Maternidade ou solteirice: qual nos santifica mais?

É estranho casar e engravidar depois dos trinta e cinco. Sou 100% esposa e 100% mãe, mas a mulher solteira que fui um dia nunca fica longe demais do meu alcance.

Lembro de estar bem grávida quando ouvi alguém soltar aquele clichê bem familiar em um grupo: “Criar um filho é a coisa mais santificadora do mundo.” Sabia que as palavras eram bem intencionadas, mas me deu um aperto no coração ao olhar para queridas amigas que eram solteiras, viúvas e inférteis. Será que isso despertava nelas a mesma tristeza que um dia despertou em mim?

Para uma mulher solteira, a ideia de que você não só ficou para trás na progressão natural da vida, mas também é deficiente em maturidade e santificação é, no mínimo, dolorosa.

Por outro lado, como uma jovem mãe, agora entendo por que essa ideia tenha surgido. Quando você fica muito tempo sem dormir, sem tomar banho e sem ter contato social, acaba tateando em busca de como entender sua nova realidade. Sua vida inteira foi colocada a serviço de outro ser, então esse deve ser o ápice da santificação, não deve?

Minhas amigas solteiras rapidamente concordariam que não conseguem se identificar com o meu dia cheio de amor sacrificial pela família. Não tenho mais tempo de ficar à toa numa cafeteria com a minha Bíblia e o meu diário, comprar uma roupa nova quando dá vontade, fazer planos legais de viagem, completar uma tarefa sequer sem interrupções ou estabelecer uma rotina previsível para o meu dia.

Mas eu também não preciso mais fazer os sacrifícios que as minhas amigas solteiras fazem: não vou mais para cama sozinha, não choro por desejos não realizadas, não trabalho em período integral em um emprego exigente para me sustentar, não concilio sozinha todos os detalhes e demandas do dia a dia, nem me sinto como uma anomalia numa mesa cheia de casais.

Embora Seus métodos variem, Deus está sempre comprometido com o amadurecimento e santificação de Seus filhos. Mas Seu instrumento principal não é a nossa idade ou fase de vida — mas sim o Seu Espírito e a Sua Palavra agindo em nós.

As Escrituras estão cheias de exemplos disso. Aqui estão apenas três:

Efésios 4.11–16 nos diz que, quando entregamos nossas vidas para servir ao Corpo de Cristo, buscamos a unidade uns com os outros e falamos a verdade em amor, amadurecemos e “crescemos em tudo” até à medida da estatura da plenitude de Cristo. Então, deixamos de ser crianças, levadas de um lado para outro por qualquer vento de doutrina 

Estou servindo em uma comunidade? Estou perdoando quem peca contra mim? Estou falando a verdade em amor aos que estão ao meu redor? Essas atitudes, que brotam de um coração cheio do Espírito, são o que me fazem crescer em Deus — seja eu uma mãe de quatro filhos, uma esposa sem filhos ou uma mulher solteira.

Filipenses 3 diz que os maduros devem pensar assim: Não confiamos na carne; não temos justiça própria que vem da lei. Consideramos todo nosso lucro como perda diante do conhecimento de Cristo. Queremos conhecer a Cristo, o poder da Sua ressurreição e participar dos Seus sofrimentos, da Sua morte e da Sua ressurreição. Ainda não alcançamos tudo isso, mas prosseguimos para conquistá-lo.

Estou confiando na minha aparência, nos meus talentos ou nas minhas experiências de vida? Estou me vangloriando do que tenho e do que faço? Estou tentando evitar o sofrimento e correndo atrás de comodidades terrenas? Se for assim, talvez eu tenha um problema de maturidade — independentemente de estar casada ou solteira, de ser ou não ser mãe.

Salmos 119.99 diz: “Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos.” (Veja também João 17.17)

Meus pensamentos estão mergulhados nas Escrituras? De minuto a minuto, penso mais em MIM ou mais em DEUS? Você pode ser uma mulher solteira tão enraizada na Palavra que sua vida transborda amor altruísta. Ou pode ser uma mãe que trata os filhos como obstáculos aos seus próprios objetivos.

Ah, minha querida, é fácil para mim apontar o dedo para outras mães, mas eu mesma sou culpada disso diariamente. Todos os dias, existem momentos em que, mais do que tudo, quero que o Jeremy atenda às minhas necessidades para que eu possa cumprir meus objetivos de limpeza, escrita, cozinha, correspondência ou “ministério”.

A maternidade virou meu mundo de cabeça para baixo? Ah, como virou. Ela me trouxe mais alegria e realização do que eu poderia imaginar? Com toda certeza, sim. Estou mais madura e santificada agora que sou mãe? Somente na medida em que tenho vivido e amado a partir do transbordar da Palavra de Deus agindo em mim. Nas áreas em que tenho vivido para mim mesma, ainda há muito amadurecimento a alcançar.

E onde há uma grande necessidade de amadurecimento (como há em todas nós), há um Deus fiel que trabalha com amor para completar a boa obra que, em primeiro lugar, Ele mesmo iniciou.

  1. Amar e servir aos outros nos amadurece.

  2. Perseverar em conhecer a Cristo nos amadurece.

  3. Meditar na Palavra nos amadurece.

Como você está buscando amadurecer em Cristo nesta fase específica da sua vida?

Clique aqui para ler o original em inglês.

Sobre o Autor

Colleen Chao

Colleen Chao escreve sobre a bondade de Deus em sua jornada lidando com a solteirice, depressão, doença crônica e câncer em estágio quatro. Ela mora perto de Boise, Idaho, com seu marido, Eddie, seu filho, Jeremy, e Willow, a cachorrinha. Você pode conhecer mais sobre ela e seu trabalho em colleenchao.com.