Dia 1: Aumentar ou abaixar o volume
Raquel Anderson: Aqui está Erin Davis com uma declaração paradoxal.
Erin Davis: Quando você abaixa o volume da carne, você aumenta o volume do Espírito. Não sei explicar por que isso acontece — só sei que é assim. É sobrenatural. Se eu pudesse viver em jejum contínuo, eu viveria. Mas não posso. O jejum é um banquete, mulheres, porque quando você jejua, você experimenta uma doçura na sua caminhada com o Senhor que você não sente quando não está jejuando.
Raquel: Bem-vinda ao Aviva Nossos Corações! A nossa apresentadora é a autora de Mulheres atraentes adornadas por Cristo, Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Hoje vamos ouvir sobre um tema no qual você pode ou não ter refletido antes: a disciplina espiritual do jejum. Na verdade, talvez seja um tema no qual você já tenha refletido e pensado: “Ai, …
Raquel Anderson: Aqui está Erin Davis com uma declaração paradoxal.
Erin Davis: Quando você abaixa o volume da carne, você aumenta o volume do Espírito. Não sei explicar por que isso acontece — só sei que é assim. É sobrenatural. Se eu pudesse viver em jejum contínuo, eu viveria. Mas não posso. O jejum é um banquete, mulheres, porque quando você jejua, você experimenta uma doçura na sua caminhada com o Senhor que você não sente quando não está jejuando.
Raquel: Bem-vinda ao Aviva Nossos Corações! A nossa apresentadora é a autora de Mulheres atraentes adornadas por Cristo, Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Hoje vamos ouvir sobre um tema no qual você pode ou não ter refletido antes: a disciplina espiritual do jejum. Na verdade, talvez seja um tema no qual você já tenha refletido e pensado: “Ai, não quero nem pensar nisso.” Para muitas de nós, a nossa relação com a comida é. . . complicada. A convidada de hoje no Aviva Nossos Corações vai nos ajudar a entender o que o jejum é e o que ele não é.
Erin Davis escreveu um livro chamado Fasting and Feasting, que poderia ser traduzido como Jejum e Banquete, mas ainda não foi publicado no Brasil. No evento True Woman ’22, ela conduziu uma sessão sobre o tema do jejum. Você vai ouvir o que foi ensinado nessa sessão hoje e amanhã aqui no Aviva Nossos Corações!
Erin é figurinha marcada no Revive Our Hearts. Ela e seu marido, Jason, moram em uma fazenda no Missouri, Estados Unidos, com seus quatro filhos e, juntos, publicaram o livro Mentiras em que os meninos acreditam e a épica busca pela verdade, lançado esse ano pela editora Vida Nova. Você pode saber como adquiri-lo em nosso site avivanossoscoracoes.com, clicando na aba “Livros/Livretos” ou acessando o link que deixamos na transcrição do episódio de hoje, também em nosso site. Agora, vamos ouvir Erin Davis na nova série do Aviva Nossos Corações: Um guia prático para o jejum.
Erin: Beleza, vamos fazer uma pequena interação em grupo. Todo mundo tem que ficar em pé, ou não, dependendo do que eu disser.
Fica em pé se você já jejuou! Espera, espera, deixa eu dar um aviso primeiro. Não estou falando de jejum para perder peso ou por questões médicas. Não é disso que vou falar hoje. Acho que dá para perceber que eu tenho um corpo de gente normal.
Estou falando de jejum para se dedicar à oração. Se você já jejuou para se dedicar à oração, fica em pé. Certo, ótimo, podem se sentar. Quem nunca jejuou com esse propósito? Certo, um grupo menor, mas quase metade!
Quem jejua regularmente como parte da sua vida espiritual? Ok, um grupo menor. Eu estaria nesse grupo. Quem frequenta uma igreja que ensina sobre jejum? Ok, mais pessoas do que eu imaginava. Quem nunca ouviu um sermão sobre jejum?
Quem consegue lembrar pelo menos uma passagem da Bíblia que fala sobre jejum? Não precisa me falar qual é, sempre digo que os capítulos e versículos não são divinamente inspirados, então tudo bem se você não lembrar — a gente vive na era do Google, afinal. Mas quem consegue lembrar pelo menos uma passagem bíblica sobre jejum? Não vou pedir para você citar. Obrigada, podem se sentar.
Quem sente que não tem a menor ideia do que a Bíblia diz sobre jejum? Tem alguém que faz parte desse grupo? Ok, algumas de nós, muito bem. Você pode estar totalmente confusa sobre o assunto! Não tem problema nenhum!
Bom, quero que saibam que eu acredito que tem espaço para todas nós hoje. Vamos falar um pouco sobre por que algumas de nós ficamos confusas sobre o tema de jejum. Acho que existem várias razões para isso. É pouco provável que você tenha escolhido essa sessão porque o jejum já é uma disciplina regular na sua vida (embora talvez seja).
Talvez você já tenha jejuado uma ou duas vezes, ou talvez nunca tenha jejuado. O que estou aprendendo é que. . . Acabei de lançar um livro chamado Fast and Feasting, e vamos falar um pouco mais sobre ele. Mas isso significa que tenho participado de muitas entrevistas e podcasts que tratam do jejum.
E quase todos esses programas começam do mesmo jeito:
"Eu não acho que. . .”
"Eu tenho interesse, mas não sei bem o que significa. . .”
"Nunca ouvi ninguém falar muito bem sobre isso."
Não me considero uma especialista, mas tenho estudado sobre o tema. Eu tenho aprendido muito e estou animada! Estou animada com essa nossa conversa.
E espero que essa sessão seja uma conversa mesmo. Podem me questionar, fazer perguntas — o que vocês acharem necessário. Mas antes de tudo, acho que a gente pode começar com a palavra COMIDA! Não é verdade?
Nós amamos comida! Quem aqui ama cozinhar?! Eu também. Quem odeia cozinhar? É a tarefa doméstica que você menos gosta. . . É simples: seja amiga de alguma de nós que ama cozinhar, porque eu cozinho em quantidades que alimentariam um exército todos os dias. Não sei por quê. Bem, eu moro com um exército de gente, talvez seja por isso!
Independentemente de onde você se enquadra nessa escala, precisamos reconhecer que vivemos em uma cultura completamente obcecada por comida. O que não é uma coisa totalmente ruim, mas é a mais pura verdade. É bom sabermos onde estamos pisando.
Lemos os rótulos dos alimentos. Contamos calorias. Salvamos as nossas receitas favoritas. Antes, guardávamos em cadernos de receita ou em fichas pautadas, agora a gente cria pastinhas no Instagram, né? É a mesma coisa. Eu amo páginas e canais de receita! Agora, estou assistindo um daqueles programas de competição culinária e tô amando!
Mas acho que isso tudo é um indicativo de como a nossa cultura pensa sobre comida. Aqui estão alguns dos maiores nomes da gastronomia nos Estados Unidos e os seus impérios: Guy Fieri do programa Diners, Drive-ins and Dives — ele tem um patrimônio líquido de 25 milhões de dólares. A Ina Garten (eu amo o frango com limão dela!). . . ela tem um patrimônio de 50 milhões de dólares! O Bobby Flay, do programa Beat Bobby Flay, vale 60 milhões de dólares.
Veja bem, se pagamos milhões de dólares para os nossos chefs e só algumas dezenas de dólares para os nossos professores, isso mostra que temos uma obsessão por comida. E é por isso que a comida pode ser uma maneira única de vivermos uma vida separada para Jesus. A comida é algo que está presente no nosso dia a dia.
Falamos muito sobre comida, pensamos muito sobre comida, comemos muito e todo mundo precisa comer todos os dias. A comida é uma daquelas coisas que meio que coloca todo mundo em pé de igualdade — a não ser que você esteja numa conferência, porque, nesse caso, eu sei que a gente não come, só segue em frente. Ou talvez você coma o tempo todo, dependendo de onde você é.
Uma curiosidade interessante: proteus são pequenas salamandras que vivem em cavernas. Elas são cegas e comem só uma vez por dia. Deus poderia ter criado a gente assim. (Não é interessante pensar nisso?) Mas Deus nos criou com a necessidade de comer todos os dias, e Ele supre essa necessidade todos os dias.
Por quê? Por que Ele nos fez desse jeito? Por que estamos sempre tão presos à comida? O resultado é que muitos de nós — especialmente mulheres ou, pelo menos, posso dizer que isso afeta as mulheres de forma única — mas o resultado é que a nossa relação com a comida fica muito complicada.
O que eu gostaria de sugerir é que, para a maioria de nós, a comida é uma área com a qual nunca deixamos a nossa fé se conectar. Parece algo carnal: "Será que Jesus realmente se importa com o que eu como ou deixo de comer?" ou "Ele não está mais preocupado com o meu coração?" Bom, novamente, Deus te criou com a necessidade de comer e criou os alimentos que você come. Então, acreditar que Ele não se importa com isso ou de que essa não é uma área que precisa estar sob o Seu senhorio mostra, ao meu ver, o quanto estamos errando nesse ponto.
E daí eu repito, não sou uma especialista da área da saúde, mas sou alguém que abriu a Bíblia e disse: “Ok, estou vendo esse padrão aqui na minha vida. Tá bom, Deus, eu quero saber o que toda a Tua Palavra diz sobre comida, porque não parece que estou no caminho certo nesta área."
Me deixa muito inquieta quando percebo que as mulheres da igreja estão deixando alguma coisa importante “passar batido”. Me faz ficar determinada a entender o assunto e ensinar sobre ele. Então, abri a minha Bíblia e perguntei: "O que a Palavra viva e eficaz de Deus ensina sobre a comida?"
Vamos pensar sobre isso de forma holística por um segundo. Já percebi que vocês são mulheres perspicazes. Você poderia pegar um versículo do Antigo Testamento sobre comida e basear toda a sua “teologia da comida” nele e daí nunca mais comer carne de porco — mas essa não seria uma visão saudável sobre alimentação.
Você também poderia pegar um versículo do Novo Testamento e construir toda a sua teologia da comida com base nele, mas ainda assim estaria errando o alvo. Então, a gente precisa pensar de forma holística. Precisamos olhar para toda a Bíblia e observar onde vemos o tema surgir — como em Gênesis, com o pecado original, que envolveu comida.
Na verdade, acho que o pecado original foi “o exagero” (mas isso é uma lição para um outro dia), seguido de perto pela comida, certo? Daí temos Caim e Abel e a frustração em relação à oferta de cereais — comida. Temos os israelitas vagando pelo deserto e reclamando porque se lembravam dos alhos e cebolas do Egito — comida.
Depois, vemos os israelitas precisando do maná no deserto — comida. E, quando começaram a reclamar do maná, Deus enviou codornizes — comida de novo. A Terra Prometida, onde as uvas eram tão grandes que precisavam ser carregadas em varas — comida.
As sete festas descritas em Levítico 23, quando Deus estabeleceu um calendário para os israelitas. . . essas celebrações giravam todas em torno de comida. "Ah, mas isso é coisa do Antigo Testamento, não é?" Bom, qual foi o primeiro milagre de Jesus? Ele transformou água em vinho — comida mais uma vez.
Existem muitas e muitas ocasiões em que Jesus comeu com pecadores — Jesus não só andava com pecadores (embora tenha feito isso), Ele não só pregava para pecadores (Ele também fez isso). Mas o que realmente enfurecia os fariseus era que Ele se sentava para comer com os pecadores.
E o que Jesus quis fazer com os discípulos quando Ele sabia que seria crucificado no dia seguinte? Ele quis comer com eles. . . o que chamamos de a “Última Ceia”. Então, temos a maravilhosa mensagem do Evangelho, em que Jesus nos disse que o Seu sangue seria derramado como oferta de libação (veja Mateus 26.28) — comida.
E, após a ressurreição, quando Ele apareceu aos discípulos que estavam no barco, o que Ele fez? Preparou café da manhã para eles — peixe no café da manhã! (Eu não gosto, mas era o que eles gostavam!) (veja João 21.7-9)
E, finalmente, chegamos ao livro do Apocalipse. Sei que pulei alguns exemplos, mas temos o banquete das bodas do Cordeiro (Ap 19.9). O que faremos no céu? Eu não sei, mas sei que vamos comer! Então, a comida está por toda a Bíblia! Quando olhamos para a Bíblia como um todo, vemos dois ritmos alternados: jejum e banquete.
Deus se importa muito com os nossos ritmos. Pensem em trabalho e descanso, tristeza e alegria, jejum e banquete. A vida cristã, sem dúvida, envolve autonegação, tomar a nossa cruz e seguir a Jesus (Mt 16.24). Esses são aspectos do jejum.
Mas também é uma vida de abundância, de bênçãos, de gratidão! Isso é o banquete. Agora, eu não acho que precisamos de uma sessão inteira apenas para falar sobre banquetes; somos muito boas nessa parte, não é verdade?! Algumas de vocês provavelmente comeram um banquete antes de vir para a aula sobre jejum! (risos)
Então, hoje vamos focar no jejum. Deixa eu ler uma coisa; este é o meu desejo para vocês hoje. Abram as suas Bíblias comigo no Salmo 34. Vou ler os versículos 8 a 10 e orar por vocês mais uma vez. Sei que já orei, mas, a menos que o Espírito Santo venha e faça o trabalho pesado, vocês não vão ganhar nada de valor, e não é isso que eu quero.
Vou ler o Salmo 34.8-10 agora; este é o meu maior desejo para vocês:
Provem e vejam que o Senhor é bom;
bem-aventurado é quem nele se refugia.
Temam o Senhor, vocês que são os seus santos,
pois nada falta aos que o temem.
Os leõezinhos passam necessidade e sentem fome,
porém aos que buscam o Senhor bem nenhum lhes faltará.
Jesus, eu oro para que essas minhas irmãs, essas novas amigas, provem e vejam que Tu és bom, e que bem nenhum lhes falte. Oro em Teu nome, amém.
Agora vou revelar para vocês as minhas verdadeiras intenções. Na verdade, não estou aqui para mudar o que vocês pensam sobre comida; estou aqui para mudar o que vocês pensam sobre Deus. A comida vai ser apenas o meio que vou usar para chegarmos lá, mas eu quero falar sobre Jesus.
Quando menciono os termos “jejum” e “banquete”, você provavelmente se identifica mais com um deles e talvez tenha sentimentos bem fortes em relação ao outro. Eu estava começando a me interessar pelo jejum. Eu ensino um grupo de mulheres na minha casa e perguntei para elas: “Ei, o que acham de estudarmos sobre jejum?”
E uma amiga minha, que ama o Senhor, ama a Palavra, e que costuma ser uma pessoa bem sensata, se levantou e disse: “Eu não quero falar sobre isso!” Daí eu respondi: “Tá bom, então. Vou falar com estranhos que não fazem parte do meu estudo bíblico!”
Essa foi, provavelmente, a primeira vez que vi uma reação tão intensa a esse tema, mas não foi a única. Alguns anos atrás fui conversar com o meu pastor sobre isso. Eu amo ele, ele é um grande homem de Deus, muito fiel à verdade, já pastoreia a minha igreja faz décadas, me trata como filha e sempre foi muito sensato. Ele está na casa dos sessenta anos, e acho que usa aquele perfume Old Spice. Ele tem cheirinho que dá vontade de ficar perto da pessoa.
Então, fui até ele e perguntei: “Pastor Tim, você consideraria ensinar uma série sobre jejum?” Ele respondeu: “Não!” Ele nunca tinha falado comigo daquele jeito antes. E completou: “Porque eu não jejuo, não vou ensinar sobre uma coisa que eu mesmo não pratico.”
Parece que alguns de nós tem essa reação quando pensamos sobre jejum. Imagino que você não esteja nesse grupo, ou não teria escolhido essa sessão. Você teria dito: “Essa aí não!”
Mas às vezes fazemos o mesmo com a questão do banquete. Às vezes, a ideia de que a comida é boa e de que Deus quer que a gente aprecie e se agrade nela nos faz sentir meio fora de controle, porque aprendemos que a comida é a nossa inimiga. Por isso, vamos tentar encontrar um equilíbrio nisso tudo.
Quero que vocês venham assim como estão, com as suas experiências reais, com a sua relação real com a comida. Eu chamei este estudo de “Um guia prático para o jejum”. Não vou construir um argumento teológico longo e complexo, mas você pode fazer isso por conta própria. E comece como deveria começar tudo. . . com Jesus. Apenas leia os evangelhos e veja como Jesus se relacionava com a comida. Ele era totalmente Deus e totalmente homem, o que significa que Ele sentia fome e tinha um sistema digestivo.
Hoje vou falar sobre o “porquê”, o “quando” e o “como” do jejum. Também vou compartilhar algumas das minhas próprias experiências com a comida, o que me deixa um pouco desconfortável. . . e acho que sei o motivo.
Em Mateus 6, Jesus falou sobre o jejum e disse algumas coisas interessantes. Uma delas foi: “Quando jejuar. . .” (v. 17) Vocês entenderam. Ele não disse: “Se jejuarem. . .” ou “Talvez vocês jejuem. . .” Para Jesus, considerando o contexto em que Ele falava, era óbvio concluir que o jejum faria parte da vida daqueles ouvintes.
Vou colocar desta forma: para nós, no Novo Testamento, o jejum não é um mandamento. No Antigo Testamento, muitas vezes era. Mas para nós, jejuar é um privilégio, não uma obrigação. Pela minha experiência, vejo que todo seguidor maduro de Jesus — e Deus não costuma já nos fazer jejuar logo de cara; a gente começa no leite, mas quando estamos prontos para o alimento sólido — algo dentro da gente. . . e quando digo “algo” quero dizer “Alguém”, o Espírito Santo. . . quando estamos prontos, começa a dizer: “Ei, já pensou em jejuar?”
Eu creio que Deus move todos os cristãos maduros em direção a essa disciplina, mas não é um mandamento. Agora, depois de dizer “Quando jejuar. . .” Jesus acrescentou: “Não façam como os fariseus. Eles jejuam em público, chamam atenção para si mesmos, fazem questão de parecer que não estão se sentindo bem.”
Ele disse: “Você deve ir para o seu quarto, fechar a porta. Porque o que o Pai vê em secreto, Ele vai recompensar.” (Essa é a versão parafraseada da Erin Davis, mas é a ideia principal do texto.) E eu acho que, por anos, lemos Mateus 6 e entendemos que Jesus estava dizendo: “Quando jejuar, jamais, jamais, jamais conte para alguém.”
Mas eis a questão: Jesus jejuou, e Jesus registrou isso na Sua Palavra inspirada. Ou seja, ou Ele quebrou a Sua própria regra (o que é impossível), ou nós estamos interpretando errado. Na verdade, eu não acho que Jesus quis dizer: “Jamais conte para ninguém que você está jejuando.”
Mas Ele se importa muito com o nosso coração. O que Ele estava dizendo era: “Eles jejuam para conseguir a atenção dos homens, então essa é a única recompensa que vão ter na vida. Mas se você está jejuando para buscar a Minha atenção, não faça isso para chamar a atenção dos outros.” E, porque ninguém está falando sobre jejum, ninguém está ensinando sobre jejum. . . e acaba que ninguém jejua!
Eu vou compartilhar algumas das minhas experiências com jejum. Não porque eu tenha o troféu de “A melhor ‘jejuadora’ do mundo”! Esse troféu não existe! Jejum tem a ver com humildade, então não estou me gabando.
Mas eu fico pensando: “Cara, se eu conseguisse desmistificar esse assunto só um pouquinho, todas nós sairíamos no lucro”. Eu não estou aqui como “a Rainha do Jejum”. Estou aqui como alguém que jejua e considera isso um presente tremendo — um presente que deixei guardado por 20 anos da minha vida cristã. Eu não vou fazer isso de novo!
Então, por favor, não interpretem isso como orgulho. Aliás, uma notinha de rodapé: o meu título no anuário do ensino fundamental foi “a mais convencida”. Depois que conheci a Cristo, no ensino médio, ganhei o título de “a mais extrovertida”. Então, acho que é uma versão redimida da mesma coisa! Eu não estou sendo convencida, só estou sendo transparente. Espero que vocês me acompanhem nisso tudo.
Vou te dar três boas razões para jejuar. Então, anotadoras de carteirinha, aqui vai: Razão número 1 para jejuar: Jesus jejuou. Fechem os cadernos, podem sair para tomar um cafezinho! E não é verdade? Jesus jejuou.
Lembro de uma conversa com uma amiga, que era seguidora de Jesus, mas ainda não tinha se batizado. Ela me perguntou: “Por que eu deveria me batizar? A minha salvação não depende disso.” E eu respondi: “Porque Jesus se batizou!” Então ela foi lá e se batizou.
Jesus jejuou. O exemplo mais marcante é aquele jejum de quarenta dias, em Mateus 4. E esse jejum precedeu o início do Seu ministério terreno. Se você observar a linha do tempo, vai ver que Ele foi para o deserto para ser tentado por Satanás.
As Escrituras parecem indicar que Ele não comeu comida nem bebeu água por quarenta dias. Ele foi tentado por Satanás, depois desceu e começou imediatamente a pregar sobre o Reino vindouro e a curar os enfermos.
Agora, esse é um pensamento interessante, porque o propósito principal de Jesus vir ao mundo era nos salvar por meio da Sua morte na cruz. Por que Ele não foi direto para a cruz? Por que Ele jejuou primeiro, teve um ministério terreno, e só então foi para a cruz?
Bom, existem muitas razões. Mas entre elas, creio que uma delas é o fato de que Jesus veio nos mostrar como viver num corpo humano de uma maneira que glorifica a Deus. E, para Jesus, parte dessa experiência humana incluía o jejum.
Eu te encorajo a ler essa passagem de novo, está em Mateus capítulo 4. O que você não vai ver é Jesus conseguir, de forma sobrenatural, ignorar a Sua própria necessidade de comida. No final daquele jejum, Ele estava muito, muito fraco e com muita, muita fome.
Se você pensa: “Hã. . . mas Ele é o Filho de Deus! Claro que Ele conseguiria jejuar por quarenta dias!” — não é bem assim. Ele sentiu exatamente o que você sentiria se fizesse um jejum de quarenta dias. E Ele quis fazer isso antes de iniciar o que consideramos as partes mais importantes do Seu ministério. E isso me deixa pensativa. Acho que o jejum de quarenta dias foi uma das coisas mais milagrosas e incríveis que Jesus fez.
E Jesus não foi o único. Moisés estava de jejum quando recebeu os Dez Mandamentos (veja Êxodo 34.28). Davi jejuou quando o seu filho estava doente. Ele jejuou pedindo que o Senhor curasse a criança. Mas, assim que recebeu a notícia de que o menino tinha morrido, ele se levantou, lavou o rosto e comeu. (2 Samuel 12.16)
Esdras jejuou para lamentar os pecados do povo (veja Esdras 10.6). Ester jejuou quando foi decretada a sentença de morte contra os israelitas (Ester 4.15). Os líderes da igreja de Antioquia jejuaram antes de enviar os missionários que fundaram a igreja da qual fazemos parte hoje. (Atos 13.3)
Se você precisa de um bom motivo para jejuar, veja: Jesus jejuou, Moisés jejuou, Esdras jejuou, Paulo jejuou, Pedro jejuou. . . Os heróis da nossa fé jejuaram. Então, vamos imitar eles!
Razão número 2: O jejum abaixa o volume do apetite da sua carne. Olha a notícia fresquinha: você é uma mulher de carne! E eu sou uma mulher de mais carne do que algumas de vocês! (Algumas de nós têm mais carne, outras têm menos!)
Eu sempre digo que a minha carne é a primeira a dar as caras. Ela parece até uma ambulância: “Iuuuuuu! Iuuuuuu! Cheguei!” O meu espírito vem depois, mais devagar, trazendo sabedoria. . . Mas, infelizmente, deste lado da glória, vamos continuar sendo mulheres de carne.
A igreja primitiva deve ter falado muito sobre isso, porque Paulo escreveu lá em Romanos 6.1: “Continuaremos no pecado?” Ou seja, será que a gente deve simplesmente dizer: “Ah, sou uma mulher de carne, então vou viver na carne mesmo! A graça cobre os meus pecados!”
E o que Paulo respondeu? “DE MODO NENHUM!” (Romanos 6.2) Dependendo da sua tradução. Em um momento, Paulo chega a dizer aos Gálatas, “VEJAM COM QUE LETRAS GRANDES ESCREVI A VOCÊS DE PRÓPRIO PUNHO!” (Gálatas 6.11)
Não. Só porque somos mulheres de carne não significa que devemos satisfazer os prazeres da carne. Agora, imagina só diminuir o volume da sua carne negando a ela aquilo que ela mais quer: Comida. . . e mais comida. . . e mais comida!
Quando você abaixa o volume da carne, você aumenta o volume do Espírito. Não sei explicar por que isso acontece — só sei que é assim. É sobrenatural. Se eu pudesse viver em jejum contínuo, eu viveria. Mas não posso. O jejum é um banquete, mulheres, porque quando você jejua, você experimenta uma doçura na sua caminhada com o Senhor que você não sente quando não está jejuando. De novo, eu não sei por quê.
Você experimenta uma sensibilidade no seu espírito que não experimenta de outro jeito. Existe uma disposição para fugir do pecado com mais rapidez. Vejo algumas de vocês acenando veementemente com a cabeça, então vocês já experimentaram isso, certo?
Então, o jejum diminui o volume da carne e aumenta o volume do seu espírito. Agora, eu diria que se você está jejuando sem orar, você pode até estar fazendo algum tipo de jejum. Talvez um jejum para fins de saúde, mas não é um jejum bíblico.
Nos últimos anos, tem sido muito engraçado para mim ver a indústria da saúde dizer: “Descobrimos uma ferramenta incrível — o jejum intermitente! É maravilhoso!” E eu fico pensando: “Pois é, o Ancião de Dias tem falado que isso é bom para gente desde o início dos tempos!”
O assunto é o jejum para fins medicinais, mas o que eles estão descobrindo, na verdade, é que: “Ei, a Palavra de Deus é verdadeira!”
Só que, por termos relacionamentos desordenados com a comida, podemos nos confundir rapidamente. O jejum não tem a ver com comida. O objetivo do jejum é aumentar o volume do Espírito. Você já deve conhecer Mateus 5.6. É um versículo que vem do maior sermão de todos os tempos. Aliás, estou fazendo uma campanha para pararmos de chamar ele de “O Sermão do Monte” — eca. Ele é “O maior sermão de todos os tempos”!
E, entre as bem-aventuranças, Jesus disse: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados” (Mateus 5.6). Quando estamos jejuando e sentimos fome, dizemos: “Jesus, me ajude a ter fome e sede de justiça, assim como agora sinto fome de comida.” O volume da nossa barriga abaixa e o volume do nosso espírito aumenta.
Nancy: Minha amiga Erin Davis tem uma maneira tão maravilhosa de comunicar as verdades das Escrituras, que conseguimos nos identificar com aquilo que ela fala, não é? Ela estará de volta amanhã com o restante dessa mensagem.
Se você sente que o Senhor está te chamando para experimentar o jejum, quero te lembrar de algo que a Erin disse hoje: “não comer é uma forma de jejum, mas a disciplina espiritual do jejum precisa envolver mais do que simplesmente se abster de comida.” O motivo pelo qual deixamos de comer por um tempo é para nos dedicarmos à oração e à meditação na Palavra de Deus.
Bem, na primeira parte da mensagem, Erin Davis nos deu duas razões para jejuar. Primeira: Jesus jejuou. Segunda: O jejum abaixa o volume dos apetites da nossa carne.
Amanhã ela vai estar de volta conosco para compartilhar mais sobre o seu Guia prático para o jejum. Espero que você se junte a nós amanhã aqui no Aviva Nossos Corações!
Raquel: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, sustentado por seus ouvintes e dedicado a chamar mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.
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