
As duas vias do perdão
Andrea Griffith: Tem alguma mulher aqui que se descreveria como habilidosa com ferramentas?
Nancy DeMoss Wolgemuth: Essa é Andrea Griffith. Ela estava falando com as mulheres que participaram recentemente de uma conferência promovida pelo Aviva Nossos Corações. Andrea conta que ela e o marido são completamente opostos quando se trata de reparos na casa.
Andrea: Eu costumo quebrar as coisas, então ele tem que consertá-las, né? Às vezes encontro ferramentas espalhadas pela casa. Outro dia, achei essa aqui. Alguém tem ideia do que é isso? Alguma das mulheres habilidosas sabe o que é?
Nancy: O que vocês não conseguem ver é que, nesse momento, Andrea está segurando um grande esquadro de carpinteiro.
Andrea: Quando olho para isso, eu penso: “Ah, parece a letra L, de love (amor em português)!” Estou torcendo para que meu marido tenha mais algumas letras de metal por aí …
Andrea Griffith: Tem alguma mulher aqui que se descreveria como habilidosa com ferramentas?
Nancy DeMoss Wolgemuth: Essa é Andrea Griffith. Ela estava falando com as mulheres que participaram recentemente de uma conferência promovida pelo Aviva Nossos Corações. Andrea conta que ela e o marido são completamente opostos quando se trata de reparos na casa.
Andrea: Eu costumo quebrar as coisas, então ele tem que consertá-las, né? Às vezes encontro ferramentas espalhadas pela casa. Outro dia, achei essa aqui. Alguém tem ideia do que é isso? Alguma das mulheres habilidosas sabe o que é?
Nancy: O que vocês não conseguem ver é que, nesse momento, Andrea está segurando um grande esquadro de carpinteiro.
Andrea: Quando olho para isso, eu penso: “Ah, parece a letra L, de love (amor em português)!” Estou torcendo para que meu marido tenha mais algumas letras de metal por aí e consiga formar a palavra “amor”!
Nancy: As ferramentas têm propósitos, e Andrea explica para que serve esse esquadro.
Andrea: Se você está construindo uma casa, um brinquedo de madeira, uma casa na árvore, qualquer coisa assim, essa ferramenta é muito importante. Porque, ao usá-la para construir algo, precisamos garantir que a construção esteja nivelada. Esse esquadro nos mostra se o horizontal está alinhado. E, se estiver, o que você estiver tentando construir na vertical — talvez uma parede ou qualquer outra estrutura — também ficará reto, porque a base está correta.
Nancy: Hoje, vamos aprender como esse esquadro ilustra diferentes aspectos dos relacionamentos interpessoais, especialmente quando alguém é ferido por outra pessoa. É o que Andrea Griffith chama de as duas vias do perdão.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Escolhendo o perdão: Sua jornada para a liberdade, na voz de Renata Santos.
Diga-nos, Nancy, você se considera uma mulher habilidosa com ferramentas?
Nancy: De jeito nenhum! Na verdade, hoje mesmo precisei mandar uma mensagem para meu querido marido, que tinha saído para resolver algo, dizendo: “Amor, eu não consigo fechar a porta do freezer.” Tentei por uns quinze minutos! Eu fiquei um pouco mais tranquila quando o Robert chegou e também levou uns quinze minutos para conseguir fechar.
Descobrimos que tinha uma travessa de vidro que estava um pouquinho fora do lugar e impedia a porta de fechar.
A resposta é “não”. Certamente, não sou uma mulher habilidosa!
Raquel: Isso aí já está muito abaixo do nível básico de habilidades! (risos)
Eu também não sou muito habilidosa. Recentemente, comprei cadeirinhas de balanço para minhas netinhas gêmeas. Na embalagem dizia "fácil montagem". Mas ontem à noite, meu marido Bob e eu tentamos montá-las, e vou te dizer: em nenhum momento esse processo pareceu "fácil"!
Nancy: Se eu vejo algo com a frase "alguma montagem necessária", eu já sei que não é algo que eu vou querer comprar!
Raquel: Na próxima vez, vou pagar um pouco mais para vir montado!
Acho que já podemos falar do assunto principal. Você mencionou que esse esquadro tem algo a ver com o perdão?
Nancy: Sim, e Andrea vai explicar isso em instantes. Foi uma ilustração muito visual e marcante!
Mas antes, deixe-me apresentá-la para o nosso público. Andrea tem sido uma amiga querida por muitos anos. Ela e o marido, Trent, serviram no ministério Life Action, que é a organização-mãe do Aviva Nossos Corações. Depois, por mais de uma década, Trent foi pastor principal de uma igreja bem próxima ao nosso centro ministerial, em Niles, Michigan.
Andrea foi uma das palestrantes em um evento do Aviva Nossos Corações recentemente. O tema era buscar ao Senhor para um avivamento pessoal. E ela nos ajudou a entender o que chamou de “as duas vias do perdão”.
Raquel: Mantenha o exemplo do esquadro na sua mente, porque Andrea faz referência a ele várias vezes durante sua mensagem. Em alguns momentos, ela segura o esquadro na posição certa, e em outros, ele está torto e desalinhado. Vamos ouvir juntas. Aqui está Andrea Griffith, falando para milhares de mulheres no evento Revive 2019.
Andrea: Esta é a verdade: quando acertamos nossa relação vertical pela primeira vez, abre-se a oportunidade de garantir que o relacionamento horizontal também fique certo. Se o meu esquadro de carpinteiro estiver assim, torto, e a minha relação vertical com Deus não estiver correta, há alguma chance do meu relacionamento horizontal estar certo? De jeito nenhum. Precisamos acertar primeiro a nossa relação vertical com Deus, para que em seguida os nossos relacionamentos horizontais sejam ajustados.
Se você tem sua Bíblia, abra em Efésios, capítulo 4. Eu amo o livro de Efésios! Desde o primeiro capítulo, Paulo tem derramado bênçãos sobre nós. Pense no nosso esquadro de carpinteiro. Deus nos encheu de Sua graça e nos escolheu para isso. E de repente, quando chegamos ao capítulo 4, Paulo muda o foco. Ele pega todas as bênçãos que Deus nos dá verticalmente e as direciona para nós em um nível horizontal. Vou começar a partir do versículo 1:
Por isso eu, o prisioneiro no Senhor, peço que vocês vivam de maneira digna da vocação a que foram chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando uns aos outros em amor, fazendo tudo para preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. (Ef 4.1-3)
Você percebe o que Paulo está dizendo? Ele está nos mostrando que a forma como tratamos umas às outras importa. Se Deus derramou Sua graça sobre nós de maneira abundante, então precisamos estender essa graça para outras pessoas. Somos um só corpo em Cristo e devemos deixar que a humildade, a paciência, o amor e a mansidão nos unam.
Deus nos ama; nós estendemos esse amor. Deus é generoso conosco; nós somos generosas com as pessoas ao nosso redor.
E eu já consigo ouvir os seus pensamentos: "Eu adoraria viver em um mundo assim! Por que não vivemos dessa maneira? Eu adoraria viver em um mundo de amor verdadeiro!"
Sabe de uma coisa? Deus criou esse mundo. Ele criou um mundo exatamente assim — com perfeita harmonia, perfeita unidade. Mas o que fizemos? Nós o quebramos. Certo? Lá em Gênesis 3, quebramos esse mundo, e o pecado entrou. Desde então, somos feridas e temos ferido outras pessoas, porque vivemos em um mundo caído.
Nosso coração foi corrompido e agora ele tende ao pecado, e nós não conseguimos corrigir isso sozinhas. Então, o que fazemos? O que fazemos com as dores que causamos? O que fazemos com as dores que recebemos?
Hoje, quero falar sobre as duas vias do perdão. Como isso deve ser aplicado em nossas vidas?
Há momentos em que a dor vem de nós, certo? Nós ocupamos o lugar de quem ofendeu. Nem sempre acertamos. Erramos. Dizemos coisas erradas. O que fazer quando percebemos que machucamos alguém?
Vamos analisar duas passagens juntas. Primeiro, Mateus 5.23-24:
Portanto, se você estiver trazendo a sua oferta ao altar e lá se lembrar que o seu irmão tem alguma coisa contra você, deixe diante do altar a sua oferta e vá primeiro reconciliar-se com o seu irmão; e então volte e faça a sua oferta.
Jesus está falando aqui com pessoas religiosas. Ele está falando com mulheres da igreja. Mulheres que servem. Que doam. Que trazem ofertas. Que trabalham nos bastidores. E Ele diz: “Se você está ali servindo e se lembra de que há algo entre você e uma irmã em Cristo, pare o que está fazendo e vá primeiro acertar esse relacionamento.”
Amiga, Ele está falando com a gente! Nós estamos servindo. Estamos doando. Estamos liderando grupos pequenos. Talvez tenhamos um ministério no coração ao qual estamos nos dedicando com tudo. Mas, enquanto fazemos coisas boas, será que estamos deixando de lado algo essencial, que é restaurar um relacionamento quebrado?
Deus não diz que doar é errado. Servir é maravilhoso! Mas se, no meio de tudo isso, sabemos que machucamos alguém, precisamos corrigir isso primeiro. Reconcilie-se com seu irmão ou sua irmã.
Agora, abra a sua Bíblia em Atos 24.16. Aqui, Paulo está sendo julgado. Ele está em um tribunal, se defendendo. E no meio do seu discurso, ele diz:
Por isso, também me esforço por ter sempre uma consciência pura diante de Deus e dos homens.
Você percebe o que Paulo está dizendo? Ele está bem no centro do nosso esquadro de carpinteiro. E ele diz: “Eu quero manter minha consciência limpa tanto diante de Deus quanto diante das pessoas.”
O que significa ter uma consciência limpa? Keisha mencionou uma definição muito clara do livro Buscando a Deus: A definição de uma consciência limpa no nosso livro Buscando a Deus é não ter nenhum pecado não confessado entre mim e Deus, ou entre mim e qualquer outra pessoa.
Isso não é fácil. Não é à toa que Paulo disse: “Faço todo o possível”. Se isso vai ser uma realidade na minha vida, eu preciso fazer disso uma prioridade. Não estamos falando aqui sobre sermos mulheres perfeitas. Não precisamos carregar esse peso, porque Jesus viveu a nossa perfeição por nós. Ele sabia que nunca conseguiríamos. Não podemos. Nossos corações são quebrados e inclinados ao pecado.
Não estou chamando você para um padrão de perfeição. Jesus já viveu essa perfeição por nós. Estou chamando você para um padrão de humildade. Estou chamando você para uma sensibilidade ao Espírito Santo, para que, quando errarmos, sejamos rápidas em buscar perdão, rápidas em reconhecer nossas falhas.
Essa tem sido uma verdade muito forte na minha vida. Muitas vezes eu me vi no lugar de quem ofendeu. Cresci na igreja, mas não entendia o Evangelho; era tudo muito além da minha compreensão.
Como resultado, me tornei uma ótima mentirosa, porque eu sabia o que era certo, mas não vivia aquilo. Eu era uma hipócrita completa. E quando conheci o Senhor, aos 22 anos, Ele começou a mudar tudo em mim. Ele começou a trabalhar no meu relacionamento vertical com Ele, me ensinando sobre humildade, graça, honestidade e tantas áreas que precisavam ser restauradas. E então, Ele me disse: “Agora que estamos lidando com essa parte vertical, podemos tratar o horizontal.”
Eu tinha machucado muitas pessoas. Eu precisava ligar para os meus pais e pedir perdão pelas mentiras, pelos enganos, pelas vezes que escondi a verdade. Tinha amigos do ensino médio e da faculdade que me ouviram dizer que eu era seguidora de Jesus, mas viam como eu vivia e enxergavam a minha hipocrisia. E isso partiu o meu coração, porque percebi que havia manchado o nome de Jesus ao chamá-Lo de Senhor, mas não viver como se Ele fosse.
Minha lista era imensa. Liguei para professores da minha universidade e confessei: “Eu colei na prova. Você pode me perdoar?” Minha lista era tão longa.
Algumas pessoas me repreenderam. Outras demonstraram graça. E eu precisei aprender que a reação delas não era minha responsabilidade, mas a minha obediência a Jesus, sim.
Eu ainda erro, mas hoje tento buscar perdão assim que percebo que fiz algo errado. Um dos principais motivos? Eu não quero ter uma lista longa de novo. Aquilo me esgotou. Eu não quero uma lista longa. Quero manter um coração limpo diante de Deus, reconhecendo rapidamente quando o Espírito Santo fala ao meu coração.
Na semana passada, nossa família tomou uma decisão que afetou negativamente a família de uma amiga minha. Eu precisei procurá-la e dizer: “Você pode me perdoar pela maneira como falei sobre essa decisão? Se eu tivesse pensado um pouco melhor e percebido o impacto que isso teria para sua família, eu poderia ter me expressado de outra forma. Você pode me perdoar?”
Ficamos um pouco distantes por algumas semanas. Eu não sabia como ela reagiria. Mas, quando falei com ela, ela segurou minhas mãos e disse: “Andrea, Deus já estava falando comigo. Eu também estava errada.” Ali mesmo, oramos juntas como irmãs em Cristo. E ela disse: “Obrigada por vir até mim para que pudéssemos nos reconciliar.”
O que Paulo disse? “. . . fazendo tudo para preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz.”
Agora, queridas, nem sempre acontece assim. Por isso eu amo Romanos 12.18, que diz: “Se possível, no que depender de vocês, vivam em paz com todas as pessoas.”
Sendo esposa de pastor, muitas vezes recebo ligações de pessoas que, de alguma forma, se sentiram ofendidas. Trent e eu tentamos procurá-las, conversar, orar juntas. Mas, às vezes, a situação só piora, e algumas acabam saindo da igreja. Isso dói, porque sabemos que somos um só Corpo em Cristo.
E depois encontramos essas pessoas na comunidade, e o coração parece que sobe até a garganta. O que fazer? Romanos 12.18: "Se possível, no que depender de vocês."
Você já assumiu responsabilidade pelos seus 10%?
Talvez você diga: “Andrea, a outra pessoa estava 90% errada. Eu só errei 10%.”
Tá bom. Mas você já pediu perdão pelos seus 10%? Você está tentando, como Paulo nos ensina, manter a unidade do Espírito no vínculo da paz?
Talvez, enquanto eu falava, o Espírito Santo trouxe alguém à sua mente. Anote esse nome. Será que existe alguém que você machucou e ainda não buscou consertar a situação? Escreva esse nome no seu papel.
Vamos mudar de lugar agora. Vamos sair do assento de quem ofendeu para falar sobre o assento de quem foi ofendida.
Se você ainda está com sua Bíblia aberta em Efésios 4, pode virar uma página. O assento da ofendida é quando a dor vem em nossa direção. O que fazemos com a dor que chega até nós?
Eu sei que agora estou falando com mulheres que foram feridas pelo abuso, pelo trauma. Algumas de vocês foram traídas por um esposo, uma amiga, um chefe. Algumas já sofreram acusações infundadas. O que fazer com isso?
Outras estão apenas sofrendo porque vivem em um mundo caído e quebrado. Não foi algo intencional. Talvez você tenha perdido um ente querido. Talvez esteja lidando com a perda de uma habilidade física. É doloroso. Como seguir em frente?
Há mulheres aqui que estão sofrendo porque escolheram o pecado. Se fôssemos realmente honestas, perceberíamos que estamos sentadas nos dois assentos — porque escolhemos o pecado.
Mulheres que já tiveram relações sexuais com muitos homens. Talvez algumas já tenham tido relações sexuais com outras mulheres. Algumas, por conta da dor do próprio trauma, acabaram traumatizando outras pessoas. O que fazer?
Corremos para a cruz. Corremos para o Evangelho, porque o Evangelho nos diz que todo pecado que já cometemos e todo pecado que foi cometido contra nós — você sabe onde ele foi parar? Na cruz.
Foi na cruz com Jesus Cristo que Deus derramou Sua ira sobre o pecado. Jesus, que não conheceu pecado, Se fez pecado por nós, para que pudéssemos nos tornar a justiça de Deus. (2 Coríntios 5.21)
O que devemos fazer? Deus nos deu apenas um caminho: o perdão.
Agora, veja em Efésios 4.31-32:
Que não haja no meio de vocês qualquer amargura, indignação, ira, gritaria e blasfêmia, bem como qualquer maldade. Pelo contrário, sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando uns aos outros, como também Deus, em Cristo, perdoou vocês.
Se não perdoarmos, acabaremos presas na amargura, ira e indignação. Deus nos manda perdoar. Mas o que isso significa? Significa que liberamos totalmente o ofensor da dívida. Limpamos completamente o registro.
Você se lembra quando, na escola, a sua professora apagava o quadro negro só com o apagador, e, se você olhasse de perto, ainda dava para ver as palavras escritas? Não é disso que a Bíblia está falando. A Bíblia fala de quando a professora pegava uma esponja molhada e limpava tudo. Quando terminava, não restava nenhum vestígio.
Não voltamos a trazer o erro à tona. Por quê? Porque limpamos o registro. Acabou. Não guardamos mais nada contra aquela pessoa.
Veja, há uma diferença entre perdão e confiança.
A confiança pode precisar ser reconstruída ao longo do tempo, com comportamentos consistentes. Mas o perdão é um mandamento de Deus, para que não fiquemos presas.
Um dos meus versículos favoritos sobre perdão é Hebreus 12.15:
Cuidem para que ninguém fique afastado da graça de Deus, e que nenhuma raiz de amargura, brotando, cause perturbação, e, por meio dela, muitos sejam contaminados.
Você sabe o que é amargura? É simplesmente dor armazenada. É muito fácil se tornar amarga, porque isso acontece quando guardamos a dor dentro de nós. Não soltamos. Não liberamos. É dor armazenada.
Por isso Deus diz em Hebreus 12.15: “Cuidem para que ninguém fique afastado da graça de Deus.”
Isso é o que acontece: Uma dor chega em nossa vida, e é tudo o que conseguimos segurar. Estamos agarradas a essa dor. E Deus está ali, dizendo: “Eu tenho graça para isso.” Ele tem nos dito isso. Toda vez que abrimos Sua Palavra, Ele nos fala. Talvez Ele já tenha nos preparado para esse momento, naquele dia, no nosso tempo com Ele. A dor chega. Nós seguramos. E Deus está dizendo: “Eu tenho graça para te dar. Eu quero derramar Minha graça sobre esta situação.”
Se dissermos: “Sim, Senhor. Eu vou soltar essa dor. Eu quero a Sua graça,” recebemos a graça de Deus. Somos libertas. Não ficamos presas na amargura, na ira, na mágoa.
Mas sabe o que normalmente fazemos? Essa aqui sou eu: “Senhor, eu só quero pensar um pouquinho sobre essa dor. (risos) Quero sentir um pouco mais. Refletir um pouco. Ver até que ponto vou deixar ela vai me afetar. Só vou segurar mais um pouquinho. . .”
E adivinha o que acontece quando fazemos isso? Seguramos a mágoa. Seguramos a amargura.
E esse versículo nos diz o que acontece. Diz que a amargura é uma raiz. Estamos segurando essa dor, tentando escondê-la, esperando que ninguém perceba. Mas a Palavra nos alerta: a amargura sempre brotará.
Ela brota na nossa ira, na nossa sensibilidade extrema, no nosso espírito crítico e acusador. A amargura sempre encontra uma forma de se manifestar. E a Bíblia diz que essa raiz de amargura causará problemas e contaminará muitos.
Quem são os primeiros a serem contaminados pela nossa amargura? Aqueles que estão mais próximos de nós — nosso marido, nossos filhos, nossos entes queridos. Porque a amargura sempre brota, sempre causa problemas, sempre afeta outros.
Quando eu conheci Jesus aos 22 anos, a primeira coisa que Deus me levou a fazer foi fazer uma lista de todas as pessoas que eu precisava perdoar. Todas as feridas que eu tinha armazenado. Peguei minha lista e fui até um lugar de oração na igreja. Me ajoelhei diante do Senhor e fiz um compromisso: "Deus, eu não vou me levantar até ter liberado todas essas pessoas da dívida que sinto que me devem. Eu não vou sair daqui sem perdoá-las."
Foi um tempo longo. Muitas orações. Muitas lágrimas.
Mas, um por um, eu fui entregando cada nome ao Senhor. Quando terminei, peguei a minha lista e queimei. Esse ato foi muito significativo para mim. Porque sempre que a lembrança da dor surgia, eu podia dizer: "Não! Isso já foi perdoado. Eu não vou voltar lá. Eu não vou alimentar esses pensamentos de novo. Já foi. Está perdoado."
Um dos maiores desafios foi aprender a me perdoar. Tive que aprender a aceitar o perdão divino que recebi por meio da cruz de Cristo. Eu estava cheia de amargura contra mim mesma por todas as escolhas erradas que eu havia feito. Pelos pecados nos quais me envolvi. Mas eu precisava correr para o Evangelho e lembrar: Deus já derramou toda a Sua ira sobre Jesus na cruz. Isso significa que estou livre.
Precisamos receber essa graça, esse amor e esse perdão que Deus já nos deu através de Jesus.
Porque quando a nossa relação com Deus está correta, quando compreendemos o que Jesus fez por nós, conseguimos perdoar os outros da mesma maneira, com amor, graça e perdão.
Eu não sei quais dores você tem carregado. Mas Deus sabe. Ele viu tudo. Posso orar por você?
Senhor Jesus, obrigado por essas mulheres. Obrigada pelos seus corações abertos e sedentos. Deus, eu oro agora para que Tu concedas a elas a graça para perdoar. Quando entendemos o quanto fomos perdoadas, somos libertas para perdoar aqueles que pecaram contra nós.
Senhor, nada que já nos foi feito é maior do que o que fizemos contra Ti na cruz.
Abra os nossos olhos espirituais, Senhor. Dá-nos graça, força para perdoar, para abrir essa prisão e caminhar livres da amargura. Em nome de Jesus. Amém.
Raquel: Amém! Andrea Griffith nos ajudou a enxergar como lidar com a amargura e a raiva que podem facilmente brotar em nossas vidas.
Nancy: Isso mesmo. Eu não sei se existe um tema mais necessário nesta geração — talvez em todas as gerações. Porque somos seres humanos. E os seres humanos pecam — pecamos contra os outros, e os outros pecam contra nós. Nós nos machucamos.
E a tentação é deixar isso apodrecer dentro de nós.
Mas se não lidamos com isso da maneira de Deus, isso vai criar problemas profundos — não só para nós, mas para aqueles ao nosso redor.
E que desafio poderoso: fazer uma lista como Andrea fez. Pense em todos aqueles a quem você precisa pedir perdão e todos aqueles que você precisa perdoar. Talvez você esteja pensando: Mas eu nem sei por onde começar. Apenas peça ao Senhor. Você não precisa vasculhar o seu passado à força, tentando lembrar de tudo. Apenas peça a Deus que traga à sua mente aqueles que precisam estar nessa lista.
E creia: Ele fará isso.
Esse pode ser um processo longo, como foi para Andrea e como já foi para mim em alguns momentos. Mas é libertador lidar com essas feridas por meio do perdão. E não se esqueça: nossa capacidade de perdoar e ser perdoadas vem única e exclusivamente do perdão que já recebemos de Jesus Cristo.
Que presente incrível Ele nos deu! E que alegria poder estender esse mesmo perdão para aqueles que pecaram contra nós.
Raquel: Obrigada, Nancy. Eu estava lendo na semana passada o livro da Nancy, Escolhendo o perdão, e se você precisa entender melhor como receber perdão e como estender perdão, eu recomendo este livro. Encomende a sua cópia no nosso site avivanossoscoracoes.com.
Nancy: Na verdade, Andrea Griffith ajudou a revisar o manuscrito do livro e fez alguns comentários super úteis quando eu estava trabalhando nele. O subtítulo desse livro, que foi atualizado recentemente, é: sua jornada para a liberdade. Eu amo esse subtítulo porque acho que quando ficamos atoladas na falta de perdão, na amargura e na mágoa, é muito fácil nos sentirmos desesperadas, como se sempre sentiremos a dor dessa ferida.
Mas o processo de escolher o perdão é o meio que Deus nos proporcionou para irmos além dessa dor e alcançarmos a verdadeira esperança do Evangelho. É isso que eu quero para a minha vida e para cada uma de nossas ouvintes.
Todas nós temos áreas onde precisamos perdoar, receber o perdão de Deus, e precisamos aprender como estendê-lo aos outros nas pequenas coisas, bem como nas coisas grandes que talvez tenham definido nossas vidas. Saber que podemos ir além da dor e avançar para a esperança. É isso que eu quero para você.
Enquanto ouvia a Raquel falar, eu pensei: Todas nós precisamos dessa mensagem sobre perdão. É a minha oração que Deus use esse livro para libertar muitas mulheres, ajudando-as a sair da dor e encontrar esperança verdadeira.
E antes de encerrar, eu também gostaria de agradecer pelo seu apoio. Muito obrigada!
Sabemos que estes são tempos difíceis economicamente, e vemos as suas doações como atos de amor. Quando você investe neste ministério, você nos ajuda a levar essa mensagem ao redor do mundo — a mensagem de que o perdão de Cristo pode nos tirar da dor e nos levar à verdadeira esperança.
Veja o que uma das nossas ouvintes compartilhou:
Meu nome é Naty. Em julho passado, eu estava na livraria da nossa igreja procurando um livro sobre perdão, porque naquela semana duas amigas muito feridas me pediram ajuda. Então, uma senhora da igreja que entende muito sobre livros e aconselhamento bíblico me mostrou o seu livro Escolhendo o perdão. Comprei na hora.
Mas, ao invés de ler sozinha, Deus me direcionou para algo diferente. Decidi convidar essas amigas para ler o livro comigo, e elas poderiam convidar outras pessoas. Como um clube do livro. Resumindo, nos encontramos toda semana online para discutir um capítulo. Foram 23 mulheres! Deus trabalhou em nossos corações de formas que eu nem sei descrever!
Tivemos muitos momentos de lágrimas, oramos muito umas pelas outras, mas eu queria que você soubesse que oramos por você também, toda vez que nos reunimos. Sabemos que você não conhece nenhuma de nós pessoalmente. . . mas você escreveu esse livro para nós!
Muito obrigada por investir no Reino. Esse livro mudou a forma como 24 mulheres enxergam o perdão agora.
Raquel: Durante esta semana, vamos continuar explorando o poder do perdão e a liberdade que ele nos concede. Amanhã iniciaremos a série chamada “A liberdade do perdão.”
Quando alguém nos fere com palavras ou ações, a reação natural é colocar essa pessoa em uma espécie de prisão, onde nos reservamos o direito de puni-la. Mas esse não é o modo de viver ao qual Deus nos chama. Nancy vai te ajudar a descobrir a chave que vai te libertar das feridas do passado e te capacitar a liberar completamente aqueles que te machucaram.
Aguardamos você aqui, no Aviva Nossos Corações.
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, que chama as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
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