Você já reparou que quando você diz alguma coisa em voz alta ela parece se tornar mais concreta? Por exemplo, quando você exclama: “Isso me deixa tão brava!”, no momento em que essas palavras saem da sua boca, dá para sentir seu nível de raiva subir um ponto ou dois no seu “raivômetro”. É verdade que o pecado nasce no coração (Tiago 1.14–15), mas uma comporta destrutiva se rompe quando a boca se abre para jorrar as atitudes pecaminosas do coração.
Um exemplo trágico disso aconteceu no início da década de 1940, quando Mao Tse-tung usou uma poderosa técnica de “falar palavras de amargura” para impulsionar sua revolução política. As mulheres das cidades eram incentivadas a discutir violações e ofensas do passado para inflamar emoções e estimular recordações dolorosas. O objetivo era provocar instabilidade por meio da raiva coletiva — o que acabou sendo bem-sucedido. Ao expressar em voz alta a dor, a raiva ou a mágoa, o descontentamento, a amargura e a ira aumentavam.
Mary Kassian descreve como o movimento feminista aplicou essa estratégia no final dos anos 1960, em uma atividade conhecida como “conscientização” (consciousness raising). As mulheres eram incentivadas a expressar queixas contra os homens e verbalizar sua raiva em pequenos grupos comunitários. À medida que as mulheres começavam a desabafar seus ressentimentos, a raiva e a amargura cresciam. Palavras de revolta compartilhadas nesses grupos pequenos inflamavam essas revoluções.
Palavras são poderosas. Provérbios 18 nos diz que a morte e a vida estão no poder da língua. Tiago descreve a língua como um “mal incontido” e cheia de veneno mortal. Ele também usa a metáfora de um incêndio florestal para descrever as consequências destrutivas de uma língua fora de controle: “Vejam como uma fagulha incendeia uma grande floresta!” (Tiago 3.5)
Suas palavras provavelmente não vão iniciar uma revolução política ou social, e talvez não estejam literalmente gotejando veneno — mas, com certeza, têm um impacto poderoso. Reclamações egoístas, amargura, murmuração e ingratidão são a linguagem da morte. Observe suas palavras hoje e considere substituir as palavras de morte por palavras que dão vida, como gratidão, louvor e verdade. Veja a transformação que acontece na sua atitude e no ambiente da sua casa ou do seu trabalho quando você decide intencionalmente “falar palavras de vida” em vez de “falar palavras de amargura”.
Que tipo de palavras estão servindo de combustível para o seu dia?
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