"Porque ela me disse uma coisa dessas?”
A voz da minha amiga estava carregada de emoção. Suspirei bem fundo e pedi ao Espírito Santo que me guiasse antes de partir para uma resposta.
Passei boa parte da manhã trabalhando para restabelecer a paz. Isso parece acontecer com frequência. Conflitos acontecem. Palavras são ditas, às vezes com boas intenções, mas ainda assim machucam. Quantas vezes já pensei comigo mesma: Como seria se todos nós simplesmente pudéssemos nos amar?
Quando se trata de conversas, acho que esse ideal poderia ser algo mais ou menos assim:
Não saia da boca de vocês nenhuma palavra suja, mas unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. (Ef 4.29)
Muitos anos atrás, li esse versículo, tentei começar a colocá-lo em prática e passei a usar o “Princípio das 3 Perguntas” ao me comunicar. Li sobre ele pela primeira vez em um livro de Amy Carmichael, embora não tenha sido de sua autoria. Basicamente, essas três perguntas funcionam como um filtro de comunicação.
Antes de despejar tudo o que você está pensando, pare por um momento e pergunte a si mesma:
- Isso é verdade?
- Isso é necessário?
- Isso é gentil?
É verdadeiro?
Muitas e muitas vezes, quando mais jovem, criei justificativas para as críticas rudes, desagradáveis e cruelmente sinceras arremessadas com frequência da minha boca (que quase nunca ficava fechada). Qualquer pessoa que estivesse nas proximidades dos meus ataques verbais era atingida em cheio. Eu justificava essas alfinetadas sinceras com a crença de que: A VERDADE precisa ser dita!
Quantas vezes já ferimos pessoas queridas por insistirmos em abrir a boca para “dizer umas verdades” e, depois da crítica, ainda arrematarmos com: “Ué, mas é verdade!”?
Sou uma grande defensora de falar a verdade. Mas a área na qual eu posso facilmente errar é quando transmito a verdade sem gentileza — ou quando despejo uma tonelada de verdades que, na realidade, nem são necessárias.
É necessário?
Digamos que você está dando uma volta à tarde com a sua família. A pessoa à sua frente está dirigindo de forma imprudente. Não é “necessário” chamá-la de “idiota” ou de qualquer outra alcunha depreciativa. Talvez ela seja, de fato, uma motorista irresponsável — mas será mesmo necessário encher o carro de comentários negativos sobre alguém (que, aliás, foi feito à imagem de Deus) que você nem sequer conhece?
Que tipo de exemplo você está dando para os seus filhos?
É gentil?
Imagine o seguinte: seu marido segue em frente e ignora sua opinião sobre uma transação de negócios — e dá tudo errado (exatamente como você previu). Pode até ser verdade que você tinha razão, mas seria gentil (ou necessário) compartilhar essa verdade? De que maneira ele — ou qualquer outra pessoa — se beneficiaria de uma declaração como: “Eu te avisei!”?
Não estou dizendo que nunca devamos confrontar os outros, mas acredito que nossa comunicação deva ser movida pelo amor, transmitida com mansidão e usada intencionalmente para glorificar a Deus. Honestidade com humildade é a base para uma comunicação amorosa.
Gaste um tempo meditando em alguns princípios de comunicação que são úteis para os seus relacionamentos.
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