Ofereça o Evangelho às mães

Do que precisam as mães que servimos em nosso ministério de mulheres? Quando pensamos em temas para pequenos grupos, estudos que podemos conduzir ou oportunidades de mentoria, qual é a principal necessidade dessas mães?

Talvez haja uma necessidade comum de conselhos sobre como criar filhos de maneira piedosa. Ou, quem sabe, simplesmente precisem de encorajamento durante um período da vida que é exaustivo e desgastante em todas as dimensões. Ou pode ser que sintam a necessidade de ajuda para lidar com os numerosos desafios de conciliar trabalho, família e outras demandas da vida.

Embora todas essas preocupações sejam importantes e muitas vezes apareçam no topo da lista de necessidades de muitas mães, o que elas mais precisam é de Jesus Cristo. Elas precisam ser direcionadas ao seu Salvador. Elas precisam da esperança do Evangelho.

Mães precisam da Boa Nova

Todas as mães enfrentam desafios e dificuldades na maternidade. Eles variam em intensidade, duração e de uma mãe para outra. Uma mãe pode ter um filho com uma necessidade específica que consome seu tempo e energia. Outra pode enfrentar o desafio de ser mãe enquanto lida com seus próprios problemas crônicos de saúde. Para algumas, há dias em que simplesmente não sabem o que fazer; elas sentem sua falta de sabedoria. Em certos dias, ser mãe parece um fardo esmagador e elas não têm forças para fazer o que precisa ser feito. Sentem que estão sendo puxadas em muitas direções diferentes. Todas as mães têm dias em que se sentem fracas e insuficientes ou dias em que ser mãe é, realmente, difícil demais.

Mas não importa qual seja a história ou a experiência de cada mãe, uma coisa é igual para todas: a necessidade que elas têm de Jesus.

O Evangelho é a boa nova de quem Jesus é e do que Ele veio fazer. A palavra Evangelho significa exatamente isso: “boa nova”. Muitas vezes, pensamos no Evangelho como a história do que aconteceu quando Jesus morreu na cruz pelos nossos pecados. E, de fato, ele não se limita a isso. Mas também é muito mais.

O Evangelho é a resposta para o nosso maior problema e para a nossa necessidade mais profunda. Por causa do pecado, éramos inimigos de Deus e estávamos separados dele. Durante séculos, o povo de Deus fazia sacrifícios para pagar por seus pecados. Esses sacrifícios apontavam para a necessidade de um sacrifício final, completo e definitivo. Esse sacrifício veio por meio da pessoa e da obra de Jesus Cristo.

O próprio Deus se fez carne e viveu a vida perfeita que nós não conseguimos viver. Ele levou sobre si os nossos pecados na cruz, como o Cordeiro perfeito de Deus, em nosso lugar. Suportou o castigo que nós merecíamos. Três dias depois, Ele ressuscitou dentre os mortos, porque a morte não pôde detê-Lo. Mais tarde, Ele ascendeu aos céus, onde reina, governa e intercede por nós. Por meio da fé em quem Jesus é e no que Ele fez por nós, somos salvos do pecado e recebemos a esperança e a promessa da vida eterna. Essa é uma boa notícia!

No entanto, essa boa notícia não é algo de que precisamos apenas no momento da nossa salvação; é uma boa notícia de que precisamos em todos os momentos da nossa vida.

  • Precisamos dessa boa notícia quando pecamos, para que possamos nos voltar para a cruz e, em confissão e arrependimento, nos apropriar de tudo o que Cristo fez por nós e receber perdão.
  • Precisamos dessa boa notícia quando sofremos, para que possamos nos lembrar de que não estamos sozinhas, pois o nosso Salvador é o Servo Sofredor que enfrentou o maior sofrimento para que nós não tivéssemos que enfrentá-lo.
  • Precisamos dessa boa notícia quando a vida se torna difícil e não sabemos mais o que fazer, para que possamos nos voltar para Aquele que é a própria sabedoria encarnada (Cl 2.3).
  • Precisamos dessa boa notícia quando estamos ansiosas e temerosas, para que possamos nos lembrar de que fomos adotadas na família de Deus pelo sangue de Cristo e, por isso, temos um Pai no céu que cuida de nós e supre todas as nossas necessidades.

Isso significa que a verdade sobre quem Jesus é e o que Ele fez por nós não apenas nos salva pela eternidade (ainda que isso, por si só, já seja imenso!); mas ela também transforma a nossa vida diária, aqui e agora. O Evangelho impacta a forma como trabalhamos, como nos divertimos, como nos relacionamos com os outros, como enfrentamos desafios e como sofremos. Ele transforma a maneira como respondemos ao nosso próprio pecado e ao pecado dos outros. Ele nos dá esperança quando estamos desesperançosas, paz quando temos medo e alegria quando estamos desesperadas.

É por isso que as mães precisam da boa nova do Evangelho.

O Evangelho no ministério para mães

O que isso significa para nós que servimos no ministério? Como o Evangelho impacta os temas que estudamos, as conversas que temos e o discipulado que fazemos?

Significa que a boa nova sobre quem Jesus é e o que Ele veio fazer deve estar no centro do nosso ministério com as mães. Nossos esforços ministeriais devem ser cristocêntricos. Tudo o que ensinamos, todo o nosso discipulado e todas as nossas conversas devem, em última instância, apontar para Ele.

Agora, isso não significa que não há espaço para falar sobre questões relacionadas à maternidade. Não quer dizer que não vamos ajudar as mães a refletirem sobre como conciliar, de forma prática, todas as suas preocupações e responsabilidades. Também não significa que deixaremos de falar sobre os seus desafios diários. Mas o que isso significa é que precisamos nos lembrar de que o Evangelho tem algo a dizer a cada mãe, não importam as suas circunstâncias ou a fase que ela está vivendo. Em todos os momentos — sejam eles alegres ou dolorosos, empolgantes ou comuns, fáceis ou difíceis — o Evangelho proporciona a elas uma esperança real e duradoura. 

A verdade sobre quem Jesus é e o que Ele veio fazer por meio de Sua vida, morte, ressurreição e ascensão se entrelaça com nossa vida diária e traz a esperança vivificante de que toda mãe precisa.

Isso significa que o Evangelho deve ser o fio que permeia todo o nosso ministério com as mães.

Cultivando conversas centradas no Evangelho

Como podemos fazer isso na prática? Quando as mães compartilham os desafios do seu dia, nós as direcionamos para a esperança que há no Evangelho. Fazemos perguntas como:

  • Neste momento desafiador, o que o Evangelho tem a dizer para você? Como o que Jesus fez por você oferece esperança nesta provação que você está enfrentando agora?
  • Em sua fraqueza e sensação de impotência como mãe, de que forma a vida perfeita que Jesus viveu por você a encontra exatamente onde você está e lhe oferece uma esperança real e duradoura?
  • Nas formas pecaminosas como você reagiu com seu filho hoje, como a morte sacrificial de Jesus cobre o seu pecado?
  • O que a ressurreição de Jesus e Sua promessa de fazer novas todas as coisas comunicam à luta do seu filho contra o pecado hoje?
  • Como o Evangelho responde às suas preocupações em relação aos seus filhos? Como você pode encontrar esperança na sua adoção como filha de Deus por meio do sangue de Cristo?
  • Como a ascensão de Jesus ao céu — onde Ele está assentado à direita de Deus — vai ao seu encontro no dia em que tudo parece dar errado e o caos se torna sufocante?

A verdade é que todos nós precisamos do Evangelho. Ele é a boa nova que nos dá esperança para a eternidade, mas também é boa nova para o aqui e o agora. Ao trabalharmos com mães, que possamos apontá-las para quem Jesus é e para o que Ele veio fazer. Que possamos ajudá-las a encontrar nele a esperança real e duradoura.

Clique aqui para ler o original em inglês.

Sobre o Autor

Cristina Fox

Christina Fox é palestrante, escritora e autora de vários livros, incluindo Closer Than a SisterIdols of a Mother’s Heart e Sufficient Hope: Gospel Meditations and Prayers for Moms — todos ainda sem tradução para o português. Ela possui mestrado em aconselhamento pela Palm Beach Atlantic University e atua na equipe nacional do ministério feminino da Igreja Presbiteriana na América (PCA) como editora do blog enCourage.