Recentemente, topei com uma mulher que não via há várias semanas. Mal a reconheci. O cabelo dela, normalmente loiro, havia ficado completamente branco. A transformação foi dramática. Bastaram quarenta minutos e um pouco de água oxigenada.
Se ao menos a transformação espiritual fosse tão fácil assim. Bastaria ler um livro, conversar com um conselheiro, participar de uma conferência, fazer um novo compromisso, derramar algumas lágrimas no altar, decorar alguns versículos. . . e voilà: surgiria uma cristã madura e piedosa.
Pelo contrário, a experiência de muitos crentes é mais ou menos assim:
Comprometer-se. Fracassar. Confessar.
Comprometer-se de novo. Fracassar de novo. Confessar de novo.
Comprometer-se mais uma vez. Fracassar mais uma vez. Desistir.
Depois de toda a luta e esforço, tendemos a querer uma “solução rápida” — uma vitória definitiva — para não precisarmos continuar lutando com os mesmos problemas de sempre.
No meu próprio caminhar com Deus, descobri alguns princípios úteis sobre como ocorre a mudança espiritual.
1. A mudança espiritual profunda e duradoura raramente acontece da noite para o dia. É um processo que envolve treino, provação e tempo. Não há atalhos.
Ouvimos falar de pessoas sendo dramaticamente libertas de vícios em drogas ou álcool e podemos nos perguntar: “Por que Deus não faz isso por mim? Por que preciso lutar com este vício em comida, com a lascívia, a preocupação e a raiva?”
Antes que os filhos de Israel pudessem possuir a Terra Prometida, eles precisavam expulsar as nações pagãs que ocupavam Canaã. A vitória final estava assegurada se eles “confiassem e obedecessem”, mas isso levaria tempo. “Não os expulsarei de diante de vocês num só ano”, Deus disse. “Pouco a pouco, eu os expulsarei de diante de vocês” (Ex 23.29–30).
Deus está comprometido em conquistar os corações e desenvolver o caráter de Seu povo. Isso demanda passar por um processo.
- A mudança espiritual requer desejo. Precisamos nos perguntar: Eu realmente quero mudar ou estou contente em permanecer como estou? Quão importante é para mim ser como Jesus? Que preço estou disposta a pagar para ser piedosa?
Desejos piedosos são nutridos pela oração e pela meditação em Cristo, que é o objeto do nosso desejo. Ao ler as Escrituras e contemplar o Senhor Jesus, percebo que meu coração anseia ser como Ele — humilde, santo, compassivo, submetido à vontade de Deus e sensível às orientações do Espírito.
Quando o nosso desejo de sermos santas se torna maior do que a nossa disposição de permanecer onde estamos, damos um grande passo em direção à transformação espiritual.
Qual é sua condição ao ler este artigo hoje? Quão grande é o seu desejo de ser transformada para se parecer mais com Jesus? Por que não falar isso para Ele agora mesmo?
Adaptado de um artigo escrito por Nancy DeMoss Wolgemuth em na edição de maio de 2001 de Decision Magazine.
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