
Dia 1: Intimidade sagrada
Raquel: A narrativa cultural sobre a sexualidade se afastou muito do propósito original de Deus. Aqui está a Dra. Juli Slattery.
Dra. Juli Slattery: Nosso caos sexual começa com uma perspectiva errada sobre quem Deus é, uma disfunção na nossa adoração. Muitos cristãos, sem perceber, começaram a acreditar que “Deus existe para me servir, me fazer feliz, satisfazer meus desejos”, em vez de reconhecer que “eu fui criada para servir e conhecer a Deus!”
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, coautora de Mentiras em que as garotas acreditam e a verdade que as liberta, na voz de Renata Santos.
A mensagem que nossa cultura está transmitindo hoje em dia, em alto e bom som, é: “Sua sexualidade diz respeito a você exclusivamente. Na verdade, você deve se orgulhar e exibir sua sexualidade, mesmo que isso vá contra a vontade de …
Raquel: A narrativa cultural sobre a sexualidade se afastou muito do propósito original de Deus. Aqui está a Dra. Juli Slattery.
Dra. Juli Slattery: Nosso caos sexual começa com uma perspectiva errada sobre quem Deus é, uma disfunção na nossa adoração. Muitos cristãos, sem perceber, começaram a acreditar que “Deus existe para me servir, me fazer feliz, satisfazer meus desejos”, em vez de reconhecer que “eu fui criada para servir e conhecer a Deus!”
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, coautora de Mentiras em que as garotas acreditam e a verdade que as liberta, na voz de Renata Santos.
A mensagem que nossa cultura está transmitindo hoje em dia, em alto e bom som, é: “Sua sexualidade diz respeito a você exclusivamente. Na verdade, você deve se orgulhar e exibir sua sexualidade, mesmo que isso vá contra a vontade de Deus, contra o plano de Deus”.
Mas a verdade é que essa maneira de pensar gera confusão e sofrimento. E eu acabei de ouvir esta semana que, conforme os vícios sexuais aumentam, a depressão e a ansiedade também estão aumentando em nossa sociedade.
Tive o privilégio de conversar com Nancy e a Dra. Juli Slattery sobre esse tema tão importante. Hoje e semana que vem, vamos ouvir essa conversa enquanto analisamos a sexualidade à luz do que a Palavra de Deus diz. Aqui está Nancy iniciando a primeira parte da nossa série chamada Repensando a sexualidade.
Nancy: É uma grande alegria para mim estar no estúdio esta semana com amigas de longa data — amigas queridas — duas mulheres que têm sido grandes parceiras de ministério, encorajadoras na minha caminhada pessoal com o Senhor e no meu ministério. Já vivemos muitas coisas juntas.
Hoje e na próxima semana, vamos falar sobre um tema que é muito precioso aos nossos corações — e ainda mais precioso ao coração de Deus. Estou muito animada para mergulhar nesse assunto e acredito que Deus tem algo importante para cada ouvinte.
Ao ouvir a introdução desse tema talvez você tenha pensado: “Aah, não sei se esse é um assunto que me interessa”. Mas garanto que é um tema no qual você precisa se interessar. Deus tem uma mensagem para o seu coração esta semana.
Juli Slattery é autora e palestrante. Além disso, lidera um ministério chamado Autenticidade íntima (somente em inglês). Vamos falar um pouco sobre este ministério esta semana. É certamente um nome intrigante para o seu ministério.
Você escreveu um livro chamado Repensando a sexualidade (infelizmente, não está disponível em português ainda). Vamos explorar porque precisamos repensar a sexualidade. Então, Juli, seja bem-vinda de volta ao Aviva Nossos Corações.
Juli: Muito obrigada por me receber. É tão bom estar aqui com você e com a Dannah!
Nancy: Juli, o ministério Autenticidade íntima fala sobre sexualidade e intimidade no casamento, além de uma perspectiva correta sobre sexo antes do casamento. Provavelmente, você nunca imaginou que esse seria um tema sobre o qual falaria tanto.
Juli: Não. Lembro-me de crescer na igreja e ouvir missionários contando suas histórias, dizendo: “Quando me converti eu fiz a seguinte oração: ‘Senhor Deus, eu entrego a minha vida em Tuas mãos, mas, por favor, não me envie para. . .’” E eles mencionavam o lugar onde estavam servindo.
Nancy: “Qualquer coisa, menos isso. . .”
Juli: Exatamente. Acho que foi mais ou menos isso que disse ao Senhor: “Eu ensino sobre qualquer coisa, menos sobre sexualidade”. E cá estou. Deus usa os fracos. Mas é uma alegria; é uma alegria entrar em um tema onde há tantas perguntas, tanta dor e, pra falar a verdade, tão pouco falado a partir de uma perspectiva bíblica.
Raquel: Mas por quê? Por que esse foi o tema sobre o qual você pensou: “Qualquer coisa, menos isso!”?
Juli: Boa pergunta, Dannah. Acho que é porque cresci — como muitas de nós — em uma cultura cristã onde a sexualidade era envolta em uma certa vergonha, talvez. Era algo muito privado. E exigia ser vulnerável. . .
Nancy: Essa é a realidade na igreja — no mundo cristão — e um tema que não é fácil de abordar.
Juli: Não, e como não era falado, acho que concluí que não deveríamos ter essas conversas na igreja. Ou, pelo menos, não deveríamos ter conversas honestas e profundas, onde compartilhamos sobre as coisas com as quais lutamos, as tentações que enfrentamos, as feridas que carregamos. Quem quer fazer isso?
E, além disso, vamos reconhecer que falar sobre sexualidade, especialmente nos dias de hoje, significa entrar em conflito.
Significa falar com pessoas — até cristãs — que têm visões muito diferentes sobre questões sexuais. Eu não sou alguém que busca conflitos ou que deseja dizer coisas que ofendem. Mas algumas verdades na Palavra de Deus relacionadas à sexualidade hoje são muito ofensivas.
Nancy: Elas são contrárias à cultura; vão contra a correnteza.
Juli: Não apenas são contrárias à cultura, mas profundamente pessoais. Portanto esse não é um tema que eu teria escolhido. Mas Deus geralmente não nos pergunta o que queremos fazer. Ele nos guia mansamente e nos capacita quando não nos sentimos capacitadas.
Nancy: Por que esse é um assunto que precisamos trazer à luz, que precisamos conversar a respeito?
Quando começamos o Aviva Nossos Corações, a regra não falada era: "Não falamos sobre sexo ou sexualidade".
Raquel: Você acabou de dizer essa palavra!?
Nancy: Eu disse essa palavra. Havia estações de rádio que nem transmitiriam o programa se falássemos sobre isso. Acho que a realidade de muitas pessoas era: "Isto não é algo sobre o qual queremos falar abertamente ou publicamente". Então, o que você acha que mudou para que precisemos conversar sobre isso agora?
Juli: Acho que, em um nível superficial, a razão mais óbvia é porque o mundo está falando sobre isso exaustivamente. Estamos sendo treinadas para pensar sobre sexualidade a partir de uma perspectiva mundana. Mas a razão mais profunda é algo que vamos discutir conforme avançamos nessa conversa — questões sexuais são questões espirituais.
Quando estamos confusas sobre sexualidade, ou lidando com dor sexual que não é abordada a partir de uma perspectiva divina, essa dor abala profundamente os fundamentos do que acreditamos sobre Deus. Estamos vendo isso acontecer hoje na igreja.
Vemos pessoas se afastando da Palavra de Deus porque alguém não respondeu às suas perguntas sobre sexualidade. Na verdade, esta é uma conversa relacionada ao discipulado e evangelismo que precisamos ter.
Nancy: É uma via para o Evangelho.
Juli: É.
Raquel: Isso parece um grande salto! Se você realmente não estudou sobre sexo na Bíblia, nas Escrituras, dizer que essa é uma conversa evangelística. . . Eu acredito nisso. Mas já estive frente a frente com líderes e pastores que, quando digo isso, olham para mim como se eu nunca tivesse lido a Bíblia. Talvez você devesse explicar por que você acha que é uma conversa imperativa para o Evangelho.
Juli: Acho que há exemplos bíblicos onde vemos Jesus ministrando sobre o tema da sexualidade. Um dos exemplos mais óbvios seria o da mulher no poço, em João capítulo 4. E, Dannah, você e eu escrevemos sobre esse capítulo na Bíblia, onde, na verdade, essa mulher só queria ter uma conversa teológica bastante superficial com Jesus.
Raquel: "Onde devemos adorar?" (João 4.20)
Juli: Sim, fazendo uma conversa casual.
Raquel: Esse era o debate teológico do dia. "Vamos ser intelectuais sobre isso".
Juli: Exatamente. Mas Jesus foi direto ao coração dela ao perguntar e comentar sobre seu passado sexual. Eu amo a maneira como John Piper fala sobre isso quando ensina este capítulo. Ele disse que Jesus sabia que o caminho mais rápido para o coração é através de uma ferida.
E vemos isso tão claramente ao nosso redor. Podemos falar sobre a Bíblia, podemos falar sobre doutrina, mas a realidade é que os corações das pessoas estão pulsando em sua dor, em sua vergonha e nas perguntas não respondidas.
Nancy: Uma das mentiras que aquela mulher acreditava era que poderiam manter a sua vida sexual separada da sua caminhada espiritual. Na conversa com Jesus, ela não queria entrar neste assunto, porque esse é um compartimento separado. E Jesus está dizendo: "Não, tudo faz parte da sua vida. E precisamos lidar com isso".
Ele coloca isso nas Escrituras com uma mensagem profunda: "A sua vida sexual não é algo que você pode manter à parte; não é separada da sua fé. É uma parte integral da sua fé".
Juli: Que bom que você tenha dito isso, Nancy, porque é exatamente isso que vemos hoje na comunidade cristã. Vemos homens e mulheres que realmente acreditam que podem servir a Deus, adorar a Deus com quase 100% de suas vidas.
Mas quando se trata da sexualidade — seja por feridas do passado, lutas sexuais, feridas no casamento — eles sentem que: “Bem, Deus não fala sobre isso. Eu preciso resolver isso com o meu terapeuta porque Deus fica de lado quando se trata da minha sexualidade".
Olhamos para João capítulo 4 e vemos Jesus nos ensinando que não podemos separar os dois. E quando você separa os dois, uma parte do seu coração fica longe de Deus. Eu vejo isso com tanta frequência hoje.
Nancy: Acho que Ele também está dizendo àquela mulher: "Sabe aquela coisa que você pensa que está apenas no seu passado, da qual você se sente envergonhada, que você não quer trazer à luz? Há esperança! E a esperança não está em mantê-la enterrada. A esperança está em trazê-la à luz e deixar que Eu entre nela", Jesus disse à mulher.
Pessoas que foram feridas por seu próprio pecado ou pelos pecados de outros encontram-se cheias de vergonha, culpa ou dor. Talvez a sensação seja: "Eu não posso lidar com isso! Para ser livre, eu simplesmente tenho que esquecer, suprimir ou deixar no passado".
Mas Jesus está dizendo: "Não, para se libertar, você precisa trazer à tona! Precisamos falar sobre essa parte de nossas vidas. Precisamos enfrentar, e só então podemos encontrar esperança, restauração e liberdade". É como se fosse contraintuitivo.
Ele está dizendo: "Sim, vamos trazer isso para a luz. Seu passado, suas dores, suas feridas, seus pecados podem, na verdade, se tornar algo bonito, algo belo". Ele transforma e faz algo santo a partir do que era vergonhoso e pecaminoso.
Raquel: Esse é o testemunho da minha vida. Eu acreditava que a ferida do pecado sexual quando era uma adolescente era algo do meu passado. Acreditei que nunca poderia contar a ninguém e nunca falar sobre isso e ainda servir a Deus e ser uma pessoa íntegra.
Nancy: E você estava servindo ao Senhor.
Raquel: Eu estava! Mas durante todo esse tempo, era tão marginalmente frutífera porque eu não estava livre. O que eu amo sobre aquela mulher no poço é que ela imediatamente sai correndo e anuncia...
Nancy: . . . para a cidade toda. . .
Raquel: Sim, para a cidade toda! Esta é a mulher que não ia ao poço com as outras mulheres porque ela estava cheia de vergonha sobre seu estilo de vida, suas escolhas e sua dor sexual. Agora, ela se sente livre e corre para a vila gritando, "Deixa eu contar a vocês sobre esse Homem que acabou de me contar tudo o que eu já fiz!"
E isso me faz pensar: “Será que ela estava falando sobre as louças do café da manhã, a lavanderia? Não! Todos sabiam sobre o que ela estava falando. Ela não tinha mais medo, não precisava se esconder, porque ela havia sido liberta!
Nancy: Na verdade, o pecado e a vergonha do passado dela se tornaram uma parte da mensagem de vida dela e algo que Deus pode usar na vida de outros para libertá-los e apontá-los para o Evangelho, e é sobre isso que falamos no começo dessa conversa.
Juli: Sim! E quero acrescentar que acho que isso é o que torna nosso relacionamento com o Senhor íntimo. A razão pela qual digo isso é: Você compartilha suas dores sexuais com as pessoas mais íntimas da sua vida.
Dannah, você e eu já compartilhamos muitos assuntos íntimos. Compartilhamos algumas coisas profundas, e isso fortaleceu nossos corações. Criou laços de confiança.
Quando você tem uma ideia de Deus que diz: "Eu não posso compartilhar essa parte de mim com Ele", isso faz de Deus um amigo distante, um Salvador distante. Mas quando você percebe que Ele quer ser convidado para os pensamentos, sentimentos e experiências mais íntimos e renovar e curar tudo isso. . .
Eu diria que uma das respostas mais comuns que recebemos das mulheres que se envolvem com nosso ministério é que elas ficam pasmas de ver como isso tem aprofundado seu relacionamento com o Senhor.
Isso acontece porque agora Deus está intimamente envolvido em todas as áreas de suas vidas! Não é como se Ele estivesse apenas compartimentado nas áreas seguras.
Nancy: Nossa perspectiva sobre sexualidade — seja casada ou solteira — e nossa experiência com sexo e sexualidade, invariavelmente, de alguma forma, reflete nosso relacionamento com Deus. Não dá para separar os dois. Acho que pensamos que sua vida sexual está aqui e sua vida com Deus está ali. . . mas não.
Nossa vida relacional, nossa visão de nós mesmas como criaturas sexuais, nossa experiência sexual, dor e confusão, nosso pensamento certo ou errado, tudo isso diz algo sobre nosso relacionamento com Deus. Se estamos sexualmente danificadas, invariavelmente haverá algo rachado em nosso relacionamento com Deus, você não acha?
Raquel: Com certeza! Deixe-me voltar ao meu momento "Uau” que me ajudou a realmente entender isso. Eu estava lendo o livro de Gênesis e encontrei, em Gênesis 4.1, que Adão yada (essa é a palavra hebraica) com sua esposa Eva, e ela engravidou e deu à luz.
E eu pensei: "Que palavra interessante — yada, yada, yada".
Nancy: E em inglês geralmente é traduzido como: "Ele a conheceu".
Raquel: "Ele a conheceu", certo, ou "se deitou com ela". Sim. Então eu quis saber: "O que essa palavra significa?" E a palavra hebraica é: "Conhecer, ser conhecido, ser profundamente respeitado". Ela transcende o ato físico que acontece entre marido e esposa; vai para a intimidade. Para mim, o que isso diz é que o propósito do sexo é a intimidade.
Nancy: Pode haver uma maneira de alcançarmos essa intimidade de forma física, mas o mundo ficou obcecado com o caminho até a intimidade. Seria como se tentássemos ligar uma lâmpada aqui porque é uma sala escura. Em vez de ficarmos animadas com o calor da luz, diríamos: "Veja como ela se conecta àquela parede!"
Não faz sentido no paradigma de Deus que não entendamos que se trata da conexão, da intimidade. Mas o que realmente me impressiona sobre essa palavra é que, ao começar a estudá-la, percebi que é uma palavra que Deus usa repetidamente no Antigo Testamento para descrever o conhecimento dele!
Por exemplo: "Aquietem-se e saibam (yada) que Eu sou Deus" (Salmo 46.10). Novamente, há essa conexão com a ideia do Evangelho, o amor de Deus. O casamento e o sexo são uma representação disso! Se não podemos abraçar e entender essa imagem, nunca vamos desfrutar ou realmente experimentar o sexo da maneira como deve ser, e vamos ter bloqueios em nossa experiência com Deus — porque se trata de intimidade.
Juli: Sim, com certeza. Acho que muito do que você está descrevendo aqui realmente ajuda a entender nossa sexualidade. E muito do que ouvimos no ensino cristão são as regras e proibições sobre a sexualidade, sem uma narrativa mais ampla que nos ajude a entender, "Por que Deus se importa com isso em primeiro lugar?"
"Por que Deus se importaria se eu escolher dormir com meu namorado em vez de me casar? Eu o amo! Qual é o problema?"
Nancy: Se apenas dissermos às pessoas a lista — "não faça isso; faça isso" (que pode ser uma lista verdadeira!) — mas se não lhes dermos o coração por trás disso, a narrativa por trás disso, não há atrativo para os seus corações, para entender por que isso importa. E ao mesmo tempo, o mundo está contando outra narrativa.
Juli: Certo, uma narrativa muito convincente! Uma narrativa só é poderosa se você puder encontrar sua própria história nela.
Nancy: Como você descreveria a narrativa do mundo? Porque acho que a maioria de nós está mais familiarizada com ela.
Juli: A narrativa do mundo é que "Sua sexualidade tem a ver com sua expressão pessoal, sua identidade. E, para ser sexualmente maduro, você tem que experimentar. Você tem que buscar seu próprio coração: O que você quer? Quem é você? O que você deseja? E você forma seu comportamento sexual com base no que está dentro de você".
Nancy: E você age de acordo com isso sem nenhuma verdade externa para determiná-la.
Juli: "Não, a verdade é encontrada olhando para dentro". Então o mundo diria: "As únicas regras sobre sexualidade são, na verdade, não atrapalhar a expressão sexual de outra pessoa, porque isso é cruel, não deixá-las ser livres em sua própria expressão". E "Não machucar outra pessoa".
Nancy: E o que você acabou de descrever é uma narrativa profundamente enraizada — não apenas entre os não cristãos no mundo secular, mas também no mundo cristão hoje. Eu não acho que percebemos o quanto o pensamento cristão foi impactado por essa narrativa! Ao crescermos estamos recebendo milhões de mensagens que dizem isso.
Raquel: Isso volta ao que você disse no início do programa, que o mundo fala em alto e bom som sobre isso e o nosso silêncio colocou um megafone na mensagem do mundo! Certo?
Juli: Bem, a mensagem do mundo é mais convincente do que o que tradicionalmente ouvimos nas mensagens cristãs. Se tudo o que ouvimos da igreja é, "Guarde o sexo para o casamento. Quando você se casar, o sexo deve ser ótimo".
Raquel: "Não deves, não deves, não deves. . ."
Juli: Exato. E eu não consigo me ver nessa história. Talvez eu seja solteira, tenha 45 anos e não saiba qual é o propósito do meu desejo sexual. Talvez eu tenha um passado de abuso sexual. Onde eu me encaixo na narrativa da igreja? Mas eu me encaixo na narrativa cultural, e consigo entender sobre a cura e a maturidade.
Nancy, o que você disse é a mais pura verdade. Isso se infiltrou no pensamento dos cristãos. Precisamos reconhecer que a narrativa cultural sobre a sexualidade não surgiu do nada. É o transbordamento do pensamento maior da nossa cultura, que é humanista: "Nós nos tornamos Deus!" Romanos 1 fala sobre isso.
Nosso caos sexual começa com uma perspectiva errada sobre quem Deus é, uma disfunção na nossa adoração. E há muitos cristãos que, sem perceber, começaram a acreditar realmente que "Deus existe para me servir, para me fazer feliz, para me agradar, para seguir meus desejos", em vez de "Eu fui criada para servir e conhecer a Deus!" Essa é a questão fundamental por trás de tudo isso.
Nancy: E muitas de nós na igreja nunca diríamos essas palavras, mas acho que é impossível avaliar o quanto nosso pensamento foi sutilmente impactado por isso! Talvez não estejamos praticando viver como se acreditássemos nessa narrativa cultural, mas talvez seja apenas o modo como lidamos com os outros.
A mentalidade está — com nossos filhos, nossos netos, as coisas que vemos nas redes sociais — algo dentro de nós diz: "Isso não parece certo!" Mas não sabemos realmente por quê. Não sabemos como falar sobre isso de maneira convincente, útil ou redentora.
Existe um conflito muito grande. Talvez na igreja existem aqueles que dizem, "Bem, isso está errado, isso está errado, isso está errado!" Porém, não é falado o que há de errado com isso? E o que é certo? E o que é verdade, bom e agradável? Isso seria uma visão convincente para aqueles que ficaram presos na narrativa do mundo.
Raquel: Eu acho que "O que é certo?" é a parte da conversa sobre o sexo que tem faltado de maneira gritante na igreja. "O que é certo?" em termos de "O que isso significa? Para que serve?" Enquanto a narrativa do mundo diz, "É tudo sobre mim!", a narrativa de Deus diz, "É muito maior do que você, e não é sobre você! É sobre o Evangelho. É sobre as pessoas entenderem o Meu amor, as pessoas verem o Meu amor, as pessoas terem uma imagem do Meu amor!" E também, o que é certo em termos de "Como eu posso desfrutar deste presente que Deus criou?"
E Juli, estou pensando nas mulheres que dizem: "Eu não fui abusada quando criança, não tive relações sexuais antes de me casar, não vi pornografia". É possível que algumas dessas mulheres ouvindo agora possam ter feridas sobre o sexo sobre as quais nem mesmo estão conscientes. . . por que não estão desfrutando totalmente do presente?
Juli: Sim, acho que sim. Acho que, até na minha própria jornada, vi Deus revelar mais da plenitude da integridade sexual, e o que isso realmente significa. E quando você vê uma imagem mais completa da integridade sexual, ela começa a apontar para a sua própria vida, "Uau, eu não estou vivendo isso! Meu casamento não reflete isso! Minha maneira de pensar não reflete isso!"
Deus agiu tão profundamente no meu coração e na minha mente sobre coisas que eu nem sabia que precisavam ser mudadas!
Nancy: Acho que muitas de nossas ouvintes vão vivenciar isso nesta semana.
Raquel: Eu quero te perguntar: o que vem à mente quando você ouve a palavra "discipulado"? Você percebe que precisa ser discipulada na sua sexualidade? A Dra. Juli Slattery, Nancy DeMoss Wolgemuth e eu voltaremos na segunda-feira para falar sobre o discipulado sexual.
Agora, aqui está Nancy para concluir a conversa de hoje.
Nancy: Ao pensar sobre o que vamos falar nos próximos dias. . . vamos abordar alguns tópicos difíceis, algumas discussões francas, vamos compartilhar nossos testemunhos.
Há tópicos que, para muitas de nossas ouvintes, serão: “Eita! Será que eu quero falar sobre isso? Não sei se quero tratar desse assunto. Será que estou disposta a tratar essa parte da minha vida?" Veja bem, não estou dizendo que essa será uma conversa fácil para nós ou para as nossas ouvintes, mas sem dúvida, é essencial.
Deus quer fazer uma obra restauradora, redentora, renovadora, revigorante. . . qualquer outras palavras que eu possa usar para isso. . .
Raquel: Avivando!
Nancy: . . . avivando! (obrigada, Dannah) uma obra em nossos corações ao lidarmos sobre o assunto da sexualidade. Esperamos que você "puxe uma cadeira para a mesa" onde Dannah, Juli e eu estamos sentadas e que compartilhe dessa conversa conosco.
Mais importante ainda, que você se aproxime do Senhor e diga: "Senhor, quero que o Senhor fale à minha vida e me mostre onde o meu pensamento precisa ser renovado, onde a minha mente precisa ser renovada, e como o Senhor pode me usar como um instrumento para ministrar graça a pessoas sexualmente quebradas" — porque todas nós temos essas pessoas em nossas vidas.
Juli, ao encerrarmos a conversa de hoje, você poderia orar pela conversa na próxima semana e pelas nossas ouvintes, para que Deus esteja falando e ministrando graça exatamente onde for necessário?
Juli: Sim, Com certeza! Deus, eu Te agradeço por nos dar exemplos na Tua Palavra que nos convidam a ter essas conversas, por não teres tido medo ou vergonha de abordar as questões sexuais que temos, a vergonha que sentimos, a dor que carregamos, e por Teu perdão e Tua redenção se estenderem a todas as áreas das nossas vidas.
Obrigada por cuidar de nós de forma tão íntima! Eu oro para que o Teu Espírito nos dê orientação e sabedoria enquanto falamos e ouvimos e, Senhor, liberdade para abraçarmos a Tua verdade.
Eu oro para que as correntes caiam de homens e mulheres que se sentiram tão aprisionados em relação a questões sexuais em suas próprias vidas. Senhor, pedimos tudo isso pelo poder da Tua verdade, da Tua Palavra e pelo poder do Teu Espírito, em nome de Jesus, amém.
Raquel: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
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