essa conferência cheia de pessoas e essa mulher se levantando na frente de todo o público. Claro, aquele não era o momento de conversar com a mulher da maneira que eu gostaria. Mas o que eu amaria ter a chance de fazer naquela situação seria sentar com aquela preciosa mulher, segurá-la, amá-la, chorar com ela, expressar a ela que Deus lamenta com ela essa perda horrível e que Ele tem compaixão genuína por ela.
Acho que entender e ouvir faz muito bem para abrir o coração de uma mulher para entender a verdade.
Quando o momento for certo e você tiver o relacionamento estabelecido, tente apontar alguém de volta para a Palavra de Deus, porque é assim que a dor se transforma em esperança. É através das Escrituras. Quando dizemos: "Libere a amargura. Deixe-a ir. Não a guarde." Não estamos dizendo que você deve desculpar o que a outra pessoa fez. Não estamos dizendo que não importa.
Esses são alguns dos assuntos que vamos tratar nos próximos dias nesta série sobre perdão. No final das contas, veremos que o objetivo é entregar esse direito que queremos ter de punir a pessoa que nos feriu, entregá-lo ao Senhor e ao sistema judicial, que Deus ordenou para lidar com os malfeitores.
Seja aquela mulher ou alguém que está ouvindo agora que tenha uma grande dor ou ferida. Pode ser algo que aconteceu há anos. Pode estar acontecendo até agora. Você precisa de um conselheiro ou mentor sábio e piedoso para andar ao seu lado, orar com você, abrir a Palavra de Deus com você e ajudá-la amorosamente a passar por esse processo.
Não é como estalar os dedos e "você perdoou" e tudo está resolvido. A dor não desaparece assim. Mas podemos passar da dor para a esperança. Até as feridas enormes podem ser transformadas em esperança através do Evangelho de Jesus Cristo.
Raquel: Boas palavras, minha amiga. Vamos falar mais sobre o perdão à medida que a série continuar ao longo desta semana.
Se isso é algo que você gostaria de explorar mais a fundo, você vai querer adquirir uma cópia do livro de Nancy Escolhendo o perdão: sua jornada para a liberdade. Ele está disponível no nosso site avivanossoscoracoes.com.
Nancy: Amanhã, aprenderemos por que o não perdoar é como uma prisão. E veremos quem está sendo mantido nessa cela, porque não é apenas uma pessoa. Espero que você se junte a nós para isso.
Raquel: Eu certamente estarei, Nancy. Vamos encerrar a mensagem o que ouvimos hoje com uma oração da Nancy.
Nancy: Pai, nós todas reconhecemos que tivemos feridas e danos no nosso passado. Algumas de nós nesta sala estamos vivendo circunstâncias dolorosas em nossas vidas neste exato momento. Há pessoas que estão nos ofendendo, que estão pecando contra nós. Peço que nos ensine a perdoar. E nos perdoe, Senhor, assim como perdoamos os nossos devedores. Que não dependamos de nossos sentimentos, que não esperemos até sentirmos vontade de perdoar, mas que estejamos dispostas a dizer: "Sim, Senhor, eu escolho, pela Tua graça, estender o perdão àqueles que me prejudicaram, aqueles que pecaram contra mim." Obrigada, Senhor, pela Tua incrível graça derramada em nossas vidas. E que possamos perdoar os outros como o Senhor nos perdoou. Oramos em nome de Jesus, amém.
Raquel: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
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