Dia 10: O timing perfeito de Deus

Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth aponta que a busca pelo poder é, na verdade, um sinal de insegurança.

Nancy DeMoss Wolgemuth: Quando o seu poder está enraizado no orgulho, em vez de na humildade e em um coração disposto a servir, você se sentirá ameaçada por qualquer pessoa ou coisa que não possa controlar. 

Pessoas orgulhosas precisam estar no controle. Pessoas inseguras precisam estar no controle. “Tem que ser do meu jeito”, elas dizem. Elas precisam controlar as pessoas ao redor delas. Esse tipo de atitude é praticamente a mesma coisa que dizer: "Eu sou orgulhosa."

Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Quebrantar-se, na voz de Renata Santos.

Bem, hoje estamos falando sobre o vilão da nossa história, o conselheiro maligno chamado Hamã. Mas, atenção para o spoiler! Sabemos o final da história, e Hamã não vence. Em vez disso, Deus livra os judeus do massacre que Hamã planejava para eles, agindo providencialmente por meio de Ester para preservar Seu povo escolhido.

Até o dia de hoje, a comunidade judaica celebra esse livramento com um banquete chamado “Purim”. Eles desfrutam pratos tradicionais como o Hamantaschen, um doce triangular recheado com vários tipos de geléias e outros doces, e muitos se vestem com roupas coloridas. 

No geral, é um dia dedicado a lembrar como Deus livrou Seu povo da aniquilação pelas mãos de um homem maligno. Parece uma boa razão para um banquete!

É fácil ler sobre algum homem malvado e sedento de poder nas páginas da história e pensar, "Obrigada, Senhor, por eu não ser assim!" Mas, à medida que Nancy detalha sobre Hamã, vamos ouvir com um coração humilde. Talvez a Palavra de Deus exponha algumas atitudes orgulhosas em nossos corações. 

Aqui está Nancy.

Nancy: Bem, ontem vimos que Ester se aproximou do rei e ela teve a oportunidade de falar o que quisesse. O rei disse: "Qual é o seu pedido? Peça o que quiser, até metade do meu reino, e eu te darei." Porém, tudo o que Ester diz é: "Você e Hamã podem vir ao banquete que preparei para vocês?"

Eles vão ao banquete, aparentemente saboreiam uma ótima refeição, e depois o rei diz: "Ester, o que você quer? Eu quero te dar." E ela responde: "Vocês poderiam vir amanhã novamente?" Falamos sobre o notável autocontrole que Ester demonstrou ao não simplesmente dizer o que pensava, mas esperar pela ação de Deus.

Hoje vamos continuar em Ester capítulo 5, versículo 9, quando Hamã está saindo desse primeiro banquete que teve com Ester e Assuero. O versículo 9 nos diz: "Naquele dia, Hamã saiu alegre e animado." Ele estava eufórico. Era o único convidado para aquele banquete com o rei e a rainha.

Imediatamente, no mesmo versículo, vemos uma mudança dramática no comportamento e no espírito de Hamã.

Mas [Hamã] ficou furioso ao encontrar Mordecai junto à porta do rei e ver que ele não se levantava nem tremia diante dele.

No mesmo versículo, vemos Hamã, que estava alegre e contente, porque foi convidado para o banquete, e momentos depois ele está cheio de raiva contra Mordecai, que não se curva diante dele.

Isso mostra que Hamã é um homem com emoções extremas. Ele não tem autocontrole. Em contraste, vimos o controle extraordinário de Ester. Vimos como ela consegue manter suas emoções sob controle. Ela conseguiu controlar sua língua enquanto lidava com a situação. Mas Hamã é um homem que não tem controle sobre si mesmo ou sobre suas emoções. 

Ele tende a extremos emocionais, e isso se revela ao longo dessa história. Ele se anima facilmente e também se desanima facilmente, como vemos aqui, ambos os sentimentos no mesmo versículo.

Mais à frente, veremos outros exemplos dos extremos emocionais de Hamã. Acho que a razão pela qual ele tem essas emoções tão extremas é porque seu senso de bem-estar está sendo determinado pelas circunstâncias externas. Ele está à mercê de como as pessoas o tratam. 

Por isso, ele oscila tão rapidamente de altos extremos para baixos extremos. Tudo depende do que está acontecendo ao seu redor, o que está acontecendo com ele. Quando Ester o favorece, seu espírito se eleva. Quando Mordecai se recusa a honrá-lo, ele mergulha em ódio. 

Altos e baixos, é uma montanha-russa emocional. Quando ele não consegue o que quer, ele fica irado e irracional. Quando está sendo honrado e as coisas estão indo do seu jeito, ele fica encantado.

À medida que eu leio sobre Hamã, não consigo deixar de pensar. . . em mim mesma. Muitas vezes, há muito de Hamã em mim. Até enquanto eu estudava essa passagem, chegando a compartilhar com minha parceira de caminhada, dizendo: "Hoje, eu fui como Hamã. Estou reagindo às circunstâncias. Estou à mercê do que acontece comigo." Altos e baixos. Sentindo-me bem, sentindo-me mal. Para cima e para baixo, dependendo de como as pessoas falam, como elas agem, o que elas fazem. À mercê das minhas circunstâncias.

Esse não é o modo que Deus quer que vivamos. Vou dizer que, quando a sua vida, seu coração e sua mente não estão fundamentados na soberania e nos caminhos de Deus, suas emoções estarão sujeitas a tudo o que acontecer a seguir na sua vida. 

Suas emoções estarão sujeitas a tudo o que acontecer no seu dia, o que acontecer na sua vida, as circunstâncias que surgirem.

A imagem que me veio à mente, enquanto eu mesma reagia dessa forma, foi a de me sentir como um pequeno barco de papel feito por uma criança no mar em meio a uma tempestade. 

Esse é o modo como nossas vidas serão e como a vida de muitas mulheres é — simplesmente vulnerável a todas as tempestades, todas as ondas — porque suas vidas não estão fundamentadas na soberania de Deus.

Quando você confia no controle soberano de Deus, em Sua direção e proteção na sua vida, quando você confia que Ele sabe o que está fazendo e que Ele está orquestrando todos os eventos deste universo para cumprir Seus propósitos, como chamamos isso? 

Providência. Quando a sua vida está fundamentada na providência de Deus, você não estará à mercê dos acontecimentos da sua vida. Sua vida estará enraizada.

Porém Hamã se conteve e foi para casa. Depois mandou vir os seus amigos e Zeres, sua mulher. Hamã falou sobre a glória das suas riquezas, a multidão de seus filhos, tudo em que o rei o tinha engrandecido e como o tinha exaltado sobre os oficiais e servos do rei. E Hamã acrescentou: 

— A própria rainha Ester a ninguém mais convidou para vir com o rei ao banquete que tinha preparado, a não ser a mim. E também para amanhã estou convidado por ela, juntamente com o rei. (vv. 10–12)

Qual é a palavra que você escreveria sobre esse discurso? Orgulho. O-R-G-U-L-H-O. Vemos aqui um homem arrogante. Ele se vangloria. Ele é altivo. É egoísta. Ele se orgulha de sua riqueza, sua família, suas conquistas, suas honras, sua exaltação, o convite da rainha. "Eu sou um VIP." É isso que ele está dizendo aqui.

Ele é um retrato de pessoas inseguras — pessoas que encontraram sua identidade nos aplausos humanos, no que elas sabem, no que elas têm. Elas precisam citar nomes. Elas precisam garantir que todos saibam o que fizeram, que foi uma grande conquista. 

Elas encontram sua identidade sendo promovidas, ganhando um bom salário, dirigindo o carro certo, morando na casa certa, vestindo as roupas certas e colocando seus filhos na escola certa. É assim que elas constroem sua identidade. Isso é insegurança.

As Escrituras nos dizem que "Antes da ruína vem a soberba, e o espírito orgulhoso precede a queda. (Pv 16.18) Isso é infalível. 

Pode ter certeza nessa palavra, e veremos que isso acontece com Hamã. "O orgulho do ser humano o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra." (Pv 29.23)

Hamã faz esse discurso para sua família. E depois ele diz no versículo 13:

Porém tudo isto [todas essas coisas que eu tenho] não me satisfaz, enquanto eu vir o judeu Mordecai sentado junto à porta do rei.

Quase que dá para ver sua mandíbula se cerrando, seu rosto, sua expressão ficando tensa. Ele está fervendo de raiva. "Eu tenho todas essas bênçãos incríveis, mas essa uma coisa, essa pessoa na minha vida, enquanto ele estiver lá, enquanto ele não me honrar, eu não consigo aproveitar o que eu tenho."

O ódio de Hamã por Mordecai o impede de desfrutar de toda sua riqueza e suas conquistas. Ele é um homem amargo, o que o leva a uma obsessão por vingança. Apesar de toda sua riqueza, de sua posição, de sua influência, ele se torna miserável ao ver um pequeno "ninguém" que ele não pode controlar.

Não é interessante como muitas vezes o objeto da nossa amargura começa a nos controlar? 

Aquela pessoa sobre a qual você disse que jamais seria como ela, a pessoa de quem você não quer se aproximar, a pessoa com quem você não quer ter nada a ver. Pode ser sua mãe. Pode ser sua sogra. Pode ser sua nora. Pode ser uma ex-amiga ou um ex-chefe ou um ex-companheiro. 

Como essa pessoa começa a nos controlar? Você não consegue aproveitar o que tem. Você não consegue aproveitar a vida. Você não consegue aproveitar as bênçãos de Deus porque está sempre pensando naquela pessoa, em como ela te feriu, como ela te fez mal, como ela não fez as coisas do seu jeito.

Quando o seu poder está enraizado no orgulho, quando a sua influência está enraizada no orgulho em vez da humildade e um coração para servir, você se sentirá ameaçada por qualquer pessoa e por qualquer coisa que você não consiga controlar. 

Pessoas orgulhosas precisam estar no controle. Pessoas inseguras precisam estar no controle. Tem que ser do meu jeito. Elas precisam controlar as pessoas ao seu redor. Elas estão afirmando: "Eu sou orgulhosa."

Então Zeres, a mulher de Hamã, e todos os amigos dele disseram:

— Mande fazer uma forca de vinte e dois metros de altura e, pela manhã, diga ao rei que nela enforquem Mordecai. Então vá alegre com o rei ao banquete. A sugestão foi bem-aceita por Hamã, que mandou levantar a forca. (v. 14)

Hamã manda construir uma forca de cinquenta côvados de altura para Mordecai. Isso equivale a cerca de 23 metros, ou seja, cerca de oito andares de altura. Não temos certeza se a forca realmente tinha essa altura — isso seria quase uma monstruosidade — ou se foi colocada em uma colina ou edifício que a tornaria tão alta. 

De qualquer forma, era muito alta. Provavelmente poderia ser vista em toda a cidade. Era um espetáculo que ele queria fazer com a execução pública de Mordecai.

Ele faz isso. Ele constrói essa forca. Ele ergue esse poste, seguindo a sugestão de sua esposa, Zeres, que deu um conselho tolo. Ela não incentivou o marido a pensar corretamente ou agir da maneira sensata.

Ao invés disso, ela apenas alimenta a tolice e o orgulho dele. Ela alimenta a insegurança e a inclinação pecaminosa dele. Ela o habilita a seguir em frente com aquele orgulho tolo. Ela não percebe que está dizendo a ele para preparar sua própria forca.

Que tipo de conselhos e orientações você dá ao seu marido, a um chefe ou a um amigo quando eles estão fora de si por algo que aconteceu? 

Você pode dar bons conselhos ou maus conselhos. Imagine que é o seu marido, e ele chega em casa com uma ideia louca e está todo irritado com algo que aconteceu no trabalho. 

• Você alimenta o pensamento errado e tolo dele?
• Você pega a ofensa para si? 
• Você joga gasolina na chama do orgulho e da raiva dele? 
• Ou você fala a verdade com respeito? Não entrando em uma discussão com ele, mas dizendo, "Você já considerou que. . .?" "Será que pode ser possível que. . .?" "Talvez você devesse ver isso de outra forma?" Dando conselhos respeitosos, mas piedosos.

No entanto, nesta situação, até Zeres, sem saber, se encaixa no plano providencial de Deus, ao dizer a Hamã para construir a forca para Mordecai, e mais uma vez vemos a Providência de Deus em ação, providência com P maiúsculo.

Ao pensarmos sobre essa passagem que refletimos hoje, a princípio, parece que as coisas estão ficando cada vez pior. Se Ester e Mordecai soubessem o que estava acontecendo, se soubessem o quão irado Hamã estava, se soubessem que ele estava construindo aquela forca, você pensaria que eles poderiam estar começando a entrar em pânico e dizer: "A situação está piorando! Oramos. Jejuamos. Mas não está funcionando!"

Você pode imaginar como eles poderiam estar apressados, preocupados e angustiados. "Não está funcionando!" Pânico. Estresse. As coisas estão fora de controle!

É aí que precisamos lembrar que Deus ainda está no controle, que Deus está trabalhando nos bastidores, que Deus está ordenando providencialmente todas as coisas para cumprir Seus propósitos nesta situação. 

Deus diz que Ele fará até mesmo a ira dos homens para Lhe louvar. Como Ele faz isso? Eu não sei. É mistério, é a providência — é um mistério. Se pudéssemos entender, seríamos Deus. Mas não somos Deus.

Por isso, devemos confiar e lembrar que, mesmo nas situações complicadas da vida — muitas das quais estão bagunçadas e enredadas, porque é assim que a vida é em um mundo caído — lembre-se de que, em sua casa, na sua igreja, na sua escola, no seu trabalho, Deus está agindo. 

Ele está nos bastidores. Ele está orquestrando os eventos. Ele está agindo “(. . .) todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." (Rm 8.28). O que importa é o propósito dele sendo cumprido.

Então, não fique ansiosa. Não entre em pânico. Não se estresse. Não manipule. Não pegue as rédeas. Não tente controlar tudo. Aja quando Deus disser que é hora de agir. Fale quando for hora de falar. Mas descanse e confie os resultados a Deus, mesmo enquanto a forca está sendo construída e você pensa que isso levará à sua destruição. Deus ainda está no controle.

Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth fala de forma poderosa sobre o contraste entre pessoas orgulhosas e pessoas quebrantadas. Ela acabou de nos ensinar sobre o livro de Ester e também escreveu de forma eficaz sobre o tema no livro Quebrantar-se completamente diante de Deus. Este é um livro clássico da Nancy e um dos meus favoritos. Não leva muito tempo para ler, mas a mensagem vai ficar com você por toda a vida. Você encontrará um link para mais informações sobre ele na transcrição deste programa ou no nosso site avivanossoscoracoes.com.

Agora, vamos voltar para a segunda parte do ensino da série Ester: Uma mulher de Deus no tempo de Deus.

Nancy: As pessoas que trabalham comigo e que vivem ao meu redor frequentemente me ouviram dizer: "Eu amo viver sob a Providência" — com P maiúsculo. Essa é a Providência divina. E eu realmente amo. 

Ao longo dos anos, aprendi a procurar evidências da Providência de Deus em todos os lugares e a saber que, mesmo quando não consigo ver essas evidências, elas estão lá.

A Providência de Deus — o cuidado vigilante, a supervisão e a supervisão sobre todos os assuntos deste universo, e isso inclui todos os assuntos da minha vida. Todos os detalhes. Todas as coisas que não fazem sentido para mim fazem todo o sentido para Deus.

Bem, não há lugar nas Escrituras onde a Providência de Deus seja mais evidente do que no livro de Ester, embora o nome de Deus não seja mencionado uma única vez no livro inteiro. Deus é a mão invisível por trás de todos esses eventos e circunstâncias que parecem, à primeira vista, sem sentido ou por acaso. 

Mas, uma vez que você conhece a Deus, percebe que não há nada sem sentido ou acidental nisso. Isso é providencial. Isso é intencional. Deus é intencional. Ele está trabalhando todas as coisas. Ele está tecendo o plano mestre. Ele está orquestrando as peças para cumprir os Seus propósitos.

Enquanto leio o livro de Ester, tenho marcado em minha Bíblia com um P maiúsculo e um círculo ao redor dele na margem, cada lugar onde posso encontrar a evidência da Providência de Deus. Talvez você também queira fazer isso ao ler o livro de Ester. E espero que você esteja acompanhando a história conosco enquanto seguimos com esta série.

Deixe-me mencionar alguns pontos que se destacaram para mim no que já discutimos.

• O fato de a rainha Vasti ter sido deposta quando foi. Deus a tirou do trono para poder trazer Ester ao palácio para "um momento como este". 
• O pequeno detalhe mencionado de que Ester era bonita. Quem fez Ester bonita? Deus fez. Isso é parte do que a levou ao palácio. 
• O fato de Mordecai e Ester estarem na capital, no palácio, quando estavam — no lugar certo, na hora certa, para que Deus agisse e impedisse o plano maligno de Hamã. 
• Que quando Ester entrou no palácio, ela logo ganhou a confiança de Hegai, o principal camareiro, do rei e de todos os outros. 
• Ela foi promovida acima de centenas de outras mulheres e se tornou a rainha. 
• O fato de Mordecai estar no lugar certo para descobrir a trama contra o rei Assuero. Ele contou a Ester, ela contou ao rei e algo foi feito a respeito. 
• O fato de Mordecai não ter sido imediatamente recompensado por sua coragem e valor ao expor a trama. Ele ter sido recompensado mais tarde fez parte da Providência de Deus. 
• O fato de que, quando Hamã lançou a sorte para determinar quando aniquilar os judeus, caiu em uma data que era onze meses depois. Dissemos: imagine se a sorte tivesse caído no dia seguinte! Não teria havido tempo para Mordecai e Ester irem até o rei ou para os judeus se prepararem para lidar com essa situação.

Acaso? De jeito nenhum! É assim que a Providência de Deus funciona. Às vezes parece que o inimigo está vencendo naquilo que é providencial. Parece que Deus está perdendo. Parece que Deus saiu do Seu trono ou adormeceu ou fechou os olhos ou esqueceu de alguma coisa. 

Mas Deus nunca perde nada. Deus nunca dorme; Ele nunca cochila; Ele está sempre acordado. Ele está sempre atento e soberano em Seu controle sobre os eventos da humanidade.

Ao chegarmos no capítulo 6 do livro de Ester, vemos novas evidências da Providência de Deus. É uma história incrível, um enredo surpreendente. Vamos ler juntas, começando no versículo 1.

"Naquela noite. . ." Que noite é essa? É a noite depois de Ester ter tido o primeiro banquete. Aquela mesma noite. É a noite em que Hamã foi até sua esposa e disse: "Eu não suporto esse judeu, Mordecai." Sua esposa disse: "Construa uma forca" e Hamã construiu a forca. É tudo na mesma noite. Ok? "Naquela noite [naquela mesma noite], o rei não conseguiu dormir." 

Não sei se foi o que eles comeram no banquete, se ele comeu demais ou se bebeu demais. Não sei o que aconteceu, mas sei que foi a Providência de Deus.

Naquela noite, o rei não pôde dormir. Então mandou buscar o Livro dos Feitos Memoráveis, que foi lido diante do rei. Achou-se escrito que Mordecai é quem havia denunciado Bigtã e Teres, os dois eunucos do rei, guardas da porta, que tinham planejado matar o rei Assuero. Então o rei perguntou:

— Que honras e distinções foram conferidas a Mordecai por ter feito isso? 

Os servos do rei que o serviam responderam: 

— Ele não recebeu nenhuma recompensa! (Ester 6.1-3)

Você percebe uma série de fatos e eventos aparentemente insignificantes que se encaixam aqui de forma perfeita? Providência, com P maiúsculo. 

Quais são as chances de, naquela mesma noite, o rei não conseguir dormir? Bem, Deus o mantém acordado. 

Isso é soberania de Deus. Então, qual a possibilidade de, naquela mesma noite em que ele não consegue dormir, ele decidir que a melhor maneira de ajudar sua insônia é ler alguns livros de história? 

Bem, se eu não conseguisse dormir à noite, não sei se escolheria ler isso, mas foi isso que ele escolheu.

Quais são as chances — até então ele tinha governado por doze anos — de que ele pegasse o exato livro que falava do evento que aconteceu cinco anos antes, quando Mordecai revelou a trama para assassinar o rei? Pense bem, entre todas as crônicas do rei, quais são as chances de ser essa que foi lida?

Coincidência? De forma alguma. Estamos vendo a soberania de Deus. Estamos vendo a Providência de Deus cinco anos depois da intervenção de Mordecai, quando isso chega ao conhecimento do rei. Deus havia providencialmente retardado a recompensa de Mordecai por seu bom ato até o momento exato em que Seu povo precisaria de um livramento sobrenatural.

Isso é algo com o qual Mordecai poderia ter ficado amargo todos esses anos. Sabe o que mais? Muitas de nós teríamos ficado. Talvez você esteja amarga por coisas que aconteceram há cinco anos, quinze anos, vinte e cinco anos. 

Você não precisa ser amarga. Pode liberar perdão quando entender que, na Providência de Deus, Ele vai lidar com todas as situações no tempo dele — no tempo dele, à maneira dele.

Lemos no versículo 4:

O rei perguntou: 

— Quem está no pátio?

Ora, Hamã tinha entrado no pátio exterior do palácio real, para pedir ao rei que Mordecai fosse pendurado na forca que ele, Hamã, lhe havia preparado. Os servos do rei lhe disseram:

— Hamã está no pátio.

Então o rei mandou que ele entrasse.

Coincidência? De forma nenhuma! São probabilidades mínimas, incalculáveis, porque não vivemos em um mundo de acaso. Vivemos em um mundo de providência. Hamã está no palácio logo pela manhã. Esse é o “timing”, o tempo preciso de Deus.

E se Hamã tivesse chegado uma hora depois? O rei teria encontrado outra pessoa no pátio e teria feito com que alguém lhe dissesse como honrar Mordecai, mas não era outra pessoa. 

Não foi uma hora depois. Foi aquele momento. Eu imagino que Hamã provavelmente tinha ficado acordado a noite toda, esperando o amanhecer para poder ir ao palácio do rei e dizer: "Vamos enforcar Mordecai."

E Hamã entra no palácio preparado para fazer seu discurso, "Vamos enforcar Mordecai", mas antes que ele pudesse pronunciar essas palavras, no ‘timing’, no tempo preciso de Deus, o rei decide perguntar a Hamã o que poderia ser feito para honrar Mordecai.

Vemos que Deus está no controle. Esse é o ponto. Deus está no controle. Ele está no controle das decisões aparentemente insignificantes, dos horários, das escolhas. Não há acontecimentos por acaso neste mundo. 

Cada molécula, cada átomo, cada decisão, até os reis malignos deste mundo, as pessoas pagãs, os Hamãs, os Mordecais, as Esters; Ele tem o mundo inteiro em Suas mãos. Ele tem o mundo inteiro. Ele tem você e eu, irmão, você e eu, irmã. Ele tem o mundo inteiro. Ele tem o bebezinho. Ele tem tudo em Suas mãos. 

A Providência de Deus. Às vezes você pode vê-la em ação e então fica maravilhada. Às vezes, você não consegue vê-la em ação. Quando não conseguir, confie que ela ainda está em ação.

Enquanto meditava sobre esse trecho, reservei um tempo para refletir sobre a minha vida e tentar registrar algumas evidências agora que posso ver retrospectivamente — no retrovisor. Coisas que eu não conseguia ver na época, mas que agora posso ver claramente como evidências da Providência de Deus.

Pensei sobre coisas relacionadas ao meu passado: o lar em que nasci, a forma como conheci o Senhor aos quatro anos, as oportunidades que me foram dadas, que a maioria das pessoas no mundo jamais teria, os livros que li que causaram um impacto significativo na minha vida.

Pensei na leitura do livro das crônicas. Deus colocou em minhas mãos, quando eu era uma menina, algumas biografias missionárias e relatos de avivamento, que despertaram em mim uma carga e uma paixão pelo avivamento. 

Foi a Providência de Deus. Pensei nas pessoas que conheci, nas pessoas com quem tive contato, nos professores que investiram na minha vida, nos mentores que investiram na minha vida.

Pensei nas faculdades que frequentei, como transferi de uma para outra e, na época, não conseguia juntar todas as peças. Eu não sabia onde deveria ir, o que deveria fazer. Mas confiei que Deus me guiaria.

Pensei no primeiro emprego para o qual apliquei em um ministério local e como fui recusada. Fiquei tão decepcionada. Fiquei arrasada naquele momento. Meu orgulho foi ferido. Eu não conseguia acreditar. Eu não entendia. 

Bem, hoje, ao olhar para trás, agradeço a Deus, porque penso em como toda a minha vida teria sido diferente se não fosse por aquela decepção e por outras decepções em minha vida.

Penso nas formas como as pessoas me prejudicaram ao longo dos anos e nas formas como eu prejudiquei outras, fazendo escolhas tolas, mas como Deus, em Sua Providência, governou e sobrepôs essas situações.

Pensei sobre o ‘timing’ — o tempo preciso de Deus e os detalhes em que Deus me levou a falar em algum lugar, e lá estava alguém que ouviu o que eu falei e acabou sendo a pessoa que plantou a ideia sobre o programa de rádio no início do Aviva Nossos Corações. Olho para trás e me maravilho com a Providência de Deus.

Lembro-me de um livro que li no meu trigésimo nono aniversário. Eu estava no meio daquele livro, e Deus o usou de uma maneira significativa para colocar em meu coração a visão da contrarrevolução de que falamos no Aviva Nossos Corações. 

Isso foi antes de eu pensar em fazer rádio. Mas Deus sabia. Deus estava orquestrando as peças. Deus colocou aquele livro nas minhas mãos. Deus me fez lê-lo. Deus falou comigo de uma maneira especial.

Penso em alguém que conheci vinte e cinco anos antes de começarmos o rádio e que eu não conhecia muito bem, era apenas uma pessoa com quem tive contato, mas era um líder cristão que Deus usou para ser aquele que, vinte e cinco anos depois, disse: "Você consideraria fazer um programa de rádio?" e esse programa se tornou o Aviva Nossos Corações. Coincidência?

Vinte e cinco anos atrás, quando conheci aquele homem, eu não fazia ideia do porquê ele estava na minha vida. Não o vi por vinte e cinco anos. Mas chegou o dia em que recebi uma carta dele. Ele tinha pensado em um programa de rádio para mulheres e “Deus colocou o seu nome no nosso coração”. Coincidência? De forma alguma. Foi Providência, Providência, Providência o tempo todo.

Deixe-me encorajá-la a fazer o que acabei de fazer — olhar para trás na sua vida e pedir a Deus para abrir seus olhos e ver evidências da Sua Providência em sua vida. Escreva-as. Isso é algo bom para se registrar em um diário, assim você pode olhar para trás, se maravilhar, ficar em reverência pela Providência divina.

Depois de olhar para trás, ao olhar para o futuro, ao olhar para as situações que você está vivendo agora, que parecem tão desesperadamente complicadas, tão desesperadamente confusas, confie que Deus ainda está trabalhando em Sua Providência para cumprir Seus propósitos na sua vida. 

Saiba que um dia você olhará para trás, talvez em vinte e cinco anos, ou talvez no céu, mas você olhará para trás e dirá: "Sim, Ele fez tudo certo! Deus sabia o que estava fazendo. Ele juntou as peças. Ele sabia por que aquela pessoa me feriu. Ele sabia por que eu me casei com aquela pessoa. Ele sabia por que Ele me deu aquele filho. Ele sabia por que eu não consegui aquele emprego. Ele sabia por que eu tive aquela decepção."

Deus não só sabia, mas Ele governou e sobrepôs. Quando você não consegue ver a mão de Deus, confie no Seu coração e saiba que Sua Providência está sempre em ação em seu favor.

Senhor, às vezes olhamos ao nosso redor e parece que as coisas estão tão desesperadamente fora de controle. As pessoas estão dando conselhos tolos, tomando decisões erradas, criando leis e tomando decisões que nos ameaçam e podem nos prejudicar. Tu não nos dizes: "Fiquem aí, fazendo nada." Existe um tempo para agir. Existe um tempo para falar. Mas tu também dizes: "Confie. Confie que estou no controle. Confie que sei o que estou fazendo."

Senhor, ajuda-nos a confiar em Tua Providência, mesmo quando não conseguimos vê-la, mesmo quando parece que tudo está indo na direção oposta, errada. Ajuda-nos a confiar que Tu estás lá, Tu estás trabalhando, Tu és a mão invisível por trás de tudo. Oramos para que, em nossas vidas, o Teu reino venha e a Tua vontade seja feita hoje, como é no céu. Oro em nome de Jesus, amém.

Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth tem nos guiado pelo livro de Ester, trazendo essa história à vida e mostrando por que ela é tão relevante hoje. Essa linda história da Providência de Deus tem me encorajado muito, e espero que ela também encoraje você.

Às vezes parece que Deus permite que pessoas ímpias façam o que quiserem, mas quando Deus age com justiça, Ele realmente age. 

Aguardamos você amanhã, aqui no Aviva Nossos Corações.

O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.

Clique aqui para o original em inglês.