Dia 1: Honrando seus líderes espirituais
Raquel Anderson: Você faz parte de uma igreja local? Nancy DeMoss Wolgemuth tem uma pergunta importante para você.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Os líderes espirituais da sua igreja sabem que você os valoriza, respeita, estima e ama?
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Vamos à igreja!, na voz de Renata Santos.
Nancy: Hoje nós vamos conversar sobre por que é importante honrar os nossos líderes espirituais.
Raquel: Isso mesmo. E se você está pensando, “Mas eu nem sei o que a Bíblia diz sobre honrar os nossos líderes espirituais. . .” então fica com a gente nos próximos dias que você vai descobrir. Esta semana, Nancy, você vai ensinar uma série chamada Submetam-se aos seus líderes, e me ocorreu que, para nós que temos sido abençoadas pelos seus ensinamentos ao longo dos anos, devemos muita gratidão aos líderes …
Raquel Anderson: Você faz parte de uma igreja local? Nancy DeMoss Wolgemuth tem uma pergunta importante para você.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Os líderes espirituais da sua igreja sabem que você os valoriza, respeita, estima e ama?
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Vamos à igreja!, na voz de Renata Santos.
Nancy: Hoje nós vamos conversar sobre por que é importante honrar os nossos líderes espirituais.
Raquel: Isso mesmo. E se você está pensando, “Mas eu nem sei o que a Bíblia diz sobre honrar os nossos líderes espirituais. . .” então fica com a gente nos próximos dias que você vai descobrir. Esta semana, Nancy, você vai ensinar uma série chamada Submetam-se aos seus líderes, e me ocorreu que, para nós que temos sido abençoadas pelos seus ensinamentos ao longo dos anos, devemos muita gratidão aos líderes que investiram na sua vida.
Nancy: Com certeza. Eu sou imensamente grata por tantos pastores e líderes piedosos que o Senhor colocou na minha vida ao longo dos anos. Me lembro do meu primeiro pastor na infância — o pastor Earl Connors. Naquela época, ele parecia muito velho pra mim, mas hoje tenho certeza que ele não era tão idoso quanto eu achava que ele era! Ele já está com o Senhor faz muitos anos. Uma das minhas primeiras memórias é do pastor Connors me batizando quando eu tinha cinco aninhos.
Eu tenho outras duas lembranças especiais desse pastor. Uma delas são as orações pastorais nos cultos de domingo pela manhã. Pareciam orações tão longas! Para uma menininha, parecia que a eternidade havia chegado. Mas agora, tantos anos depois, eu me lembro desse homem orando pelo seu povo. Isso é tão raro de se ver hoje em dia.
Outra lembrança, Raquel, é da Ceia do Senhor. Quando ele servia a ceia, os diáconos e presbíteros distribuíam os elementos e depois se sentavam na primeira fileira da igreja. O pastor Connors passava a bandeja para esses homens enquanto recitava de memória trechos das Escrituras — tanto do Antigo quanto do Novo Testamento — falando sobre o sacrifício, o corpo e o sangue de Cristo. Eu tenho essa memória do pastor Connors nos lavando com a Palavra de Deus e orando por nós.
Raquel: Que lembranças preciosas, Nancy. E tem também o pastor que celebrou o seu casamento com o Robert.
Nancy: Sim, o Bill Hogan — um amigo querido e também pastor. Ele me contou que, quando eu era adolescente, eu disse pra ele: “Se o Senhor quiser que eu me case um dia, quero que você faça a cerimônia do meu casamento.” E a gente nem achava que esse dia chegaria! Mas quando liguei pra convidá-lo, ele se lembrou da conversa e ficou tão feliz em aceitar. Ele foi meu pastor na adolescência e nos primeiros anos da faculdade.
Esse homem, mais do que qualquer outra pessoa, (e já falei isso para ele e para a esposa dele muitas vezes). . . ele me deu um amor pelo ensino e pela pregação expositiva da Palavra de Deus. Ele pregou dessa forma fielmente durante anos. Essa prática lançou um alicerce maravilhoso da Palavra de Deus na minha vida.
Eu disse para ele: “Bill, o ensino que pratico hoje através do Revive Our Hearts é fruto daquele investimento, daquele fundamento que você construiu na minha vida.” Ele e a esposa, Jane, têm sido meus amigos queridos durante todos esses anos. Eles têm sido parceiros fiéis, apoiando o ministério mensalmente. Hoje, os dois estão com 88 anos de idade e o Bill já está com a saúde debilitada. Eu tenho mantido contato com a querida Jane, perguntando como ele está. E sou tão grata por poder agora encorajar pessoas que significam tanto pra mim.
E eu preciso mencionar também o pastor da igreja da qual o Robert e eu fazemos parte hoje. . . Esse homem é um expositor fiel da Palavra de Deus e tem um coração de pastor. Ele ama, serve e ora pelas pessoas que o Senhor confiou aos seus cuidados. Na verdade, hoje mesmo pela manhã, Robert e eu recebemos uma mensagem tão encorajadora dele e da sua preciosa esposa. Eles nos amam. Eles nos fortalecem. E nós também temos buscado ser canais de encorajamento e bênção para esse jovem pastor e a sua esposa. Sou tão grata por esse homem de Deus.
Penso em tantos outros líderes espirituais — professores de escola dominical, líderes de jovens, ministros de louvor — pessoas que ministraram à minha vida, que pastorearam o meu coração, que cuidaram da minha alma. Em tempos em que, infelizmente, alguns que ocupam essas posições têm abusado desse papel e autoridade, eu quero declarar o quanto sou grata por ter sido abençoada por homens verdadeiramente piedosos, que lideram o povo de Deus com fidelidade. Que bênção eles têm sido pra mim!
Raquel: Pra mim também, Nancy. Deus colocou homens na minha vida que foram pastores fiéis do Senhor. Especialmente em tempos em que as manchetes estão cheias de histórias negativas, é tão importante que a gente faça uma pausa pra lembrar que existem histórias lindas de homens que permanecem fiéis até o fim.
Bom, vamos mergulhar nessa nova série Submetam-se aos seus líderes. É com você, Nancy.
Nancy: A Palavra de Deus nos apresenta diversos requisitos para aqueles que exercem papéis de liderança espiritual. Ela mostra como eles devem cumprir as suas funções, quais são as suas responsabilidades. Mas as Escrituras também trazem instruções para nós, que somos chamadas a nos submeter a essa liderança. Elas falam sobre a atitude que devemos ter em relação aos nossos líderes espirituais e como devemos agir em relação a eles e como tratá-los.
Quero observar algumas passagens do Novo Testamento ao longo dos próximos dias. E quero te desafiar a deixar Deus examinar o seu coração — mostrando como você tem respondido à liderança espiritual que Ele colocou na sua vida. Uma das passagens mais importantes sobre esse tema está em 1 Tessalonicenses, capítulo 5. Então, abra a sua Bíblia lá, por favor. Vamos olhar para dois versículos: 1 Tessalonicenses 5, versículos 12 e 13. Nesses versículos, vemos três responsabilidades para líderes e três responsabilidades para liderados.
Primeira Tessalonicenses 5.12–13. Enquanto leio, identifique as responsabilidades dos líderes e as responsabilidades dos liderados, por favor.
Irmãos, pedimos que vocês tenham em grande apreço os que trabalham entre vocês, que os presidem no Senhor e os admoestam. Tenham essas pessoas em máxima consideração, com amor, por causa do trabalho que realizam. Vivam em paz uns com os outros. (1 Ts 5.12–13)
Conseguiu identificar quais são as responsabilidades dos líderes e quais são as nossas, como lideradas?
Primeiro, diz que os líderes devem trabalhar. A NVI os descreve como: “os que se esforçam no trabalho”. O pastor John MacArthur comenta: “seu esforço e empenho devem ser intensos a ponto de levá-los ao suor e à exaustão.” Em outras palavras, ser pastor ou líder espiritual é um trabalho árduo. Eles devem se empenhar de forma diligente no ministério.
Depois, o texto diz “que os presidem no Senhor”. Isso quer dizer que eles devem liderar, exercer autoridade espiritual, fornecer direção e orientação ao rebanho de Deus. Eles são pastores, então devem oferecer liderança.
Em seguida, o versículo afirma que eles “os admoestam” — ou como a NVI traduz, “os aconselham”. Eles devem ensinar e corrigir — não para que as ovelhas apenas acumulem informação e conhecimento, mas com o propósito de promover transformação de vida. A responsabilidade deles é nos corrigir quando veem que estamos seguindo caminhos errados, apontar onde precisamos mudar, e nos alertar sobre as consequências da desobediência.
Essas são as responsabilidades dos nossos líderes. Agora, o que é realmente importante que a gente veja nessa passagem são as nossas responsabilidades como lideradas. Quais são elas? Primeira, respeitar ou reconhecer os nossos líderes. Depois, devemos tê-los em grande apreço ou em máxima consideração. E por fim, o versículo diz que devemos viver em paz uns com os outros — o que acredito se referir ao relacionamento entre o povo e os líderes espirituais.
Hoje eu quero abordar as duas primeiras responsabilidades e amanhã, vamos abordar a terceira. Quais são as duas primeiras responsabilidades? A primeira é respeitar ou reconhecer. A segunda é tê-los em grande apreço ou em máxima consideração com amor.
O que significa respeitar e reconhecer? Primeiro de tudo, precisamos saber quem são os nossos líderes espirituais.
Presumo que você conheça o pastor da sua igreja e os outros membros da equipe pastoral. Em algumas igrejas hoje em dia é possível que você não saiba quem são essas pessoas. Também precisamos saber quem são os diáconos, os presbíteros. . . Seja qual for a estrutura da sua igreja, você precisa saber quem são essas pessoas e conhecê-las o suficiente para ser profundamente grata pelo serviço que prestam ao rebanho. O suficiente para respeitá-los. Devemos respeitar e reconhecer aqueles que nos servem espiritualmente, que cuidam das nossas almas.
Depois, o texto nos chama a tê-los em máxima consideração, com amor. Isso significa valorizá-los ao máximo, tê-los na mais alta consideração. Essa é a orientação das Escrituras. Agora, veja bem: o texto não está dizendo que eles são perfeitos. Presumimos que são humanos, que ainda não foram glorificados. Também estamos presumindo que estão cumprindo as suas responsabilidades. Mas a Palavra afirma que somos chamadas a tê-los em máxima consideração.
Por quê? Não diz que é porque eles têm uma personalidade contagiante. Nem porque amamos o estilo deles. Diz que é por causa do trabalho deles, pelo trabalho que desempenham, porque eles cumprem essas responsabilidades diante de Deus.
E eu acho que não basta termos no coração esse respeito, estima e amor por aqueles que nos lideram espiritualmente. Nós também precisamos expressar isso a eles. Precisamos expressar a eles que os estimamos, que os respeitamos, que os amamos.
Isso significa que precisamos investir tempo comunicando esse reconhecimento, observando as contribuições que eles têm feito nas nossas vidas, expressando apreço e gratidão pelos esforços que desempenham em nosso favor. Os líderes espirituais da sua igreja sabem que você os valoriza, os respeita, os estima e os ama?
Você diz: “Ah, mas eu sou só uma pessoa na igreja. . . Eles nem se importam com a minha opinião.”
A sua atitude e resposta a esses líderes espirituais são muito importantes. O apóstolo Paulo está falando com todos os membros da igreja. Os seus líderes espirituais te veem cumprir essa responsabilidade?
Como você pode fazer isso na prática? Bom, você pode começar falando! Diga a eles. Verbalize e escreva bilhetes. Mande cartões. Encontre maneiras de expressar o seu apreço. Pode ser com um cartão de aniversário ou de aniversário de casamento. E isso não vale apenas para o pastor titular, mas também para o líder de jovens, o ministro de louvor, os presbíteros, os diáconos e, é claro, para as esposas desses líderes. É tão importante inclui-las porque eles estão todos juntos nesse ministério.
Agradeça a eles. Diga ao seu pastor algo específico que você tenha gostado em uma pregação, como Deus usou isso na sua vida. Não guarde só para você. Diga a ele. Ele precisa desse encorajamento! Louve. Encoraje. Demonstre gratidão. Aqui nos Estados Unidos, gosto de enviar cartões com a chegada do Dia de Ação de Graças.
Na verdade, eu já nem envio mais cartões de Natal, porque todo mundo manda — e eles acabam ficando perdidos na pilha de cartões. Mas cartões de ações de graça são cartões que eu faço questão de mandar. Eu agradeço às pessoas que estão servindo e ministrando ao meu lado, que estão guiando a minha vida espiritualmente. Eu escrevo: “Obrigada pelo investimento que você tem feito na minha vida.” E nunca se esqueça de encorajar também a esposa do pastor!
Não faz muito tempo, recebemos um e-mail de uma esposa de pastor que dizia assim: “Ano passado, a nossa igreja não fez nada especial para o meu marido no Dia do Pastor e como isso entristeceu o meu coração. Como esposa, eu não podia sugerir nada. Obrigada Revive Our Hearts pelo carinho e preocupação com os pastores e as suas esposas. Para minha surpresa, poucos dias depois, a igreja encheu o meu marido de cartões — e isso, com certeza, trouxe alegria ao coração dele para o ano todo.”
Essa é uma esposa de pastor falando. E a esposa do seu pastor vai se sentir tão abençoada e encorajada se você cuidar dela e se a igreja cuidar do marido dela.
Deixa eu acrescentar mais um pensamento sobre esse mandamento de respeitar os seus líderes espirituais e tê-los em máxima consideração, com amor: uma forma prática de fazer isso é se certificando de falar bem deles para outras pessoas. Essa é uma maneira positiva de expressar o seu apreço.
E aqui vai mais um jeito: não critique. Não seja fofoqueira. Não seja crítica. Não fique avaliando os sermões — especialmente na frente dos seus filhos. A maneira como você responde às autoridades espirituais terá um impacto profundo na forma como os seus filhos veem a sua autoridade e na forma como eles respeitam outras figuras de autoridade. Então, fale bem dos seus líderes espirituais — não apenas para eles, mas também para outras pessoas.
E eu repito, pastores são humanos, eles são falhos. Então, se alguma coisa te preocupa, fale disso com o Senhor. Ore sobre o assunto. Peça a Deus que trate dessa questão. Agora, se for algo que viola um princípio bíblico, pode ser que outras medidas precisem ser tomadas. Mas, acima de tudo, cuide para não semear discórdia ou deslealdade no corpo de Cristo. Cuide para que você fale bem dos seus líderes espirituais para os outros.
Respeite-os. Reconheça-os. Tenha-os em grande consideração, com amor — por causa da obra que realizam.
E então chegamos à terceira responsabilidade que está na parte em que Paulo diz: “Vivam em paz uns com os outros.” Não acho que eu tenha refletido muito sobre essa frase até começar a estudar mais a fundo sobre o tema. E, pensando nisso, me dei conta de que Satanás se alegra em criar divisão e conflitos dentro da igreja.
Deus criou a igreja para ser um corpo unido, um só no Espírito. E o que Satanás faz? Ele vem e tenta desmanchar essa unidade. Vejo isso acontecendo por toda a parte e parece que costuma acontecer de duas formas diferentes. O inimigo recorre a um de dois extremos: O primeiro é que há líderes espirituais que não estão biblicamente qualificados para assumir essa posição ou há líderes que falham em cumprir as suas responsabilidades bíblicas.
Tenho visto — e você também já ouviu — histórias de falhas morais graves, pecados de líderes sendo acobertados, erros doutrinários, abuso de poder e de autoridade. Essas situações são trágicas. E eu sei que algumas de vocês já passaram por experiências de serem profundamente feridas por esse tipo de coisa.
Mas eu quero dizer que não é sua responsabilidade lidar com esses problemas. Deus não me responsabiliza — e também não te responsabiliza — pelos pecados dos nossos líderes espirituais. Podemos ser afetadas por isso. Podemos ter que responder a isso. Mas a nossa responsabilidade diante de Deus é cumprir aquilo que Ele nos chamou para fazer como lideradas. É nisso que devemos focar.
O outro extremo que vejo o inimigo explorar não é apenas o pecado nos líderes, mas também o pecado nos membros da igreja. Membros carnais, que insistem em controlar tudo, que causam conflitos quando as coisas não saem do seu jeito.
E eu quero dizer isso com cuidado e graça, mas muitas vezes são as mulheres que causam esses problemas. Não é sempre, mas acontece com frequência. . . Mulheres que falam quando não deveriam, que geram desordem, que estão fora de controle, que às vezes não estão cumprindo responsabilidades bíblicas, que agem sem conversar primeiro com seus maridos.
Às vezes, como mulheres, geralmente já falamos mais do que os homens e podemos usar a nossa língua para acabar gerando discórdia e desunião na igreja. Isso não isenta os homens de responsabilidade, claro. Mas é um alerta de que precisamos ser muito cuidadosas.
Vemos algumas dessas igrejas caracterizadas por contendas e conflitos expulsando pastores piedosos, homens de Deus — não perfeitos, mas genuinamente piedosos. Igrejas contenciosas, que tornam impossível para o pastor liderar o rebanho. Eu já disse várias vezes nos últimos anos: “Eu não consigo imaginar alguém querer ser pastor nos dias de hoje.”
Muitas igrejas tornam o trabalho do pastor muito árduo. Vivemos numa cultura que rejeita autoridade, que não vê problema algum em discordar abertamente de autoridades. Não somos cuidadosos na forma como falamos com figuras de autoridade. Já não nos preocupamos mais em mostrar respeito para com as autoridades. Essa atitude permeia toda a nossa cultura.
Quando isso chega à igreja, os efeitos podem ser devastadores. Já vi homens de Deus que acabaram tendo que deixar a igreja depois de serem rebaixados a uma posição de impotência e ineficácia por conta do pior tipo de fofoca, por causa de deslealdade, mesquinharia, contendas, ira, hostilidade e ataques — alguns públicos, outros pelas costas.
Muitas vezes tudo se resume à carnalidade, ao desejo de controle. Existe aquele grupinho dentro da igreja que quer manter o controle: “Essa igreja é minha. Eu comecei essa igreja. Sou um membro fundador. Estou aqui há mais tempo. Tenho o dobro da idade do pastor.” Essas atitudes são tão contrárias ao Espírito de Cristo que podem destruir igrejas.
E eu sei que algumas de vocês aqui estiveram em situações assim recentemente e viram de perto o dano que isso pode causar. Como deve entristecer o coração de Deus ver a Sua amada Igreja — pela qual Ele morreu — sendo despedaçada! Isso é satânico. Isso não vem de Deus.
Fiquei sabendo de uma igreja na Georgia em que o pastor havia chegado há apenas quatorze semanas. A igreja tinha cerca de cinquenta pessoas, contando as crianças. Quando foi marcada uma reunião para denunciar algumas ações do pastor, apareceram cento e cinquenta pessoas. Algumas dessas pessoas eram membros que não vinham à igreja há séculos, mas foram naquela ocasião para expressar o seu descontentamento e insatisfação e discutir sobre essa controvérsia envolvendo o pastor.
Alguém me enviou um bloco de papéis, a maior parte são recortes do jornal local sobre essa situação toda. Agora até existe um processo judicial — pessoas processando o pastor. É algo inacreditável. Li vários desses recortes. A situação ficou muito feia. Tem tanta contenda e tantas acusações. Alguns dos artigos falavam de como fofoqueiros inflamaram a situação com boatos. Houve acusações públicas e mentiras explícitas. Algumas são coisas mesquinhas.
Ouça algumas das acusações:
- “Os sermões dele são longos demais.”
- “Ele veio do norte do país.” (O que, aliás, não era nem verdade porque ele cresceu no sul.)
- “Ele estudou num seminário na Califórnia, e não no sul.”
Essas coisas foram ditas publicamente. Havia também questões doutrinárias. Mas é evidente que essas pessoas não estão firmadas nas Escrituras. Elas só estão causando controvérsia e conflitos.
Enquanto lia esses relatos e refletia sobre algumas dessas situações, pensei mais uma vez: Como deve entristecer o coração de Deus ver a Sua amada Igreja — pela qual Ele deu a vida — sendo despedaçada! Isso é satânico. Não vem de Deus.
E isso levanta a pergunta: E o que devo fazer quando acontecem coisas na minha igreja que eu, realmente, não posso respeitar, ou que eu acredito estarem erradas? Uma amiga me escreveu recentemente me contando sobre a sua preocupação com uma situação da sua igreja. Uma igreja evangélica bem conhecida. Algumas coisas aconteceram — envolvendo essa amiga — e a forma como tudo foi tratado a deixou muito desapontada e desiludida.
Eu só conheço o lado dela da história. E se o que ela contou for realmente fiel aos fatos, a minha avaliação é que a situação poderia ter sido tratada de forma diferente. Mas eu preciso lembrar que só conheço a perspectiva dela. Não sei qual é o lado da liderança da igreja. Porém, tomando o relato dela como verdadeiro, quero compartilhar com vocês um e-mail que enviei para ela. Essa foi a minha resposta, e acredito que ela pode oferecer uma perspectiva útil sobre como lidar com situações desse tipo.
Eu escrevi assim:
Fiquei triste ao saber do que está acontecendo na sua igreja. Ao ler a sua mensagem, o texto que imediatamente me veio à mente foi Salmo 118.8–9. [Aliás, esses dois versículos estão exatamente no centro da Bíblia e são ótimos versículos para trazer à memória em muitas situações.] Diz assim:
“Melhor é buscar refúgio no Senhor do que confiar nos seres humanos. Melhor é buscar refúgio no Senhor do que confiar em príncipes.”
Sua experiência só reforça a verdade de que o Senhor é o único recipiente seguro da nossa confiança. Pessoas nos desapontam e vão continuar a nos desapontar — até os melhores cristãos e líderes cristãos, inclusive nós mesmas, têm pés de barro. Somos pessoas imperfeitas, vivendo num mundo imperfeito, e precisamos responder a situações imperfeitas com humildade, graça, compaixão e sabedoria. Infelizmente, se você viver tempo suficiente, não há forma de evitar situações como essa que você está enfrentando. O desafio é aprender a lidar com situações pecaminosas sem pecarmos nós mesmas.
Sua situação tem um interesse particular para mim porque estou desenvolvendo uma nova série para o Revive Our Hearts sobre as nossas responsabilidades bíblicas para com líderes espirituais. Então, tenho pensado bastante sobre esses temas. O Senhor terá que orientá-la sobre se você deve permanecer na sua igreja. [Ela estava me perguntando: “Devo sair da igreja? O que devo fazer?”]
Enquanto pensa e ora sobre isso, lembre-se de que você nunca encontrará uma igreja ou uma liderança eclesiástica sem falhas.
E eu quero te lembrar disso. Você pode ir para outro lugar. Mas, primeiro, você vai levar a si mesma, uma pecadora, para lá. Então, se você encontrar um lugar perfeito, quando chegar, já não vai ser perfeito mais. E, segundo, você não vai encontrar um lugar perfeito deste lado de cá do céu. Continuei escrevendo:
Seja qual for a sua decisão, eu te encorajo a orar pelos seus pastores e por toda a equipe de liderança da sua igreja. Eu conheço o pastor fulano o suficiente para saber que ele leva Deus a sério e deseja ser o homem e o pastor que Deus quer que ele seja. Por meio de suas orações, você pode fazer parte do processo de santificação na vida desses líderes. Você pode ajudá-lo a se tornar mais semelhante ao homem de Deus que Deus quer que ele seja por meio das suas orações, o que será infinitamente mais valioso do que a sua crítica.
Quer o Senhor te guie a ficar ou sair, peça a Ele que guarde o seu coração e a sua língua para que você não desenvolva um espírito endurecido ou amargurado e não se torne um instrumento de crítica ou divisão na igreja. Por mais difícil que seja, ore pedindo a Deus que te ajude a se concentrar e agradecer pelas qualidades louváveis que certamente existem nesses homens e na igreja.
No fim das contas, [e é essencial que lembremos disso aqui] Deus não te responsabiliza pelas atitudes deles, apenas pela maneira como você escolhe responder a essas atitudes. Por fim, quando você se sentir desencorajada ou desiludida com a condição de uma igreja específica ou com a igreja em geral, como tem acontecido com muitos. . .
Falando nisso, deixa eu falar só uma coisa. . . Outro dia eu estava conversando com uma cristã que trabalha num ministério paraeclesiástico, ela me contou que não frequenta uma igreja há dez anos, por causa de decepções com falhas e pecados dentro da igreja. Eu não sei o que são. Eu sei que existem, mas a resposta dela está errada.
Eu disse assim para aquela amiga a quem escrevi:
. . . quando você se sentir desencorajada ou desiludida com a condição de uma igreja específica ou com a igreja em geral, eu te encorajo a voltar à Palavra e ler mais uma vez sobre o plano de Deus e o Seu amor pela Sua Igreja. Percebo que isso me ajuda a manter os meus olhos no fim da história. O final da Igreja é que ela será uma noiva gloriosa, sem mancha, sem ruga, sem nenhum defeito. Quer você goste ou não, a Igreja — com todos os seus defeitos — é fundamental para que você e eu nos tornemos tudo o que Deus quer que sejamos.
Então esses são os conselhos que eu gostaria de compartilhar. Eu não sei como é a sua igreja. Não sei quais situações você está enfrentando aí. Algumas de vocês estão em igrejas bem pequenininhas. Outras, em igrejas enormes. Algumas estão em igrejas que estão indo muito bem no momento, sem grandes conflitos.
Mas se você viver o suficiente, vai passar por uma situação na sua igreja na qual você terá a oportunidade de criticar e de ser negativa. E eu quero te encorajar; a Palavra de Deus diz: “Vivam em paz uns com os outros” (1Ts 5.13). Não seja uma pessoa contenciosa. Não promova divisão. Deus detesta quando semeamos contendas, deslealdade ou conflito entre o Seu povo. Pode até ser que isso aconteça na igreja. . . mas não faça, você parte disso.
Ore. Peça ao Senhor que faça de você uma pacificadora. Peça a Ele que te mostre como você pode ser uma fonte de apoio e encorajamento para os líderes espirituais da sua igreja.
Raquel: Você já parou para pensar que a maneira como você trata outros membros da igreja afeta os líderes espirituais da sua igreja? Nancy DeMoss Wolgemuth tem nos ajudado a enxergar as coisas a partir da perspectiva dos nossos líderes nesta série chamada Submetam-se aos seus líderes.
Nancy, no ensino de hoje, você fez referência a algo que acho que muitas de nós estávamos pensando. . . o fato de que existem muitas histórias de abuso dentro da igreja — pastores ou outros líderes que, em vez de cuidar, estão ferindo as ovelhas.
Nancy: Sim, isso é de partir o coração. Isso acontece e acontece com muita frequência. Na verdade, não é algo novo. A Bíblia, lá em Ezequiel, mostra Deus confrontando líderes que foram colocados como pastores do rebanho, mas foram péssimos pastores. Eles se empanturravam de comida em vez de alimentar as ovelhas. Eles não lideravam as ovelhas, nem as protegiam. Deixaram o rebanho vulnerável. Deus leva isso extremamente a sério. Ele chega a dizer: “Esses homens que Eu chamei para liderar espiritualmente o Meu povo não foram bons pastores. Por isso, Eu mesmo virei e apascentarei o Meu rebanho.” Então, precisamos lembrar que Deus é o Pastor Supremo. Jesus é o Bom Pastor, que nunca peca contra as Suas ovelhas.
E eu sei que, ao falarmos disso hoje, há pessoas ouvindo que já foram manipuladas, profundamente feridas ou tratadas de forma pecaminosa por um líder de igreja em quem confiavam; alguém que tirou vantagem dessa confiança para seus próprios fins egoístas. Precisamos reconhecer isso.
Raquel: E com um título como Submetam-se aos seus líderes queremos deixar bem claro que você não está dizendo que devemos seguir cegamente os nossos líderes, especialmente se o que eles estão nos dizendo para fazer não esteja alinhado com a Bíblia.
Nancy: De jeito nenhum! Por isso que devemos seguir a Cristo como nosso Pastor Supremo, e seguir a Palavra de Deus como nossa autoridade máxima. Nós seguimos nossos líderes na medida em que eles seguem a Jesus. É o que o apóstolo Paulo diz em 1 Coríntios: “Sejam meus imitadores, como eu sou de Cristo.” Ou seja, se um pastor ou outro líder está falando ou agindo de uma forma que não reflete Jesus, ele, certamente, não deve ser seguido como exemplo. E, como mencionei antes, esse líder pode muito bem ser biblicamente desqualificado da liderança. Agora, eu espero de verdade que esse não seja o caso da sua igreja. E quero expressar o quanto sou grata, porque na minha experiência a maioria dos líderes cristãos não são assim. Mesmo que os maus líderes sejam os que mais aparecem nas manchetes, a verdade é que a grande maioria realmente ama a Deus e deseja servir bem ao povo de Deus. Não nos esqueçamos disso.
Raquel: Obrigada por esclarecer isso, Nancy. E você ainda vai nos ajudar a entender melhor como responder quando nossos líderes nos decepcionam nos próximos episódios desta série.
Nós aqui do Aviva Nossos Corações queremos te ajudar a honrar o seu pastor e a esposa dele. Oferecemos um recurso interativo que vai te ajudar a refletir sobre a sua participação nos cultos da igreja — coisas como como se preparar para o culto, como aproveitar ao máximo a mensagem. . . Também temos uma seção para quem ensina a Palavra e um guia de 30 dias de oração pelo seu pastor. O recurso se chama Vamos à Igreja! Para saber como adquiri-lo, você pode acessar o nosso site avivanossocoracoes.com e clicar na aba “Livro/Livretos” ou acessar o link que deixamos na transcrição do episódio de hoje também no nosso site.
Dizer “siga o seu líder" é fácil. Mas quando chega a hora de colocar isso em prática, será que seguimos mesmo? Vamos continuar esse tema amanhã. Esperamos você no próximo episódio do Aviva Nossos Corações. Agora, vamos orar com a Nancy.
Nancy: Senhor, obrigada pelos líderes espirituais que o Senhor colocou na minha vida ao longo dos anos. Que bênção, encorajamento e auxílio eles foram para a minha alma! Obrigada pelo trabalho deles, os esforços, a dedicação em estudar Tua Palavra, ensiná-la, exortar o rebanho e liderar a Tua igreja.
Senhor, mostra-nos, como mulheres, como podemos ser instrumentos de graça, de encorajamento e de respeito para esses homens que Te servem fielmente. Nos ajuda a ser uma bênção na vida deles, assim como eles têm sido uma bênção na nossa. Eu oro em nome de Jesus. Amém.
Raquel: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, sustentado por seus ouvintes e dedicado a chamar mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.
Clique aqui para o original em inglês.