
Dia 1: Deus é bom nos "talvezes"
Raquel: O casamento pode ser muito difícil — e a solteirice também. Nancy DeMoss Wolgemuth nos oferece uma nova perspectiva sobre ambos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Seja você casada ou solteira, Deus te ama demais para permitir que você chegue ao ponto de não precisar mais dele.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Escolhida para Ele, na voz de Renata Santos.
Em 14 de novembro de 2015, Nancy se casou com Robert Wolgemuth. Estamos prestes a ouvir a série que foi transmitida poucos dias antes da mudança do estado civil de Nancy de “solteira” para “casada”.
É provável que muitas de nossas ouvintes sejam mulheres solteiras que desejam, um dia, se casar e constituir uma família. Sabemos que esse tempo de espera pode ser desafiador — há tantas dúvidas sobre o futuro e perguntas sem respostas (ou que …
Raquel: O casamento pode ser muito difícil — e a solteirice também. Nancy DeMoss Wolgemuth nos oferece uma nova perspectiva sobre ambos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Seja você casada ou solteira, Deus te ama demais para permitir que você chegue ao ponto de não precisar mais dele.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Escolhida para Ele, na voz de Renata Santos.
Em 14 de novembro de 2015, Nancy se casou com Robert Wolgemuth. Estamos prestes a ouvir a série que foi transmitida poucos dias antes da mudança do estado civil de Nancy de “solteira” para “casada”.
É provável que muitas de nossas ouvintes sejam mulheres solteiras que desejam, um dia, se casar e constituir uma família. Sabemos que esse tempo de espera pode ser desafiador — há tantas dúvidas sobre o futuro e perguntas sem respostas (ou que parecem não ter respostas).
Por isso, nos próximos três dias, queremos compartilhar com você essa série especial da Nancy, aqui no Aviva Nossos Corações. Que esse conteúdo seja um incentivo, tanto para você que está vivendo essa fase, quanto para você que caminha ao lado de uma amiga solteira.
Aqui está Nancy.
Nancy: Bem, vivi os últimos cinquenta e sete anos como Nancy Leigh DeMoss — uma mulher solteira. Mas daqui a três dias, estarei em um altar, onde me tornarei a senhora Nancy DeMoss Wolgemuth. Será que ouvi aplausos? (risos)
Me sinto grata, muito grata, pelo encorajamento que recebi de muitas mulheres ao longo dos últimos meses — mulheres casadas e solteiras, que se alegraram comigo, me apoiaram, oraram e enviaram mensagens de carinho.
Algumas semanas atrás, conheci uma mulher em um encontro que tivemos com alguns dos nossos parceiros ministeriais. Ela é dentista, tem pouco mais de quarenta anos e nunca foi casada. Ela veio até mim e disse:
Sou tão grata pelo ministério Revive Our Hearts. Espero que, quando se casar, você não se esqueça de nós, mulheres solteiras. Espero que continue ministrando às nossas vidas. Hoje, dentro da igreja, é solitário ser uma mulher solteira com uma carreira.
Acredito que ela tenha ecoado os sentimentos de outras mulheres também. Existem muitas pessoas solteiras atualmente. De acordo com o censo de 2012 do governo dos Estados Unidos, mais de 44% dos residentes estadunidenses de 18 anos ou mais são solteiros — 44%. E praticamente todas vocês que estão aqui hoje vão passar uma parte significativa das suas vidas como mulheres solteiras.
Na verdade, estou me casando com um homem mais velho e, de um ponto de vista estatístico, posso acabar me tornando viúva algum dia. Nesta sala, temos viúvas e mulheres que nunca se casaram. Ao longo dos anos, ministrei tanto a mulheres casadas quanto a solteiras, mas tenho um carinho especial por ministrar às mulheres solteiras e fazer isso com base na minha própria experiência.
Em 1998 (parece que faz tanto tempo!), quando eu tinha quarenta anos, escrevi um livreto chamado Escolhida para Ele com o subtítulo “Como abraçar a dádiva, as bênçãos e os desafios de ser solteira”. Eu diria que, ao longo desses anos, vivi, em primeira mão, a dádiva, as bênçãos e os desafios de ser solteira. Sou grata, de coração, por esses anos e por tudo o que Deus me deu durante esse período.
E agora, inesperadamente, mais tarde na vida, o Senhor está me dando uma nova dádiva — a dádiva do casamento. E estou confiante de que o casamento também terá suas bênçãos e seus desafios. E meu desejo e objetivo são abraçá-los da mesma forma que abracei as bênçãos e os desafios da vida de solteira.
Mas, durante essa jornada dos últimos meses, tenho sentido um peso em meu coração para fazer exatamente o que aquela mulher me pediu algumas semanas atrás: “Não se esqueça de nós, mulheres solteiras”. E quero abençoar e ministrar graça às minhas irmãs solteiras — algumas delas estão nesta sala, algumas servem em nossa equipe. Muitas têm um desejo profundo e não realizado pela dádiva do casamento.
Eu suspeito (nunca fiz uma pesquisa, mas tenho quase certeza de que estou certa). . . Suspeito que — se não a maioria — muitas mulheres solteiras sentem que os desafios de ser solteira superam em muito as suas dádivas e bênçãos. Então, quando falamos sobre a dádiva, as bênçãos e os desafios de ser solteira, acho que a parte que muitas mulheres solteiras destacariam é: “Sim, é desafiador! As dificuldades são muitas”.
O que eu quero fazer nesta série curtinha, poucos dias antes de estar no altar, é compartilhar alguns pensamentos que têm estado no meu coração sobre a dádiva, as bênçãos e os desafios de ser uma mulher solteira. Eu chamei essa série de “Reflexões para as minhas irmãs solteiras. . . antes de eu me tornar uma mulher casada”.
É pouco provável que eu compartilhe algo que a maioria de nós nesta sala já não saiba — não existe nenhuma grande revelação, segredo ou insight novo. O que eu quero fazer é chamar todas nós, casadas ou solteiras, para sempre estarmos nesta jornada de aconselharmos nossos corações de acordo com a verdade que já sabemos.
A maioria de nós já conhece o suficiente da Palavra e dos caminhos de Deus para que, se realmente vivermos à luz do que sabemos, sejamos mulheres de Deus felizes, santas, humildes e satisfeitas pelo resto de nossas vidas. Não é verdade?
Para a maioria de nós, o desafio não é conhecer a verdade. O desafio é saber como colocá-la em prática no dia a dia, no laboratório da vida cotidiana. E é isso que eu quero nos chamar a fazer.
Enquanto pensava sobre quais pensamentos gostaria de compartilhar com as minhas irmãs solteiras antes de eu me tornar uma mulher casada, enviei um e-mail para algumas amigas, em sua maioria solteiras, mas algumas casadas, e pedi algumas opiniões:
- Quais são alguns dos desafios que vocês enfrentam?
- Quais foram alguns dos desafios que você enfrentou como mulher solteira?
- O que você acha que eu poderia falar nesta série para ajudar nossas irmãs solteiras?
Estou muito grata pelas mulheres que dedicaram um pouco do seu tempo para escrever e compartilhar seus pensamentos e seus corações comigo. Recebi respostas muito tocantes, reflexivas e honestas. E algumas dessas respostas levantaram questões difíceis.
Uma das mulheres escreveu:
Uma das coisas mais difíceis para mim é entender por que Deus me dá o desejo de me casar (de compartilhar, servir e viver de maneira íntima com alguém) sendo que eu tenho orado fielmente por isso há anos e continuo sem nenhum pretendente à vista. Essa é a minha oração mais antiga. E, mesmo assim. . . ainda estou esperando.
Essa é uma mulher que acabou de completar cinquenta anos e vive com esses desejos não realizados. Ela é uma mulher preciosa, temente a Deus, serva do Senhor. Uma mulher fiel. Ela fez um zilhão de escolhas certas e tem aconselhado o próprio coração de acordo com a verdade. Mas ela diz: “Ainda é um mistério. Ainda é difícil para mim entender por que Deus me deu esse desejo. Eu orei, e ainda assim espero. Meu desejo não foi realizado ainda”.
Outras relatam a experiência de forma um pouquinho diferente. Vou ler agora um comentário deixado no nosso blog, True Woman. Essa mulher escreveu assim:
Em duas semanas, completarei cinquenta e um anos. Nunca fui casada e, consequentemente, não tenho filhos. Quero acreditar que Deus tem um plano para mim e que é por isso que ainda estou solteira. Ainda assim, é fácil cair na tentação de pensar que talvez Ele saiba que eu não sou boa o suficiente para ser uma esposa. Ou que, talvez, eu tenha pecado tanto que estar sozinha seja o meu castigo. Mesmo sendo cristã, acho difícil olhar com expectativa para o futuro. Não entendo por que tantas são abençoadas com famílias e maridos. Será que Deus ama mais essas mulheres?
Talvez você nunca tenha dito essas palavras, mas talvez suas circunstâncias de vida — seja a solteirice indesejada ou outra coisa. . . Talvez o desejo nunca atendido de ter um filho. Talvez o desejo de ter um tipo diferente de marido daquele com quem você se casou, ou de viver um relacionamento espiritual mais íntimo com seu cônjuge. Talvez as suas circunstâncias de vida — sejam quais forem — tenham te levado a questionar. Ou melhor. . . você já se pegou, lá no fundo do seu coração, se perguntando: Será que Deus ama mais as outras mulheres do que a mim?
Bem, deixa eu te dizer uma coisa sobre essas e outras perguntas que me foram feitas enquanto me preparava para esta série. Eu tenho muito mais perguntas do que respostas. Não tenho respostas para a maioria dessas questões. E também estou ciente de que não há nada que eu possa dizer que faça a sua dor e as emoções difíceis que você tem vivenciado desaparecerem.
Mas, durante esses dias que antecedem o meu casamento, eu amaria, de alguma forma, encorajar e oferecer esperança para as mulheres que estão se sentindo cansadas ou solitárias, lutando nesta corrida.
Novamente, pode ser a corrida da vida de solteira. Mas para outras pode ser um tipo diferente de corrida, algo que você está cansada de enfrentar. Você diz: “Eu quero jogar a toalha. De verdade, não acho que consiga continuar. Será que Deus realmente me ama? Será que Deus realmente se importa? Será que Deus sabe o que estou passando?”
Eu quero oferecer algumas palavras de encorajamento — e oro para que tragam esperança a você. E, Senhor, eu peço por isso, agora mesmo enquanto iniciamos esta série. Oro para que sejam Tuas palavras, Teu coração, Tua sabedoria, Teus caminhos, Teu Espírito ministrando graça sob medida às mulheres que ouvirem esta série, e que elas saiam com corações cheios de esperança. Pois Tu és o Deus de toda esperança, o Deus de todo consolo, o Deus de toda paz, e o Deus de toda graça. Que Tu sejas isso, aqui neste lugar, e nos corações dessas mulheres hoje. Eu oro em nome de Jesus. Amém.
Nos próximos dias, quero compartilhar algumas reflexões. Não tenho três pontos, apenas algumas reflexões à medida que penso no passado, nos primeiros cinquenta e sete anos da minha vida, e olho à minha frente, para o que só Deus sabe que será a minha jornada para o resto da minha vida.
Estas são coisas que eu diria a qualquer mulher, casada ou solteira, porque nossos problemas, geralmente, não procedem tanto das nossas circunstâncias, mas, sim, do nosso coração. E nossos corações não mudam tanto assim quando atravessamos a fronteira entre a solteirice e o casamento. Percebo que o que é verdadeiro sobre o nosso coração antes de nos casarmos costuma ser verdadeiro depois do casamento.
O que precisamos enfrentar não é tanto como mudar nossas circunstâncias, mas como permitir que Deus nos transforme em meio às nossas circunstâncias — seja qual for a nossa situação.
Quero começar mencionando o ponto de partida de toda esta pequena série e das minhas reflexões sobre esse tema. Quando olho para esses anos de caminhada com o Senhor, vejo que esse é o tema da minha vida. E é isso que quero dizer às mulheres enquanto passo por essa transição de mulher solteira para mulher casada. Preste atenção e anote: Deus é bom e você pode confiar nele para escrever a sua história. Deus é bom. Ele é sábio. Ele é amoroso. Ele é tudo o que é bom. Deus é confiável. Você pode confiar nele para escrever a sua história.
Veja, quando somos meninas, pensamos sobre como gostaríamos que o roteiro da nossa vida se desenrolasse. E é por isso que, para muitas meninas que cresceram assistindo à Disney e às princesas da Disney, o desejo é de casamento, de um certo tipo de casamento, e de um tipo específico de relacionamento romântico, e de determinados sonhos.
Para você, os sonhos podem ter sido diferentes. Você tinha uma visão para sua vida. Você tinha esse roteiro que esperava que sua vida seguiria. E talvez, desde pequena, a realidade tem sido diferente da que você imaginava. Ela não se desenrolou da maneira que você esperava ou pensava que seria. Talvez você pensou que se casaria e teria seis filhos, mas se casou e descobriu que não pode ter filhos.
São os “talvezes” da vida. São os “eu pensava” e os “nós pensávamos”. “Eu tinha esse roteiro para a minha vida. Eu pensava que meus filhos seriam assim. Eu pensava que meu casamento seria assim. Eu pensava que minha saúde seria assim”. Mas acabou sendo bem diferente de tudo o que você sonhou.
E deixe-me reafirmar: Deus é bom e você pode confiar nele para escrever a sua história. Você pode confiar nele para escrever o roteiro da sua vida. E o que quer que Deus escreva para sua vida e para a minha — olhando para o passado, olhando para o futuro — o roteiro que Deus escreve, a história que Deus está escrevendo, é uma boa história — uma bela história. Romanos 12 nos diz: “A vontade de Deus é boa, agradável e perfeita” (v. 2).
Eu sempre disse. . . e isso tem sido atribuído a mim, embora não seja da minha autoria, e não sei quem foi o primeiro a dizer isso, mas eu amo essa citação: “A vontade de Deus é exatamente o que eu escolheria se eu soubesse o que Deus sabe”. A vontade de Deus é boa. Deus é confiável. Você pode confiar em Deus para escrever a história da sua vida.
Já ouvi tantas histórias nessa minha jornada. Outro dia entrei em uma loja e encontrei uma mulher. Ela disse que tinha ficado sabendo do meu noivado e falou: “Você me dá esperança!” Ela deve ter cerca de setenta anos. Não lembro exatamente o que ela disse, mas ela disse: “Talvez Deus ainda tenha alguém para mim!”
Recentemente, ouvi uma história sobre uma mulher de setenta e quatro anos que se casou pela primeira vez, depois de adotar e criar três filhos. Que história impressionante Deus escreveu para a vida dessa mulher!
E você pode pensar: “Minha história pode não acabar assim. Com certeza ainda não acabou assim.” Bem, em primeiro lugar, me deixa te falar uma coisa: a sua história ainda não acabou. Eu estou aqui para te dizer isso. Mas também — não importa como ela acabe — se você permitir que Deus escreva sua história, se você permitir que Deus escreva o roteiro da sua vida, ele será bom. A alegria não vem de escrever nossa própria história ou de ter uma história que aconteça do jeito que a escreveríamos. A alegria vem de dizer: “Sim, Senhor” para qualquer história que Ele escrever para nossas vidas.
O Salmo 84 nos diz: “Porque o Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor dá graça e glória; não recusa nenhum bem aos que andam retamente” (v. 11).
E a propósito: ninguém pode andar retamente sem Cristo, que é nossa justiça, certo? Esse versículo não está dizendo: “Se você não tem um marido é porque você não é boa o suficiente”. Não é nada disso! Está dizendo o seguinte: “Daqueles cuja fé está em Cristo — que se apoiam nele, que esperam nele, que contam com Ele para sua justiça — Deus não reterá nada que seja bom ou necessário. E, nesse meio tempo, Ele será para você sol e escudo. Ele será o seu calor. Ele será a sua proteção. Ele será a sua cobertura. Ele será a sua energia. Ele dará graça. Ele dará glória”.
A mulher que anseia se casar, que tem esse desejo não realizado de se casar, não está condenada a passar a vida em miséria, em desespero, sendo desencorajada ou abatida. Ela tem um sol. Ela tem um escudo. Ela tem graça. Ela tem glória. E ela tem a certeza de que nada que seja bom ou necessário lhe será negado.
Em 1 Coríntios, capítulo 7, o apóstolo Paulo fala sobre toda essa questão do casamento, da solteirice e algumas outras coisas correlatas. E ele diz que tanto o casamento quanto a solteirice são dons. Ambos são chamados, ambos têm bênçãos e benefícios — e ambos têm desafios. Ouça o que ele diz no versículo 17 de 1 Coríntios 7: “No mais, que cada um ande segundo o que o Senhor lhe concedeu, conforme Deus o chamou” (1Co 7.17). O versículo 24 diz: “Irmãos, cada um permaneça diante de Deus na condição em que foi chamado” (v. 24).
Eu não vou fazer uma exposição do texto todo. Tem muita coisa nele. Há muitas partes difíceis de entender. Antes de mais nada, no contexto maior dessa passagem, Paulo dá liberdade ao povo de Deus para escolher se casar, caso Deus ofereça essa oportunidade, ou permanecer solteiro para servir ao Senhor com devoção inabalável.
Ele diz: “O casamento é uma coisa boa; a solteirice é uma coisa boa — dentro da vontade de Deus. Se você pode permanecer solteira, e pode fazer isso consagrada ao Senhor, essa é a minha recomendação. Eu vou poupar você de algumas dificuldades que as pessoas casadas vão enfrentar”. Então existem algumas vantagens em ser solteira.
No contexto maior, ele fala sobre algumas vantagens de ser casada. E ele diz: “Você está livre para casar, desde que case no Senhor. Ou você está livre para permanecer solteira, se Deus a presenteou e a capacitou para isso”.
Mas o ponto que eu quero destacar nos versículos que acabei de ler é o seguinte: tanto o casamento quanto a solteirice são chamados de Deus. “Que cada um ande segundo o que o Senhor lhe concedeu, conforme Deus o chamou. Cada um permaneça diante de Deus na condição em que foi chamado” (v. 17,24).
O casamento e a solteirice, em seu tempo e em seu lugar, à medida que Deus desenvolve a história, à medida que Deus desenvolve o roteiro, são um chamado. São, por assim dizer, uma tarefa atribuída a nós pelo Senhor. Agora, não é uma tarefa no sentido. . . Robert não gostaria de me ouvir dizer: “Eu fui designada por Deus para me casar com você”. Ele gostaria de saber que eu o amo e que realmente quero me casar com ele — e eu quero. Mas há outro sentido em que percebo que meu amor por ele é uma resposta a uma tarefa e a um chamado que recebi do Senhor. É um chamado que me dá alegria. É algo pelo qual sou profundamente grata. Mas é um chamado. Não tomei a decisão de ser solteira por cinquenta e sete anos e depois me casar aos cinquenta e sete anos. Eu não decidi isso. Como eu poderia ter decidido isso?
Como eu poderia saber de que forma a minha vida melhor honraria o Senhor? Eu não sei o que Ele sabe. É por isso que tive que depender dele todos esses anos e dizer: “Senhor, o que vai Te agradar? O que vai Te honrar? O que o Senhor quer fazer com a minha vida?”
Até o momento, a tarefa de Deus para mim, o chamado de Deus para minha vida — e tem sido um doce chamado — foi servi-Lo como uma mulher solteira. E agora Deus está dizendo: “Eu tenho uma tarefa diferente para você. Eu tenho um chamado diferente. Ele tem seus próprios desafios, bênçãos e benefícios. A hora chegou”. E meu desejo é dizer, “Sim, Senhor”. Meu coração disse “Sim, Senhor” quando eu era solteira. E meu coração diz “Sim, Senhor” como mulher casada. É um chamado.
A natureza humana, nossa tendência, é querer um chamado diferente daquele que temos. Queremos estar em um lugar diferente, em um pasto diferente, em um campo diferente, em uma condição diferente daquela a que o Senhor nos designou.Então, a exortação que Paulo dá em 1 Coríntios 7 é permanecer onde Deus nos colocou até que Ele mude o nosso chamado e, se Ele o mudar, então vamos atender a esse novo chamado com alegria e contentamento.
Mas o desafio é estar contente, escolher permanecer onde Deus nos colocou. E ele diz: “Cada um permaneça diante de Deus na condição em que foi chamado”. Eu amo isso porque significa que, se você está solteira ou solteira novamente — divorciada, viúva, nunca foi casada, solteira contra sua vontade ou em um casamento difícil e doloroso — Deus te diz: “Permaneça diante de Deus na condição em que foi chamada”.
Ele não te deixa lá sozinha à sua própria mercê. Ele diz: “Eu estarei com você”. Não é só você e a sua solteirice. Não é só você e aquele marido difícil, ou aquele filho pródigo, ou seja qual for a circunstância que você não pode mudar. Mas Ele diz: “Permaneça aqui, continue aqui Comigo, porque é um chamado”.
Durante os nossos meses de noivado, acho que a frase que mais ouvimos foi: “O casamento é difícil!” Tanto quanto consigo me lembrar, todas as pessoas que nos disseram isso são casadas. “O casamento é difícil”. Nós dissemos um ao outro: “Gostaríamos que mais pessoas casadas dissessem, ‘O casamento é maravilhoso!’” Mas notei que mais solteiros dizem, “O casamento é maravilhoso” e mais casados dizem “O casamento é difícil”. O que isso significa? É um reflexo daquele velho pensamento de que a grama do vizinho é sempre mais verde, não é?
A verdade é que a vida é difícil — seja você casada ou solteira. Ser casada ou solteira requer morrer para si mesma, se sacrificar, depender do Senhor para receber graça e capacitação. Seja você casada ou solteira, Deus te ama demais para permitir que você chegue ao ponto de não precisar mais dele. E por isso, às vezes, Ele torna as coisas difíceis.
Não estou dizendo que, se você tem um casamento ruim, Deus fez com que você tivesse um casamento ruim. Mas estou dizendo que Deus cria circunstâncias em nossas vidas para nos fazer perceber o quanto precisamos, desesperadamente, dele.
Se você se encontra com um presente ou um chamado indesejado (seja a solteirice ou o casamento) e desejos não realizados, o que você faz com isso?
Uma amiga escreveu para mim e disse:
Sonho em me casar e ter filhos desde jovem. Esperava que isso acontecesse naturalmente depois que eu terminasse a faculdade e, quando isso não aconteceu, tive que lutar com essa expectativa não atendida. Em alguns anos, eu sonhava mais do que em outros. Para mim, as festas de fim de ano eram especialmente difíceis sendo solteira. Houve temporadas em que elevei esse desejo à posição de um ídolo. Um ídolo no sentido de que eu dizia a mim mesma: “Se eu fosse casada, aí sim seria feliz e a vida seria ótima”.
A propósito, pessoas em todas as fases e situações da vida usam essa frase: “se ao menos. . .”
“Se ao menos eu fosse casada com outra pessoa.”
“Se ao menos eu tivesse mais filhos.”
“Se ao menos eu tivesse menos filhos.”
“Se ao menos eu tivesse ‘alguma coisa’. . . aí sim minha vida seria diferente. Eu seria feliz e a vida seria ótima.”
Continuando, ela disse:
Depois de um noivado rompido, percebi que estava colocando a ênfase errada no casamento. Deus pretendia que o casamento fosse algo bom, mas a solteirice também era algo bom. Eu precisei aprender a tornar cativos os meus pensamentos (2 Coríntios 10.5) e me lembrar da verdade encontrada na Palavra de Deus. A realidade é que nada pode nos trazer felicidade, senão Jesus Cristo.
E eu diria: “Nada nem ninguém pode nos trazer felicidade, senão Jesus Cristo”. Por fim, ela disse:
Ele é quem traz significado e redenção para esse mundo em ruínas.
Bem, quando essa moça tinha trinta e poucos anos, Deus trouxe um homem piedoso e mais velho para a vida dela. Ela se casou. (Eu não a conhecia na época, mas a conheci depois.) Dois anos depois e com um filho, ela se sentou comigo em meu escritório e eu a ouvi compartilhar alguns dos seus desafios de mulher casada que ela nunca havia antecipado.
A boa notícia é que, agora, a solução para ela é a mesma — exatamente a mesma — de quando ela ainda era solteira. Ou seja, ancorar seu coração na Palavra de Deus e em Seus caminhos e perceber que nenhum homem pode satisfazer as necessidades de uma mulher que somente Jesus pode satisfazer. Ela teve que buscá-Lo para satisfazer seus desejos mais profundos quando era solteira. Ela está casada com um homem maravilhoso e ainda assim precisa buscar a Jesus para que Ele satisfaça as necessidades e os desejos mais profundos do seu coração.
Recentemente, nossa equipe de correspondências me disse que estamos encontrando muitos comentários amargos e raivosos de mulheres mais velhas, solteiras e frustradas no blog True Woman. E acho que o que está sendo expresso é a seguinte visão: “O que eu desejo, eu tenho o direito de obter ou experimentar”. Pessoas nos tempos bíblicos também faziam isso.
A tradução New American Standard Bible (NASB) de Jeremias 2, versículo 5 diz assim: “Assim diz o Senhor: ‘Que injustiça os pais de vocês acharam em mim, para que se afastassem de mim, seguindo aquilo que é vazio e se tornando eles mesmos vazios?’” (Jr 2. 5)
Acho que algumas mulheres acreditam que Deus foi injusto em não dar um cônjuge àquelas que tanto desejam ter um. Mas aqui está o problema: se você acredita que Deus é injusto, que Ele te prejudicou de alguma forma, então, como o profeta disse, você não se aproximará dele. Em vez disso, você vai se afastar dele. Você não vai querer estar perto de um deus assim. Sua tendência será se afastar. Mas você não vai se afastar e encontrar plenitude. Ele diz que você “se afasta em busca daquilo que é vazio e se torna vazia”. Para encontrar a plenitude, você precisa caminhar exatamente até Aquele que você pensa ter deixado suas mãos vazias. Ele não é injusto. Ele é bom. Ele é sábio. Ele é amoroso.
O desafio aqui é reconhecer que existe uma linha tênue entre um desejo e uma exigência. O desejo se torna um ídolo quando vira uma exigência. E o ídolo pode ser a solteirice, inclusive.
Deixe que Deus determine qual é o seu presente e por quanto tempo essa fase deve durar. Responda ao Seu chamado, seja qual for, da maneira como Maria fez em Lucas, capítulo 1: “Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (v. 38, ACF).
Me deixa eu te lembrar que, independentemente do seu estado civil — casada, solteira, divorciada, viúva. . . seja qual for — você pode experimentar liberdade, plenitude e abundância em Cristo. Você acredita nisso? Você, realmente, acredita que, apesar do seu desejo não realizado pelo casamento, ou por um tipo diferente de casamento, ou por qualquer outra coisa, que ainda assim você pode experimentar liberdade, plenitude e abundância em Cristo?
Se você se pegar pensando que poderia experimentar mais liberdade, plenitude e abundância se Deus lhe desse um marido, então meu desafio para você é aconselhar o seu coração de acordo com a verdade, e perceber que liberdade, plenitude e abundância não são encontradas em um homem. Elas não são encontradas no casamento. Mas são encontradas no Homem Cristo Jesus e em uma união e comunhão íntimas com Ele.
Pai, como sou grata pelos Teus bons, sábios e amorosos planos, e por saber que podemos confiar em Ti para escrever nossas histórias. Obrigada pela forma surpreendente com que Tu tens desenrolado a minha história. Eu jamais poderia ter escrito esse roteiro, mas agradeço por ter experimentado o quão bom Tu és antes do casamento e por me mostrar repetidas vezes, ao longo dessas décadas, que Tu és bom, e que tudo o que fazes é bom; e que liberdade, plenitude e abundância são encontradas em Ti. E por isso, Te damos graças. Em nome de Jesus. Amém.
Raquel: Você acabou de escutar Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos, no primeiro dia desta série chamada “Reflexões para minhas irmãs solteiras. . . antes de eu me tornar uma mulher casada”. Ela foi transmitida, originalmente, no podcast do Revive Our Hearts poucos dias antes do casamento de Nancy com Robert Wolgemuth em 14 de novembro de 2015.
Nancy sabe um pouquinho sobre como encontrar contentamento quando Deus nos concede a dádiva da solteirice. Ela escreveu sobre isso em um livreto chamado Escolhida para Ele: Como abraçar a dádiva, as bênçãos e os desafios de ser solteira, que está disponível para compra em nosso site avivanossoscoracoes.com na aba “Livro/Livretos” ou no link que você pode encontrar na transcrição do episódio de hoje também em nosso site.
Esse recurso vai te ajudar a encarar a solteirice com uma perspectiva bíblica e a viver seus anos de mulher solteira ao máximo — para a glória de Deus. Se você é solteira ou tem amigas nessa fase da vida e quer compartilhar essa palavra com elas, esse livreto é um recurso valiosíssimo. Aproveite essa oportunidade!
Amanhã, Nancy vai continuar a mostrar por que o contentamento tem mais a ver com o seu coração do que com as suas circunstâncias. Esteja com a gente amanhã para o segundo episódio de “Reflexões para minhas irmãs solteiras. . . antes de eu me tornar uma mulher casada”. Esperamos por você!
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
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