Deus me deu seis meninos!

Embora eu seja mãe de um menino em idade pré-escolar, certamente não me considero uma especialista em criar meninos. Então, quando pensei em escrever sobre esse tema, sabia que precisaria de ajuda. Para isso, recorri a Brenda Riggs, minha irmã e melhor amiga e — ainda mais importante para este tema — mãe de seis meninos. Brenda também não diria que é uma especialista, mas certamente possui muita experiência prática como “mãe de meninos”.

Pedi a ela que compartilhasse algumas lições que aprendeu em seus onze anos criando meninos. Quer você esteja atualmente “na linha de frente”, como Brenda e eu estamos, ou aguardando ansiosamente a chegada do seu primeiro filho, quer não tenha seus próprios filhos, mas cuide deles na igreja, ou se garotinhos agora a chamam de vovó — espero que as lições que a Brenda aprendeu enquanto criava uma verdadeira prole de meninos a incentivem em suas próprias interações com seus “filhotes”.

—Cindy Matson

Se, no dia do meu casamento, você tivesse dito para a minha versão de 21 anos que o meu marido e eu teríamos sete filhos (seis deles meninos), eu provavelmente teria ignorado você e, calmamente, tentado fugir da conversa. (Obviamente, você só poderia estar maluca.)

Tenho apenas uma irmã e venho de uma família em que não era permitido correr, brincar de lutinha, gritar ou berrar. Minha mãe diz que, quando criança, eu costumava organizar as coisas por “diversão”. Não gosto de sujeira e de suor, nem de malhar e de praticar esportes (incluindo minigolfe e boliche). Gosto de filmes e séries com personagens excêntricos e cenários charmosos. Durante cenas de ação, eu me desconecto e começo a fazer listas de compras na minha cabeça. E me recuso a assistir a qualquer coisa triste, assustadora ou “sombria”. Resumindo: não sou muito divertida e dificilmente seria considerada uma candidata em potencial para dar à luz e criar seis filhos meninos.

Mas Deus é bom e sábio. Permitir que eu seja mãe de um bando de crianças, — a maioria delas meninos — tem sido simplesmente a melhor, mais intensa e mais pedagógica aventura que eu poderia ter imaginado.

Não é ruim, só é diferente

Por meio dos meus meninos, Deus me ensinou a valorizar a beleza das pessoas que são diferentes de mim. Embora os meninos Riggs sejam muitos e diferentes entre si, algumas coisas são verdadeiras para todos eles (até mesmo para o caçulinha, a poucos dias de completar um ano). Todos amam história, contos épicos, batalhas épicas, heróis épicos, construções épicas — na realidade, qualquer coisa que seja épica. Construir, lutar, competir, criar, batalhar e quebrar coisas. Lama, sujeira, tubarões, insetos, armas e Legos. (Muitos Legos!).

Meu filho mais velho tem uma personalidade particularmente obsessiva. Quando era pequeno, era apaixonado por tubarões e criaturas marinhas. Pelo que sei, li todos os livros sobre tubarões apropriados para a idade dele — e talvez alguns nem tanto — que encontramos na seção infantil da nossa biblioteca. Embora eu nunca tenha me interessado muito por tubarões, por meio do meu filho Deus Se revelou a mim como o Supremo Criador e Artista da vida marinha (algumas espécies descobertas bem recentemente pelos cientistas). Embora minha paixão por tubarões nunca vá se igualar à do meu filho, meu carinho e apreciação pelo oceano cresceu.

Antes, eu teria feito pouco caso de passar um dia cavando buracos, admirando escavadeiras em um canteiro de obras, visitando um museu de veículos militares ou fazendo mil outras coisas que a curiosidade dos meus meninos me ensinou que, na verdade, são fascinantes. Quando nos casamos, o meu marido quis construir uma vitrine para os seus carrinhos de coleção. Eu não podia acreditar! Carrinhos de coleção não eram coisa de criança? Não eram brinquedos?

Eu tirei sarro dele por causa disso e acabei magoando seus sentimentos. Ele nunca chegou a construir a vitrine. E, embora eu não soubesse muito bem onde colocaríamos algo assim em nossa casa de três quartos e dois banheiros para nove pessoas, agora gostaria de tê-lo incentivado a construí-la. Por quê? Hoje entendo que, por não ser algo do meu interesse, presumi que aquilo não tinha valor. Meus meninos me ensinaram que eu desvalorizava a criatividade artística do meu marido e que seus carrinhos de coleção eram uma forma de arte que ele desejava compartilhar com os outros.

Homens de verdade também. . .

Em segundo lugar, por meio dos meus filhos, Deus está me ensinando a apreciar a diversidade da expressão da masculinidade. Nascida e criada no robusto e independente estado de Wyoming, eu costumava brincar sobre “homens de verdade”: “Homens de verdade não usam rosa”, “Homens de verdade não choram”, “Homens de verdade não usam sandálias”. Eu só estava brincando, mas desde então percebi que não eram comentários sábios sobre a masculinidade. Meus meninos são meninos porque Deus escreveu “masculino” em cada célula de seus corpos. Eles são homens porque Deus, em Sua infinita sabedoria e bondade, formou e moldou seus pequenos corpos para serem meninos.

No entanto, mesmo sendo pequenos homenzinhos, às vezes eles manifestam, de diferentes formas, traços mais tradicionalmente “femininos”. Um dos meus filhos ama fazer bolos e afins e ajudar na cozinha. Ele dança e veste as camisas havaianas mais chamativas e coloridas que consigo encontrar. É dramático, imaginativo e muito expressivo. Outro dos meus filhos ama cantar. (Recentemente entrou para o coral, e talvez ainda me enlouqueça com a sua cantoria e assobios incessantes.) Ele também AMA bebês — tanto que tenho quase certeza de que, sem querer, já deixou alguns pais de primeira viagem surtados com o seu desejo de interagir com seus filhos.

Meu filho mais velho, que provavelmente é o meu filho mais “masculino”, muitas vezes chora quando conversamos sobre a eternidade, porque tem quase certeza de que seu melhor amigo não conhece Jesus e não estará no céu com ele. Deus tem me ensinado a abraçar todas essas características nos meus meninos. Davi amava cantar e dançar (2Sm 6.14), e o próprio Jesus passava tempo com bebês e crianças (Mt 18.1–619.13–14).

Jamais desapontada

Por fim, Deus está me ensinando a valorizar a bela vida que Ele, em Sua providência, me confiou. No dia do meu casamento, eu presumi que meu marido e eu teríamos dois filhos, provavelmente meninas. (Afinal, era assim na minha família e tinha sido ótimo!) A partir do bebê número três, as pessoas começaram a torcer de forma cada vez mais estridente por uma menina: “Aposto que vocês estão prontos para uma menina!” É verdade que eu teria amado que meu filho mais velho tivesse uma irmã, mas a cada novo nascimento quando meu marido olhava para mim e dizia: “É um menino!”, eu nunca fiquei desapontada. Nem um pouquinho. Deus me mostrou que cada menino é um serzinho interessante e único.

Meus meninos são tesouros preciosos que me ensinaram tanto — inclusive que Deus é, de fato, o Doador de toda boa dádiva. Minha casa não é tão limpa, silenciosa ou pacífica quanto eu imaginava que seria. Já não tem mais cheiro de velas aromáticas chiques, mas Deus usou meus seis “filhotes” para transformar o meu coração. “Agrada-te do SENHOR, e Ele satisfará os desejos do teu coração”. (Salmo 37.4)

Aprendi a amar as construções de Lego espalhadas pela minha lareira, as runas élficas rabiscadas no quadro negro do meu filho, e as espadas, pistolas e capacetes de Gondor feitos de papel que transbordam do cesto de brinquedos. Às vezes, meu marido e eu trocamos olhares à mesa de jantar, em meio à cacofonia de conversas, discussões e cantorias, e simplesmente sorrimos. Embora seja barulhento, caótico e, por vezes, até desajeitado, nós amamos! Como meu marido costuma dizer, não gostaríamos que fosse nem um pouco diferente.

Clique aqui para ler o original em inglês.

Sobre o Autor

Brenda Riggs

Brenda tem sido mãe e dona de casa por cerca de 14 anos. Nos momentos em que ela não está preparando cookies para alimentar um batalhão de gente, tentando encontrar meias perdidas ou organizando Legos, você pode encontrá-la jogando algum jogo de estratégia extremamente complicado com seu marido ou lendo um livro enquanto bebe um chazinho quente.