
Contando os nossos dias
Nancy DeMoss Wolgemuth: O Aviva Nossos Corações começou como um programa de rádio nos Estados Unidos. Naquela época, estávamos gravando na cidade de Little Rock, no estado de Arkansas, e nosso produtor, Hugh Duncan, colocou a agenda de gravação no teto do carro. Era daquelas agendas tipo fichário, com uma folha para cada dia. Consegue imaginar? Lembra desses?
Bem, quando Hugh entrou no carro, ele esqueceu de pegar a agenda! E, ao sair dirigindo, a agenda voou do teto do carro e caiu em um bueiro na estrada! Quando ouvi essa história pela primeira vez, preciso dizer, fiquei um pouco chocada e nervosa!
Nossa equipe era bem menor naquela época, e o Hugh era responsável por uma tonelada de detalhes do programa diário Aviva Nossos Corações. Se ele não conseguisse acompanhar suas tarefas, isso poderia significar um grande problema para todos nós!
Raquel: Este é o Aviva Nossos …
Nancy DeMoss Wolgemuth: O Aviva Nossos Corações começou como um programa de rádio nos Estados Unidos. Naquela época, estávamos gravando na cidade de Little Rock, no estado de Arkansas, e nosso produtor, Hugh Duncan, colocou a agenda de gravação no teto do carro. Era daquelas agendas tipo fichário, com uma folha para cada dia. Consegue imaginar? Lembra desses?
Bem, quando Hugh entrou no carro, ele esqueceu de pegar a agenda! E, ao sair dirigindo, a agenda voou do teto do carro e caiu em um bueiro na estrada! Quando ouvi essa história pela primeira vez, preciso dizer, fiquei um pouco chocada e nervosa!
Nossa equipe era bem menor naquela época, e o Hugh era responsável por uma tonelada de detalhes do programa diário Aviva Nossos Corações. Se ele não conseguisse acompanhar suas tarefas, isso poderia significar um grande problema para todos nós!
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Deixe Deus escrever a sua história, na voz de Renata Santos.
E então, Nancy? A agenda do Hugh foi perdida? O Aviva Nossos Corações sofreu com tarefas não concluídas?
Nancy: Não, não sofreu. O Hugh nos contou que parou no acostamento e usou uma chave de roda para abrir a tampa do bueiro onde a agenda tinha caído. Ele desceu e recuperou sua agenda do esgoto, imagina? Felizmente, o desastre foi evitado, tanto para Hugh quanto para o Aviva Nossos Corações.
Essa história me lembra como nossa lista de afazeres às vezes pode nos deixar um pouco ansiosas. Todas nós sabemos como é ficar nervosas por talvez esquecermos uma tarefa com a qual nos comprometemos. É por isso que nos esforçamos tanto para acompanhar as tarefas e nos manter organizadas.
E devemos fazer isso! Deus é glorificado quando demonstramos disciplina e autocontrole. Precisamos de uma maneira de organizar nosso trabalho para nos ajudar a servir a Deus e aos outros. Usar um bom sistema pode nos livrar de estresses desnecessários… quando o sistema funciona, é claro!
Mas às vezes nossos planos simplesmente não funcionam como esperamos. Mesmo os melhores sistemas podem falhar. E, às vezes, vemos todo aquele trabalho literalmente indo buraco a baixo. Esse incidente com a agenda do Hugh aconteceu há mais de vinte anos.
Desde então, como estamos prestes a ouvir, Hugh experimentou vários tipos de sistemas de gerenciamento de tarefas. Mas, mais importante, ele tem buscado nas Escrituras orientações sobre como utilizar o nosso tempo e como abordar as tarefas que o Senhor nos deu.
Hugh falou sobre esse tema para a equipe do Aviva Nossos Corações recentemente. Quando ouvi essa mensagem, soube que nossas ouvintes se identificariam com a pressão constante de riscar itens da lista de afazeres. Achei que essa mensagem iria encorajá-las, então quis compartilhá-la.
Hugh esteve no Aviva Nossos Corações desde os primeiros dias do ministério e, hoje, é Diretor de Áudio e Vídeo. Aqui está Hugh Duncan.
Hugh Duncan: Um dos Compromissos Fundamentais deste ministério é Prioridades e eu entendo o seu valor. É por isso que, nesta manhã, quando acordei, usei isso aqui. . . que tem um planejador de tarefas. É uma maneira de acompanhar as tarefas.
Ao longo dos anos, experimentei várias coisas para planejar minhas tarefas. Trouxe alguns livros que estavam na minha estante. Comecei nos meus vinte e poucos anos, quando consegui meu primeiro emprego em tempo integral. Pensei: “Preciso de uma maneira de acompanhar as coisas!”
Tenho aqui A Arte de Fazer Acontecer. Minha esposa acha engraçado que eu tenha lido um livro chamado A Arte de Fazer Acontecer em vez de usar aquele tempo para realmente fazer as coisas! Ele diz que é “a arte da produtividade sem estresse.”
Alguns desses livros diziam coisas como: “Se você puder gerenciar seu tempo, pode gerenciar sua vida.” Lembro-me de um livro que dizia: “Se você puder gerenciar seu tempo, poderá experimentar a paz interior.” Essas promessas parecem incríveis. E ao longo dos anos tentei fazer isso e implementar várias coisas para me ajudar a gerenciar meu tempo.
Eu amo pensar sobre essas coisas. Algumas de vocês me conhecem e sabem que meu forte não é necessariamente eficiência e alta produtividade, mas adoro explorar sistemas de gerenciamento de tarefas. Gosto de ler sobre esse assunto e explorar as opções, às vezes mais do que realmente executar as tarefas. Mas também amo a ideia de ter um registro de todos os dias.
Eu nasci no dia 24 de abril de 1972; isso faz de hoje o dia número 18.196. Por um tempo eu estava numerando cada dia e escrevendo um diário sobre isso, porque queria que cada dia fosse especial. Queria acompanhar em que dia eu estava. Também há outro número significativo para mim: sessenta e sete. Esse é o número de dias até eu completar cinquenta anos.
Eu amo esse tema. Tenho pensado muito sobre isso como uma grande transição de vida chegando. Tenho estabelecido metas: “O que eu quero fazer antes de completar cinquenta anos?” Algumas das coisas que li neste laptop esta manhã foram justamente as minhas metas e minhas tentativas de realizar algumas coisas antes de completar cinquenta.
Eu também amo histórias. Gosto de pensar em como as histórias se desenrolam em atos e cenas. Gosto de pensar na vida como um filme. Se minha vida fosse uma história em três atos; se esta semana fosse um capítulo, como ele seria?
Também sou fascinado por estações e por dias, e pela maneira como Deus cria ritmos em nosso ano. Infelizmente não posso entrar nesse assunto esta manhã. Mas tudo isso me leva a amar o Salmo 90.12, que diz: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio.”
Tudo bem, é fácil para mim dizer que amo esse versículo porque amo todos esses temas. Mas um dos Compromissos Fundamentais do Aviva Nossos Corações é a Autoridade das Escrituras. É fácil para mim dizer que esse versículo justifica todo o tempo que passo pensando em como gastar meu tempo e fazer todas essas coisas.
Mas é importante não deixar todas o que leio sobre estratégias de gerenciamento de tempo influenciarem a maneira como leio este versículo. O que importa é ver a Palavra de Deus como o mais importante e colocá-la acima de todo o resto [acima do computador com o planejador de tarefas] e deixar a Bíblia determinar como gastamos nosso tempo.
Uma versão desse Salmo diz: “Então ensina-nos a contar os nossos dias.” Esse “então” me faz pensar: “Bem, eu deveria prestar atenção em tudo o que veio antes do versículo 12.” Nos próximos minutos, quero explorar o Salmo 90 e o que ele diz sobre como usamos nosso tempo e como tentamos gerenciar nosso tempo.
Mesmo que você não faça esse tipo de coisa — se você não usa um iPad, se não tem um planejador — ainda está gerenciando seu tempo de alguma forma. Mesmo que diga: “Eu simplesmente vou de uma coisa para outra,” essa é uma maneira de gerenciar seu tempo. Todos nós precisamos pensar no que Deus diz sobre o tempo, no que a Bíblia diz sobre o tempo.
Ao olhar para este capítulo inteiro, achei ele bastante sóbrio! Por isso, gostaria de explorar três pontos. Quero falar sobre:
- Nossos dias são marcados pela ira de Deus
- Nossos dias são marcados pela futilidade
- Nossos dias são marcados pela brevidade
Primeiro: nossos dias são marcados pela ira de Deus. Enviei esses slides para o Tom antes do prazo — ontem ao meio-dia. Revisei eles hoje de manhã e pensei: Será que realmente deveria ter dito isso, que nossos dias são marcados pela ira de Deus?
Talvez devesse ter dito: “Nossos dias são marcados pelo nosso pecado,” o que é verdade. Quero falar sobre isso, mas Moisés, o homem de Deus que escreveu este capítulo, diz no Salmo 90:7: “ Pois somos consumidos pela tua ira e pelo teu furor, conturbados.” Ele não ameniza as coisas; isto é, ao explorar essa questão do tempo e de como contamos nossos dias, a ira de Deus é um fator importante.
Moisés sabia algo sobre a ira de Deus. Houve um momento em que ele estava liderando o povo de Israel e alguém chamado Corá se rebelou contra Moisés e contra Deus. Corá tinha 250 pessoas o seguindo. Deus veio como fogo contra aquelas 250 pessoas e as consumiu. Portanto, quando Moisés escreve: “Somos consumidos pela tua ira,” ele viu isso com seus próprios olhos.
Outra coisa que aconteceu com Corá e sua família foi que a terra se abriu e Corá e seu povo foram engolidos por ela. Eles foram imediatamente sugados pela terra. Essa é apenas uma imagem dramática do que acontece com todos nós, na verdade.
Moisés escreve sobre isso no Salmo 90.3: “Tu reduzes o ser humano ao pó e dizes: "Voltem ao pó, filhos dos homens." Ele está se referindo a Gênesis 2.7, que diz: “[Depois que o Senhor formou a terra e os céus] Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente.” Mas Adão e Eva pecaram e se rebelaram contra Deus, assim como Corá fez.
Deus disse em Gênesis 3.19: “No suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, pois dela você foi formado; porque você é pó, e ao pó voltará.” E Moisés traz esse conceito de volta no Salmo 90.3: “Tu reduzes o ser humano ao pó
e dizes: "Voltem ao pó, filhos dos homens".
Eu sou um descendente de Adão também. Assim como Corá se rebelou de maneira muito dramática e foi engolido pela terra, Adão se rebelou contra Deus e voltou ao pó, e eu também me rebelei contra Deus. Provavelmente a terra não vai se abrir e me engolir, mas eu vou voltar ao pó.
Ao pensar em contar os meus dias, e enquanto refletimos sobre como contamos os nossos dias, o que preciso reconhecer é que o meu pecado afeta profundamente a maneira como eu os conto. Eu posso ler livros que prometem paz interior, que prometem que eu posso controlar a minha vida, posso usar ferramentas incríveis...
O problema é que estou trazendo o meu próprio pecado para essas ferramentas. Posso ter ótimas ferramentas, mas ainda assim chegar a elas com um coração pecaminoso. Posso ler todos esses livros, fazer todos os planejamentos que quiser, mas ainda assim ser preguiçoso e temer o fracasso.
Posso tanto desejar o reconhecimento das pessoas quanto ser preguiçoso ao mesmo tempo, o que é meio louco, mas posso pecar dessas duas maneiras. Posso me recusar a descansar e, ao mesmo tempo, ser preguiçoso. Posso ter pecados opostos presentes dentro de mim. Assim, enquanto contamos os nossos dias, a realidade do nosso pecado e da justa ira de Deus sobre ele é algo que não podemos ignorar.
Em segundo lugar, o Salmo 90 nos diz que nossos dias são marcados pela futilidade. Os versículos 9–10 dizem:
“Pois todos os nossos dias se passam na tua ira;
acabam-se os nossos anos como um breve pensamento. Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos.” (Trabalho árduo e tribulação que é algo com o qual consigo me identificar.)
Estudei esse versículo um dia na semana passada, focando nele. E, naquele mesmo dia, fiquei preso no atendimento ao cliente de duas empresas diferentes por cerca de uma hora. Além disso, havia coisas no mercado que eu não tinha planejado comprar. Meu tempo simplesmente não foi como eu esperava. O dia inteiro foi como: “Este é o trabalho árduo e a tribulação dos quais Moisés fala.”
Nossos dias se passam como a maré recuando. As ondas vêm dia após dia. É outro dia, e antes que percebamos, a maré já se afastou. Salomão fala sobre nossos dias indo um após o outro. No livro de Eclesiastes, o sol nasce e o sol se põe (Ec 1.5).
Ele corre de volta para onde nasceu, e cada dia pode parecer monótono, e sentimos o resultado da maldição, o resultado do pecado. Por causa disso, enfrentamos tristeza e luta. Quando leio: “acabam-se os nossos anos como um breve pensamento.” (v. 9), lembro-me de um poema de T. S. Eliot, onde ele termina dizendo: “É assim que o mundo acaba, não com um estrondo, mas com um gemido.”
Eu penso: “Quero terminar com um estrondo!” E é até engraçado pensar (gosto de criar cenários): “Meu velório vai ser incrível! Vai ter músicas, foto s e muitas pessoas!” Mas a realidade é que há uma grande chance de que meus dias simplesmente se esgotem.
Posso acabar em um lar de idosos por muito tempo, e as pessoas que vão ao meu enterro serão os familiares mais próximos e alguns outros moradores do lar que possam comparecer. Não há garantia de que vou terminar com um estrondo. É mais provável que termine com um gemido ou um suspiro.
Assim, ao tentar administrar nosso tempo, percebemos que ele é marcado por trabalho árduo, tribulação, luta e futilidade. Você nunca consegue terminar a lista porque sempre há interrupções e dificuldades.
Pode planejar o quanto quiser, mas a vida tem uma maneira de impedir que você marque tudo como “feito”. E mesmo que consiga marcar tudo, o problema é que o dia seguinte chega com uma nova lista!
É fácil pensar: “Preciso justificar a minha existência. Preciso realizar coisas para merecer meu lugar aqui na terra.” Mas o problema é que a lista nunca para! Você pode lavar as roupas, mas o cesto enche de novo. Pode cortar a grama, mas ela cresce outra vez. É uma vida de trabalho árduo, com muita luta e futilidade.
Nossas vidas também são marcadas, segundo o Salmo 90, pela brevidade. O Salmo 90.5–6 diz (referindo-se a Deus): “Tu os arrastas na torrente; são como um sono. São como a relva que floresce de madrugada; de madrugada, viceja e floresce; à tarde, murcha e seca.”
Eu não sei que tipo de grama Moisés encontrou no deserto; ele parecia estar ao redor de uma grama que poderia crescer por um dia. A nossa grama, nos nossos jardins, pensamos: “Ah, só tenho um jardim.” Mas eu fiz uma pequena pesquisa e descobri que cada lâmina de grama vive cerca de quarenta dias.
Quando você olha para o seu jardim, na verdade está vendo um monte de pequenas plantas, e cada uma delas dura cerca de quarenta dias. A cada quarenta dias, o seu jardim está morrendo e uma nova grama está crescendo para substituí-la. Nossas vidas são um pouco assim. A humanidade é como o jardim, e nós somos apenas uma pequena lâmina que dura em São Paulo cerca de quarenta dias, em Minas Gerais cerca de quarenta dias.
Moisés nos fala sobre a grama que brota de manhã e, à noite, seca. Enquanto tentamos administrar nosso tempo e contar nossos dias, nossas vidas são marcadas pela brevidade. Quase nunca conseguimos chegar ao final da nossa lista, porque simplesmente não há tempo suficiente. Quando pensamos sobre nossas vidas, há sempre a sensação de que não temos tempo para fazer tudo o que queremos.
Ao olhar para o versículo que tanto amo—amo pensar sobre como contar os nossos dias—bem, quando você lê o capítulo inteiro, é bem sóbrio, porque nossos dias são marcados pela brevidade, pela futilidade e pelo nosso próprio pecado.
Mas houve uma pessoa que realmente fez tudo o que deveria fazer, e essa pessoa é Jesus. Em João 17.4, Jesus está orando e diz: “Eu te glorifiquei na terra, realizando a obra que me deste para fazer.” Jesus viveu provavelmente cerca de trinta e três anos, mas Ele fez tudo o que Deus queria que Ele fizesse.
E na cruz, em João 19.30, Ele disse: “Está consumado!” Ele completou a obra, fez perfeitamente cada tarefa que Deus lhe deu para fazer, sem pecado. Isso transforma tudo sobre a maneira como contamos os nossos dias.
Como o evangelho afeta a maneira como contamos nossos dias? Gostaria de explorar como o evangelho significa que nossos dias são marcados não apenas pela ira de Deus, mas pela misericórdia de Deus. Nossos dias são marcados não apenas pela futilidade, mas por um propósito. Nossos dias são marcados não apenas pela brevidade, mas pela eternidade.
Acredito que o Salmo 90 nos dá algumas dicas sobre isso também.
O Salmo 90 começa: “Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração.” Se você lê isso sem a luz do evangelho, como é possível Deus ser nosso refúgio, mas também o fogo consumidor do qual temos medo? No Salmo 90.13 Moisés lida com todas essas questões sobre como gastamos nosso tempo. Ele diz: “Senhor, até quando? Volta-te para nós e tem compaixão dos teus servos.”
Ele parecia saber: “Algo tem que acontecer, porque há todos esses problemas.” Isso é muito sóbrio quando vejo como os nossos dias são breves e quantos trabalhos e dificuldades enfrentamos. E ele disse: “Até quando?”
E há outro lugar no Salmo 90 que diz a Deus: “Pois mil anos são como o dia de ontem que se foi.” (v. 4). Moisés estava vivendo na noite, mas para Deus, o tempo passava rapidamente. E a resposta para a pergunta “Até quando?” foi: “No tempo que Eu enviarei Jesus.”
Deus sabia que aquela breve noite chegaria ao fim, que a manhã viria e Deus traria luz ao mundo. Em 1 Coríntios 15.47, lemos mais sobre Jesus, aquele que transforma o nosso uso do tempo. Diz: “O primeiro homem, formado do pó da terra, é terreno; o segundo homem é do céu.”
Os dias de Jesus não foram marcados pelo pecado. Ele não era como Adão—sendo feito do pó—mas Ele era do céu, e era perfeitamente humano. Ele foi feito de pó como nós, mas também era perfeitamente Deus.
Ele nunca se rebelou contra a vontade de Deus como Corá fez, ou como Adão fez, ou como eu faço. No entanto, Ele foi consumido pela ira de Deus. E assim, por causa de Jesus, não apenas os nossos dias, que geralmente são marcados pela ira de Deus, agora são marcados pela misericórdia de Deus, porque Jesus tomou essa punição por nós. Nossos dias não são apenas marcados pela misericórdia, mas também por um propósito.
Acho que Moisés dá uma dica disso, dizendo: “Aos teus servos apareçam as tuas obras, e a seus filhos, a tua glória. Seja sobre nós a graça do Senhor,
nosso Deus; confirma sobre nós as obras das nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas mãos.” (Salmo 90.16-17). Deus tem um propósito em nossas vidas.
Eu sou tentado, quando vejo a brevidade da vida, a futilidade da vida e a pecaminosidade da vida, a simplesmente desistir, como se dissesse: “Tá bom, vou apenas me deixar levar pela vida. Não vou nem tentar, porque eu nunca vou fazer direito mesmo!” Mas, na verdade, temos um motivo muito bom para aceitar o trabalho que Deus nos chamou para fazer.
E Ele pode estabelecer a obra das nossas mãos e usar ferramentas como esta para cumprir o Seu propósito.
Eu cresci ouvindo a expressão “nascer de novo” o tempo todo. Parecia um clichê. Estava nas camisetas, e eu meio que cansei. Mas quando você olha para isso à luz dessas questões sobre como gastamos nosso tempo, é impressionante saber que podemos nascer de novo, que um novo dia pode surgir, uma nova vida para viver!
Vou voltar para 1 Coríntios 15.47-49; já li a primeira parte, mas vou continuar: " O primeiro homem, formado do pó da terra, é terreno; o segundo homem é do céu. Como foi o homem terreno, assim também são os demais que são feitos do pó da terra; e, como é o homem celestial, assim também são os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do homem terreno, traremos também a imagem do homem celestial."
Agora eu carrego a imagem—não de Adão, que é do pó—mas do Segundo Adão, que é do céu. Isso significa que eu não preciso ordenar os meus dias. Quando venho e faço este trabalho, eu não preciso ser marcado pelo medo do fracasso e pela procrastinação. Eu não preciso ser marcado pela preguiça.
Eu tenho uma nova imagem, e fui nascido de novo como alguém que pode trabalhar com todo o coração. Eu posso servir as pessoas, e posso cumprir prazos. Estou, pela graça de Deus, tentando crescer nisso.
Eu posso viver outro dos nossos compromissos fundamentais do ministério, que é a Fidelidade. E assim, eu não quero desistir dessa ferramenta, mesmo que a minha abordagem para ela—em termos humanos—seja marcada pelo fracasso.
Além disso, quando penso sobre “Ensina-nos a contar os nossos dias”, eu tenho que perceber que, de certa forma, o número dos meus dias é zero, porque todos os meus dias foram dados ao Senhor. Quando eu morro para mim mesmo, o que estou realmente fazendo é morrer para todo o meu tempo.
Ao contar os meus dias à luz do evangelho, eu tenho zero dias. Eles pertencem todos a Ele, e todos eles são d'Ele. Finalmente, nossos dias não são marcados pela brevidade, mas pela eternidade.
Moisés diz em Salmo 90.14-15: “Sacia-nos de manhã
com a tua bondade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias. Alegra-nos por tantos dias quantos nos tens afligido, por tantos anos
quantos suportamos a adversidade.”
Moisés está fazendo um pedido ousado, sabe, tipo: “Nossos dias são marcados pelo pecado, e vamos ter setenta ou oitenta anos deles; você nos daria o mesmo número de anos de alegria que tivemos de aflição?”
E Deus disse: “Eu não vou responder a essa oração exatamente como você orou. Eu vou fazer muito mais do que você poderia imaginar!” Portanto, não temos setenta ou oitenta anos de alegria pelos setenta ou oitenta anos de luta, em vez disso, temos a eternidade.
De certa forma, eu preciso perceber à luz do evangelho que eu tenho zero dias. Eles pertencem todos a Deus. Mas, de outro ponto de vista, eu tenho um número infinito de dias. A minha esposa é ótima em viver isso, porque ela tem muitos interesses, muitas coisas que ela quer aprender a fazer, mas ela realmente dedicou a vida dela ao homeschooling e a deixar de lado a sua agenda. Ela não fica chateada com isso. Ela diz: “Eu tenho toda a eternidade! Há todas essas coisas que eu quero fazer; eu tenho toda a eternidade para fazê-las!”
Quais são algumas maneiras práticas de viver o evangelho enquanto todos nós temos coisa para fazer, seja qual for a versão de coisas que você está fazendo? Quais são algumas maneiras que o evangelho fala sobre isso? Tenho algumas ideias.
Primeiro, eu não vou desistir. Eu tenho uma tendência a me deixar levar, e não quero fazer isso. Eu quero estabelecer metas, e eu quero usar ferramentas. Eu quero fazer o que digo. Eu quero ser fiel porque o tempo é curto e a missão que estamos cumprindo realmente importa. Isso importa para a eternidade.
Eu também posso usar essas ferramentas porque sou uma nova criatura em Cristo. Eu posso carregar a imagem do Segundo Adão, e posso ter o poder de Deus—embora, por mim mesmo, eu sempre falhe quando tentar contar meus dias, mas tenho o Espírito Santo me permitindo fazer isso.
E se você não for como eu, se você tende a ser mais voltado para tarefas, o que o evangelho diz é que você não precisa fazer nada para estar certo com Deus. Na verdade, você não pode fazer nada para se acertar com Deus. É ótimo riscar coisas da nossa lista, porque isso significa que estamos servindo as pessoas, e estamos fazendo o trabalho de Deus, mas não é assim que você justifica a sua existência.
Jesus fez tudo o que Deus o chamou para fazer, e Ele te deu Sua justiça. Quando penso na maneira como gosto de passar o tempo, gosto de ter períodos de descanso. Gosto de ter um tempo para mim mesmo, porque gosto de pensar. Gosto de estar aqui no palco, mas também gosto de muito tempo para pensar sozinho antes de chegar aqui.
Toda a minha vida é mais ou menos assim. Eu meio que preciso estar sozinho para saber o que penso, para poder ir conversar com as pessoas e contar a elas o que penso. Mas o evangelho diz que, se eu não tiver esse tempo, vai estar tudo bem.
Se eu estivesse esperando, "Ei, finalmente vou ter um tempo para descansar esta noite!" e se alguém precisasse de mim, eu poderia servir essa pessoa pelo poder do evangelho. Mas você pode ser o oposto: "Eu amo estar com as pessoas, amo estar com elas o tempo todo. É assim que eu sei o que penso, é quando posso falar com as pessoas." Se elas precisarem de um tempo sozinhas, então você pode dar esse tempo a elas e está tudo bem, porque todo o nosso tempo pertence ao Senhor.
Para finalizar, eu gostaria de orar, e vou orar lendo todo o Salmo 90. Você pode ler junto comigo, ou pode fechar os olhos, ou pode participar da maneira que preferir. Esta é uma oração de Moisés, o homem de Deus:
Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração.
Antes que os montes nascessem
e tu formasses a terra e o mundo,
de eternidade a eternidade, tu és Deus.Tu reduzes o ser humano ao pó
e dizes: "Voltem ao pó, filhos dos homens."
Pois mil anos, aos teus olhos,
são como o dia de ontem que se foi
e como a vigília da noite.
Tu os arrastas na torrente; são como um sono.
São como a relva que floresce de madrugada;
de madrugada, viceja e floresce;
à tarde, murcha e seca.Pois somos consumidos pela tua ira
e pelo teu furor, conturbados.
Puseste as nossas iniquidades diante de ti
e, sob a luz do teu rosto, os nossos pecados ocultos.
Pois todos os nossos dias se passam na tua ira;
acabam-se os nossos anos como um breve pensamento.
Os dias da nossa vida sobem a setenta anos
ou, em havendo vigor, a oitenta;
neste caso, o melhor deles é canseira e enfado,
porque tudo passa rapidamente, e nós voamos.
Quem conhece o poder da tua ira?
E a tua cólera, segundo o temor que te é devido?
Ensina-nos a contar os nossos dias,
para que alcancemos coração sábio.Volta-te, Senhor! Até quando estarás indignado?
Tem compaixão dos teus servos.
Sacia-nos de manhã com a tua bondade,
para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias.
Alegra-nos por tantos dias quantos nos tens afligido,
por tantos anos quantos suportamos a adversidade.
Aos teus servos apareçam as tuas obras,
e a seus filhos, a tua glória.
Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus;
confirma sobre nós as obras das nossas mãos,
sim, confirma a obra das nossas mãos.
Nancy: Esse é Hugh Duncan, nosso Diretor de Áudio e Vídeo do Aviva Nossos Corações. Ele orou um dos meus salmos favoritos, o Salmo 90. Sabe, no final, só o Senhor pode estabelecer a obra das nossas mãos. Eu preciso desse lembrete constantemente!
Quando estou no meio de vários prazos (como estou agora!) é muito fácil sentir que tudo depende do meu próprio esforço e do trabalho das minhas próprias mãos. Posso cair na tentação de que tudo depende de mim para fazer acontecer.
Mas acabamos de ser lembradas que Jesus realizou tudo perfeitamente! Quando cremos n'Ele, não precisamos nos esforçar para justificar nossa existência, mas podemos servir com alegria de todo o coração pelo Seu poder! Sei que muitas de nossas ouvintes podem se identificar com a sensação de uma lista de tarefas interminável, e quando ouvi Hugh dar essa mensagem para nossa equipe, quis compartilhá-la com vocês.
Eu gostei muito do olhar honesto que ele nos deu sobre alguns dos medos que enfrentamos, e sou muito grata pela esperança de que todos esses medos podem ser tratados no evangelho. Eu escrevi sobre isso em um livreto chamado Encarando os Nossos Medos.
Se você se encontra lutando com o medo, especialmente sobre o que pode custar para se entregar completamente à vontade de Deus em sua vida, esse livreto vai te ajudar a olhar para Jesus. Quando você coloca os olhos nele e se entrega aos planos dele, você vai se ver pensando mais nele e menos em si mesma e nas coisas das quais tem medo.
Acho que esse livreto vai te ajudar a fazer isso, visite o nosso site ou clique no link aqui na transcrição e lá você poderá encomendar o seu livreto com uma doação mínima de R$10,00.
Após realizar a sua doação, envie o comprovante para contato@avivanossoscoracoes.com e nos informe que gostaria de receber o livreto “Encarando nossos medos”.
Muito obrigada pelas suas orações e pelo seu apoio. Como uma organização sem fins lucrativos, o ministério depende de patrocínios e contribuições de qualquer valor para atender às oportunidades maravilhosas, cada vez maiores que Deus coloca diante de nós! E louvamos ao Senhor por tudo que Ele já tem feito na vida das mulheres do Brasil e ao redor do mundo.
Raquel: Obrigada, Nancy.
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
Clique aqui para o original em inglês.