
Dia 1: Por que precisamos de discernimento?
Raquel Anderson: Melissa Krueger nos adverte que podemos ser enganadas por nossos próprios corações.
Melissa Krueger: Precisamos estar atentas, não apenas às pessoas que podem tentar nos prejudicar, mas também ao nosso próprio coração, que pode nos enganar e nos dizer o que desejamos ouvir.
Raquel: Você está ouvindo Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mentiras em que as mulheres acreditam, na voz de Renata Santos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Em 2022, tivemos uma conferência True Woman. Uma das coisas que fizemos foi oferecer uma série de sessões simultâneas com diferentes palestrantes falando sobre assuntos diversos. Tínhamos dezenas de opções que as pessoas podiam escolher. E, ao fazer sua inscrição, as mulheres decidiam de quais sessões desejavam participar.
Para mim, foi uma surpresa muito agradável quando vi que uma das sessões que atraiu mais interesse foi a de uma amiga minha, Melissa Krueger, que abordaria o …
Raquel Anderson: Melissa Krueger nos adverte que podemos ser enganadas por nossos próprios corações.
Melissa Krueger: Precisamos estar atentas, não apenas às pessoas que podem tentar nos prejudicar, mas também ao nosso próprio coração, que pode nos enganar e nos dizer o que desejamos ouvir.
Raquel: Você está ouvindo Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mentiras em que as mulheres acreditam, na voz de Renata Santos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Em 2022, tivemos uma conferência True Woman. Uma das coisas que fizemos foi oferecer uma série de sessões simultâneas com diferentes palestrantes falando sobre assuntos diversos. Tínhamos dezenas de opções que as pessoas podiam escolher. E, ao fazer sua inscrição, as mulheres decidiam de quais sessões desejavam participar.
Para mim, foi uma surpresa muito agradável quando vi que uma das sessões que atraiu mais interesse foi a de uma amiga minha, Melissa Krueger, que abordaria o tema do discernimento. Fiquei um pouco surpresa ao descobrir que centenas de pessoas queriam ouvir uma palestra sobre esse assunto. Mas também fiquei empolgadíssima, porque não sei se existe nenhum outro tema com o qual precisamos de mais ajuda hoje em dia do que o tema “como discernir”.
Como discernir quando, ao precisar tomar decisões difíceis, nos deparamos com uma encruzilhada e precisamos decidir qual é o melhor caminho a seguir? Como ter discernimento ao escolher formas de entretenimento, leituras e crenças e como as processamos? Como podemos avaliar tudo à luz das Escrituras e tomar decisões biblicamente fundamentadas?
Pois bem, eu ouvi coisas maravilhosas sobre essa palestra depois da conferência. Por isso, queremos compartilhá-la com você esta semana no Aviva Nossos Corações.
Melissa e seu marido têm três filhos. Ela é Diretora de Iniciativas para Mulheres no The Gospel Coalition e autora de vários livros, dentre eles Crescendo juntas: Levando a mentoria além das conversas triviais e dos pedidos de oração, publicado pela editora Monergismo aqui no Brasil. Estou empolgadíssima pela oportunidade de ouvirmos a primeira parte dessa mensagem compartilhada pela Melissa sobre como nos tornarmos mulheres de mais discernimento. Sei que isso é algo de que eu preciso e sei que é algo de que todas nós precisamos. Então, vamos ouvir com atenção. Aqui está Melissa Krueger.
Melissa: Aos vinte e um anos, eu estava sentada em casa e tinha diante de mim o que parecia uma decisão terrível a tomar. Eu estava noiva do meu namorado da faculdade; nós namorávamos havia três anos. Eu tinha um anel no dedo e estava com muito medo. Eu não sabia se deveria me casar com ele ou devolver o anel.
Nós já havíamos conversado com nosso pastor e amigos e buscado conselhos sábios. Meu pastor olhou para mim e disse: “Vocês já namoraram o suficiente; vocês precisam tomar uma decisão”. Eu meio que queria viver num estado de indecisão permanente. Mas ele me disse: “Você precisa devolver para esse cara a vida dele e deixá-lo seguir em frente se não for se casar com ele”.
Então, ele veio naquela noite, na noite em que decidimos que seria a noite da decisão, e devolvi o anel para ele.
Posso dizer, até mesmo estando de pé aqui, que aquela foi, provavelmente, a decisão mais difícil que já tomei na minha vida. Faz muitos anos — não sei quantos, não consigo fazer a conta tão rápido, mas já faz um bom tempo. Olho para trás e lembro de como me senti completamente perdida. Não havia grandes sinais de alerta. Não era um caso de “Ele não é cristão; eu obviamente não deveria me casar com ele”. Ele amava o Senhor, ele me amava. Ele era um cara incrível. Mas, em meu coração, eu sabia que eu sentia uma incerteza profunda.
Eu me lembro de pensar naqueles momentos: “Senhor, se você apenas me dissesse! Se estivesse na Bíblia: ‘Por favor, se case com esta pessoa’. Eu faria isso! Eu, com certeza, faria isso”. Mas não havia nenhuma revelação parecida, nenhuma luz vinda do céu. Eu me sentia como se estivesse caminhando na escuridão enquanto tentava tomar aquela decisão. Tenho certeza de que, como mulheres hoje, vocês já sentiram a mesma coisa. Tenho certeza de que todas vocês têm decisões para tomar em suas vidas que não estão claramente definidas nas Escrituras.
Antes de entrarmos no assunto, quero começar esta conversa dizendo: se a Bíblia diz “faça isso”, faça, ok? Não é sobre isso que vamos falar hoje. Você não precisa de discernimento para isso, apenas obediência. Esse é o beabá da nossa fé — quando Jesus diz para fazer algo, você precisa fazê-lo, porque é o que será melhor para você. Não é uma lei para colocar sobre as suas costas. Não é porque você precisa merecer a sua salvação. É simplesmente a vida. Então, deixe-me começar dizendo isto: A primeira coisa a se discernir é que a Palavra de Deus é verdadeira e é sempre o melhor para você. Essa é a primeira coisa.
Mas passamos por determinadas situações na vida em que pensamos, por exemplo, no que vou gastar meu tempo hoje? Vou para a conferência True Woman ou fico em casa assistindo TV? Porque assistir Netflix não é, necessariamente, um pecado. Temos perguntas como, “Como vou usar meus dons na igreja?”; “Onde vou me voluntariar?”; “Que rumo minha vida vai tomar?”; “No que vou gastar meu tempo durante o dia?”; “No que vou gastar meu dinheiro?”
Há muitas perguntas em nossas vidas para as quais não vemos um pergaminho mágico descer do céu e dizer: “Este é o caminho; anda nele”. É verdade que gostaríamos que isso acontecesse para muitas dessas decisões em nossas vidas, mas não acontece.
Nesta mensagem, quero que conversemos sobre como podemos nos tornar mulheres que fazem escolhas sábias ao lidar com o feirão da vida. Sejamos sinceras, as pessoas estão gritando para nós o dia todo. “Ei, você precisa disso! Isso aqui vai melhorar a sua vida! Isso aqui vai melhorar a sua aparência! Isso aqui vai resolver todos os seus problemas de limpeza!” Há vozes gritando para nós todos os dias.
Sempre hesito um pouco em dizer, “Este é um erro sem quaisquer precedentes”. Sempre fico com um pouco de medo de exagerar, “Meu Deus, a vida nunca foi desse jeito”. Mas acho que posso dizer, honestamente, que nunca tivemos tanto acesso à informação na história humana como temos hoje. Acho que essa é uma avaliação honesta. Embora não haja nada novo debaixo do sol, existem novas maneiras de descobrir as coisas. Então, a realidade é que temos um zilhão de coisas vindo em nossa direção o tempo todo e é extremamente difícil saber o que é verdade e o que é falso. É realmente desafiador quando olhamos para o mundo diante de nós.
Ao mesmo tempo, fico pensando no que podemos saber sobre o mundo com essas novas formas de informação. Antigamente, pelo menos você tinha que digitar algo no Google; agora você só diz, “Alexa!” Você nem precisa digitar mais para obter informações. “Qual é a previsão do tempo para hoje?”; “Qual é a capital da Finlândia?” Seja o que for. . . eu posso perguntar qualquer coisa para a Alexa e ela responde. Ela deixa meu chá no ponto perfeito; ela é incrível. É como se ela fosse minha melhor amiga.
Temos todo esse acesso à informação, mas a realidade é que existem apenas duas vozes que gritam para nós. Sei que pensamos que existem milhares de vozes, mas a verdade é que todas elas se encaixam em um de dois grupos: a voz da sabedoria ou a voz da tolice.
Então, abra Provérbios 9 comigo.
A Sabedoria construiu a sua casa,
esculpiu para si sete colunas.
Matou os seus animais para a festa e preparou o seu vinho;
também já arrumou a sua mesa.
Enviou as suas criadas para que,
dos lugares mais altos da cidade, façam este convite:
“Quem é ingênuo, venha para cá.”
Aos que não têm juízo ela diz:
“Venham, comam do meu pão
e bebam do vinho que preparei.
Afastem-se dos ingênuos e vivam;
andem pelo caminho do entendimento.” (vv. 1–6)
Essa é a senhora Sabedoria. Agora, vamos contrastá-la com outra; veja Provérbios 9, dos versículos 13 ao 18:
A loucura é mulher espalhafatosa;
é tola e não sabe coisa alguma.
Senta-se junto à porta de sua casa,
toma uma cadeira no lugar mais alto da cidade,
para dizer aos que passam
e seguem direito o seu caminho:
“Quem for ingênuo, venha para cá.”
E aos que não têm juízo ela diz:
“A água roubada é doce,
e o pão comido às escondidas é saboroso.”
Eles, porém, não sabem que ali estão os mortos,
que os seus convidados estão nas profundezas do inferno.
(vv. 13–18)
Temos duas vozes contrastantes, a voz da senhora Sabedoria e a voz da senhora Tolice. Ambas estão no “feirão” e ambas estão clamando.
Ambas estão preparando um banquete. Quero que você compare os versículos 4 e 16. Você percebe alguma coisa interessante? Elas estão chamando as mesmas pessoas.
Esta é nossa realidade: somos ingênuas. Elas não estão abordando grupos diferentes. A Sabedoria chamando as pessoas inteligentes e a Tolice chamando as pessoas não tão inteligentes. Não, não é isso que vemos. O que vemos é, “Quem for ingênuo, venha para cá!” A única opção é que somos ingênuas. Essa é a nossa opção. Somos ingênuas, mas existem duas vozes clamando.
Ambas estão nos convidando para suas casas. E olhe o versículo 6: “Afastem-se dos ingênuos”. Uma nos convida a deixar a vida ingênua e o quê? Viver! E veja o versículo 18: “[...] não sabem que ali estão os mortos, que os seus convidados estão nas profundezas do inferno”. O original traz a palavra Sheol, que significa “o lugar da morte”.
A Sabedoria está lá fora! Ela está dizendo, “Venham! Vivam!” Ela anda por aí. Na verdade, ela está nas redes sociais, gente. Ela está no Instagram. Há vozes por todos os lados clamando com sabedoria. E há vozes em todos os lugares proferindo tolice. A diferença entre as duas é vida e morte. O discernimento é algo muito significativo, porqueambas estão clamando.
Acho que podemos crer que esse mesmo princípio se aplica à cultura. Podemos olhar para a cultura e dizer, “Sim, com certeza, a cultura espalha tolice todos os dias, mas também espalha sabedoria. Existe sabedoria verdadeira sendo propagada”. Enquanto cristãos, todos nós acreditamos na graça comum. Às vezes, até mesmo não cristãos podem ter sabedoria. Não é como se eles apenas difundissem coisas ruins. Há sabedoria e há tolice pelo mundo afora. A grande pergunta é: como discernir a diferença?
Aqui está o nosso segundo problema. Eu gostaria de simplesmente poder dizer: “Vá à igreja! Você só vai receber sabedoria na igreja”. Ou, “Siga todos os influenciadores cristãos no Instagram. Eles só compartilham sabedoria”. A realidade é que não é apenas a cultura que tem um problema. As Escrituras nos alertam de que a igreja também tem um problema. Precisamos prestar atenção. O nosso problema não é apenas a sociedade; a própria igreja também tem um problema. Na minha opinião, é aqui que nós, mulheres, realmente nos encontramos numa situação complicada.
O ponto é que os falsos mestres que estão na igreja parecem cristãos. Jesus falou sobre esse problema, Paulo falou sobre esse problema e Pedro falou sobre esse problema. Isso não é novidade. Às vezes, acho que pensamos: “Em Atos, todo mundo era mocinho. Todos eram incríveis”. Não, Paulo falava com regularidade sobre pessoas que haviam abandonado a fé completamente. Às vezes, só não estamos lendo nossas Bíblias.
Ouça o que Jesus disse. Está em Mateus 7. Jesus disse: “Entrem pela porta estreita! Porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela. Estreita é a porta e apertado é o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que o encontram. Cuidado com os falsos profetas, que se apresentam a vocês disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes [...] Assim, pois, pelos seus frutos vocês os conhecerão” (vv. 13-15, 20).
Perceba que eles parecem cristãos de verdade. Eles vão afirmar que amam a Jesus. Vão fazer coisas espirituais. Provavelmente serão bastante carismáticos. Caso contrário, as pessoas não os seguiriam. Esses lobos falsos, essas pessoas em pele de cordeiro que entram na igreja, que invadem sua vida, são a senhora Tolice. Embora pareçam uma das ovelhas, elas estão tentando fazer você escolher o caminho da morte. Elas estão soltas por aí.
Precisamos nos lembrar da história de Judas no Novo Testamento. Vou te contar o que me chama atenção sobre Judas. Vocês se lembram da Última Ceia, quando os discípulos estão ao redor de Jesus e Ele diz “Um de vocês vai me trair”? Perceba que nenhum deles começa a olhar para Judas de canto de olho. “Hmm, desconfiei dele esse tempo todo”. Não é isso que eles fazem! O que todos eles dizem? “Sou eu? Sou eu, Senhor?” Isso deveria fazer você se sentir muito melhor em relação à sua fé, porque eu diria: “Deve ser eu. Deve ser eu!”
Mas o que eles não sabiam é que seria Judas. Lembram-se de Judas? Ele saiu com os setenta e dois e, quando voltaram, disseram: “Vejam todos os milagres que operamos”. Judas estava nesse meio. Quando foram de cidade em cidade e viram os milagres e comeram o pão da multiplicação — ele estava lá! Ele ouviu os mesmos sermões e teve os pés lavados por Jesus. Ele estava lá. Ele viu, ouviu e nunca creu. Ele nunca creu. Ele tinha uma associação externa com Jesus, mas não tinha afeição interna. É o tipo de vida mais aterrorizante que você poderia viver, porque você está, provavelmente, mentindo para si mesma e mentindo para todos ao seu redor. Judas tinha uma associação externa sem uma afeição interna – essa é a descrição desses lobos devoradores. Eles usarão Jesus enquanto for conveniente e então, quando isso deixar de ser o caso, eles O abandonarão.
Em segundo lugar, as pessoas vão desejar o que os falsos mestres estão oferecendo. Antes você frequentava uma única igreja e ouvia um único pastor. Agora, temos milhares de pessoas nos influenciando espiritualmente. Existem coisas positivas nisso e coisas negativas também, mas a realidade é que as pessoas desejam o que os falsos mestres estão oferecendo.
Veja 2 Timóteo. Paulo, escrevendo a Timóteo, diz: “Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, se rodearão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (2Tm 4.3–4).
Parece muito com o que está acontecendo atualmente, não é mesmo? As pessoas não querem a sã doutrina, não querem o cristianismo histórico. Elas dizem, “Vamos encontrar alguém que nos diga o que queremos ouvir!” “Elas se rodearão de falsos mestres” — aqui está a questão. Não é somente os lobos que estão indo atrás de nós, nós também estamos indo atrás deles. Queremos nos rodear de mestres que nos digam o que nossos ouvidos inquietos querem ouvir. Precisamos estar atentas, não apenas às pessoas que podem tentar nos prejudicar, mas também ao nosso próprio coração, que pode nos enganar e nos dizer o que desejamos ouvir.
Aqui está a boa notícia — mais cedo ou mais tarde, eles serão desmascarados pelos seus frutos. E preciso dizer algo: vejo que, às vezes, quando alguém é exposto como falso mestre, ficamos tão decepcionadas com nós mesmas. Ficamos pensando: “Por que eu fui enganada? Tem alguma coisa errada comigo?” Lembrem-se: nenhum dos discípulos sabia quem era Judas. Não conseguimos saber o que está no coração de outra pessoa e não devemos andar por aí com uma reguinha de julgamento dizendo: “Hmmmm…” Não precisamos viver a vida desse jeito. Precisamos estar cientes de que isso é uma realidade, sem julgar individualmente até que frutos sejam expostos.
Veja em 2 Pedro 2.1-3 quais são as características desses frutos.
Assim como surgiram falsos profetas no meio do povo, também haverá falsos mestres entre vocês. Eles introduzirão heresias destruidoras, chegando a renegar o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, o caminho da verdade será difamado. Movidos por avareza, eles explorarão vocês com palavras fictícias. Mas, para eles, a condenação decretada há muito tempo não tarda, e a destruição deles não caiu no esquecimento. (vv. 1–3)
Esse é um aviso severo. Quero que você veja três formas pelas quais esses falsos mestres negam a Jesus.
Primeiro, eles negam a Jesus pelo seu orgulho. Eles vão negar os ensinamentos do Mestre. Quando você blasfema contra a Palavra da verdade, isso é basicamente o mesmo que dizer: “Sim. . . eu sei que Jesus disse isso aqui, mas acho que Ele quis dizer outra coisa”. Eles vão fazer isso. Vão brincar com a Palavra de Deus e adaptá-la para atender às suas próprias necessidades.
A segunda coisa que os exporá será, geralmente, o sexo. Eles serão sensuais e convidarão outras pessoas para sua sensualidade. Essa atitude assumirá diversas formas. Ela pode não se manifestar através de ações, talvez se manifeste através de seu ensino, mas fará parte da falsa realidade que será promovida.
A terceira coisa é o dinheiro. Outra coisa que acabará sendo exposta é a ganância. Penso que, quando olho para falsos mestres que foram expostos, geralmente todas as três coisas estão presentes. Normalmente, quando eles forem desmascarados, você verá orgulho, sexo e dinheiro.
Na verdade, vemos isso acontecer nas Escrituras. Em Atos, havia um judeu chamado Apolo, que era um mestre talentoso. As Escrituras nos dizem que ele só sabia sobre o batismo de João, então começou a falar com ousadia na sinagoga. Mas quando Priscila e Áquila o ouviram, o levaram de lado e lhe explicaram o caminho de Deus de forma mais precisa. Veja que eles não gritaram: “Você é um falso mestre!”
Não é nosso papel sair por aí patrulhando todo mundo para garantir que eles passem no nosso exame teológico, ok? Nem todo mundo que comete erros teológicos é um falso mestre. É muito importante que entendamos isso; na verdade, faz parte do discernimento ser capaz de entender que podemos ter um mestre equivocado, mas isso não significa, necessariamente, que ele é um falso mestre. Usamos o termo “falso mestre” nas redes sociais com muita rapidez. Nenhuma de nós seria inocente no tribunal de justiça das redes sociais. Existe uma onda de condenação que não vejo nas Escrituras.
Há uma grande diferença entre estar disposto a ser corrigido e alguém que se levanta e diz: “Não. Eu sei o que a Palavra de Deus ensina e estou tentando comprometê-la”. A intenção é muito diferente.
Aqui estão quatro características de um falso mestre que quero que você tenha em mente.
Primeiro: eles não respondem à correção. Apolo não conhecia o Evangelho completo. Ele mudou e passou a ensinar o que estava certo assim que soube. Mas, em primeiro lugar, um falso mestre não responderá à correção.
Em segundo lugar, eles se colocam acima da Palavra de Deus, em vez de se submeterem à Palavra de Deus. No que diz respeito ao seu posicionamento, como você se aproxima da Palavra de Deus? Você olha para ela e diz: “Hmm. Vou pensar se concordo com isso”? É isso que os falsos mestres fazem. Eles olham para ela e dizem: “Hmm. Não gosto disso aqui. Não vou falar muito sobre isso”. Ou você se coloca sob ela e diz: “Hmm. Eu não entendo o que isso quer dizer, mas sei que essa é uma deficiência minha, não uma deficiência de Deus”.
Quando olho para a Palavra, vejo partes confusas nela. Olhamos para algumas partes e pensamos: “Não entendo por que isso foi bom. Por que Deus ordenou que fizessem isso?” Todas nós temos esses momentos. Mas o que aprendi a dizer é: “Eu não entendo, mas um dia eu vou entender”. Um dia, Deus vai esclarecer todas as coisas. Não tenho dúvidas disso. A minha falta de entendimento é apenas uma deficiência minha, não uma deficiência da Palavra de Deus”. Isso é se colocar sob as Escrituras. Eu não estou numa posição de julgamento sobre elas, entende? Estou tentando viver a vida diante delas.
Em terceiro lugar, para eles, crescer na fé costuma significar se afastar do cristianismo histórico. Meu marido é professor de seminário, uma coisa que ele sempre diz é: “Não estamos tentando ensinar nada novo aqui. Estamos tentando ensinar verdades antigas de maneiras novas e belas”. Quando você vê alguém trazendo uma nova verdade sobre Jesus, seu sinal de alerta deve acender imediatamente e você deve pensar: “Hmm, engraçado, nunca ninguém na Igreja pensou nisso antes? Talvez não seja verdade”.
Somos o povo da Sola Scriptura, mas também somos um povo que pertence a uma igreja histórica que remonta ao momento em que Jesus começou a chamar Seu povo. Portanto, devemos ouvir a história da igreja. É bom que reflitamos sobre ela. Isso não significa que a Igreja nunca tenha se equivocado em alguns momentos. A Igreja cometeu muitos erros. Mas somos um corpo histórico e se, de repente, alguém começar a afirmar “Sim, Deus está totalmente de acordo com isso” para algo com o qual ninguém na história do cristianismo tenha concordado antes, um grande alerta vermelho deve acender em nossas mentes.
Quarto: mais cedo ou mais tarde, as suas vidas demonstrarão o fruto de sua incredulidade. Pode demorar algum tempo, mas o fruto deles se manifestará.
Essas são quatro características dos falsos mestres. Essas são as razões pelas quais precisamos de discernimento. Para colocar tudo isso em categorias, podemos dizer que temos duas vozes nos chamando: temos a Sabedoria e a Tolice. Mas também temos falsos mestres na igreja. Portanto, somos mulheres com uma profunda necessidade de discernimento. O que você não pode dizer é: “Bem, vou confiar no que outros cristãos estão dizendo por aí”. Muitas vezes, não podemos confiar nem mesmo em nossos próprios corações, porque podemos estar nos rodeando daquilo que nossos ouvidos estão se coçando para ouvir.
Nancy: Melissa Krueger está nos explicando como usar o discernimento para nos proteger de ensinamentos falsos. Como ela compartilhou hoje, eles são mais comuns do que muitas de nós nos damos conta. O que eu acho particularmente perigoso é quando ouvimos algo que é, em sua maior parte, verdadeiro, mas que tem partes que não são verdadeiras.
Então, como saber a diferença entre o que é 100% santo, correto, verdadeiro e bom e o que é errado e falso — seja totalmente errado e falso ou apenas uma mistura de verdade e erro? Como saber? Como discernir? Fazemos isso comparando tudo o que lemos, tudo o que ouvimos, cada conversa que temos, com a Palavra de Deus.
Raquel: Isso mesmo, Nancy. Passar tempo na leitura e meditação da Bíblia nos ajuda a renovar nossas mentes e a distinguir a verdade das mentiras.
Se você gostaria de mais encorajamento e suporte para renovar sua mente na Palavra de Deus e crescer em discernimento, sugerimos que adquira nosso livreto Retrato bíblico da feminilidade disponível em nosso site avivanossoscoracoes.com! O propósito deste recurso é nos ajudar a examinar nossas vidas à luz do design e plano de Deus e, assim, descobrir o caminho para a vida abundante em Cristo.
Bem, falamos sobre a importância do discernimento. Mas vamos à parte prática disso: como, realmente, nos tornamos mulheres de discernimento? Melissa Krueger estará de volta amanhã para responder a essa pergunta. Então, esteja conosco amanhã aqui no Aviva Nossos Corações para ouvi-la no episódio “A chave para o discernimento”.
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
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