Neste fim de semana, muitas de nós vamos parar um momento para mostrar ao nosso pai, marido ou figura paterna o quanto os amamos e apreciamos. A sua comemoração do Dia dos Pais pode incluir um passeio especial ou um churrasco. Talvez você dê ao seu pai um presente tradicional, uma ferramenta nova ou um cartão escrito à mão.
Mas, quando a segunda-feira chegar, a comemoração provavelmente já terá passado — embora a responsabilidade da paternidade continue. Ser pai é um chamado de 24 horas por dia e 7 dias por semana — um chamado que muitas vezes é gratificante, às vezes desafiador, e sempre importante. Deus chama os pais para serem líderes espirituais em seus lares, para prover e proteger suas famílias, e para inculcar em seus filhos o amor por Deus e por Sua Palavra. Esse chamado vem com pressões reais, especialmente quando os pais se esforçam para direcionar seus filhos a Jesus em um mundo que constantemente os atrai para o caminho oposto.
Meu querido marido sente o peso desse papel. Com nossos filhos agora na adolescência, ele frequentemente se pergunta se está fazendo o suficiente ou se até mesmo está fazendo tudo certo. Ele vê o grande dia se aproximando rapidamente — o dia em que esses filhos vão sair de casa e enfrentar o mundo — e é fácil para ele se sentir desanimado, à medida que as dúvidas começam a se instalar e ele se questiona se tem sido um bom pai.
Neste Dia dos Pais, quero dar ao meu marido mais do que um presente especial e um dia de comemoração. Quero encorajá-lo a olhar para o nosso Pai celestial como um guia nesse papel sagrado — e a confiar nele nas circunstâncias e desafios únicos da nossa família. Aqui estão dez mensagens que quero compartilhar para fortalecê-lo e encorajá-lo neste Dia dos Pais — e por todos os dias que virão. Talvez elas também sirvam de encorajamento para os homens da sua vida ou como ponto de partida para você escrever a sua própria lista.
10 coisas que quero que você saiba
1. Foi Deus quem te fez pai — e Ele vai te capacitar para cumprir esse chamado.
A razão pela qual você é pai, antes de tudo, é porque Deus te fez pai. Os filhos são um presente do Senhor (Salmo 127.3), um presente que Ele escolhe dar a alguns e não a outros. Então, já que esse papel é algo para o qual Deus te chamou, Ele vai te dar tudo do que você precisa para cumpri-lo.
Na verdade, o Senhor tem um histórico de fazer exatamente isso. Ele fez isso com Moisés, com o profeta Jeremias, com o rei Davi, com os discípulos e com o apóstolo Paulo — só para citar alguns. Até mesmo na construção do templo, Deus capacitou um grupo de artesãos e construtores com os talentos e habilidades necessários para erigir o templo exatamente como Ele tinha ordenado. Ele fará o mesmo por você nesse papel fundamental para o qual Ele te chamou (Hb 13.20–21).
2. Você nunca será perfeito — só Deus é.
Eu vejo como você se importa profundamente com nossos filhos e o quanto deseja acertar. Também percebo como você é duro consigo mesmo quando comete um erro ou quando as coisas não estão indo bem. Por mais que você queira desempenhar perfeitamente o papel de pai, você nunca vai conseguir ser perfeito.
Felizmente, você já tem um Pai celestial que é perfeito (Sl 18.30), então você não precisa ser. O nosso Pai perfeito promete que você pode recorrer a Ele em busca de sabedoria quando precisar. E nos momentos em que estiver cansado e sobrecarregado, Ele vai te fortalecer e te sustentar para que você possa continuar seguindo em frente.
Será que você não sabe, nem ouviu
que o eterno Deus, o Senhor,
o Criador dos confins da terra,
nem se cansa, nem se fatiga?
A sabedoria dele é insondável.
Ele fortalece o cansado
e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor.
Os jovens se cansam e se fatigam,
e os moços, de exaustos, caem,
mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças,
sobem com asas como águias,
correm e não se cansam,
caminham e não se fatigam. (Isaías 40.28-31)
3. Peça a Deus que te ajude a entender o coração e a personalidade dos nossos filhos.
Muitas vezes, assumimos a paternidade esperando que esses pequenos pensem e reajam do mesmo jeito que nós. Mas Deus os criou como indivíduos únicos (Salmos 139.13) e, como você e eu já vimos, eles mostram essa individualidade desde cedo, seja nas preferências de comida, nas escolhas de roupa ou em como querem passar o tempo.
Mesmo sabendo que eles não são uma cópia exata nossa, é fácil esquecermos disso quando se trata de como eles lidam com o estresse, como gostam de se comunicar, como querem ser encorajados — e até mesmo nas melhores formas de disciplinar, guiar e corrigir. Se sempre fizermos essas coisas do jeito que nosso cérebro e personalidade entendem ser melhor, isso pode causar frustração nessa criança que é muito diferente de nós.
Desde o momento em que esses filhos chegaram à nossa família, temos orado para que o Senhor nos dê entendimento sobre o coração deles e sobre como Ele os criou. Não desista dessa oração. À medida que eles crescem, há muito mais para descobrir e entender.
4. No jogo das comparações, não existe vencedor.
Essa é difícil. Todas aquelas fotos de famílias sorridentes nas redes sociais, aquelas publicações de formatura cheias de orgulho, as histórias de sucesso dos filhos. Quando entramos no jogo das comparações, é fácil sentir que somos a única família que enfrenta essas dificuldades e não “está à altura”. Mas esse é um jogo sem vencedores.
Sei que você sabe disso, mas pode ser difícil se lembrar quando um colega de trabalho conta uma história sobre como o filho dele está indo bem. Nesses momentos, por favor, lembre-se de que você (de que nós) não falhamos. Nossa família tem lutas e desafios que outras famílias não têm — assim como elas têm lutas que não conhecemos. Deus escreveu uma história única para a nossa família. Em vez de comparar, precisamos “[correr] com perseverança a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus.” (Hb 12.1–2)
5. Não conte uma história para si mesmo.
Você já me lembrou disso várias vezes em conversas sobre outras pessoas, então agora sou eu quem está dizendo isso para você. Não podemos conhecer os pensamentos, sentimentos e motivos de outra pessoa, mas muitas vezes agimos como se soubéssemos. Começamos a preencher as lacunas com medo. “Eles estão bravos comigo.” “Eles não querem passar tempo comigo.” “Eles acham que eu sou um pai ruim.” Mas isso não são fatos — são apenas inseguranças falando.
A realidade por trás dos acontecimentos costuma ser bem diferente daquilo que nossa imaginação gosta de criar.Talvez a criança estivesse ansiosa. Talvez estivesse cansada e com fome. Ou talvez tenha decidido ser teimosa e desafiadora, mesmo sabendo, lá no fundo, que você estava certo.
Em vez de se concentrar naquela voz na sua cabeça, concentre-se no que é verdade. Concentre-se em quem Deus é e no que Ele diz sobre você e sobre nossos filhos. E lembre-se da exortação do apóstolo Paulo em Efésios: “sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando uns aos outros, como também Deus, em Cristo, perdoou vocês”. (Ef 4.32) Esse versículo é sempre válido, não importa como a história se desenrole.
6. Hoje pode ter sido difícil, mas não é o fim.
Hoje talvez não tenha terminado do jeito que você esperava. Talvez o sol tenha se posto com lágrimas, mágoas ou o som de portas batendo alto nos seus ouvidos. Mas isso foi só hoje. Você terá outra chance amanhã para tentar de novo. Nas palavras de Anne de Green Gables: “Não é bom pensar que amanhã é um dia novo, sem nenhum erro ainda?”¹ Encontramos uma promessa ainda melhor na Palavra de Deus:
As misericórdias do Senhor são a causa
de não sermos consumidos,
porque as suas misericórdias não têm fim;
renovam-se cada manhã.
Grande é a tua fidelidade. (Lm 3.22,23)
Quando o dia amanhecer, você pode escolher ficar preso às mágoas e erros de ontem, ou pode enfrentar tudo de novo com a ajuda do Senhor. Ele derrama Sua misericórdia e graça sobre você — e sobre nossos filhos. Você terá a oportunidade de pedir perdão, orar, se conectar, encorajar, ouvir e amar. Mesmo que as feridas sejam profundas e você não veja saída, nada é difícil demais para Deus (Gn 18.14).
7. Sua vida é tão poderosa quanto as suas palavras — às vezes, até mais.
Eu sei que você sente uma grande responsabilidade de ensinar lições para os nossos filhos, seja sobre como trocar um pneu, administrar as finanças ou guardar o coração. Às vezes, eles escutam; outras vezes, suas palavras parecem entrar por um ouvido e sair pelo outro. E, embora você deva continuar tentando transmitir o que aprendeu, não desanime se eles nem sempre absorverem essas lições. Mais tarde na vida, talvez não se lembrem de tudo o que você falou, mas vão lembrar do tempo em que você simplesmente os ouviu. Quando você riu com eles. Como você os amou, como me amou, como amou a Deus. Eles vão se lembrar de como você viveu. (1 João 3.18)
8. Eles são responsáveis pelas próprias escolhas.
Você poderia fazer tudo certo ao ensinar nossos filhos sobre Deus e como viver, encorajando-os, corrigindo-os e sendo um ótimo exemplo do que significa amar a Jesus. Mas, mesmo que você conseguisse fazer tudo perfeitamente, isso não garantiria que eles sempre seguiriam a Deus ou tomariam as decisões certas. Como diz em Romanos: “Cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus”. (Rm 14.12)
Você pode guiá-los, direcioná-los e apontá-los para a verdade o dia inteirinho, mas, no final das contas, eles são responsáveis pelas próprias escolhas. E é por isso que meu próximo lembrete é tão importante.
9. A ferramenta mais poderosa que você tem em seu arsenal é a oração.
Desde o dia em que nos casamos, você sempre disse que é importante ter a ferramenta certa para o trabalho certo. E quando se trata dos nossos filhos, existem muitas ferramentas disponíveis. Ao longo dos anos, contamos com conselhos de livros, sites, pastores e outros pais para saber como lidar com tudo, desde problemas de sono, desfralde e brigas por causa da lição de casa até ensiná-los a dirigir. Mas a melhor ferramenta que você tem à disposição como pai é a oração.
Uma noite dessas, você deitou ao meu lado dizendo: “Eu não sei o que fazer”. Nesses momentos em que você já tentou de tudo e já disse tudo o que poderia dizer, a coisa mais eficaz que você pode fazer pelos nossos filhos é orar por eles, pedindo ao Senhor que opere no coração e na vida deles, que dirija os passos deles, que faça o que para nós parece impossível. Não importa o problema, não importa a tarefa, essa sempre será a ferramenta certa e a melhor. “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” (Tiago 5.16)
10. Nossos filhos não nos pertencem; eles pertencem a Deus.
Por mais que você queira fazer o que é certo para os nossos filhos, por mais que deseje boas coisas para eles, por mais que queira protegê-los, no fim, você (e eu) precisamos entregá-los. Nossos filhos são um presente incrível de Deus, um presente que por muito tempo achamos que não receberíamos. Mas eles são um presente emprestado — eles não nos pertencem, e sim a Ele.
Como Janet Parshall disse na conferência True Woman ’08: “Estamos simplesmente em um programa de empréstimos. [Deus] nos dá permissão para tocar o coração e a mente deles, para ensiná-os, para escrever a verdade nas tábuas do seu coração, para ajudá-los a conhecer e amar o Salvador, para fazê-los conhecer e amar Sua Palavra, mas, no fim, eles são dele e só dele”.
Você pode e deve se esforçar para ser um pai temente a Deus para esses filhos, mas, no final, precisa entregá-los e confiar que Deus vai guardá-los, protegê-los e realizar Sua boa e perfeita vontade na vida deles. (Rm 8.28)
Uma última palavra de encorajamento
Então, assim que o Dia dos Pais passar, espero que você saia dele com um senso renovado de encorajamento e propósito. Deus escolheu você para ser o pai deles — e você é exatamente o pai de que eles precisam.
Mas o que é ainda mais importante é que você não precisa carregar essa responsabilidade sozinho. Deus está ao seu lado, te capacitando, ajudando a perseverar, dando sabedoria sobre o que fazer e coragem para abrir mão do controle. Nos dias que virão, quando as coisas ficarem difíceis, espero que essas mensagens ecoem no seu coração. Você é um bom pai. Você não falhou. Você está investindo em uma obra sagrada — e eu agradeço a Deus por você.
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1 MONTGOMERY, L. M. Anne of Green Gables. New York: Bantam Books, 1992. p. 176.