
Dia 2: Casada com um beberrão
Raquel: Foi uma sequência de calamidades que aconteceu com Ester, mas Deus estava com ela. Aqui está Nancy DeMoss Wolgemuth.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Na providência de Deus, Ele transformou uma situação trágica para o bem do Seu povo e para o cumprimento do Seu plano redentor. Esse é o tipo de coisa que Deus faz.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, coautora do livro Deixe Deus escrever sua história, na voz de Renata Santos.
Se em algum momento você se vê inclinada a focar nos defeitos do seu marido, tente imaginar como seria estar casada com um ditador alcoólatra e polígamo. Essa é a história que Nancy começou a compartilhar ontem — uma narrativa poderosa que pode renovar sua esperança em Deus, não importa com quem você é casada, como seu futuro se apresenta ou quais desafios você está enfrentando.
…
Raquel: Foi uma sequência de calamidades que aconteceu com Ester, mas Deus estava com ela. Aqui está Nancy DeMoss Wolgemuth.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Na providência de Deus, Ele transformou uma situação trágica para o bem do Seu povo e para o cumprimento do Seu plano redentor. Esse é o tipo de coisa que Deus faz.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, coautora do livro Deixe Deus escrever sua história, na voz de Renata Santos.
Se em algum momento você se vê inclinada a focar nos defeitos do seu marido, tente imaginar como seria estar casada com um ditador alcoólatra e polígamo. Essa é a história que Nancy começou a compartilhar ontem — uma narrativa poderosa que pode renovar sua esperança em Deus, não importa com quem você é casada, como seu futuro se apresenta ou quais desafios você está enfrentando.
Aqui está Nancy continuando a série Ester – Uma mulher de Deus no tempo de Deus.
Nancy: Bem, ainda estamos analisando o primeiro capítulo do livro de Ester, que nos dá o pano de fundo para entendermos como Ester se tornou rainha.
Até agora, o personagem central é um homem chamado Rei Assuero (com "A" maiúsculo. Esse rei tem autoridade absoluta. . . ou pelo menos pensa que tem.
Ele governa um vasto império, possivelmente com cem milhões de habitantes. É um homem que tem muito poder, muita riqueza e muita arrogância. Vimos no último episódio que ele reuniu todos os nobres e pessoas importantes do reino para uma exibição de seis meses de sua riqueza e esplendor.
Ao ler esses primeiros versículos vemos um relato do sistema deste mundo. Do que se trata tudo isso? Poder? Posição? Domínio? Riqueza? Vemos as pessoas competindo por poder, querendo ser conhecidas, citando nomes influentes, disputando posições, buscando status e grandeza.
Curiosamente, no primeiro capítulo, a palavra “real” aparece sete vezes. Temos trono real, glória real, vinho real, coroa real, decreto real, posição real e províncias reais.
Isso é realeza. É a descrição daquilo que o mundo considera importante. E ao longo deste capítulo encontramos palavras como “comandos, ordens, decretos, rei, governando sobre, governadores, grandeza, palácio” — todas palavras que transmitem poder. É o homem achando que é grandioso.
Curiosamente, somos lembradas de que Deus não está em nada disso. Deus não está nessa luta, nessa ambição, nesse esquema de poder.
Você pode imaginar todos esses figurões tentando se aproximar da mesa do rei, querendo ser notados, disputando espaço, tentando se destacar na terra. Deus não está nisso — nem naquela época, nem agora.
Deus habita no pequeno, no humilde, no lugar desprezado — na estrebaria onde o Filho de Deus nasceu. Deus se revela nas pequenas coisas, nas pessoas simples; Ele está presente, junto àqueles de coração humilde.
O Rei Assuero não tem consciência de Deus, não percebe Deus. Ele é o centro de seu próprio universo e pensa que é o centro do universo.
Já vimos sua autoridade, sua arrogância e sua riqueza, e hoje veremos sua relação com o álcool e sua ira — dois outros aspectos que se destacam neste primeiro capítulo.
Vou começar lendo a partir do versículo 7 de Ester capítulo 1, que descreve este grande banquete acontecendo na capital do reino. Os versículos 7–8 dizem:
A bebida era servida em taças de ouro, de vários tipos, e havia muito vinho real, graças à generosidade do rei. Bebiam sem restrições, como estava prescrito, pois o rei havia ordenado a todos os oficiais da sua casa que fizessem segundo a vontade de cada um.
A razão pela qual isso foi importante neste banquete, primeiro durante 6 meses e depois outro banquete de mais uma semana, é que havia uma lei persa que obrigava todos a beber sempre que o rei bebesse. Como o rei gostava de beber, ele não queria que as pessoas se sentissem forçadas a acompanhá-lo a cada gole, então suspendeu essa lei para este banquete.
A palavra “banquete” neste capítulo — ou “festa,” dependendo da sua tradução — está ligada à palavra hebraica para “beber.” Os dois caminham lado a lado.
Há oito referências ao consumo de bebida alcoólica no livro de Ester, e veremos o impacto significativo que o álcool teve no comportamento das pessoas — tanto naquela época quanto hoje. O álcool não traz bons resultados.
Agora, ao chegarmos ao versículo 9, um segundo personagem entra em cena — Rainha Vasti. Seu nome significa “aquela que é desejada” ou “amada.” Isso é um tanto irônico, não é? Porque aquela que era desejada se tornou a que não era mais desejada. Como isso aconteceu?
Bem, no versículo 9 lemos: “Também a rainha Vasti deu um banquete às mulheres no palácio do rei Assuero.” Naquela época, as festas e banquetes eram separados — os homens em um lugar, as mulheres em outro. Era contra as regras que as mulheres entrassem no local onde os homens estavam festejando.
Então, Vasti, sendo a rainha, estava cumprindo seu papel, entretendo as mulheres enquanto o rei entretinha os homens. Nos versículos 10–11, lemos:
No sétimo dia [o último dia do segundo banquete], quando o seu coração já estava alegre por causa do vinho [ou seja, ele estava embriagado], o rei Assuero ordenou a Meumã, Bizta, Harbona, Bigtá, Abagta, Zetar e Carcas, os sete eunucos que serviam na presença dele, que trouxessem à sua presença a rainha Vasti, com a coroa real. Ele queria mostrar aos povos e aos príncipes a beleza dela, pois ela era muito bonita.
Agora, esses eunucos eram oficiais da corte real, normalmente encarregados de guardar e administrar o harém do rei. Muitas vezes, eles eram castrados — embora nem sempre. Mas eram eles que cuidavam das mulheres do rei. O rei ordenou que esses sete eunucos. . .
. . . trouxessem à sua presença a rainha Vasti, com a coroa real. Ele queria mostrar aos povos e aos príncipes a beleza dela, pois ela era muito bonita. Porém a rainha Vasti se recusou a atender a ordem do rei, transmitida por meio dos eunucos. Diante disso, o rei muito se enfureceu e se inflamou de raiva.
Já vimos a arrogância de Assuero e, humanamente falando, essa sequência de eventos provavelmente foi desencadeada justamente por esse orgulho — a necessidade de Assuero de ostentar sua riqueza e seus feitos.
Lembre-se de que, no versículo 4, lemos que, por cento e oitenta dias, ele exibiu a imensa riqueza do seu reino e o esplendor da sua majestade. Isso soa como um homem humilde? Não. Ele queria mostrar suas riquezas, suas posses, sua glória. E o pecado do orgulho sempre, sempre, sempre leva a outros pecados. Ele sempre precede a queda. (Pv 16.18)
Aqui vemos um rei profundamente inseguro. Quando meditamos neste texto, fica claro que ele tem um desejo incontrolável de impressionar os outros com seu poder e riqueza. Ele busca desesperadamente a aprovação das pessoas.
Como resultado, ele é impulsivo, facilmente influenciado pelas opiniões alheias. Portanto, depois de seis meses de festas e ostentação, ele decide exibir a única coisa que ainda não tinha mostrado — sua rainha, Vasti.
Só que agora ele está sob a influência do álcool. E o álcool tem uma influência negativa sobre sua vida, assim como tem sobre tantas outras.
Há diferentes opiniões sobre exatamente o que o rei exigiu ou por que Vasti se recusou a obedecer. Muitos acreditam que Vasti era a mesma pessoa que Amestris, mãe de Artaxerxes, que sucedeu Assuero como rei.
Artaxerxes nasceu no mesmo ano desse grande banquete, o que sugere que Vasti estava grávida na época e pode não ter querido se apresentar dessa forma diante dos homens. Essa é uma possibilidade forte.
O historiador Flávio Josefo diz que ela foi convocada para comparecer nua, usando apenas a coroa real. Isso também é possível. Não sabemos com certeza, pois as Escrituras não nos dizem exatamente por que ela se recusou a ir. Mas sabemos que Assuero estava embriagado.
Podemos imaginar o ambiente: era uma festa só para homens, todos estavam bebendo livremente, o álcool corria solto há semanas e meses. É seguro supor que os homens estivessem em um estado de embriaguez e lascívia.
O que sabemos com certeza é que o rei exigiu que Vasti saísse para ser exibida diante de seus oficiais. No mínimo, sua ordem violava a tradição de manter homens e mulheres separados.
Seja qual for a razão, Vasti se recusou a obedecer. E veja a reação do rei — ele ficou enfurecido. Ele ficou furioso.
Na cultura persa, os reis eram considerados deuses. O rei era tratado como uma divindade. Assuero estava acostumado a ter tudo sob seu controle — ou pelo menos pensava que tinha. Todos o reverenciavam.
Por seis meses, todas as pessoas mais importantes do mundo conhecido haviam se curvado diante dele: “Sim, senhor.” “Sim, vossa majestade.” E de repente, sua esposa diz: “Não, vossa majestade.”
Este era o homem que conseguia tudo o que queria, o homem que falava e todos obedeciam, o homem mais poderoso do planeta. . . e, de repente, ele não consegue o que quer. Na frente de todos aqueles que ele tentou impressionar por seis meses, ele foi desafiado. Ele perdeu a moral. Ele foi humilhado.
E o que ele faz? Ele explode. Fica enfurecido. Sua raiva transborda. Nos versículos 13–14, lemos:
Então o rei consultou os sábios que entendiam dos tempos, porque era seu costume fazer isso na presença de todos os que conheciam a lei e o direito. E os mais chegados a ele eram. . . os sete príncipes dos persas e dos medos, que tinham acesso direto ao rei e se assentavam como principais no reino. . .
Não listei todos os nomes mencionados no texto, mas esses sete homens eram sábios que aconselhavam o rei. Eles eram seus consultores e conselheiros.
Provavelmente, eram astrólogos. O texto diz que eles eram conhecedores dos tempos. Naquele reino e naquela época, isso significa que provavelmente consultavam as estrelas e usavam outras formas de adivinhação para orientar o rei.
No versículo 15, o rei lhes pergunta:
Segundo a lei, o que se deve fazer à rainha Vasti, por não haver cumprido a ordem do rei Assuero, transmitida por meio dos eunucos? [O que devemos fazer com ela?]
Então Memucã disse na presença do rei e dos príncipes: — A rainha Vasti não somente ofendeu o rei, mas também todos os príncipes e todos os povos de todas as províncias do rei Assuero.
Veja a ênfase na palavra “todos” nesse trecho. Ele diz que Vasti não desrespeitou apenas o rei, mas “todos os príncipes e todo o povo de todas as províncias do rei Assuero.” Isso era cerca de cem milhões de pessoas. Segundo eles, ela havia ofendido toda essa gente ao se recusar a comparecer ao banquete do rei.
Porque a notícia do que a rainha fez chegará a todas as mulheres, de modo que desprezarão o seu marido, dizendo: ‘O rei Assuero mandou que a rainha Vasti fosse trazida à sua presença, mas ela não foi.’ Hoje mesmo, as princesas da Pérsia e da Média, ao ouvirem o que a rainha fez, dirão o mesmo a todos os príncipes do rei. E assim haverá muito desprezo e indignação. (vv. 17–18)
É difícil não notar um certo exagero nessa conclusão. Ao ler isso, fica claro que esses oficiais não eram homens íntegros. Eles apenas queriam dizer ao rei aquilo que achavam que ele queria ouvir. Ele estava furioso, e eles reagiram à sua raiva dizendo, no versículo 19:
Se for do agrado do rei, que ele baixe um decreto real, e que se inscreva nas leis dos persas e dos medos e não se revogue, que Vasti fica proibida de comparecer à presença do rei Assuero.
Ou seja, “Livre-se dela, divorcie-se, expulse-a.”
E que o rei dê o reino dela a outra que seja melhor do que ela. Quando este decreto do rei for proclamado em todo o seu reino, que é tão vasto, todas as mulheres darão honra a seu marido, tanto ao mais importante quanto ao menos importante. (vv. 19–20)
Algumas observações importantes. Primeiro, no versículo 19, vemos a menção à “lei dos medos e dos persas” — uma lei que não podia ser revogada. Uma vez decretada, nem mesmo o rei poderia anulá-la.
Naquela época, os reis podiam emitir decretos impulsivos e irresponsáveis, mas, por mais irracionais que fossem, esses decretos não poderiam ser modificados depois de assinados. Parece que as pessoas preferiam viver sob reis que tomavam decisões precipitadas, desde que soubessem que essas leis não seriam mudadas constantemente.
Esse detalhe se tornará significativo mais tarde na história. Os conselheiros dizem: “Publique um decreto, uma lei dos medos e persas que não pode ser revogada.”
Na verdade, quando o rei finalmente sai de sua embriaguez, quatro anos depois, e sente falta da rainha, ele pergunta: “Onde está Vasti?” E respondem: “Ó rei, você não pode trazê-la de volta. Você assinou um decreto, assinou uma lei; ela foi banida.” Ele não podia revogar a decisão, nem mesmo se quisesse.
Ao ouvir o conselho desses homens, fica evidente que eles estavam promovendo um modelo de casamento baseado na autoridade absoluta dos maridos sobre suas esposas. A ideia era que os homens governassem suas casas como ditadores. Esse é o conceito pagão de casamento e autoridade.
Mas veja como esse conceito contrasta com o ensino bíblico! O Novo Testamento nos ensina um modelo completamente diferente de amor e respeito entre marido e esposa. Ao longo do livro de Ester, veremos como a visão do mundo sobre homens, mulheres, casamento e papéis é muito diferente daquela ensinada na Palavra de Deus.
O conselho agradou tanto ao rei como aos príncipes; e o rei fez o que Memucã havia sugerido. Enviou cartas a todas as províncias do reino, a cada província segundo o seu modo de escrever e a cada povo segundo a sua língua: que cada homem fosse senhor em sua casa, e que se falasse a língua do seu povo. (vv. 21–22)
Esses conselheiros disseram ao rei exatamente o que ele queria ouvir. Eles o encorajaram a agir de maneira precipitada. Em vez de confrontar sua impulsividade e ego inflado, reforçaram seu comportamento irracional.
Ele precisava era de uma voz sensata, mas não é difícil, às vezes, ser honesta com pessoas como o rei Assuero? Pessoas autoritárias, que estão no controle, que são cruéis, que governam de maneira implacável? É difícil ser sincera.
Ao pensar no rei Assuero e em como ele tornava difícil para os outros serem honestos com ele, lembro-me do contraste com Tiago 3, onde se fala da sabedoria que vem do alto, a sabedoria divina. Aqueles homens deram a Assuero um tipo de sabedoria humana.
Mas a sabedoria divina, como diz Tiago 3.17, é pacífica, amável e cheia de misericórdia. Essa é a sabedoria de Deus — bem diferente da “sabedoria” que aqueles homens ofereceram ao rei.
Assuero toma uma decisão muito tola em relação à sua rainha, e ele faz isso sob a influência combinada de sua arrogância, do álcool e da raiva. Junte esses três elementos, e você terá um desastre. Foi exatamente isso que aconteceu.
Bom, essa decisão de banir Vasti, de se divorciar dela, levanta duas questões: Vasti fez o certo ao desobedecer a ordem do rei? É correto, em algum momento, uma esposa desobedecer ao seu marido?
É impossível estudar o livro de Ester sem se perguntar isso.
Primeiro, Vasti fez o certo? Bem, se você pesquisar nos comentários bíblicos (vou te poupar um tempo), verá que alguns dizem que sim, e outros dizem que não. Grandes comentaristas, como Matthew Henry, Charles Spurgeon e Warren Wiersbe, têm opiniões diferentes sobre isso.
A verdade é que não sabemos exatamente por que ela recusou o chamado do rei e como ela expressou essa recusa. Não sabemos qual era o seu caráter real, seu coração, suas intenções ou como lidou com a situação. As Escrituras não nos dão detalhes suficientes. É importante lembrar que Vasti era uma rainha pagã. Ela vivia sem a luz da Bíblia que temos hoje.
O que ela fez foi apenas um dos vários comportamentos e decisões controversas no livro de Ester. Além da desobediência de Vasti, vemos Ester entrando no harém de Assuero.
Há outras situações nesse livro que não podem ser completamente justificadas ou explicadas, porque as Escrituras não nos dão todos os detalhes. Podemos debater se cada uma dessas atitudes foi certa ou errada, mas é melhor não tirar conclusões definitivas quando Deus não nos dá todas as informações.
O que sabemos com certeza é que Deus usou a situação de Vasti para posicionar Ester no palácio “para um tempo como este”. (Ester 4.14) Sabemos que, em Sua providência, Deus transformou uma situação trágica em algo que beneficiaria Seu povo e cumpriria Seu plano redentor.
E é isso que Deus faz — na sua vida, na sua situação. Ele é capaz de agir em Sua providência, mesmo nas piores circunstâncias. Não importa quão errada seja a atitude do rei, não importa se a rainha agiu corretamente ou não, Deus pode reverter tudo para o bem do Seu povo e para o cumprimento do Seu propósito.
Isso nos leva à segunda questão: é certo, em algum momento, uma esposa desobedecer ao seu marido? Se você está procurando um motivo para não ser submissa ao seu marido ou à outra autoridade instituída por Deus, não encontrará isso neste texto. Você pode querer uma justificativa, mas este trecho não oferece essa resposta.
No entanto, ao longo da história de Ester, veremos exemplos valiosos de como apelar a uma autoridade que tomou uma decisão errada ou injusta.
Porém, não podemos usar esta passagem do Antigo Testamento para tirar conclusões sobre casamento e submissão. Para isso, precisamos recorrer a outros textos, especialmente do Novo Testamento, que tratam claramente dessas questões.
A Bíblia ensina um equilíbrio entre autoridade amorosa e submissão respeitosa. Também sabemos que há extremos a serem evitados: de um lado, a agressividade; do outro, a passividade, onde a mulher se torna um capacho ou o marido se torna um ditador abusivo.
Nenhum desses padrões reflete o modelo bíblico que Deus deseja. O que Ele estabeleceu é um relacionamento de liderança amorosa e respeito mútuo.
Portanto, se você sentir que precisa resistir à vontade do seu marido ou de qualquer autoridade, certifique-se de que isso não seja apenas uma questão de preferência pessoal, mas algo que claramente contraria a Palavra de Deus. Isso faz toda a diferença.
Eu ouço mulheres, ou elas escrevem para nós sobre coisas que seus maridos querem que elas façam, e elas dizem: “Eu simplesmente não vou fazer isso.” Isso acontece porque elas não querem fazer, não porque seja claramente contrário às Escrituras; é apenas porque não querem estar sob autoridade.
Ou então alegam: “Meu marido não é cristão.” Isso não importa. Deus colocou o marido na posição de autoridade, então, se você vai desobedecer às suas orientações, deve ter certeza de que isso se refere a algo claramente contrário às Escrituras.
E, se você for contra a direção dele, mesmo em algo que seja claramente contrário à Palavra de Deus, tem que ter certeza de que está fazendo isso com o espírito certo — um espírito de respeito, de mansidão, de humildade — não com um espírito rebelde, teimoso, ressentido ou resistente.
Este trecho não autoriza as mulheres a desobedecerem aos seus maridos. Não sabemos por que Vasti fez o que fez. Não sabemos se ela deveria ou não ter feito isso. Eu realmente acho que, ao estudar esse trecho, parece que ela foi solicitada a fazer algo muito perverso e vil, mas não sabemos com certeza.
O que sabemos é que o Novo Testamento ensina que Deus estabeleceu a autoridade, e devemos obedecer e nos submeter à autoridade, a não ser que ela vá claramente contra a Palavra de Deus. Quando dissermos “não”, que não seja com um espírito resistente, mas com um espírito humilde, obediente e manso.
Vou voltar um momento para os versículos 16 e seguintes, onde os sábios do rei fizeram uma declaração absurda:
Porque a notícia do que a rainha fez chegará a todas as mulheres, de modo que desprezarão o seu marido. . .
Isso é uma declaração obviamente exagerada, mas o fato é que outras pessoas são influenciadas pela maneira como respondemos à autoridade.
Quando as pessoas me veem respondendo à autoridade, quando te veem respondendo à autoridade, seja uma autoridade humana ou a própria autoridade de Deus, as pessoas são influenciadas.
Eu quero que a minha vida seja uma vida de submissão, que influencie outras mulheres a olhar para mim e dizer: “Eu quero estar sob a autoridade de Deus. Eu quero obedecer à autoridade.”
O coração do rei está nas mãos do Senhor. Você pode confiar em Deus, mesmo quando essa autoridade toma uma decisão que não é sábia ou a melhor. Você pode confiar que Deus está agindo; Deus está protegendo; Deus está intervindo em seu favor enquanto você se coloca, em última instância, sob a autoridade de Deus e demonstra isso ao se submeter àquelas autoridades humanas que Ele colocou na sua vida.
Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth tem nos ajudado a entender por que o primeiro capítulo do livro de Ester é tão relevante para os dias de hoje. Ela voltará para orar em um momento.
Uma de nossas ouvintes respondeu ao programa de ontem. Esse episódio introduziu o livro de Ester e tocou em muitos dos temas práticos que esse estudo vai abordar.
Essa ouvinte trabalha em uma missão em um ambiente urbano. Ela disse: “Aprecio essa série sobre Ester por causa dos homens e mulheres com quem interagimos. Lidamos com vícios, questões emocionais e pessoas em situação de rua.” Ela percebe como a Palavra de Deus é prática e confiável para falar sobre esses problemas.
Se o problema que você está enfrentando é alcoolismo, raiva ou medo, você encontrará o estudo de Ester rico e útil.
Espero que você faça de Ester parte do seu dia a dia ao estudar a Palavra de Deus. Ele faz parte de nossa série de estudos bíblicos sobre as Mulheres da Bíblia. Ele a guiará através das Escrituras e a ajudará a aplicar o que está aprendendo à sua própria situação. Acesse o nosso site, avivanossoscoracoes.com, e saiba como encomendar o seu livro de estudo “Ester - confiando no plano de Deus” ou clique no link aqui na transcrição deste episódio.
Você pode ouvir os podcasts do Aviva Nossos Corações também através do aplicativo Revive Our Hearts ao clicar no link “Português”. Estamos ainda presentes no Spotify e no YouTube.
Bem, até agora em nossa leitura do primeiro capítulo de Ester, ela ainda não foi mencionada, mas vamos conhecer essa jovem amanhã.
Aguardamos você aqui, no Aviva Nossos Corações. Agora, vamos orar com Nancy.
Nancy: Senhor, oro para que nos dê o tipo de sabedoria que é fácil de ser recebida, cheia de mansidão, misericórdia e bons frutos, e que coloque em nós um coração de submissão, um coração de obediência, para que nossas vidas influenciem outras pessoas a querer obedecer a Ti.
Senhor, dê-nos esse equilíbrio. Ajude-nos a saber quando devemos dizer “sim” e quando devemos dizer “não”, e que sempre o façamos como mulheres que vivem obedientes à Tua autoridade suprema em nossas vidas. Oro em nome de Jesus, amém.
Raquel: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
Clique aqui para o original em inglês.