Pense na sua vida como um copo medidor — daqueles de vidro com linhas na lateral. Dentro desse copo estão todas as coisas que tornam sua adolescente única: a personalidade charmosa, a maneira de contar histórias ou vencer você no xadrez e a habilidade de impressionar você na quadra de tênis.
Talvez você se lembre do sorrisinho desdentado dela, quando você dizia que ela era a menina mais linda, inteligente e incrível do mundo. Mas, se ela for como a maioria das adolescentes, certo dia seus olhos se abriram para a comparação. Seu riso alegre desapareceu e sua personalidade descontraída murchou à medida que ela foi colocando seu copo medidor ao lado do copo de outra garota, se perguntando: “Como posso estar à altura do copo dela?”
Então, o que você pode fazer? Como ajudar? Como impedir que ela se refugie nos cantos escuros do isolamento e da insegurança? Como evitar que ela se esgote na ininterrupta tentativa de ser perfeita?
A melhor forma de ajudar a sua adolescente a florescer é apontar as mentiras que a comparação esconde e convidá-la a abraçar a verdade. Aqui estão três mentiras para começar essa jornada:
Mentira n° 1: A comparação é um jogo
Quem começou a chamar isso de “jogo da comparação”? Não é um jogo. É uma estratégia do inimigo para destruir a vida da sua filha. Isso é assustador, mas você preferiria que ela não soubesse que alguém está à espreita, planejando atacá-la? Nosso inimigo não luta de maneira justa; ele não fica esperando até que uma menina tenha idade o suficiente para entender seu valor. Em vez disso, ele ataca quando ela está vulnerável e a atrai para armadilhas de insegurança, vergonha, perfeccionismo, inveja, autocrítica e isolamento — armadilhas que podem durar a vida toda.
Para evitar essas armadilhas, Tiago 3.14–15 (NVT) dá à sua filha adolescente duas pistas para que ela saiba identificar quando está ouvindo a sabedoria sombria do mundo:
- Inveja amarga: Ela olha para o copo medidor de outra garota com ciúmes e desprezo?
- Ambição egoísta: Ela se orgulha do quanto seu copo está mais cheio do que os outros? Ela se esforça para provar que tem mais?
A comparação não é um jogo; é uma estratégia usada para destruir. E aqui está a verdade que sua filha deve conhecer e a qual ela deve se agarrar: ela foi criada por um Deus bom, que a ama profundamente exatamente como ela é.
As linhas no copo medidor podem mostrar como ela é diferente das outras garotas, mas não a definem ou determinam o seu valor. Deus — o Criador dela — diz que ela é um tesouro, tão precioso que valeu o sacrifício de Seu Filho para resgatá-la e trazê-la para um lugar de segurança. Então a pergunta é: ela vai dar ouvidos a essa verdade e permitir que as palavras de Deus sobre ela tenham mais peso?
Mentira n° 2: Sou inferior porque ela tem mais
Não tente convencer a sua filha de que ela e as outras garotas têm a mesma quantidade em seus copos. Elas não têm, e ela sabe disso. Mas ajude-a, sim, a ver que o inimigo usa copos desiguais para plantar dúvidas, no formato de perguntas como:
- Por que Deus fez a minha irmã tão bonita e me fez tão normal/sem graça?
- Por que Deus deu àquela adolescente da igreja uma voz linda, mas não para mim?
- Por que os pais daquela menina permaneceram juntos, mas os meus se divorciaram?
- Por que eu tinha que ter dificuldades de aprendizagem, ser pobre ou ter essa doença debilitante?
Sim, Deus coloca mais em um copo e menos em outro, mas não para que uma adolescente tenha tudo e outra fique atrás. Deus não atribui valores às diferenças da forma que o mundo faz.
É interessante notar que quando Jesus encontrava pessoas fazendo essas comparações que nós fazemos, Ele redirecionava a conversa para como Seu reino é diferente do mundo. Então, quando os fariseus agiam como superiores e os enfermos e pobres se sentiam inferiores, ou quando os discípulos discutiam sobre quem era maior, Jesus dizia: “No meu reino. . .”
- Muitos dos primeiros serão os últimos (Mateus 19.30).
- O maior é o servo (Mateus 23.11).
- Quem se humilhar será exaltado (Lucas 14.11).
No reino de Jesus, você não é inferior quando tem menos. O que importa é que cada um possa usar o que tem em seu próprio copo para servir. Uma menina pobre ainda pode doar. Uma menina doente ainda pode encorajar os outros. Uma garota que não sabe cantar ainda pode oferecer gentileza e amizade. No reino de Jesus, qualquer um pode ser grande porque qualquer um pode servir!
Pense em como Jesus exemplificou isso. Se Ele tivesse um copo medidor, este seria o maior copo de todos — cheio até a borda. Mas Jesus não Se enchia de arrogância, insistindo que todos se curvassem diante dele. Para ser clara, Jesus não diminuía nem negava Seu valor (e sua filha também não deve fazer isso). Jesus Se humilhou ao esvaziar Seu copo. Filipenses 2.7–8 diz: “Ele se esvaziou, assumindo a forma de servo… ele se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz.” Esse é o significado de grandeza para Deus.
É mentira pensar que o valor da sua filha está atrelado às linhas do copo medidor. Como filha amada de Deus, ela é uma das grandes quando simplesmente inclina seu copo para servir aos outros.
Mentira n° 3: A garota do copo cheio tem mais influência
Como sua filha entra em uma sala cheia de pessoas? Suponha que haja uma festa de aniversário ou evento da escola. Antes de tudo, ela fica obcecada com a própria aparência? Fica preocupada de se sentir esquisita ou tímida? Quando entra, chama atenção para si mesma pelo jeito que se veste ou age?
O mundo acha que é a “garota do copo cheio” que tem mais influência, mas frequentemente esse tipo de garota está focada em si mesma. Mesmo a garota do copo mais cheio pode entrar em uma sala e ficar toda hora se perguntando: “Será que a minhas coxas estão grandes demais? Será que ele reparou em mim? Será que o que eu falei soou inteligente? Será que algum dia vou conseguir ser boa o bastante?”
Em comparação, a adolescente que sabe que é profundamente amada pelo Criador já resolveu essas questões sobre seu valor antes mesmo de entrar na sala. Pode ser que o seu copo tenha mais ou menos do que os outros, mas, em vez de olhar para a quantidade, ela olha para como o seu copo pode transbordar. Ela entra pensando: “Como posso incluir a menina novata? Como posso encorajar o moço que quebrou a perna jogando bola? Quem posso convidar as pessoas para a igreja?”
Essa é a garota que exerce influência porque ela é a garota que está focada nas outras pessoas da sala. Ao inclinar seu copo, as linhas medidoras se tornam irrelevantes.
Em qual dessas mentiras sua filha está acreditando?
- Ela pensa na comparação como um jogo — algo típico da adolescência?
- Ela se sente inferior porque a outra tem mais?
- Ela pensa que apenas a garota com o copo cheio tem influência?
Que o Senhor use você para ajudá-la a encontrar a verdade.
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