
Dia 1: As impressões digitais de Deus
Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth explica o conceito bíblico da providência de Deus.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Neste mundo louco e bagunçado, mesmo quando você não consegue ver, Deus está presente. Ele está sempre vivo, sempre agindo, nos bastidores, muitas vezes oculto, mas Ele está sempre, sempre, sempre operando em favor do Seu povo e para a Sua glória.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de O Céu Reina, na voz de Renata Santos.
Estou super animada com essa nova série que estamos começando hoje “Ester, uma mulher de Deus no tempo de Deus.” Meditaremos sobre a vida de Ester pelas próximas semanas e espero que você nos acompanhe nessa jornada.
Mas antes de mergulharmos no primeiro capítulo de Ester, também estamos muito animadas com a conferência True Woman 2025, com o tema “A Palavra: Contemple suas maravilhas …
Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth explica o conceito bíblico da providência de Deus.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Neste mundo louco e bagunçado, mesmo quando você não consegue ver, Deus está presente. Ele está sempre vivo, sempre agindo, nos bastidores, muitas vezes oculto, mas Ele está sempre, sempre, sempre operando em favor do Seu povo e para a Sua glória.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de O Céu Reina, na voz de Renata Santos.
Estou super animada com essa nova série que estamos começando hoje “Ester, uma mulher de Deus no tempo de Deus.” Meditaremos sobre a vida de Ester pelas próximas semanas e espero que você nos acompanhe nessa jornada.
Mas antes de mergulharmos no primeiro capítulo de Ester, também estamos muito animadas com a conferência True Woman 2025, com o tema “A Palavra: Contemple suas maravilhas”, que vai acontecer de 2 a 4 de outubro, e você pode participar presencialmente, em Indianápolis, Estados Unidos, ou online!
E temos uma notícia maravilhosa: ambos os formatos contarão com tradução simultânea em português — ou seja, você vai poder acompanhar tudo no nosso próprio idioma, em tempo real e sem interrupções!
Seja do auditório em Indianápolis ou no aconchego da sua casa, essa é uma oportunidade única de ser edificada pela Palavra de Deus.
Para saber todos os detalhes, acesse o link que está na transcrição do episódio de hoje, disponível no nosso site avivanossoscoracoes.com.
E quer saber o melhor de tudo? O cadastro para participação online pode ser feito hoje mesmo — e é totalmente gratuito!
Então, que tal convidar suas amigas, irmãs da igreja, e se juntar a milhares de mulheres ao redor do mundo para celebrar a preciosa, poderosa, vivificante e transformadora Palavra de Deus? Vamos juntas contemplar as suas maravilhas!
Bom, vamos então começar com o nosso estudo sobre como Deus está escrevendo uma história muito melhor para nós do que jamais poderíamos imaginar.
Ao ouvirmos Nancy ensinar sobre o livro de Ester, veremos essa verdade se desdobrar diante dos nossos olhos.
E vejam, Hollywood não teria nada melhor para oferecer do que Ester – Uma mulher de Deus no tempo de Deus. Agora, vamos ouvir a Nancy.
Nancy: Eu sempre me empolguei muito ao estudar a vida de Ester ao longo dos últimos anos e, ainda mais durante estas últimas semanas, enquanto preparávamos essas gravações.
Vou compartilhar um pouco do contexto histórico. Acho que a história de Ester é familiar para a maioria de nós. Mas, só para relembrarmos, Ester era uma jovem judia que vivia na capital do Império Persa, cerca de 450 anos antes de Cristo.
Cerca de cem anos antes disso, num ato de disciplina por seus pecados, os judeus haviam sido deportados de sua terra natal, Jerusalém, para a Babilônia.
Eles ficaram cativos ali por setenta anos. Depois desse período, o Império Babilônico caiu nas mãos dos persas, e Deus colocou no trono um rei pagão, Ciro, que concedeu liberdade aos judeus para voltarem à sua terra.
Naquela época, cerca de cinquenta mil judeus retornaram a Jerusalém. Parece um número alto, mas, na verdade, era uma pequena porcentagem da população judaica que vivia na Pérsia naquela época.
O restante ficou para trás. Eles já viviam na Babilônia havia gerações. Depois de setenta anos, muitas famílias não quiseram se desarraigar ou correr os riscos de uma longa viagem. Eles já estavam acostumados à vida na Pérsia e acabaram assimilados à cultura. Muitos estudiosos acreditam que aqueles que permaneceram na Pérsia estavam fora da vontade de Deus, tinham se secularizado e não estavam buscando a Deus ativamente.
Acho que isso certamente era verdade para muitas dessas pessoas. Mas Deus ainda tinha um plano para o Seu povo, Israel. Ele queria trazer o Messias ao mundo por meio dos judeus.
Veja, Deus sempre tem um plano, mas Satanás também tem uma contra estratégia. Neste caso, o plano de Deus foi ameaçado por um homem chamado Hamã, um inimigo declarado dos judeus. Hamã chegou ao segundo posto mais alto do império, tornando-se primeiro-ministro.
Com o apoio do rei Assuero, ele decidiu exterminar todo o povo judeu. Você pode imaginar o pânico entre os judeus! O cenário parecia completamente sem esperança.
Mas, naquele exato momento, Deus levantou uma mulher. Uma jovem, provavelmente ainda adolescente. Uma mulher que tinha um passado improvável para realizar algo grande para Deus.
Ela havia passado por uma série de dificuldades inacreditáveis. Deus levantou aquela mulher, cujo nome é Ester, para ser seu instrumento de salvação para o povo judeu.
É uma história incrível. Uma história de coragem, fé, providência divina e o poder do plano de Deus.
Talvez algumas de vocês estejam pensando: “Bom, isso aconteceu há 2.500 anos. . . O que isso tem a ver comigo, que vivo no século XXI?” Mas, enquanto estudava esse livro, fiquei impressionada com as semelhanças entre a cultura do Império Persa naquela época e o que vemos hoje em nossa sociedade.
Tanto a cultura do Império Persa quanto a nossa cultura hoje são obcecadas por riquezas. Percebemos isso em vários aspectos:
- O alcoolismo.
- A busca pelo poder.
- O foco no entretenimento.
- A imoralidade sexual e a promiscuidade.
- A exaltação da beleza física.
- As religiões falsas.
- Pessoas perversas sendo elevadas a altos cargos de autoridade.
- Pouca consciência da realidade de Deus, poucas pessoas que realmente acreditam que Deus faz diferença.
Assim como foi no tempo de Ester, também é desafiador para nós hoje vivermos como filhas de Deus em um mundo que não reconhece Deus. E eu creio que este livro nos traz ensinamentos preciosos sobre como fazer isso.
Quero incentivá-las nestas próximas semanas. . . Vamos caminhar bem devagarinho pelo livro de Ester. Não vamos nos apressar. São dez capítulos e vamos levar várias semanas para estudá-los juntas.
Gostaria de encorajá-las a lerem o livro de Ester por conta própria. Leiam várias e várias vezes, como eu tenho feito nestas últimas semanas. E, enquanto lê, quero que prestem atenção em três aspectos importantes, três temas que percorrem o livro de Ester.
Em primeiro lugar, verão uma batalha entre dois reinos. Primeiro, o reino dos homens e, depois, o reino de Deus.
- O reino dos homens é natural. — O reino de Deus é sobrenatural.
- O reino dos homens é visível, algo que podemos enxergar. — O reino de Deus é invisível.
- O reino dos homens é terreno. — O reino de Deus é celestial.
- O reino dos homens é um reino de trevas. — O reino de Deus é um reino de luz.
- O reino dos homens é passageiro, vulnerável, pode ser derrubado. Ele não dura para sempre. — Mas o reino de Deus é eterno. Ele jamais será destruído. Ele superará todos os reis, todos os impérios e todos os sistemas deste mundo.
Como Daniel disse ao rei Nabucodonosor décadas antes, "o Deus do céu levantará um reino que jamais será destruído. . . Esse reino despedaçará e consumirá todos esses outros reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre." (Daniel 2.44)
Portanto, ao ler este livro, observem a batalha entre esses dois reinos: o reino dos homens e o reino de Deus.
Em segundo lugar, procurem o contraste entre dois grupos de personagens no livro de Ester. Existem dois grupos de personagens, e eles são tão diferentes quanto a noite e o dia. O primeiro grupo inclui o rei Assuero (ou, como aparece em algumas traduções, rei Xerxes — é a mesma pessoa) e Hamã, que era o segundo homem mais poderoso do império.
Assuero e Hamã representam o reino dos homens, o reino das trevas. Eles demonstram as características daqueles que pertencem a esse reino. Eram homens perversos.
Antes, porém, de sermos muito duras com Assuero e Hamã, preciso confessar algo a vocês. . . Enquanto estudava este livro, percebi muitas vezes que alguns traços do meu próprio coração se parecem com os de Assuero e Hamã.
Ao ler este livro, peçam ao Senhor: "Senhor, há alguma característica das trevas em mim? Existe algo em meu coração que se parece com Assuero ou Hamã?" Deus usará este estudo para expor aquilo que precisa ser transformado em nós.
Há um segundo grupo de personagens no livro, que são Mordecai e Ester. Mordecai e Ester são os outros protagonistas da história e, de certa forma, representam o reino de Deus. A história deles mostra o confronto entre esses dois reinos — o bem e o mal, as forças de Deus e as forças de Satanás.
Mas quero dizer algo com clareza: Mordecai e Ester não eram pessoas perfeitas. Há um grande debate entre estudiosos sobre se eles realmente eram tementes a Deus ou se já haviam sido totalmente secularizados pela cultura persa.
Olhando para o livro de Ester, eu vejo sinais dos dois lados. Sim, há indícios de que eles haviam sido, de certa forma, influenciados pela cultura ao seu redor. Mas também há muitas características piedosas em Mordecai e Ester.
A verdade, creio eu, está em algum ponto no meio do caminho. Eles certamente não eram como Assuero e Hamã! A vida deles forma um contraste claro com a vida do rei e de seu primeiro-ministro. Em várias partes do livro, vemos traços de fé e coragem em Mordecai e Ester.
No entanto, o fato é que os judeus daquela época estavam vivendo em um estado de afastamento espiritual. E é isso que torna a intervenção, o livramento e a proteção de Deus ainda mais surpreendentes — o fato de que Deus escolheu usar instrumentos imperfeitos para cumprir Seus propósitos.
Isso me faz pensar: talvez Deus possa até me usar. . . E a verdade é que Ele pode! Se acreditarmos que precisamos “chegar lá”, atingir um nível de maturidade perfeito antes que Deus possa nos usar, nunca estaremos prontas. Mas Deus escolhe e usa pessoas imperfeitas para realizar Seus planos.
O fato é que, independentemente de Mordecai, Ester e os judeus estarem ou não onde deveriam estar espiritualmente, eles eram o povo escolhido de Deus. E, assim como eles, nós também, como cristãos, somos o povo escolhido de Deus.
E vemos que Deus ainda se importava com eles. Ele agiu em favor deles, protegendo-os e livrando-os de seus inimigos. Mais do que isso, Deus os usou para mostrar Seu poder e Sua glória aos inimigos deles.
Ao estudar todos esses personagens, lembre-se que Ester não é a heroína desta história. Deus é!
E esse é o terceiro ponto que quero que você observe ao ler o livro de Ester: procure por Deus.
Um fato interessante é que o livro de Ester é um dos dois únicos livros da Bíblia onde o nome de Deus não aparece nem uma vez. O outro livro, claro, é Cantares de Salomão. Algumas pessoas perguntam: “Mas onde está Deus nessa história?”
E eu quero dizer que, conforme você lê, estuda e medita nesse livro, verá que Deus está presente em toda parte. Você verá as digitais de Deus em cada capítulo. Se você buscar por Ele, você O encontrará.
Aqui estão algumas das coisas que você verá ao procurar por Deus. Você verá Sua fidelidade — Deus é fiel à Sua aliança e ao Seu povo, mesmo quando eles são infiéis.
Você verá o controle soberano de Deus sobre cada circunstância, cada situação e cada decisão humana.
Deus está no controle até mesmo daqueles que não O reconhecem e que pensam que estão no controle.
Deus governa sobre Assuero e sobre o perverso Hamã. Deus é aquele que segura o coração do rei em Suas mãos. Deus sempre tem a última palavra. Você verá isso nesta história.
Você verá a providência de Deus. Um dicionário bíblico define providência assim: "A providência de Deus é o cuidado contínuo que Deus exerce sobre o universo que Ele criou." A palavra "providência" vem de duas palavras: "Pro", que significa "antes", e "video", que significa "ver". Ou seja, Deus é Aquele que vê antes.
Ele vai adiante de nós, não apenas para ver o que está por vir, mas também para preparar tudo de antemão. Essa é a providência de Deus. E você verá a providência de Deus em todo este livro.
Você verá que Deus tem um plano e que nada pode frustrar esse plano. Você verá que Deus livrará Seu povo. Você verá que Deus, no final das contas, cumprirá Seus propósitos neste mundo.
Estudar e meditar nesse livro me ajudou a reconhecer a mão invisível de Deus em minha própria vida — sempre presente, sempre trabalhando. E quero te lembrar: mesmo quando você não pode ver Deus — quando você não consegue enxergar o que Ele está fazendo no seu casamento, na sua sala de aula, no seu trabalho, na sua igreja ou neste mundo caótico — mesmo quando você não vê, Deus está agindo.
Ele está vivo, está presente, está trabalhando nos bastidores. Muitas vezes de maneira oculta, silenciosa, invisível — mas sempre, sempre, sempre operando para o bem do Seu povo e para a Sua glória.
Deus nos deu essa história incrível, inspirada por Ele, para que pudéssemos admirar Sua providência. Para que pudéssemos maravilhar-nos com a maneira extraordinária com que Deus orquestra cada detalhe e cada circunstância da nossa vida e de todo o universo.
Bom, vejamos os primeiros versos do capítulo 1 de Ester:
Isto aconteceu nos dias de Assuero, o Assuero que reinou sobre cento e vinte e sete províncias, desde a Índia até a Etiópia. Naqueles dias, quando Assuero reinava na cidade de Susã. . . (Ester 1.1-2)
Vamos parar aqui e refletir um pouco sobre o que estamos lendo. Aqui, estamos falando do Império Persa. Esse era um império vasto, que se estendia desde a Índia (ou, mais precisamente, o atual Paquistão, no leste), até a região chamada de Etiópia, no oeste. A Etiópia mencionada aqui se refere à região do alto Nilo, que inclui o que hoje chamamos de sul do Egito, Sudão e norte da Etiópia — ou seja, um território enorme. Esse império poderia ter chegado a cem milhões de pessoas naquela época. Se fosse um país hoje, seria o décimo primeiro maior do mundo, mais ou menos do tamanho do México. Isso aconteceu cerca de 450 anos antes de Cristo — e era, sem dúvida, um dos maiores impérios da história.
Susã era a residência de inverno dos reis persas. Essa cidade ficava aproximadamente no centro do império, no que hoje é o Irã. Você deve lembrar que tanto Daniel (anos antes) quanto Neemias (anos depois) serviram a reis persas nesta mesma cidade, provavelmente neste mesmo palácio.
Reparem que o nome do rei aparece três vezes nos primeiros dois versículos: "Assuero", ou, em algumas traduções, "Xerxes". É o mesmo homem. Assuero era seu título persa. Esse nome significa "pai exaltado" ou "rei venerável". Mas ele também era conhecido como "Assuero, o Grande", que é o seu nome grego.
Ele governou o Império Persa de 486 a 465 a.C., antes da vinda de Cristo. Foi o governante soberano da maior parte do mundo conhecido naquela época. Sem dúvida, o homem mais poderoso da terra naquele tempo. Ele era orgulhoso, rico e controlador.
É interessante notar que, ao longo do livro de Ester, a palavra “rei” aparece 165 vezes. O nome Assuero aparece 29 vezes — só no capítulo 1, são nove menções. Ao ler esse livro, você pode pensar: "Essa é a história de Assuero. Tudo gira em torno de Assuero!"
Especialmente ao perceber que o nome de Deus não aparece nem uma única vez neste livro. Você poderia pensar que tudo se trata de Assuero. E logo no primeiro versículo, lemos que Assuero reinava; no versículo 2, “Ele estava sentado em seu trono real.”
Ele era um homem que exercia autoridade absoluta. Ele fez inúmeros decretos ao longo desse livro, e esses decretos eram considerados definitivos. Ele tinha a palavra final. Ninguém podia revogá-los. Assuero, na verdade, era um verdadeiro libertino da antiguidade.
Um historiador grego chamado Heródoto nasceu por volta da época em que Assuero se tornou rei, sendo praticamente um contemporâneo dele. Heródoto descreveu Assuero como um homem impaciente, de temperamento explosivo e devasso. Ele era conhecido na história por seus ataques de fúria terríveis e por sua crueldade. Era um homem obcecado por controle.
Algumas histórias sobre ele chamaram minha atenção e nos ajudam a visualizar que tipo de homem era esse, com quem Ester acabou se casando. Em certo momento, Assuero tentou seduzir a esposa de seu próprio irmão. Quando ela recusou, ele cometeu incesto com a filha dela e, depois, mandou matar toda a família.
Ele era um homem cruel. Um homem perverso. Um homem mau. Certa vez, um empresário do reino deu a Assuero o equivalente a onze milhões de dólares nos dias de hoje para financiar sua guerra contra os gregos.
Esse mesmo empresário tinha cinco filhos que serviam como soldados. Ele pediu a Assuero que permitisse que pelo menos um deles ficasse em casa para ajudá-lo. A resposta de Assuero? Ele mandou cortar o rapaz ao meio e enviou as duas partes do corpo de volta para o pai, dizendo: "Aqui está. Agora ele é todo seu."
- Ele era um homem cruel.
- Um homem vingativo e rancoroso.
- Um homem que tinha exércitos.
- Tinha poder.
- Tinha autoridade.
- Tinha riquezas.
- Tinha influência.
- Tinha bens materiais.
- Mas havia uma coisa que ele não tinha: domínio próprio.
- Ele tinha sede de poder.
- Era dominado pela sua raiva. Ao longo dessa história, você verá sua ira surgindo repetidamente.
- Ele tinha problemas com bebida.
Ao ler sobre Assuero, penso em mulheres que escrevem para nós no Aviva Nossos Corações ou que entregam pedidos de oração em nossos encontros. Algumas dessas mulheres são casadas com homens parecidos com Assuero — homens irados, cruéis, vingativos.
Ao longo dessa história, encontraremos princípios poderosos e aprendizados sobre os caminhos de Deus, que podem trazer encorajamento para quem enfrenta situações difíceis com homens desse tipo, seja em casa, no trabalho ou em outros ambientes.
Mas também preciso dizer algo importante: todas nós temos um pouco de Assuero dentro de nós. Podemos lutar contra nosso temperamento, contra a falta de domínio próprio. Talvez não seja na mesma escala que ele, mas há áreas em nossa vida onde vemos essa batalha acontecer.
Quando pensamos em pessoas perversas e difíceis como ele, às vezes parece que são elas que comandam o mundo — pessoas pagãs, iradas, más. Às vezes parece que são elas que governam nossas vidas. Há mulheres casadas com homens assim. Há chefes assim. Há instituições sendo dirigidas por pessoas assim.
E, em Sua providência, Deus às vezes permite que pessoas ímpias estejam no comando. Precisamos reconhecer isso. Nessas situações, podemos nos sentir impotentes, sem esperança, achando que nada jamais vai mudar.
Olhe para algumas das pessoas que estão em posições de poder no governo — alguns juízes que tomam decisões totalmente contrárias a Deus, alguns legisladores, governadores, líderes de instituições. Sentimos que não há nada que possamos fazer.
É nesses momentos que precisamos lembrar que Deus ainda é o Rei sobre toda a terra, como diz o Salmo 47.7. Deus reina. Ele ainda é soberano. Ele sempre está agindo. Deus tem poder para governar e para sobrepor até os decretos dos homens mais perversos.
Há momentos em que parece que os ímpios prosperam, e Deus os deixa prosperar por um tempo. Mas você precisa se lembrar de que o capítulo final ainda não foi escrito. Você precisa olhar para o fim da história e perceber que essa prosperidade é passageira. Eles não continuarão assim para sempre.
No primeiro capítulo, vamos ver Assuero. Ele parece ser maior que a própria vida. Ele está em toda parte, totalmente controlador. E vocês podem perguntar: “Onde está Deus?” Quero afirmar: Deus está lá — não visível, mas ativo. Ele continua agindo, ainda está em Seu trono.
Assuero era um homem de grande autoridade. Neste primeiro capítulo também vemos que ele possuía grande riqueza e uma enorme arrogância. Essas são algumas das palavras que vieram à minha mente ao ler o capítulo 1.
Veja o versículo 3: “no terceiro ano do seu reinado, deu um banquete a todos os seus oficiais e servidores. . .”
Essa não será a última vez que você verá a palavra “banquete” no livro de Ester. Na verdade, há dezoito referências a banquetes ao longo do livro. Nos três primeiros capítulos vemos que o rei promove alguns banquetes. Depois, nos capítulos centrais, vemos Ester organizando seus próprios banquetes. E, nos últimos três capítulos, vemos os judeus celebrando os seus banquetes.
Existe um contraste muito claro entre os banquetes do rei no início e os banquetes dos judeus no final do livro. Os banquetes do rei, nos primeiros capítulos, eram completamente vazios de significado. Já os banquetes dos judeus, no final do livro, tinham um propósito: eles estavam celebrando a redenção de Deus.
Nos banquetes do rei Assuero, você não encontra nenhuma referência à alegria ou à felicidade. E, no entanto, você pensaria que um banquete deveria ser marcado por alegria, não é? Mas a verdade é que, quando o mundo festeja, ele realmente não tem nada que traga felicidade verdadeira.
Os banquetes de Assuero não mencionam alegria ou felicidade em nenhum momento. Por outro lado, nos últimos capítulos, quando os judeus festejam, há muitas referências à alegria e ao regozijo. Eles tinham um motivo para celebrar. E veremos qual é o motivo mais adiante.
Outro contraste interessante é que os banquetes do rei começaram com festas e terminaram em tristeza. Já os judeus começaram com tristeza e terminaram em festa. Vemos aqui o Deus que transforma o lamento em alegria para o Seu povo.
No versículo 3 do capítulo 1, vemos que o rei Assuero ofereceu um banquete para todos os seus oficiais e servos:
O exército da Pérsia e da Média, bem como os nobres e os governadores das províncias estavam presentes. Então Assuero mostrou as riquezas da glória do seu reino e o esplendor da sua excelente grandeza durante muitos dias, durante cento e oitenta dias. (vv. 4–5)
Você consegue ver a riqueza? Consegue ver a arrogância? Ele estava se exibindo.
Passados esses dias, o rei deu um banquete a todo o povo que estava na cidadela de Susã, tanto para os maiores como para os menores, durante sete dias, no pátio do jardim do palácio real. (v. 5)
E o versículo 6 continua descrevendo a opulência inacreditável do palácio, desse banquete e de todo o cenário ao redor. Foi uma exibição de riqueza e grandeza que durou seis meses! E todos os grandes nomes do império estavam presentes.
Não sabemos se todos compareceram ao mesmo tempo ou se vieram em turnos, mas ali estavam governadores, generais, líderes militares, empresários, líderes cívicos, ministros do governo e figuras políticas importantes. Os historiadores acreditam que esse banquete foi organizado para planejar e obter apoio para a guerra que Assuero queria travar contra os gregos, o que de fato aconteceu depois deste capítulo.
Durante esse período ele estava ostentando sua riqueza, talvez tentando provar que tinha os recursos necessários para essa guerra. Todo esse evento de seis meses culminou em um grande banquete para todos os moradores da capital.
Foi uma semana de festas, de bebedeira, no cenário mais extravagante possível. E ali vemos o orgulho do rei, a arrogância do rei. Ele tinha tudo. Tinha autoridade. Tinha riqueza. Mas também tinha um coração cheio de soberba. Ele queria que todos vissem o quanto ele possuía.
Bem, veremos que esse capítulo acabou levando ao rompimento do casamento dele, porque o orgulho sempre leva à queda. No entanto, o orgulho desse rei humano acabou sendo uma oportunidade para Deus demonstrar Seu poder e Seu reino, que governa sobre todos os reis e todos os reinos desta terra.
Raquel: Talvez esse rei te faça pensar em alguém que você conhece. Ou talvez, se você for honesta, você possa se identificar com ele. Espero que você permaneça conosco ao longo desta série para ver como Deus usou esse rei arrogante para Sua própria glória.
Uau, como sou grata por saber que Deus está no controle! E sabe de uma coisa? Também fico feliz por não estar no controle. Conforme continuamos aprendendo sobre a história de Ester, acho que vamos perceber o quanto os planos de Deus são melhores do que os nossos. A melhor coisa que podemos fazer é confiar nele.
Por isso, estamos promovendo nosso estudo bíblico chamado Ester: Confiando no plano de Deus. Esse estudo faz parte da nossa série Mulheres da Bíblia e está repleto de lembretes diários sobre a providência de Deus.
Ele também inclui versículos para memorizar e perguntas para discussão em grupo, tornando-se um recurso maravilhoso tanto para estudo pessoal quanto para grupos. Adquira uma cópia desse estudo ainda hoje, no nosso site avivanossoscoracoes.com.
Sabe de uma coisa? Ester também passou por fases difíceis em sua vida. Na verdade, ela se viu em uma situação com a qual muitas mulheres podem se identificar. Como lidar com um marido alcoólatra? Esse é o tema do programa de amanhã no Aviva Nossos Corações.
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
Clique aqui para o original em inglês.