Alto lá! Submissão, não!

Laura Doyle se autodenomina feminista, mas, curiosamente, após anos de luta em seu casamento, decidiu fazer uma experiência que trouxe mais intimidade e realização para sua vida conjugal. A página de divulgação de seu livro afirma: “O princípio fundamental de The Surrendered Wife (em tradução livre, “A Esposa Submissa”) é simples: o controle que as mulheres exercem no trabalho e com os filhos deve ser deixado do lado de fora de qualquer casamento.”1 Embora Doyle pareça não perceber, o que ela descobriu não é uma solução nova para um problema antigo, mas simplesmente a aplicação do princípio bíblico da submissão.

Você se contorce quando ouve a palavra “submissão”? Vêm à sua mente imagens de mulheres fracas, mantidas cativas sob o domínio autoritário de um marido controlador? Infelizmente, a submissão é muito mal compreendida — e muitas vezes mal aplicada. Antes de examinarmos o que é submissão, vamos estabelecer o que ela não é.

Submissão não é:

  • Obedecer cegamente às autoridades.
  • Ser conivente com uma ditadura autoritária.
  • Suportar abusos em silêncio.
  • Viver como um capacho.

 

Submissão é:

  • Reconhecer que Deus é a nossa autoridade.
  • De bom grado, render os nossos direitos a Deus, como nosso Rei.
  • Colocar de lado a nossa vontade para viver a vontade dele.
  • Viver na liberdade que nasce da obediência.

No Novo Testamento, a palavra traduzida como “submeter-se” é um termo militar que significa “colocar-se em formação militar sob um comandante”. Vendo a submissão por essa perspectiva, não discutiríamos a necessidade de alguém ocupar o papel de “comandante” em um combate militar. Imagine o caos que seria se não houvesse um “líder” reconhecido!

A submissão acontece até mesmo dentro da Trindade. Cada pessoa da Trindade é igual em essência, dignidade e valor. Mas, além dessa igualdade, também existe uma diferença de papel e função. O Filho se submete à vontade e ao plano do Pai (veja João 5.306.38), e, ainda assim, essa submissão não O torna menos Deus. Ela não diminui em nada o Seu valor. Contudo, em um mundo que promove independência, autoestima e a ideia de “cada um por si”, a submissão é desprezada como fraqueza.

Efésios 5 apresenta uma descrição clara da estrutura de autoridade para o lar. A esposa demonstra sua submissão ao Senhor ao reconhecer e se submeter ao marido como o cabeça espiritual da família. A relação da Igreja em submissão a Cristo é usada como paralelo para a relação da esposa com o marido. Embora essa passagem seja totalmente contracultural e, à primeira vista, possa parecer colocar a mulher em um papel de subserviência, na realidade ela está recebendo a mais alta honra ao ser comparada à Igreja — o bem precioso de Cristo. A tarefa mais difícil, na verdade, recai sobre o marido, que é chamado a amar sua esposa assim como Cristo amou a Igreja.

Sem a humildade de Cristo, a submissão é impossível. À medida que crescemos nele e começamos a seguir o Seu exemplo, encontraremos alegria em nossa submissão a Ele, e o nosso entendimento sobre submissão se tornará mais profundo.

Volte à minha lista do que “Submissão é” e do que “Submissão não é”, e veja se você tem enxergado a submissão de forma equivocada.

Clique aqui para ler o original em inglês.

1 DOYLE, Laura. The surrendered wife. New York: Simon & Schuster, 1999. Contracapa promocional.

Sobre o Autor

Kimberly Wagner

Kimberly Wagner é autora de Mulheres Destemidas, publicado pela Shedd Publicações, e é uma convidada frequente no podcast Revive Our Hearts, além de escrever regularmente para o site. Cristo é a paixão de Kimberly, e ela deseja despertar nas mulheres uma busca pela glória de Deus. Ela gosta de compartilhar com outras mulheres o que Deus tem feito em sua vida e ouvir delas sobre o que Ele tem feito nas suas vidas.