Você já deve ter ouvido falar que uma das diferenças entre homens e mulheres é que, quando um homem se olha no espelho, ele admira a única característica física que considera atraente, enquanto a mulher só vê os traços que considera desagradáveis.
Não posso verificar a veracidade dessa afirmação em relação aos homens, mas ela certamente parece ser verdade para as mulheres. Sejam reais ou imaginárias, nossos olhos se fixam nas “imperfeições”. Vemos a mancha. Nós nos comparamos ao ideal de beleza atual do mundo e sempre sentimos que ficamos aquém.
Por que as mulheres são tão obcecadas pela beleza física? Por que elas vão a extremos para se encaixar no padrão cultural de beleza? Por que não nos contentamos com o “normal”? Em meio a todas essas perguntas, como abrir espaço para a verdadeira beleza?
A resposta é simples e séria: nosso coração está cheio de desejos malignos e paixões pecaminosas. E, em graus variados, nosso coração acredita na mentira de que a beleza física nos trará satisfação e reconhecimento. Você conhece as falsas promessas: Se você for bonita, será feliz e bem-sucedida. Você será popular entre as mulheres e desejável aos homens. Você conhecerá intimidade duradoura e amor verdadeiro. Você será confiante e segura. Você será importante e significativa.
Todas essas são coisas que nosso coração pecaminoso deseja. Nós cobiçamos sucesso, reconhecimento, relevância e aprovação. Ficamos obcecadas em nos tornar fisicamente belas na tentativa de satisfazer esses anseios pecaminosos. No entanto, a mensagem é uma mentira: a beleza física não garante felicidade, realização ou sucesso.
Como Deus define beleza
Em Romanos 12.2 somos exortadas a não permitir que o mundo ao nosso redor nos molde segundo seus padrões. Precisamos nos perguntar se fomos cativadas pela definição de beleza da nossa cultura ou pela de Deus. Nossos pensamentos e ações em relação à nossa aparência refletem um padrão cultural ou um padrão bíblico?
A definição de beleza de Deus contrasta nitidamente com a forma como a cultura a define. Nossa cultura mede a beleza pelo que vemos por fora; Deus mede a beleza pelo que somos por dentro.
Nossa cultura apresenta um padrão de beleza inalcançável para a maioria. Deus apresenta um padrão de beleza que todas nós podemos alcançar, se tão somente respondermos à Sua obra de graça em nossa vida.
Nossa cultura incentiva as mulheres a cultivar uma beleza superficial, que não vai além da pele. Deus nos chama a buscar uma beleza interior de grande valor.
Nossa cultura incentiva as mulheres a cultivar uma beleza que dura pouco tempo. Deus nos encoraja a cultivar uma beleza que jamais desvanecerá e que se tornará ainda mais atraente com o passar do tempo.
Nossa cultura nos chama a cultivar uma beleza que impressione os outros. Deus nos convoca a cultivar uma beleza que seja, antes de tudo, para os Seus olhos.
Você consegue perceber a diferença? A beleza que a nossa cultura valoriza pode até atrair olhares, mas a beleza que Deus nos chama a cultivar produz um impacto duradouro. Uma mulher que cultiva a beleza bíblica, que teme a Deus e vive para servir aos outros, faz a diferença na vida das pessoas. Essa beleza interior e piedosa deixa uma marca indelével na vida das pessoas e glorifica a Deus.
Um check-up no coração
Qual tipo de beleza você está buscando cultivar? Você está intencionalmente cultivando a beleza interior, ou dedica mais atenção à aparência exterior? A forma como você pensa e cuida de sua aparência é, na verdade, um reflexo do seu coração. Ao demonstrar motivações piedosas ou egoístas, você revela se sua prioridade é cultivar a beleza interior ou a beleza exterior.
Aqui vai um “check-up de coração” para você se autoavaliar — perguntas para ajudá-la a discernir seus pensamentos, motivações e objetivos em relação a essa questão da beleza.
- Eu passo mais tempo cuidando da minha aparência pessoal do que estudando a Bíblia, orando e adorando?
- Eu gasto uma quantia excessiva de dinheiro com roupas, cabelo e maquiagem, ou é uma quantia que honra a Deus?
- Eu quero perder peso para “me sentir melhor comigo mesma”, ou desejo ser disciplinada para a glória de Deus?
- Estou em busca de magreza para impressionar os outros, ou procuro cultivar hábitos alimentares que honrem a Deus?
- Eu me exercito para tentar criar ou manter uma “boa forma”, ou me exercito para fortalecer meu corpo para o serviço a Deus?
- Há algo em minha aparência que eu gostaria de mudar, ou sou totalmente grata a Deus pela forma como Ele me criou?
- Eu sinto inveja da aparência de outras pessoas, ou fico realmente contente ao observar mulheres que são fisicamente mais atraentes do que eu?
- Eu cobiço o guarda-roupa de outras pessoas, ou genuinamente me alegro quando outras mulheres podem comprar roupas novas?
- Quando participo de um evento ou atividade, eu me comparo de forma pecaminosa com outras pessoas, ou peço a Deus para me mostrar a quem amar e como fazê-lo?
- Eu me visto de forma imodesta ou com a intenção de chamar atenção para mim mesma, ou sempre me visto de maneira que agrada a Deus?
Fazer essas perguntas com frequência pode nos ajudar a eliminar valores mundanos e a cultivar um coração voltado para as prioridades de Deus. Pela graça de Deus, podemos mortificar os desejos malignos de nosso coração que anseiam pela atenção dos outros e que nos levam a nos comparar com os demais.
Design divino, direito divino
Na busca pela verdadeira beleza, cada uma de nós precisa reconhecer a providência de Deus e receber com gratidão o corpo e a aparência que Ele nos deu.
Um Deus amoroso determinou a aparência de cada um de nós. Ele decidiu o formato do nosso corpo, nossa altura, a cor dos olhos e todas as características únicas que compõem nossa aparência — até mesmo nossos dedos! Podemos passar a vida nos lamentando pelo resultado de Suas escolhas ou receber com gratidão o Seu design, sabendo que Ele faz todas as coisas para Sua glória.
Davi disse: “Graças te dou, visto que de modo assombrosamente maravilhoso me formaste” (Sl 139.14). Quando foi a última vez que você adorou a Deus pela forma como Ele criou o seu corpo?
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